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História I Remember - Lembranças


Escrita por: JackieOFrost

Capítulo 10 - Lembranças


Deixava os olhos se fecharem, a respiração se tornava curta e tudo o que restava era aquele pequeno momento, entre os braços de um daiyoukai poderoso. A impressão que ficava em seu coração, era que não haveria repetição, que seria apenas um momento único entre os dois. Obviamente que haveria uma ligação muito forte entre os dois. Desde pequena, sempre fora muito grata e carinhosa com seu Lorde. E ele, por sua vez, sempre fora protetor e zelava muito bem por sua saúde.  Não poderia negar, nem se quisesse, que aquele abraço nada mais era do que ele se mostrando preocupado, com suposto medo de perder a criança que cuidará.

Ele, por fim, a soltava e deixava de a olhar no rosto, olhando ao redor em um modo de disfarçar, como se não houvesse tido nada.

— Estou bem. 

Ele não precisaria lhe perguntar o motivo e nem nada, ele simplesmente saberia o motivo de ter dito aquilo. Estava bem. Ele não precisaria se preocupar com sua saúde, não precisaria pensar que iria deixá-lo, isso jamais aconteceria.

— Lorde, vamos entrar?

Se sentia no dever de o convidar a entrar, embora tudo aquilo fosse ele. Se sentiria mal se o deixasse para trás, ignorando o momento passado. E também acharia que seria muito grosseira ao simplesmente lhe dizer que estava bem e depois virar as costas. Era mulher o suficiente para o convidar a entrar... Mas entrar no quê? No coração de uma humana?

Olhava de volta para ele, dando seu melhor sorriso e esticando sua mão para ele, que apenas a olhava, sem saber o certo o que deveria fazer. E sem pensar em suas atitudes, pegava a mão dele e o puxava para dentro. Se ele quisesse, poderia ter estacado no caminho e nem nada o moveria dali, mas ele apenas a seguiu.

Sentia o olhar a lhe furar a nuca, mas a unica coisa que conseguia pensar era em como o olharia, sem deixar que seu rosto se tingisse de um vermelho totalmente forte.

Ouvia a voz de Jaken e soltava a mão de ser Lorde, não querendo que o pequeno youkai entendesse coisas erradas, por isso saía correndo a frente e acabava por tropeçar no pequeno youkai verde. O pequeno, por sua vez, amaldiçoava Rin e resmungava para si mesmo, se limpando e começava a fazer novamente seu rumo. Sesshoumaru olhava abismado para Rin, sem saber ao certo o que havia acontecido com a pequena cria humana. Por um momento, era uma mulher e não uma criança humana. Ela era seduzente e totalmente forte, sabendo de todo seu charme, em outro momento fugia dos olhos de Jaken, pisoteando-o sem querer e fugindo mais rápido do que qualquer um. Jaken só teve tempo de lhe xingar rapidamente, pois não poderia fazer mais nada.

~~

Não importa onde tentasse se focar. Costura parecia não ter dado certo e agora a leitura, muito menos. Sua mente sempre acabava vagamento para entre os braços do seu Lorde. E, sem pensar direito, não conseguia nem mesmo encará-lo sem se sentir totalmente constrangida.

 Ora Rin! Você é uma mulher adulta... Não é mais aquela adolescente, que quando se sentia envergonhada, fugia! Você exorcizou youkais e alguns até matou na lamina de sua espada! Como ousava em fugir de um daiyoukai que nunca lhe faria algum mal?

Mas havia jantado em seu quarto. Nada adiantaria sair agora, naquela hora. Não o encontraria nem se fosse sair gritando por cada canto... Ou talvez sim?

Um pequeno sorriso logo se tornava um imenso sorriso, indo de orelha a orelha e iluminando o rosto jovial.

Pé ante de pé, saia de cima da imensa cama de cetim e ia até a porta, espionando para o corredor e estranhando ter tantas poucas velas acessas. A cada duas velas apagadas, acendia-se apenas uma. O corredor tinha um ar sombrio e até o mesmo ar era gélido, não era o quente e confortável local, com diversas pinturas sobre suas paredes. As pinturas de inu daiyoukais poderosos pareciam querer lhe devorar a alma. Engolindo em seco, fechava a porta de seu quarto e olhava ao redor, vendo a porta vermelha do quarto de Sesshoumaru. Nunca havia se aproximado da porta, no final do corredor. Também nunca o vira entrar em seu próprio aposento. 

