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História I still love you - Você se sente melhor, minha filha?


Escrita por: calzonatr_

Capítulo 137 - Você se sente melhor, minha filha?


Fanfic / Fanfiction I still love you - Você se sente melhor, minha filha?

Callie Torres

 

 

 

Mãe? --- surpresa olhou para a mais velha na entrada da cozinha. Sua respiração estava pesada e ela podia jurar que ouviu uma risada nervosa vinda de Arizona que estava em suas costas, talvez se escondendo.

— Olá, Calliope! --- podia jurar que sua mãe estava indecisa entre ir até ela e lhe cumprimentar ou sair correndo daquela cozinha. Nunca iria imaginar que um dia veria Lúcia Torres sem graça em sua frente sem conseguir falar uma mísera palavra. A mulher estava lá parada a sua frente, os dedos brincavam com o laço de seu robe e não era preciso de muito para saber que ela estava nervosa e até tímida de repente.

— Haaam, não sabia que a senhora já tinha chegado. --- passou a mão pelo cabelo úmido, colocando-os atrás da orelha e viu Arizona voltando a sentar-se na cadeira de frente para o balcão e franziu o cenho quando percebeu que ela bebia o chá como se estivesse bebendo água. — Quer um pedaço de bolo ou chá? --- ofereceu colocando uma mão no ombro da esposa e apertou de leve, sinal para que ela mantivesse a calma e não se engasgasse.

— Eu e seu chegamos um pouco tarde, mas paramos em um restaurante antes de virmos para cá. Olá Arizona! --- Lúcia acenou para sua esposa com um meio sorriso e Arizona respondeu com a cabeça com a boca cheia. Aquilo poderia piorar mais? — Eu só vim buscar um copo d’água que esqueci de levar lá para cima. --- caminhou até a geladeira à medida que Arizona lhe empurrava com o cotovelo com um meio sorriso no rosto.

O voo até aqui foi tranquilo? --- Arizona perguntou e sua mãe virou-se sorrindo já com seu copo d’água cheio.

— Apesar do cansaço do Carlos por ter trabalhado basicamente o dia inteiro, foi tranquilo. Enquanto eu apreciava uma boa loucura, o pai de Callie veio dormindo ao meu lado. --- revirou os olhos e começou a caminhar para fora da cozinha. — Tenham uma Boa noite e... --- abriu a boca pensando no que falar, mas suspirou desistindo em seguida. — Deixa para lá!

— O que exatamente aconteceu aqui? --- depois de alguns segundos em silêncio, Callie resolveu abrir a boca o que ocasionou em uma gargalhada alta de Arizona que acabou lhe atingindo também.

— Eu só me pergunto com que cara irei olhar para sua mãe amanhã no café da manhã. --- Arizona tapou o rosto com as duas mãos. Suas bochechas estavam vermelhas devido ao tanto de risada. — Chega por hoje, Calliope. Tome logo seu chá e vamos dormir.

— Ainda não estou acreditando que você falou com a minha mãe com a boca cheia de bolo. --- outra crise de riso lhes atingiu até que elas lavaram o que sujaram e foram se deitar. Amanhã seria um novo dia.

 

 

 

E o novo dia veio, mas não do jeito que ela queria. Uma náusea e enjoo a fizeram acordar cedo e correr para o banheiro. Geralmente ela não sentia tanto no período da manhã, os enjoos a pegava sempre no período da tarde ou no início da noite quando ela ainda estava no trabalho. Com o barulho do chuveiro ligado, Arizona acabou acordando e perguntou se ela estava sentindo alguma coisa quando entrou no cômodo e a viu dentro do boxe com os olhos fechados deixando a água cair sobre sua cabeça. 

 

 

— Talvez o bolo de banana ontem de madrugada não tenha lhe feito bem. Você não costuma ter enjoos pela manhã. --- Arizona falou enquanto massageava o rosto com um sabonete apropriado e ela mantinha seus olhos fechados, respirando devagar.

— Eu só quero que essa sensação de colocar tudo para fora passe logo. --- reclamou, e talvez aquela fosse a pior parte da gravidez. Pois inchaço, ganho de peso e hormônios a flor da pele não eram nada em comparação com mal-estar.

— Hoje você não irá se entupir de besteiras. Ficarei na sua cola! --- a loira balbuciava com a escova de dentes na boca e ela suspirou. Arizona já gostava de mandar, sendo sua sombra naquela casa então... — Depois ficará sentada na varanda pegando um ar fresco. Tenho certeza que isso lhe fará bem.

