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História I still love you - Isso é verdade?


Escrita por: calzonatr_

Capítulo 133 - Isso é verdade?


Fanfic / Fanfiction I still love you - Isso é verdade?

Arizona Robbins

 

 

 

O almoço na casa de Lexie e Mark fora maravilhoso. Vocês conseguem imaginar Mark, o avô mais babão de todo os tempos, querendo a atenção do neto todo para si? Matthew era um príncipe, lindo e sapeca como qualquer criança. Era bom estar em família com todo mundo falando ao mesmo tempo, gritaria e risadas de crianças e latido de cachorro. Isso a faz lembrar que em duas semanas seus pais e os pais de Callie chegariam para a formatura de Sofia.

 

Sua filha tinha crescido, não era mais aquela menina inocente que perguntava sobre tudo na infância, não era mais a adolescente sonhadora que via filmes românticos com ela e chorava. Sofia era uma jovem mulher linda, decidida e doida para ter suas asas soltas e voar, voar para Washington. Já estava tudo acertado, a faculdade ficava a poucos minutos da casa de seus pais, já tinham resolvido praticamente toda a burocracia na faculdade e algumas roupas e objetos pessoais já se encontravam em sua nova casa. Por um lado, ela e Callie ficavam mais tranquilas, Sofia não estaria de fato vivendo sozinha em outra cidade a quilômetros de distância de Seattle, mas o coração sempre apertava quando caía a ficha que ela estaria saindo de casa para a realização de um sonho. Isso a deixava feliz, ver Sofia sorrindo e alegre aquecia o seu coração.

 

 

— Hey, o que está fazendo aqui sozinha? Está chateada por que não deixamos você sair? --- a porta do quarto que Sofia tinha na casa do pai estava aberta, ela não hesitou em entrar encontrando a filha sentada na cama com as costas apoiadas na cabeceira.

Eu teria um dia divertido... --- a respondeu à medida que ela se sentava na beira da cama de Sofia.

Poderia estar tendo se quisesse, mas prefere ficar aqui em cima sozinha. --- repreendeu, repousando uma das mãos na perna da filha.

— Ah, mãe! --- resmungou, enquanto digitava alguma coisa em seu celular.

Vamos descer, amanhã sua irmã vai embora e você nem aproveitou a companhia dela direito. --- pediu, ganhando a atenção da filha que tirou os olhos do celular em suas mãos e a encarou com os olhos castanhos, como os de Callie. — Tem sorvete e sua mãe e Lexie fizeram um monte de sobremesa gostosa.

— Não posso falar nada que minha mãe fica estressada. Ela anda tão fora de si com essa bipolaridade toda. Eu juro que se vocês tivessem a capacidade de fazer bebês juntas, eu apostaria que ela está grávida. --- Arizona não conteve a risada, tomara que a filha estivesse certa. Porém ela mal sabia que realmente sua mãe poderia estar grávida. Nas últimas semanas sua mulher andava muito bipolar.

— Vai ver está! --- ergueu os ombros, comprimindo os lábios. — Ficarei famosa, sairei como matéria em todo mundo: Dra. Arizona Robbins, a mulher que conseguiu por um milagre engravidar sua esposa, a cirurgiã Callie Torres. --- levantou as mãos, em um gesto como se estivesse vendo a notícia em um grande telão.

— Medo! --- sorriu com a brincadeira de Arizona. — Huum, mãe? A senhora pode me liberar amanhã na hora do almoço? Eu juro que não chegarei tarde em casa. --- juntou as mãos, em um gesto de súplica.

— Não sei.... --- cerrou os olhos para Sofia, mas lembrou do que Callie falou pela manhã na cozinha a respeito delas tirarem um tempo só para elas, nem que seja por algumas horinhas. — Só se você ficar em casa em um sábado a noite tomando conta das suas irmãs para que eu e sua mãe saíssemos para jantar. --- jogou.

Huuum... a senhora pega muito pesado nessas negociações. Um sábado à noite em casa? --- Sofia pareceu pensar e ela torcia interiormente para que ela aceitasse. Callie andava a ansiedade em pessoa, queria sair e fazê-la relaxar um pouco.

— É pegar ou largar! --- levantou da cama esperando pela resposta que queria ouvir da boca de Sofia.

— Tudo bem, eu fico com as pestinhas enquanto a senhora e minha mãe saem para se divertir. --- comemorou fazendo uma dancinha estranha e beijou a bochecha da filha que já se levantava para descer e comer as sobremesas feitas por Lexie e Callie.

