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História I Put a Spell On You - Capítulo 49 The monster in the prince


Escrita por: Nat_Rogers

Notas do Autor


Tradução do capítulo: O monstro no príncipe

Capítulo 49 - Capítulo 49 The monster in the prince


Fanfic / Fanfiction I Put a Spell On You - Capítulo 49 The monster in the prince


— Você tem certeza disso?

Abro os olhos parecendo estar "voltando" ao mundo real. Ao mundo das coisas convictas e concretas. Como Steve disse, isso aqui não faz parte das historinhas que eu lia quando era criança. Segundo ele, a realidade apresenta dor, sofrimento e dureza. O "colorido" é só nos contos de Era uma vez... e que terminam com E foram felizes para sempre. E, relutantemente, eu começo a considerar a ideia de ele ter razão.

— Natasha? Tem certeza?

No momento, a única certeza que tenho é de que Steve precisa de ajuda. E eu estou disposta a isso. Ajuda? Chama isso de "ajuda"? Ele vai te bater, menina. Exatamente em que está o ajudando? Pode parecer loucura, Little Red, e eu sei que é, mas também sei que preciso fazer isso.

— Sim. – meu tom está confiante. — Siga em frente.

Ouço seu suspiro carregado de tensão. Steve pega um cinto de couro e o passa por minhas costas antes de descer até as nádegas.
Com força, fecho os olhos e aspiro o ar. Com o uso de minhas trêmulas e suadas mãos, aperto a mesa de madeira brilhante que fica no Quarto da Tortura já me preparando para o que imagino que vai acontecer.
E, quando convenço a mim mesma de que estou pronta, Steve toma uma atitude que me surpreende.

— Não posso.

Chego à convicção de que só consegui ouvir porque estava bem concentrada no momento, pois sua voz saiu em um sussurro sofrido e praticamente inaudível.

— O quê? – ergo o corpo corretamente e me viro com uma expressão incrédula. — Como assim?
— Eu... eu não posso. – sua cabeça balança de modo negativo e ele larga o cinto no chão. — Eu não posso machucar você. Eu não consigo.
— Steve...
— Não dá! – suas mãos agarram meus braços. — Eu quero! Quero conseguir te bater, quero conseguir te punir, mas... mas não sou capaz disso. Eu travo. Não consigo, não consigo...!
— E por quê? – mordo o lábio. — Por que não consegue me punir?
— Eu não sei! Não sei, não sei! – seus gritos me assustam, mas eu logo me recomponho. — Não consigo machucar você! Não consigo marcar a sua pele! Não consigo!
— Steve...
— Vista a camisa. – ele aponta para a peça de roupa que está sobre a cama vermelha.

Sem discutir, faço o que me mandara. Meu peito fica aquecido, mas ao mesmo tempo algo frio e sombrio isola meu interior. É como se eu estivesse espremida no canto de uma parede gelada e de tinta seca. Um chão sujo e álgido me transforma em alguém assustado.
O meu eu, sozinho e trêmulo, abraça a si próprio. Mas não posso permitir que isso se prolongue. Preciso seguir em frente com a minha decisão, aconteça o que acontecer.

— O que houve? Por que parou?
— Nada, tá legal? Não houve nada!
— É claro que houve! Diga.
— Não houve nada!

Steve me senta bruscamente na cama de cor sangue. O atrito da madeira em contato com minha pele é frio e eu me sinto arrepiar da cabeça aos pés. Passo as mãos pelos olhos antes de olhar Steve. Ele bagunça os cabelos com o uso de seus dedos e soca a parede, com força.
Levanto ainda assustada e mexida com tudo que está acontecendo.