— Ari, não seja uma médica chata. Seja só a minha esposa, por favor. --- através do vidro do boxe observou sua esposa fazer uma careta olhando para suas duas mãos suspensas, em gesto de suplicação.

— Tudo bem... --- após secar o rosto e fazer toda sua higiene pessoal, Arizona lhe deixaria sozinha novamente em silêncio e sossegada. — Descerei para preparar o seu café da manhã!

— Nada de queijo por favor... --- depois que souberam da gravidez, sua alimentação estava sendo regulada por sua digníssima esposa. — Cereal, iogurte e frutas já estão de bom tamanho. --- exclamou com um tom de voz mais alto.

— Vou pensar no seu caso! --- ouviu sua mulher lhe responder e torcia pra que seu pedido fosse acatado.

 

 

A latina terminou seu banho alguns minutos depois, vestiu seu conjunto de lingerie e enrolou a toalha na cabeça. Ao sair do banheiro notou que Arizona tinha arrumado a cama, não iria ousar em bagunçar tudo de novo, porém com cuidado sentou do lado esquerdo e aproveitou para encostar as costas na cabeceira da cama. O ambiente estava do jeito que ela gostava: fresco e escuro. Arizona sabia que ela iria ficar chateada se chegasse no quarto e encontrasse a janela aberta com a claridade incomodando seus olhos. Quando se encontrava naquela situação, gostava de ficar sozinha com os olhos fechados e esperava até todo enjoo passar.

 

Não era comum ficar enjoada no período da manhã e sua mulher deveria ter razão. Não era para ela ter se entupido de bolo de banana durante a madrugada. Mas como iria deixar passar aquela delicia de bolo? Dora e Cassandra deveriam ter mais de fada.

 

— Torres? --- duas batidas na porta foram ouvidas antes da mesma se abrir. Ela não precisou abrir os olhos para saber quem estava ali. — Não acredito que você é do tipo molenga que deixa se abater por um enjoo. --- Carla. Isso mesmo, sua irmã estava na frente da cama a olhando com um sorriso nos lábios e apontando um dedo em sua direção.

— Você só deve está de brincadeira comigo. Uma ou outra: ou você não teve enjoo durante suas duas gestações ou está tirando uma com a minha cara. --- tirou a toalha de seu cabelo deixando-a sobre a colcha. Arizona teria dado um mine ataque se estivesse vendo aquela cena. Odiava toalha molhada em coma da cama.

— Sim, eu estou de brincadeira com você, bobinha. --- a Torres mais nova foi em sua direção e lhe abraçou. — Senti sua falta, mulher. E estou tão feliz que serei titia novamente. --- comemorou. — Arizona pediu para vir lhe buscar. Disse que você precisa se alimentar e pegar um ar fresco. --- ajeitou uma mecha de cabelo que caia sobre os olhos. Sua irmã era linda, não deixava de admirar a bela mulher que tinha se tornado.

Será que você não pode ir lá embaixo e trazer meu café da manhã? Eu juro que não conto para o papai quem deu sumiço nas revistas playboy dele. --- o cabelo úmido estava um pouco embaraçado. Podia notar ao passar os dedos entre os fios. Por isso levantou, foi até o banheiro e pegou uma escova enquanto escutava Carla espernear por estar sendo chantageada anos depois de queimar todas as revistas.

Callie, você sabe que foi um trauma para mim! --- sua irmã deveria ser atriz. Ela tinha achado as revistas em uma das gavetas do escritório do seu pai. Ele tinha esquecido a chave pendurada, como qualquer adolescente curiosa, Carla tinha levado um susto e pegou todas levando-as para ela. Sua irmã estava tão revoltada que queimou tudo enquanto seus pais estavam na empresa. Na época sua mãe ainda trabalhava. — Isso é golpe baixo. Ele era casado, deveria respeitar a mamãe.

— Homens... ainda bem que me casei com uma mulher. --- deu a língua para a mais nova ao mesmo tempo que desembaraçava seu cabelo. — Então... vai ou não buscar minha comida? --- levantou uma sobrancelha mirando a irmã, tentando intimida-la.

— Conte para o papai que eu conto que você não teve nenhuma festa do pijama no dia anterior do baile de formatura. Você foi para um motel isso sim, e ainda entrou escondida porque era menor de idade. --- Callie abriu a boca para retrucar e quando ia fazer, olhou para frente e viu Sofia parada na porta com olhar surpreso e um sorriso preso em seus lábios.