 

 

O restaurante escolhido por Arizona era bastante aconchegante, naquela noite o seu intuito era fazer Callie relaxar e se distrair. Logo o garçom chega com as entradas.  Ele explica o que teriam no jantar começando pelas entradas; Vol-au-vent de cogumelos com requeijão e bacon, e explica o significado da palavra Vol-au-vent que é voo ao vento. Também contou que esse prato é uma iguaria de origem francesa, feita com massa folheada em formato de caixinhas, depois de assadas no forno são recheadas com misturas cremosas. E a cara dele parece deliciosa. O prato principal será Penne com camarões e tomate seco ao pesto de majericão que só em ouvir já lhe deu fome, ela ama massa, assim como Callie! A sobremesa é uma das suas preferidas, Tiramisu ao vinho do porto. As duas conversaram muito durante todo o jantar, falaram sobre a vida pessoal, profissional e sobre suas filhas.

 

 

— O que foi? --- Arizona perguntou quando de repente Callie parou de falar e começou a rir, a deixando curiosa.

Nada amor, é que a gente está aqui e eu não paro de falar na mudança da Sofia. --- murmura dando mais uma garfada na massa. — Nossa! Isso aqui está uma delícia! --- gemeu em satisfação.

— Verdade, está mesmo. --- diz e pega a mão da latina, levanta um pouco da cadeira e beija seus lábios. — Não fique incômoda, é uma nova fase e tudo novo para todos nós.

— Acho que nunca vou conseguir me acostumar com isso. Não a tê-la em casa contando como foi seu dia ou reclamando da escola, ou de você fazendo-a arrumar o quarto no sábado de manhã. --- fala mexendo os ombros, desdenhando.

— Após a faculdade é um pulo para o casamento. --- a morena arregala os olhos e faz uma cara no mínimo de terror. Talvez ela tivesse isso longe demais na brincadeira, mas era satisfatório ver a cara de terror tanto de Callie quanto a de Mark quando o assunto era Sofia se relacionar com alguém agora que estava indo para longe.

Por um acaso você está me escondendo algo? --- a latina questiona e ela não consegue segurar a gargalhada.

Calliope, você sempre cai nas minhas brincadeiras. --- solta uma piscadinha e um sorriso no canto da boca. — É por isso que eu te amo. --- a mulher larga o garfo e a faca e toma um pouco de seu suco natural, como se estivesse aliviada por ser só uma brincadeira. Depois lhe mostra a língua e ela afunda o rosto nas mãos sorrindo. Estava conseguindo o que queria, Calliope estava mais relaxada.

 

 

Se passava um pouco mais da meia noite quando as duas adentraram o quarto sorrindo e foram direto para o banheiro onde Callie se afastou voltando para o quarto e trancou a porta. Ela aproveitou esses segundos para encher a banheira e começar a despir-se. Callie, gentilmente se livrou de cada peça e ela precisou maltratar seu lábio inferior com os dentes, mordendo-os firmemente sentindo as consequências daquela visão por todo seu corpo. Certamente com a pele mais quente do que antes, com o coração mais acelerado e com vontade de tê-la mais insuportável possível, aproximou-se da banheira e assim que Callie se acomodou dentro dela, insinuando com um olhar sedutor que ela deveria fazer o mesmo imediatamente. Então, ela retirou o pé do chão ao erguer a perna direita, sentindo a água quente abranger cada partícula de sua pele até que pudesse se aconchegar por completo ao outro lado da banheira. Uma sensação confortante proporcionada graças a água quente e relaxante em total contato com seu corpo emergido, massageando-o e o levando embora o cansaço resultante de um dia agitado como aquele sábado.

 

Arizona escolheu manter certa distância entre elas apenas para poder prova-la com o olhar. Mas logo estava deslizando seu corpo pela curta distância que as separava, sentindo a água envolver seus movimentos e facilitar o encaixe de seus corpos molhados, escorregadios devido aos sais de banho. Arizona apoiou suas duas mãos sobre as bordas e colocou-se sobre o colo de Callie, sentindo as mãos latinas emergidas agarrarem sua cintura, puxando-a com paixão para si. A loira depositou uma de suas mãos sobre a nuca da esposa e a outra firmou em um de seus ombros, apenas roçando seus lábios e sentindo o desejo palpitar emanando de um corpo para outro. Corpos que já se tocavam e se apreciavam intimamente. As mãos latinas largaram sua cintura e pôde senti-las se firmarem sobre suas coxas, afundando as pontas dos dedos sobre a pele e separando suas pernas ainda mais, fazendo com que os sexos se encontrassem em um contato, porém poderoso.

 

A loira fechou os olhos com força, rebolando seus quadris mais acentuadamente para fazer a latina sentir a deliciosa fricção, enlaçando seus ombros e se esforçando ao máximo para remover qualquer resquício de distância entre elas, levando seus quadris para lá e para cá com sutileza a fim de incitá-la ainda mais devido a proximidade de suas regiões íntimas. Seus olhos se encontraram em um contato profundo capaz de atingir suas almas, então juntou suas testas e depois as pontas de seus narizes, delineando seu lábio superior com a ponta da língua quente, tendo a boca tomada pela de Callie imediatamente, sem tempo para que pudesse se preparar ou estocar ar em seus pulmões.