— Por que não consegue me punir? – fico tentada em me calar ao ouvir seu suspiro, mas preciso continuar. — Sente algo por mim? – sou direta e ele suspira mais uma vez fortemente. — É isso? É por causa disso que não consegue me machucar?
— Não! – Steve se vira para mim. — É disso que você acha que se trata? Eu não sinto nada por você, Natasha! É apenas desejo. Você é minha submissa!
— Então não há sentimentos aqui além do prazer e da dor. – afirmo com a cabeça e me forço a não chorar. — Certo?
— É. Nada mais.
— E por que não me machuca?
— Natasha...
— Por que não pode me machucar? Por quê? – ao ver que ele se afasta, eu me aproximo e pressiono com força as mãos em seu peito. — Por que não pode me punir?
— Natasha, eu estou tentando me controlar.
— Está tentando se controlar, Capitão Rogers? – provoco. — Pensei que o controle fosse algo que não ficasse de fora de seu alcance. – arqueio uma sobrancelha em sua direção e ele franze o cenho.
— Sei o que está tentando fazer. 
— Sabe?
— Não vai conseguir. Desista, Natasha.
— Não sou como você. – alfineto e ele arregala os olhos em minha direção. — Você quer me punir, mas não consegue. E acabou desistindo. Mas eu não vou desistir. Eu quero meu castigo!
— Natasha...
— O que foi? Não é homem o suficiente para me punir?
— Pare! – ele volta a apertar meus braços e eu me sinto leve e confiante. — Pare! Eu vou acabar me arrependendo! E você também! Principalmente você!
— Não! Não, eu não vou! Não me arrependo de nada! Eu fui uma menina má e não me arrependo disso! E aí? Não vai me punir? Não vai me corrigir?
— Natasha...! Desista! Eu não vou castigar você!

Que inferno! Ele realmente não vai me bater? Fique feliz por isso, menina! Em outros tempos eu até ficaria, Little Red. Mas eu preciso entender. E só entenderei se sentir na pele toda a dor que ele carrega consigo.
Na vida, certos sacrifícios precisam ser feitos. E chegou a minha vez de fazer um pelo homem que amo. O único que amei.

— Por que não? Eu mereço.
— Merece, mas eu não farei isso. Você não vai aguentar.
— E por quê?
— Porque eu vou te machucar. – Steve encara o fundo verde de meus olhos. — E muito.
— E daí? – ergo os ombros. — Não é isso que você quer?
— Natasha...
— Diga, Steve. Diga por que não consegue me castigar.
— Eu não sei. Eu quero, mas...
— Viu só? Você quer. Basta fazer, Steve. Por que não faz?
— Natasha, eu apenas...
— Você quer e não consegue. Por quê? Explique para mim.
— Não tem o que explicar.
— Tem, sim. Diga. Diga o porquê dessa controvérsia.
— Pare... eu não vou falar nada. Não há o que falar. Chega, você está me irritando!
— Isso não me importa! Eu preciso saber.
— Não, você não precisa.
— Preciso, sim! Eu tenho que entender.
— Não, não tem! Você tem que ficar quieta! Calada! Obedeça, Natasha!
— Depois.
— Depois?
— É. Eu faço tudo o que você quiser depois, mas preciso que se abra comigo agora.
— Natasha, pare.
— Eu juro, Steve. Juro que já tentei te entender. E ainda tento. Mas é difícil.
— Natasha...
— Por que castiga mulheres? Por que faz isso?
— Já te disse! Eu castigo todas elas! Todas que foram minhas submissas!
— Todas?
— Sim!
— Mas você não me castigou. – ergo os ombros. — Eu continuo aqui sem suas cintadas e surras de vara. Você só me dá palmadas. Por quê?
— Porque foi isso que aceitou no contrato.
— Esqueça o contrato. São novas regras. As suas regras. – aponto um dedo para ele. — Você decide. Quer me bater com chinelo? Cinto? Varas? Agulhas? Eu tenho que ajoelhar no milho? Ficar presa em uma jaula? Tudo bem, eu faço. Só me mostre.
— Por que quer isso?
— Eu que te pergunto. – sorrio nervosamente. — É você quem gosta dessas coisas, eu só quero saber por quê.
— Natasha...
— Você gosta de castigar, não é?
— Sim.
— E você quer me castigar?
— Sim.
— Muito?
— Muito.
— Quantas já castigou?
— Muitas. Todas que tive.
— Já machucou alguma?
— Sim.
— E muito?
— Muito.
— Quer fazer o mesmo comigo?
— Quero. Mas não consigo.
— Por quê?
— Eu não sei.
— Então você castiga suas submissas. – o medo começa abrir espaço para minha audácia interior. 
— Sim, Natasha.
— E você gosta de fazer isso, não é?
— É.
— Com todas elas?
— Sim!
— Até mesmo comigo?
— Sim! Até mesmo com você!
— Ah, é?
— É!
— Okay.
— Okay?
— É. Você gosta de punir. Certo. Mas, e se eu te dissesse que, quando me castiga, eu tenho a mesma sensação torturante que você tem quando é tocado em suas costas... – roço os dedos pela pele larga dos ombros de Steve tentando descer para suas costas, mas ele me empurra para longe. — ...ainda assim continuaria me castigando?
— Não... – sua expressão emite dor e tensão. — Mas não significaria que eu não precisasse.
— E por quê?
— Porque seria inconsequente para mim! Eu tenho essa necessidade.
— Você tem? – ergo as sobrancelhas.
— Natasha...
— Fale qual é. Há um motivo para tudo isso. – eu o encurralo cada vez mais. — Conte para mim.
— Não!
— E por que não? Por que não pode se abrir comigo? É tão difícil assim?
— Mais do que imagina.
— Não, não é, Steve. É só você querer. Meu Deus! Do que você tem medo? 
— De nada!
— Mentira! Você tem, sim, medo de algo! Só não é maduro o bastante para admitir!
— Já chega!
— Diga!
— Não!
— Não seja covarde! Abra o jogo comigo, Steve! Vamos! Seja homem!
— Cala a boca!
— Então me castigue! Se me castigar, eu paro.
— Feito! – Steve grita. — Quer um castigo? Ótimo! Debruce-se sobre a mesa. Vai!