— Bem... minha mãe pensou que vocês estavam se matando, mas estão falando sobre ir ao motel com apenas dezessete anos. --- Sofia acabou desmanchando o sorriso ainda encostada no batente da porta. — Mãe, que exemplo hein... --- balançou a cabeça de um lado para o outro. — Minha mãe pediu para que eu viesse aqui lhe apreçar, a senhora sabe que se demorar mais um pouco o tempo irá fechar. --- avisou.

Arizona lhe mete tanto medo assim? --- Carla perguntou se levantando da cama e ajeitando seu vestido soltinho que ia até um pouco acima dos joelhos.

— Você já a viu com raiva, não queira vê-la brava e sem paciência. --- Sofia voltou a pronunciar-se e Callie vendo que não tinha nenhuma chance de ficar no quarto, sozinha e deitada, foi até sua mala que já se encontrava uma bagunça e tirou um short jeans e uma blusa soltinha.

— Deixe-me só tirar essa toalha da cama antes que Arizona suba. --- disse tirando a toalha da cama e ajeitou os travesseiros de volta no lugar. Minutos depois o quarto já estava apresentável e assim, desceu para o café da manhã em família.

 

 

Ao passar pela sala de estar, as duas miniaturas loirinhas correram em sua direção. Agachou e as abraçou dando um beijo em seus cabelos úmidos e com cheirinho de bebê. As duas estavam na fase do desfraldamento diário, e por sinal se encontravam indo muito bem. Laura já não gostava muito de ter que colocar a fralda, então para seu bebê prodígio fora mais fácil que para Alice. Às vezes acontecia um acidente, mas fazia parte de todo o processo. Era uma graça vê-las pedindo para ir ao banheiro, e em casa cada uma tinha seu pinico escolhido a dedo na loja por elas. Estavam crescendo tão rápido.

 

 

Minhas duas princesinhas dormiram bem? --- afastou um pouco o rosto para olhar nos olhinhos azuis brilhantes como os de Arizona. Cada dia que passava cresciam mais um pouco, aprendia com suas filhas coisas diferentes e via o avançar do vocabulário de cada uma.

‘’Dumi lá com a Fan hoje, Mama.’’ --- Laura disse com firmeza enquanto seus dedinhos mexiam na alça de sua blusa.

— Ah é mesmo? A Mama viu vocês duas dormindo e babando no sofá. --- brincou com as pequenas que negaram com a cabeça, sorrindo. Não teve como conter a vontade de esmaga-las em um abraço.

‘’Pode ir na picina? Já comi todo celial.’’ --- experta que era seu peixinho ambulante, Alice logo pediu para ir para a piscina. A pergunta já deveria ter sido feita mais cedo para a Arizona.

Ahhhh... não acredito que vocês comeram cereal sem a minha presença. --- fez uma cara de espanto. Se entrasse no mérito da piscina, lágrimas iriam rolar logo cedo, pois nenhuma das duas gostava de serem contrariadas. Então falar sobre o cereal, naquele momento, era a melhor das opções.

‘’Quelo mais!’’ --- Laura se empolgou, passou a mão na barriga como ela sempre fazia para falar que já estava com fome.

Oh... talvez a mamãe não irá gostar da ideia, mas que tal morangos? --- encarou-as esperando a confirmação a qual não demorou a chegar vendo, rapidamente, as duas balançando suas cabecinhas. — A Francine vai pegar morangos para vocês duas, tudo bem? --- suas pernas estavam ficando dormentes por ficar agachada, então beijou a testa de Alice e Laura antes de levantar-se.

Se deixar as duas comem duas tigelas de cereal, aí ficam com as barrigas estufadas parecendo que vão explodir a qualquer momento. --- a babá comentou, e era verdade. Variavam bastante no café da manhã para que elas não ficassem só com a mamadeira. Oferecer novos alimentos para experimentarem sempre era gratificante.

— Quando não pedem doce... --- falou baixinho e Francine sorriu. Andavam agora para o cômodo onde podia ouvir vozes e gargalhadas misturadas. — Não conte isso para a Arizona! --- sussurrou antes de ver uma bela mesa de café da manhã.

— Bom dia, família! --- sorriu vendo seus pais e seus sogros interagirem.