 

Deliciou-se com o gosto da latina enquanto a mulher explorava cada canto do interior de sua boca sem o mínimo pudor, totalmente livre de qualquer restrição. Separaram-se brevemente e Callie se aproveitou do momento para tocar seus seios, cobrindo-os com as palmas da mão úmida, deliciando-se ao mordiscar um dos mamilos enrijecidos e então chupá-los com gosto.  Contribuindo para que ela depositasse mais empenho aos movimentos do corpo contra o de Callie, sentindo a mulher gemer a cada movimento.

 

Callie parecia não satisfeita e iniciou uma massagem distribuída pelos dois volumes sob suas mãos firmes, fazendo com que ela ficasse desnorteada o bastante para derrubar alguns sais e sabonetes líquidos, rindo sem parar quando ouviu o barulho contra o chão. Callie não teve saída senão em lhe acompanhar naquela gargalhada, mas sem deixar de estimulá-la um minuto sequer, gesto que a forçou a voltar logo a posição anterior antes que seu estado tornasse crítico. Arizona escondeu o rosto na curva do pescoço de Callie, sentindo os risos cessarem aos poucos enquanto o cheiro delicioso da latina a incitava distribuir beijos e mordidinhas pela região, recebendo mais estímulos na região de seus seios como resposta aos seus agrados por sua pele quente. Era incrível o encaixe proporcionado entre os seios e suas mãos, eles pareciam ter sido moldados exclusivamente para que Callie pudesse senti-los o quanto quisesse, perfeitamente.

 

A fixação de Callie por aquela área de seu corpo era irrefutável, estimulante. Seu sangue corria com mais vivacidade a cada novo toque, correntes elétricas abrangiam pontos certeiros de seu interior enquanto seus olhos confidenciavam as vontades mais libidinosas de sua mente. Voltaram a unir os lábios com veemência, Arizona mordeu o macio lábio inferior latino soltando-o e passando a língua sensualmente pelo seu superior, iniciando uma sequência de selinhos duradouros enquanto desfrutava do que já começava a acontecer debaixo d’água. Após sorrir durante o ato, Callie separou seus lábios e uma das mãos que não estava escondida abaixo d’água foi para seus cabelos deslizando os dedos por toda extensão do comprimento, enlaçando-os em uma das mãos e por fim puxando-os com força controlada, guiando sua cabeça levemente para trás e dominando a região de seu pescoço em beijos que logo se transformaram em mordidas arrepiantes e chupões desconcertantes.

 

Determinada a se vingar, afundou a mão e guiou-a até a intimidade da mulher, tocando-a antes de realizar qualquer movimento, masturbando-a agilmente e sentindo um calor arrebatador percorrer todo seu corpo quando Callie preencheu dois dígitos dentro dela. Os lábios latinos se entreabriram e a voz rouca preferiu seu nome de forma deleitosa, seus olhos se fecharam com força ao apreciar o generoso agrado e se abriram logo após, conectados aos seus em um contato provocante. Então Arizona soube o que mais lhe agradaria no momento e não hesitou antes de começar. A noite seria longa.

 

Não demorou para que uma significativa quantidade de água que embalava seus movimentos frenéticos e delirantes começasse a atingir o chão, molhando grande parte de sua extensão devido a agitação dentro da banheira. Era incrível o modo que sempre conseguiam transformar o frio no mais cálido verão. Trocaram um olhar de intensidade exorbitante quando o auge de prazer mútuo envolveu seus corpos unidos na forma mais íntima. Ensandecidas, sim, mas muito longe de estarem totalmente saciadas uma da outra. E o sexo aquático não estava em suas listas de favoritos, definitivamente, não. Mas uma banheira cheia de espuma, amor, paixão, desejo, carinho, cumplicidade e amizade entrelaçados feito uma só era realmente a combinação perfeita.

 

 

 

Callie Torres

 

 

— ‘’Acoida, mama!’’ --- despertou ao sentir o toque delicado de uma pequena mãozinha sobre uma das maçãs de seu rosto. Um carinho singelo, mas sincero fora preenchido pela região fazendo-a sorrir lisonjeada antes mesmo que pudesse pensar em obter coragem o suficiente para forçar suas retinas de encontro ao quarto iluminado pela manhã de sol ao mesmo tempo gélida de Seattle.

 

A latina ainda sonolenta e se manteve fingindo continuar envolvida em seu sono, só para descobrir qual seria a atitude seguinte de sua pequena princesa. Se perguntou se Arizona estaria ao seu lado e Laura também já que reconhecia a voz de Alice. Bom, Alice não conseguiria subir aquela ostentosa e enorme cama sozinha, precisaria do auxílio de alguém e algo lhe dizia que Sofia ainda não havia acordado.