Com a respiração trêmula, não me preocupo em pensar duas vezes. Viro de costas e fico na posição que ele ordenou. 
Atrás de mim, Steve bufa e rasga minha camisa rosa juntamente de meu short preto. A força de suas mãos machucam minha pele, mas eu me forço a não chorar.

— É bom ter consciência de que foi você quem pediu por isso!

Fecho os olhos sentindo as lágrimas se acumularem na base de meus cílios.

— A cada golpe, você vai falar Perdão, Capitão Rogers!, entendeu?
— Sim, Capitão.
— Ótimo!

Steve suspira e, quando penso que ele vai dar para trás de novo, a primeira cintada queima minha pele.

— AH!

Solto um grito alto e arrebatador que vem do fundo da alma e explode por minha garganta.

— Diga, Natasha. – ordena Steve ao respirar fortemente.
— Perdão, Capitão Rogers. – murmuro com a voz embargada.

Mais uma cintada é desferida em minhas nádegas. A dor estrangula todas as minhas tentativas inúteis de ser forte. A cada golpe, eu grito mais alto e mais forte.

— Perdão, Capitão Rogers!

E assim seguem mais golpes. Não sei quando, mas começo a chorar. A chorar muito. Posso ouvir Steve suspirar fortemente enquanto tenta controlar sua respiração.
Minha pele arde. Queima. Estou fervendo por fora e desmoronando por dentro. Eu pedi por isso. Eu provoquei isso. E não me arrependo. Ele deve me mostrar mais! Sei que deve ter acontecido muito mais em sua vida!
Na última cintada, eu grito com toda a minha força abalada.

— PERDÃO, CAPITÃO ROGERS!

Atrás de mim, Steve suspira novamente e joga o cinto no chão. Suas mãos ainda não me tocam. Eu surtaria caso ele fizesse. A raiva abre comportas para a insensatez em mim. Eu digo sem pensar.

— É o melhor que pode fazer? – provoco sem conseguir parar de chorar. — É tudo o que consegue fazer?