Uma vez Jaken lhe dissera que os aposentos de Sesshoumaru seria como ele, frio e escuro. Mas não achava que fosse ser assim, por sua personalidade muito forte, diria que seria vermelho.
Novamente, pé ante pé, atravessava o corredor em uma velocidade dos youkais mais lentos. Caminhar em silêncio sempre fora um dos grandes problemas que enfrentou, mas pensou que depois de grande não passaria por isso. Que estranho, parecia que tinha sido pior... Finalmente havia chegado a porta, o coração parecia lhe trancar a garganta e seu nariz parecia fazer um som tão alto ao respirar.

Como um daiyoukai, ele a escutaria, certo?

Trancava a respiração, tocava na maçaneta tão leve quanto poderia, a girando sobre o próprio corpo para abafar o som, a porta se abria sem fazer nenhum som. Respirando fundo, lentamente enfiava a cabeça por uma pequena fresta e olhava dentro. Não conseguia ver quase nada, então apertava os olhos e notava uma claridade sendo abafada por cortinas brancas, porém pareciam bastante grossas. Pela sombra que passava, parecia não haver ninguém no local, então sem medo algum, deixava que eu corpo passasse por toda a porta e daquele modo, seus olhos se acostumavam com a escuridão e assim conseguia definir uma cômoda de carvalho, um baú do mesmo estilo e um pequeno armário, mas grande o bastante para guardar roupas. Sentia vontade de caminhar pelo quarto e olhar pela janela, ver exatamente o que ele via ao olhar pela janela, mas não se atreveria.

— Rin.

Seu coração havia falhado algumas batidas.

Seu corpo havia deixado de bombear o sangue.

Mal o havia visto, na verdade, nem o havia visto! Mas logo ele estava ali, em sua frente... Os olhos de âmbar a lhe fitar o rosto e sua expressão não escondia a curiosidade. Começava a morder os lábios, querendo fugir daquele olhar curioso. Querendo se manter longe... Mas não conseguia se mover.

— Rin, o que esta fazendo? - A voz do daiyoukai era baixa, suave e parecia que havia algo mais.

Sentia que algo havia mudado totalmente o clima. Parecia que o mundo estava querendo, forçando e insistindo em os juntar, em deixar que a natureza fizesse sua parte. Fechava os olhos e deixava sentir o clima, deixava que seu corpo relaxasse para então voltar a olhá-lo, sentia que não estava mais com vergonha, que não queria fugir. Queria ficar, queria vê-lo, queria tocar-lhe o rosto como fazia antigamente. Pelos Deuses, como sentirá saudades de o olhar do mesmo modo que o olhava desde quando era pequena.

— Posso passar a noite aqui?

Ele a olhava, a sobrancelha se erguendo tão lentamente.

Desde que houvera saído do vilarejo do Inuyasha, nunca ficava muito tempo com o Lorde e, parte de si sentia-se "suja" ou "impura" para ele. E parte de si lutava, mas lutava tanto para entender.

— Estou com medo de ficar sozinha.

Embora tivesse tido sem pensar, sentia que no fundo estava com medo de ficar sozinha... Mas não agora.

O daiyoukai parecia ter relaxado, o corpo voltava a sua posição original e ele fazia aquela expressão de queria lhe dizer que não poderia, mas não sabia como.

— Posso trazer meus cobertores e arranjar um lugar no chão... - Começava a falar, a língua se enrolando nas palavras.

— Este Lorde jamais dormiria na cama, enquanto Rin dormisse no chão.

Deixava que seus lábios se curvassem em um pequeno sorriso, o mais sincero que já havia dado em toda a sua pequena vida.

— O que estava fazendo, meu Lorde? - Sem deixar de ser curiosa, olhava para onde havia luz e nada via, apenas uma grossa cortina branca.

O daiyoukai, por sua vez, apenas começava a caminhar até a cortina, a erguendo e mostrando uma cama belamente esculpida por carvalho, com o simbolo dos inu daiyoukais em cada ponta. A concha era de um branco com detalhes em vermelho, lembrando muito a vestimenta que ele mesmo usava. Lentamente, passo sobre passo, deixava que seu corpo a levasse até onde ele ergueu, enfiando-se entre a brecha e adentrando o local protegido, sentava-se sobre a cama e movia-se para o lado, dando espaço para ele. Lembranças de sua infância lhe corriam pela mente, tão frescas, como se tivesse se passado apena um dia. As pequenas lembranças lhe aqueciam o coração, pois demonstrava todo o cuidado que um daiyoukai havia tido com ela.

No segundo que escorava a cabeça sobre o suave travesseiro, seus olhos iam se fechando levemente e logo caía para o abismo do sono. As lembranças de quando corria atrás de qualquer coisa ou quando era a hora de dormi e aninhava seu pequeno corpo no do daiyoukai, se tornava os sonhos mais belos.


Notas Finais


Se houver algum erro, por favor me avise.
Mereço comentários?
Até breve.
Ciao, ciao.


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