 

— ‘’Abi os olhinhos, mama piguiçosa, quelo falar bom dia!’’ --- Oh, Laura também estava ali. Seria impossível e totalmente ao seu coração de mãe coruja ater-se a continuar inerte e de olhos fechados. Não resistiu ao ouvir as vozinhas tão doces pedir para que ela acordasse com tanto empenho.

 

Callie abriu os olhos de imediato, surpreendendo os dois pequenos seres sentadas ao lado de seu corpo que sorriram sinceras e repletas de alegria, que moldavam seus pequenos lábios rosados. As trouxe para mais perto arrastando risadas altas enquanto enchia os rostinhos delicados com beijos amorosos, causando-lhes cócegas não intencionais.

 

— ‘’Bom dia!’’  --- Laura cantarolou alegremente, retribuindo aos carinhos que recebera com dois beijinhos em seu rosto e a irmã fez a mesma coisa, só que beijando a ponta de seu nariz.

Bom dia, pequenas saltitantes! --- sorriu bobamente, admirada com a disposição de suas filhas. — Dormiram bem com a Sofia ontem? --- as duas assentiram com vitalidade, sem sinal nenhum de cansaço.

 

Alice sempre fora uma das primeiras a despertar durante a manhã em sua família, por mais que eventualmente acabasse cedendo ao sono depois, tirando uma soneca no período da tarde. Laura demorava mais um pouco e não era tão tagarela durante a manhã, mas naquele domingo parecia ter sido infectada pelo vírus Alice de ser e deixou-se ser levada pela irmã. As duas eram inteligentes, dispostas e curiosas, e eram bons adjetivos para definir parte das personalidades das suas filhas. Quando suas torres de blocos despencavam, elas iniciavam a construção novamente, com uma calma digna de cientistas. Observavam as coisas do cotidiano irrelevantes para qualquer adulto, como a chuva e outros acontecimentos simples como fluxo de água saindo da torneira da banheira. Elas adoravam um de seus vestidinhos que se assemelhavam a um collant com tutu de bailarina. Torcia para que pedissem para praticar dança também, como Sofia. Aliás, elas adoravam dançar todo tipo de música que ouviam em casa e até mesmo os clássicos do Rock e jazz que ela e Arizona se agradavam. Laura se arriscava até cantar algumas músicas também. Alice e Laura adoravam fazer pequenos shows para a família, seja com guitarras de brinquedo e microfones, um pouco desengonçadas as vezes, porém adoráveis junto aos passinhos de dança.

 

Alice se aconchegou em seu colo, deitando-se para que pudesse ficar bem pertinho dela, enfiando as perninhas por baixo dos edredons quentes e confortáveis. Callie acariciou seu rosto de boneca, notando que havia um coelhinho lilás de pelúcia consigo. Era seu favorito, suas mãos não o soltavam por nada. Callie fitava com dedicação os traços belos de seu rosto e lá estava sua outra miniatura se aninhando também nela, empurrando a irmã que resmungou, mas ela tratou de achar espaço para as duas que vestiam adoráveis pijamas e piscavam os olhinhos com delicadeza, ressaltando as frágeis e pequenininhas cortinas de cílios que adornavam seus olhinhos azuis de um brilho impressionante. A latina beijou a ponta gélida do nariz de Laura, arrumando alguns fios desnorteados de seu cabelinho loiro. Eles já atingiam um cumprimento que possibilitava fazer as singelas tranças que as duas amavam.

 

‘’Bunito!’’ --- Alice referiu-se ao seu cabelo. A bebê disse enquanto enrolava algumas pontas do mesmo com seus dedos gordinhos. Alice amava cabelos longos e ficava doida principalmente com os fios longos da irmã mais velha.

E se a mamãe disser que seu cabelo também vai ficar ser bonito? --- a filha arregalou os olhos quando a ouviu, demonstrando estar encantada com a notícia recebida. E provavelmente seria verdade, só que loiras. Fios fininhos e brilhantes que enrolavam as vezes sutilmente nas pontas.

 

Sentindo Laura se enroscar mais em seu corpo, de uma maneira possessa e ciumenta, pegou-se distraída admirando. Mantinha-se quieta com sua chupeta na boca. A latina correu o olhar pelo quarto habitado apenas por elas três, apreciando a sensação que mesclava entre nuances de nostalgia e de uma expectativa forte ao mesmo tempo. Melhor do que tê-las tão pequenininhas em seus braços, sem dúvidas era poder assisti-las descobrirem o mundo com seus olhinhos e mãozinhas curiosas, conquistando seus espaços aos poucos, porém com imensas vitórias a cada novo pequeno passo dado.