Seus braços me puxam para cima e Steve me vira de frente para ele.

— Natasha, por favor, pare. – ele suplica com ódio em seus olhos.
— Seja homem! – grito e Steve levanta a mão para mim.

Neste momento, eu me assusto e cambaleio para trás com os olhos arregalados. Não sei se seu gesto foi para me agredir, mas isso gelou minha alma a infinitos graus negativos.

— Não! – ele me afasta com um empurrão e eu arranho a pele vermelha e ardida dos quadris contra a mesa. — Não! Eu não vou bater em você!
— Você já bateu! – não me importo em estar nua e machucada em sua frente, pois não me sinto vulnerável. — Não pode bater mais? Não é capaz? É fraco? É covarde?
— Eu.Não.Sou.Covarde! – afirma entredentes. — E é por isso mesmo que não vou bater em você!
— Por quê? Acha que eu não posso me defender? Você tem músculos. Okay. E daí? Eu sei lutar por mim mesma.
— Natasha, não me desafie.
— Ahhhh... está com medo, Capitão Rogers! – forço a saída de um riso debochado. — Medo de uma mulher! 
— Não! Eu não tenho medo de você!

Ele me empurra para trás e eu não recuo. Espero que se aproxime o suficiente até que eu esteja encarando-o de frente.
Por breves segundos, meus olhos se fecham, mas Steve me força a abri-los novamente. Ele encara no fundo de minhas pupilas com ódio.

— Você nunca mais me fará mal!
— E por quê? Você é fraco...
— Não sou! – suas mãos balançam e apertam meus braços com uma força surreal.

Grunho com a dor que me atinge e volto a chorar. Menina, chega. Já deu. Ele está surtando. E você também. O intuito aqui não é esse.
Com a respiração ofegante, Steve me solta e olha para as próprias mãos. Seus olhos estão arregalados. Seu peito sobe e desce rapidamente. O suor escorre por todo o seu rosto.

— Natasha... – ele tenta chegar perto de mim, mas eu recuo e nego com a cabeça.
— Não se aproxime. – cubro meus seios nus com os braços.
— Natasha, por favor...
— Não.

Ergo uma mão em sua direção cobrindo meu tronco com a outra. As lágrimas quentes e molhadas saem de meus olhos em abundância. 

— Fique aí. – aponto em sua direção antes de recuar o braço e tampar melhor meu tronco nu. — Então é isso?
— Isso o quê?
— É isso que quer? Você quer me ver assim? Você quer me ter assim? – franzo o cenho sem conseguir parar de chorar.
— Natasha, desculpe. Eu não queria...
— Sim. Sim, você queria. – dou uma fungada sentindo as lágrimas saírem ainda mais. — Você queria, Steve. Você queria me machucar. Você queria me punir. O tempo todo, você quis isso. Desde que me conheceu.
— Não. Não, não, não. Natasha, eu sinto...
— Fique longe de mim. – eu me afasto assim que percebo seu andar para perto. — Você nunca mais vai colocar suas mãos em mim. – afirmo decidida. — Acabou.
— Não! Não, Natasha. Eu não posso...
— Você é doente. – limpo as lágrimas não querendo me demonstrar fraca em sua frente. — Eu tentei te ajudar. E não se preocupe. Não colocarei isso em minha tese de Psicologia.
— Natasha, eu te pedi para parar. Eu não queria isso. – tento me afastar ainda mais, mas minhas costas batem contra a parede e eu gemo de dor. — Eu não queria machucar você.

Suas mãos seguram o meu rosto, mas eu não consigo enxergar Steve com os mesmos olhos de antes. Ele tinha razão quando me disse isso uma vez. Ele realmente tinha razão! Eu nunca mais o verei como antes.

— Saia de perto de mim. – pronuncio com o olhar confiante. — Não encoste em mim. Nunca mais.
— Natasha, não...
— Preciso ficar sozinha. – tento caminhar para a porta, mas a mão de Steve segura meu pulso.
— Não pode fazer isso comigo.
— Sinto muito que tenhamos chegado a isso. Agora me deixe ir, Steve.
— Não. Natasha, eu...
— Não chegue perto de mim. Não se aproxime.
— Natasha...
— Você é louco! – a dor cede lugar à raiva. — É isso que você é, Rogers: um doente! Só que eu não tenho o remédio para o seu problema! Não tenho e não sou um!

Assim que me encontro na particularidade de meu quarto, eu me jogo na cama e choro feito uma menina sonhadora. Porque é isso que eu sou. Uma tapada que sonha alto demais.
Minha pele arde e meu peito queima. A dor interna parece não ter cura. Parece não ter cicatrização. É recente, eu sei. Mas é como se eu fosse me sentir assim para a vida toda.
Deus! Deus! Eu provoquei isso. Fui eu quem pediu por isso. Eu devia ter ficado quieta, não devia? Se eu tivesse ficado quieta, nós poderíamos estar fazendo outra cena de amor após Steve ter me ouvido tocar em seu piano. Mas não. Eu tinha que abrir a boca e provocá-lo de todas as maneiras que consegui!
Mas, pensando melhor, não foi um erro. Eu tinha que conhecer esse outro lado dele. Eu precisava. Mas, agora, não sei se me sinto saciada por ter conhecido seu Steve interior ou se me sinto ainda mais confusa por ainda não entender o porquê deste Steve existir. Acho que posso considerar de tudo, um pouco.

▪️▪️▪️

Lágrimas quentes e solitárias continuam a escorrer dos olhos, molhando meu rosto e atingindo o tecido macio do travesseiro.
Desde que comecei, não consegui mais parar de chorar. Já tentei, mas é inevitável. Minhas costas, coxas e nádegas já não ardem como antes. Mas a dor interna? É, eu estava certa quando supus que não cicatrizaria.

TOC TOC TOC

Oh, não. Não, não, não, Steve. Vá embora. Vá... ops. Tarde demais, menina. Resista. Seja forte.
A porta se fecha e passos se aproximam de mim. Em seguida, o colchão da cama quica levemente e a mão de Steve pousa em minha cintura coberta pelo roupão.

— Quer que eu passe um pouco de arnica?
— Não. – é tudo o que digo.
— Quer que eu faça alguma coisa?
— Quero ficar sozinha.
— Natasha...
— Não quero discutir, Steve. Por favor.
— Não precisamos discutir. Apenas me deixe cuidar de você.
— Acredito que já tenha feito o bastante. – minha garganta aperta como se um ferro quente e pontudo rasgasse minhas amídalas. — Só que você jamais fará aquilo comigo novamente. – tento continuar firme, mas minha voz falha e mais lágrimas escapam.
— Eu sei. – ele desliza a mão até meu ombro. — Por favor, não sinta ódio de mim.
— Não sinto. – passo as costas da mão pelo nariz. — E eu não poderia, mesmo que você esteja merecendo.
— Não diga isso, Natasha. Por favor.
— Já disse que não dá para eu te odiar, Steve. Mesmo que eu quisesse. Aliás, mesmo que eu queira, não consigo. – respiro fundo. — É impossível.
— Natasha...
— Diferente de você, eu tenho sentimentos além do prazer e do desejo. – ele fica em silêncio e eu aproveito a deixa que me dá. — Eu te amo, Steve.

Nada mais pode ser escutado no quarto. Nem mesmo nossas respirações. Eu me sinto boba por ter confessado meus sentimentos. Eu não deveria ter dito! Mas, agora que o fiz, já é tarde para desfazer.