 

Ela não sabia dizer por exemplo a quem Sofia era mais apegada, provavelmente ela sabia alternar bem seu carinho. Porém Laura era totalmente agarrada a ela enquanto Alice era totalmente agarrada a Arizona. Talvez pudesse ser a diferença de personalidade, mas as duas sempre exigiam com um olhar irresistivelmente dengoso que as paparicassem um pouco.

 

Callie ergueu minimamente seu tronco sem desfazer a calmaria das suas filhas, procurando por algum vestígio da presença de Arizona no banheiro ou no closet, porém nada.

 

— Cadê a mamãe, Laura? --- perguntou a confusa bebê que se ergueu minimamente e seguiu seu olhar, depois expôs seus sentimentos em formação em um sorriso divertido, talvez sapeca também.

‘’É supesa, mama!’’ --- ela juntou as duas palminhas de suas mãos, deixando a latina curiosa.

— O que vocês estão aprontando, hein? --- olhou para as duas, investigando e fazendo cócegas pelas barrigas de suas filhas que apertaram os olhinhos e começaram a rir com gosto deixando suas chupetas saírem da boca. Negando com a cabeça em gesto de que não diriam nada.

 

No final das contas, acabou por não ser necessário que ela revelasse onde Arizona estava já que a porta do quarto se abriu no exato instante revelando sua esposa vestida de forma casual. Arizona ficou em silêncio por um tempo, apenas observando elas três na cama. Laura chocou a palma da sua mão contra a parte livre do colchão, sugerindo que a mãe se juntasse a elas.

 

— O que fazer quando sua mulher adormece linda e amanhece mais linda ainda? --- ela sabia que Arizona estava fazendo de tudo para deixa-la melhor e distraída, já que no dia seguinte ela faria o exame para saber se estava ou não grávida.

 

Arizona se aproximou depositando um beijo solitário e cálido em seu pescoço. Callie tocou-lhe os ombros, tentando se desfazer da sonolência enquanto desejavam bom dia uma para a outra daquela forma tão delas. Alice sorriu quando assistiu as mães se beijando, levando a mãozinha até a boca e Laura bateu palminhas de uma forma alegre.

 

Sabem por que eu beijei a mamãe? --- Arizona voltou sua atenção para as filhas, vendo-as olharem com curiosidade. — Porque eu amo muito ela, muito mesmo. Porque ela é a mulher mais incrível e linda do mundo. --- explicou amorosa as duas pequenas que pareciam compreender cada palavra, visto a forma radiante e repleta de delicadeza com que sorriam.

 

Laura se pôs de pé e Arizona segurou suas mãozinhas até que a filha chegasse até a ela. Ficando próxima a mãe, Laura beijou a ponta do nariz da loira quando a mesma se curvou para cheirar a bebê, gesto que faziam sempre uma com a outra. Depois Laura passou a tentar escalar o colo de Arizona, ação que sempre as divertiam e fazia a loira segurar as perninhas da filha, puxando-as e depositando leves carícias nas solas dos pezinhos gordinhos, conquistando aquela risada tão agradável de se ouvir.

 

A pequena preciosidade passou a brincar com os cabelos da mãe e ria com gosto da cena de Arizona fazendo caretas apenas para estimulá-la a continuar bagunçando seu cabelo.  A mulher abria um imenso sorriso emocionado e mal conseguia segurar o riso toda vez que notava ser a responsável pela felicidade tão simples e ainda assim tão importante da filha.

 

Você gosta do cabelo da mamãe, Laura? --- perguntou com interesse, espreguiçando-se.

— ‘’Goto!’’ --- ela respondeu de imediato.

— Sabia que eu também? --- sorriu animada olhando para as duas em pé. — Sua mãe é a mulher mais linda do mundo e vocês vão ficar iguaizinhas a ela. Não concorda? --- olhou para a esposa ao mencionar o fato, vendo-a devolver o olhar de forma sedutora.

 — ‘’Mommy linda!’’ --- Laura voltou a tocar o rosto da mãe, que se aproveitou para dar um leve beijo em sua mãozinha.

— Você é linda, meu amor. --- Arizona fingiu uma expressão de dor quando alguns de seus fios de cabelo foram puxados pela mãozinha da bebê. — Agora vai puxar o cabelo da mamãe, princesa? --- Laura negou com a cabeça ao ouvir o que a mãe disse.

— ‘’Pincesa, não! Não molo num castelo.’’ --- disse emburrada, com imensa seriedade na voz e cruzando os bracinhos pequenos. Depois comprimiu os lábios em um bico e olhou para ela como se pedisse ajuda. Imitando seu bico, Callie ficou sentada sobre a cama com Alice no meio de suas pernas e encenou um olhar ameaçador a Arizona, chamando Laura para acolhê-la em seus braços.