— Vo-você... o quê?
— Eu te amo. – eu me viro e encontro seus olhos azuis exalando pânico e surpresa. — Eu me apaixonei por você.
— Natasha... não, Natasha, não. Não diga isso. – Steve parece desnorteado. — Você não pode me amar. Você não merece alguém como eu.
— Sinto muito. Eu não sou o que você quer. Eu não sou o que você busca. – abaixo a cabeça quando mais lágrimas escorrem.
— Natasha, você é tudo o que eu quero! – Steve ergue meu rosto. — Tudo o que eu sempre quis. – ele encara o fundo verde, lacrimejado e sofrido de meus olhos. — Você é tudo aquilo que eu sempre busquei, mas que eu nunca percebi que precisava até te conhecer.
— Só que agora é tarde para me dizer isso.
— Como assim?
— Precisamos parar.
— Nat...
— Eu lamento pelo o que aconteceu no quarto. Prometo que sumirei de sua vida, Steve. 
— O quê?
— Eu irei embora. É o melhor para nós dois.
— Eu não quero isso. Não quero isso para mim. Não quero isso para nós.

Meu coração se aperta no peito. Tenho a sensação de minha garganta acabar explodindo a qualquer momento devido ao forte nó que não abandona a região.

— Mas eu quero.
— Como é?
— Você ouviu, Steve. Preciso ir embora. 
— Natasha...
— Eu quero ir embora. – ignoro a forte e profunda dor que me atinge e me forço a ser firme nas palavras. — Não quero mais ser sua submissa.

Seus olhos azuis e sombrios se tornam brilhantes e tristes, adquirindo uma leve coloração vermelha. Meu peito se aperta ao vê-lo desta forma, mas eu estou do mesmo jeito que ele. E foi ele quem provocou isso.
Okay. Está certo que fui eu quem o pressionou para que agisse do jeito que agiu comigo, mas de certa forma acho que sempre soube que este momento chegaria. Só o que eu não sabia é que chegaria numa forma tão fria e cruel. Tão triste e impiedosa. Tão... tão dolorida e marcante.

— Não pode ir embora, Natasha. Não pode ir embora assim.
— Eu posso. – digo com a voz embargada. — E você não virá atrás de mim.
— Não pode me pedir isso.
— Eu não estou pedindo. Estou afirmando.
— Se eu quiser ir atrás de você, eu vou.
— Não ouse. – rebato com um olhar furioso. Sei que disse que não consigo sentir ódio por ele, e é verdade, mas não pode se atrever a se aproximar de mim depois do que fez. — Não ouse me procurar. Não ouse me tocar. Nunca mais.
— Natasha...
— Eu não te odeio, Steve. – a sinceridade domina minha fala. — E eu te peço que faça com que continue assim. Eu te imploro para que não transforme o amor que sinto por você em ódio e rancor.
— Acho que seria mais fácil. Você me odiando, não sofreria tanto.
— Eu vou seguir com a minha vida e vou te esquecer. Só não quero que isso aconteça dentro de um sentimento ruim. De um sentimento rancoroso.
— Natasha, eu...
— Eu estou cansada. Por favor, saia.

Suspirando, Steve se levanta da cama. A expressão em seu rosto grita para que eu o chame para beijos e abraços, mas eu não sinto mais vontade.
Com uma última e triste olhada, sua mão trêmula se dirige para a maçaneta. Steve desaparece do quarto fazendo com que eu me afunde novamente no travesseiro e chore como uma criança perdida e solitária. Acabou.


Notas Finais


Antes que eu receba alvejada de críticas e xingamentos pelo o que eu escrevi sobre Steve bater na Nat, bem, vocês sabiam o tempo todo que a fic era baseada em 50 tons. E vocês sabem MUITO BEM o final de 50 tons. Não me arrependo do que escrevi, não vou mudar nem vou me desculpar e tentar explicar. Sorry, galera, mas é isso.

A frase que a Nat fala pro Steve sobre ele ser doente e ela não ser o remédio pra ele veio inspirada do livro "After", de Anna Todd. Não me lembro ao certo se é do terceiro ou do quarto livro, mas a personagem Theresa Young (Tessa), num momento de discussão, diz ao personagem Hardin Scott "Você é doente, Hardin, e eu não tenho a cura para o seu problema". Essa é uma das frases dela que eu mais amo e admiro, pois ali tem todo um significado da história em si e da mensagem que Anna passa no enredo da saga.


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