 — Ah, não? Tudo bem... de desculpe, não foi minha intenção ferir seus sentimentos. --- Callie gargalhou em sequência da forma teatral que Arizona tentou se desculpar, adicionando sofrimento na voz. — Estou perdoada? --- a mulher pediu esperançosa, aproximando-se delas e passando a fazer cócegas na barriga da filha. Alice que não gostou de ser incomodada se afastou para se escorar na cabeceira da cama. Ainda estava sonolenta e seu ursinho parecia ser a única pessoa ali presente.

— ‘’Sim!’’ --- Laura exclamou determinada, tentando conter seus risos.

Então, cadê o meu beijo? --- aproximando-se da mãe, a bebê deu um beijo na bochecha de Arizona. — Muito obrigada, agora vamos descer para tomar café da manhã ao ar livre.

— O que você está aprontando? --- pediu, analisando o olhar e gestos da loira.

— O dia está lindo lá fora, já passei no quarto de Sofia para acordá-la. Então, levantando acampamento todo mundo! --- Laura se colocou de pé e ensaiou alguns pulinhos na cama, Alice engatinhou até a mãe pedindo coloco o qual não foi negado.

 

 

Callie passou no banheiro para fazer sua higiene antes de descer para o maravilhoso café da manhã preparado por sua esposa. Ao chegarem na área externa nos fundos da casa, sua atenção voltou-se para o belíssimo trabalho de Arizona. O colorido de diversas frutas cortadas em pedaços e organizadas sobre a bandeja capturou sua atenção de primeira, depois seus olhos se passaram pelo restante dos alimentos. Arizona havia preparado ovos mexidos e torradas integrais com creme cheese e peito de peru. Havia duas cortadas em rodelinhas que serviu uma para Laura e outra para Alice.

 

Logo, uma Sofia com a cara amassada de sono e pés descalços apareceu, dando-lhe um abraço de bom dia. Alice e Laura conversavam entre si, algo que apenas elas entendiam fazendo Alice gargalhar. As dobrinhas de seus bracinhos e perninhas desapareciam aos poucos, mas suas bochechas continuavam fofinhas e perfeitas para receberem beijos. Já demonstrando saber se comportar feito uma mocinha, Alice virou o rostinho na direção onde Sofia se aproximava e olhou seriamente para ela como se ensaiasse mentalmente lhe dar uma bela bronca.

 

 

— ‘’Piguiçosa!’’ --- ela e Arizona riram, inclusive Sofia quando a pequena a acusou toda imponente, parecendo gente grande.

— Eu não me importo que você me chame de preguiçosa, pestinha, vou continuar te amando muito e a enchê-la de cócegas. --- Sofia se colocou ao lado da irmã, beijando suas bochechas e iniciando cócegas em sua barriga, fazendo Alice rir e tentar se desvencilhar dos gracejos da irmã, batendo sua colherzinha contra o suporte da cadeira de alimentação.

— ‘’Pala Sofi!’’ --- pediu com um bico adorável, mostrando os dentinhos pequenininhos e em formação quando Sofia lhe deu língua. --- ‘’Huuum... gotoso!’’ --- ela pronunciou enquanto mastigava um pedaço de fruta.

Hmmmm! --- Callie imitou-a, prendendo um morango com o garfo e oferecendo a filha. Alice se inclinou e aceitou de imediato, mastigando satisfeita. Assim, tomaram um café da manhã delicioso entre risos e conversas cômicas de Sofia que contava como tinha sido ficar com as irmãs na noite passada enquanto ela e Arizona saiam para jantar.

 

 

Segunda feira, de manhã bem cedo Callie já estava no laboratório para colher seu sangue. Faltava pouco para descobrir de havia um serzinho dentro de sua barriga. Estava sozinha, Arizona não tinha como acompanha-la daquela vez, pois teve uma cirurgia de emergência. Voltaria durante a tarde para pegar o resultado, não dava para ficar esperando porque precisavam dela no hospital então depois do almoço ela retornaria para pegar o pedaço de papel que poderia mudar sua vida.

 

Mas para o seu total desapontamento, o dia parecia se arrastar e ela não conseguia se concentrar em nada. Já estava cansada de conferir as horas a cada cinco minutos e ainda bem que não tinha visto Arizona, senão a mulher lhe daria uma bela bronca.

 

Callie não sabe exatamente como chegou até o laboratório para pegar o resultado do exame de sangue, suas pernas pareciam ter vida própria e quando se deu conta já estava voltando para o carro com o envelope nas mãos. Suas mãos suavam, tremiam e sentia o coração acelerado. Só uma palavra a interessava, e ela achou bem embaixo em negrito: Positivo. Sua vista ficou turva, e ela voltou para ler novamente, mas dessa vez a folha inteira chegando a conferir se o era o seu exame mesmo. Checou tudo, até chegar na parte em negrito. Agora ela sentia alegria, medo, insegurança e ansiedade ao mesmo tempo e em alta dosagem. Uma sensação de desmaio se fez presente e ela abriu a janela do carro, precisava de ar e controlar a respiração. Ela estava grávida, seu sonho tinha se realizado!

 

 

A latina dirigiu até o shopping, deixou o carro no estacionamento e pegou o elevador para chegar até o andar das lojas. Durante o trajeto até sua loja de bebê favorita, foi abraçando algumas pessoas, principalmente senhoras dizendo que estava grávida e ganhava felicitação com isso. Estava como uma louca, olhos vermelhos e rosto inchado de tanto chorar.

 

Agora ela tinha um pequeno embrulho quadrado em mãos. Escolheu um par de sapatinhos brancos, enfeitando o presente com um laço em fita verde e preso embaixo da mesma havia um simples cartão com uma única palavra: Parabéns!

 

Finalmente conseguiu chegar ao hospital e ligou para Arizona, mas caía na caixa postal. Perguntou por ela para algumas pessoas, mas ninguém sabia do paradeiro de sua mulher, então o único jeito era ir até seu setor e ver se encontrava a loira por lá. Karev a informou que ela tinha ido comer alguma coisa, já deveria estar voltando. Será que ela só contaria a ela quando chegasse em casa? Já um pouco tristonha por não ter encontrado Arizona, escondia a pequena caixa entre sua jaqueta. Mas uma luz no fim do túnel a iluminou e ela seguiu apressada em direção ao refeitório e não precisou nem adentrar o lugar já que Arizona já vinha caminhando em sua direção.

 

 — Oii! --- falou, sua voz irrompeu sua garganta suave e baixa, como em um sussurro. A ansiedade parecia transbordar em quantidades generosas de seu ser. — Estava lhe procurando. --- a puxou para um canto com uma das mãos já que a outra segurava com força sua jaqueta que guardava a pequena caixa. Suas mãos trêmulas poderiam derrubá-las a qualquer momento.

Deu tudo certo na coleta de sangue? Irei com você amanhã buscar o resultado. --- sua mulher pensava que ela voltaria para buscar o resultado só no dia seguinte, já que elas estavam cheias de trabalho naquela segunda feira. Quer dizer, aparentemente só Arizona tinha trabalhado já que ela delegou alguns exames, pois não conseguia se concentrar em nada.

— Na verdade, acho que não vamos precisar ir amanhã ao laboratório. --- revelou o embrulho e Arizona estava perplexa, boquiaberta, atônita e feliz ao ler ‘’parabéns’’ escrito no pequeno cartão.

 

Feliz era eufemismo. Callie procurou pela mão da esposa e segurou firmemente a dela, enquanto a outra acariciava sua barriga. A mulher olhou embasbacada para a região e depois a pegando de surpresa, soluçou dando início a um leve choro. As lágrimas presas em seus olhos serviram apenas como estímulo para elevar as suas. Callie estava totalmente pronta para as futuras transformações em seu corpo. As pessoas que passavam pelo corredor, as olhavam de forma assustada e questionadoras. Ninguém entendia o motivo de tanto choro, mas era um choro de alívio e felicidade. Tinham conseguido, estavam grávidas. Seriam mães novamente.

 

— Calliope... --- Arizona tentou, piscando seus olhos, libertando mais lágrimas. — Isso é verdade? --- enfim, abriu a caixa revelando o par de sapatinhos branco de crochê.

— Estamos grávidas! --- gritou desimpedida, assistindo a mulher emocionada a sua frente não hesitar antes de puxa-la para um imenso abraço. Estavam agarradas uma a outra, no meio do corredor, como se o irromper do contato fosse impossível, impróprio e intolerante. — Eu me sinto tão grata. --- Quando enfim se soltaram com pesar, a loira mirou os sapatinhos outra vez e depois segurou a barra de sua jaqueta e passou a distribuir uma quantidade interminável de selinhos em seus lábios. Algo que a fez rir e chorar ao mesmo tempo.

— Eu te amo tanto, Ari! --- tentava se manter firme e calma, pausando a fala para respirar fundo. — Meu deus, eu serei mãe novamente! Ouvirei você me dar broncas novamente. --- comemorou no tom mais alto que sua voz podia atingir e de forma contraditória ao momento, caíram na gargalhada quando se deram conta que tinha uma plateia em volta delas. — Eu estou grávida! --- disse para os demais, agarrando Arizona pela cintura. Todos em volta bateram palmas e comemoraram, depois as felicitaram.

Todo o peso vai embora quando você me olha e sorrir, Calliope. Tudo que é ruim vai embora. Obrigada por permitir que você e eu sejamos nós, amor. Eu te amo! --- declarou e ela concordou sorrindo bobamente. — Agora vamos contar aos nossos amigos!

— O Mark vai pirar! --- disse empolgada dando as mãos para Arizona e saíram apressadas tentando achar alguns de seus amigos.

 

 

* Duas semanas depois

 

 

Sofia

 

 

Hoje é o grande dia, o dia da minha formatura e claramente o mais esperado da minha vida. Estou muito feliz com as minhas conquistas, minha vida tem mudado tanto e para melhor. Agora aqui, sentada e esperando o diretor da escola chamar meu nome, pois fui a escolhida para ser a oradora da turma é que a ficha está realmente caindo. Foi aqui nesse colégio que aprendi a conviver e respeitar as diferenças e obstáculos. Este não é só apenas o término do meu ensino médio, é a certeza que outro caminho está se abrindo para mim. Um caminho que me trará coisas novas, novas amizades e experiência de vida.

 

O tempo muda, transforma e passa, mas fica na memória a lembrança dos momentos bons. Somos todos eternos aprendizes. Tudo o que eu fui, sou e serei passa pela dedicação e agora me resta seguir em frente e ir em busca do que a vida me guarda. Quem sabe logo à frente me espera o amor da minha vida? Ou então aquela chance que sempre sonhei? A vida passa num instante, o mundo gira e são encontros e desencontros.

 

Com um tique nervoso nas pernas e um papel nas mãos olho para o Diretor Jason, é agora que ele irá me chamar.

 

‘’É com distinto prazer que lhes apresento nossa oradora. Essa jovem que se distinguiu de forma imensurável. Ela é humilde, diligente, competitiva quando necessário e excepcional em suas conquistas acadêmicas. Senhoras e Senhores, Sofia Robin Sloan Torres.’’

 

 

Uma salva de palmas se formou enquanto eu subia ao palco, me sentia tremendo da cabeça aos pés. Geralmente não ficava tímida ou muito nervosa para falar em público, mas aquele era o final e o início de um ciclo onde a escola inteira estava presente, meus amigos e principalmente minha família. Vamos lá Sofia, você consegue.

 

 

‘’Diretor Jason, professores, amigos e familiares: bem-vindos! Achamos que este dia nunca chegaria, rezamos para que chegasse logo, marcamos os dias no calendário... Contamos as horas, minutos e segundos e agora, sinto que tenha chegado porque significa deixar amigos que me inspiraram e professores que foram meus mentores, pessoas que moldaram minha vida e as dos meus amigos de forma decisiva e para sempre. O momento que estamos vivendo agora é com certeza um momento muito importante na nossa vida e, é por isso que devemos aproveitar. Nossa jornada até aqui não foi fácil, disso todos sabemos. Encontramos muitas dificuldades e problemas que muitas vezes nos fizeram pensar em desistir. Mas é por isso que estamos aqui, nossa vida é uma “eterna jornada”, e a recompensa... Bom, a recompensa não se sabe bem o que é, mas é isso que nos motiva para seguirmos em frente. Agora eu quero agradecer a essas pessoas que são a minha principal inspiração para tudo: Daniel e Bárbara Robbins, Carlos e Lúcia Torres são amáveis, sempre me transmitem conhecimento, me ensinam sobre a vida e são infalivelmente generosos. Tenho orgulho de ser neta de vocês! Sorrio para eles que tem lágrimas nos olhos. Obrigada a minha boadrasta e ao meu pai, Lexie e Mark Sloan por me darem amor, carinho e compreensão. Vocês são meus alicerces, sem os quais não poderia me firmar. Minha voz falha e eu engulo o choro ao olhar para Lexie e meu pai babão secando as lágrimas com um lenço branco. Mas minha melhor inspiração vem das minhas melhores amigas, as deslumbrantes mulheres de quem recebi nome, Arizona e Callie Torres. Minhas mães nunca me deram qualquer ideia de que eu não poderia fazer ou ser o que quisesse, elas simplesmente encheram a nossa casa com amor, diversão, livros e música. Incansáveis em seus esforços para me darem exemplos ao me guiarem nesses incríveis dezoito anos. Eu não sei se elas chegaram a perceber que a pessoa que eu mais queria ser, era como elas são. Obrigada mamães, vocês são o meu exemplo em tudo.’’ Finalizei e olhei para as duas que estavam em prantos com Laura e Alice em seus colos não entendo o motivo de todo o choro. Com um sorriso, eu sorri agradecida para todos, feliz!

 

 

 


Notas Finais


Esqueci de avisar: uma parte do discurso da Sofia, eu tirei da série Gilmore Girls da parte que a Rory se forma, porque simplesmente eu acho magnífico.
Um beijo em todas!


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