 

 

O café da manhã não podia ter sido melhor. Sua família estava ali. Seus pais, seus sogros que a tratavam como filha, sua irmã com o marido e filhos. Clara quando a viu entrar pulou da cadeira de onde estava sentada comendo seu café da manhã e pulou em seu colo, trazendo os braços de volta para seu pescoço. Aquela pirralha era a cópia de sua irmã quando era mais velha. Não demorou muito para Ben entrar com seu sobrinho Theo. Os dois estavam no jardim, pois como qualquer criança curiosa o pequeno arteiro também queria entrar na piscina.

 

 

Tinha sido expulsa após o café da manhã. Todas as mulheres queriam falar sobre a ornamentação de seu terceiro casamento que seria na praia. Ela estava em um estofado na área externa e ria de vez enquanto vendo as crianças correrem de um lado para o outro. Francine estava sempre por perto, não precisava se preocupar então ela se permitia a fechar os olhos e sentir apenas o vento fresco bater em sua pele. Seu pai, Carlos e bem tinha saído para resolver alguma coisa. Ela odiava ficar no escuro, mas de todas as surpresas essa era a maior que Arizona estava preparando. Então, ela tinha que apenas relaxar e esperar seus amigos e o grande dia chegar.

 

 

Você se sente melhor minha filha? --- abriu os olhos lentamente e só assim percebeu que havia cochilado. Sua mãe estava ao seu lado, era ainda tão estranho vê-la sem nenhuma armadura.

— Estou... --- tampou a boca ao bocejar e se espreguiçou. — Será que vão me incluir agora nas coisas? Já acabaram de conversar em segredo? --- questionou.

— Bom... a culpa não é minha. Arizona disse que o seu papel é apenas estar pronta na hora certa. --- explicou-se. Callie olhou para a piscina redonda de plástico que tinha comprado no dia anterior e viu suas filhas e seu sobrinho se divertirem dentro. Já na piscina maior, Sofia e Clara conversavam perto das escadas, já que era um pouco mais funda para a menor.

— Isso tudo ainda é tão estranho para mim... --- pensou alto, passando a mãos pelos fios de cabelo que atrapalhavam sua visão. Mas o vento fazia questão de trazê-los de volta para a frente de seu rosto. — A senhora, Arizona e até a dona Bárbara... e as vi caindo no chão da minha sala, entende?

— Isso te incomoda? --- olhou para sua mãe. Ela mantinha o semblante sereno, mas a pergunta saiu em um tom meio que desconfortável e preocupante. — Se for demais para você eu entendo. Eu disse que as coisas não iriam melhorar da noite para o dia... Mas, eu estou tentando minha filha. Não é fácil, mas eu estou tentando.

— E eu estou feliz que a senhora esteja realmente sendo sincera. A senhora nunca foi de muitas palavras, seus atos sempre falaram mais alto e eu estou sendo testemunha das barreiras que tem quebrado. --- por mais que fosse tudo inusitado e singular. A diferente Lúcia estava indo no caminho certo. Sua mãe não estava sendo outra mulher. Estava sendo ela mesma, porém com barreiras destruídas deixando um caminho livre para que ela e sua família pudessem entrar.

— Ontem a noite, não sei se a Sofia ou a babá lhe contaram, mas aconteceu algo bastante inesperado. --- Lúcia comentou, e acabou sorrindo ao recordar.

— O que? --- perguntou, curiosa que só.

Trouxe duas bonequinhas pequenas para Laura e Alice. --- Callie estranhou a declaração. Sua mãe nunca tinha comprado nada para nenhuma das duas. — Carlos tem me ouvido bastante e me aconselhado em me achegar, para que elas um dia me reconheçam não apenas por ser sua mãe. Mas como avó delas... bom, eu pensei que trazendo uma boneca seria uma ótima ideia para ter início a algum diálogo.

— Elas fizeram alguma coisa que tenha lhe deixado aborrecida ou triste? --- soou preocupada. Suas filhas eram educadas, mas como qualquer criança sempre poderia ser surpreendida.

— São apenas crianças, Calliope. --- limitou-se. — Entreguei as bonecas, a babá ajudou a abrir o embrulho e elas pareceram gostar do novo brinquedo. Não sei diferenciá-las ainda... as vezes é difícil. Mas Sofia que também estava presente disse que elas estavam esquecendo alguma coisa, então uma delas... Sofia me disse que era a Laura, correu e abraçou minhas pernas. Agradeceu e me chamou de Lúcia. Bem direitinho... não errou meu nome. --- sua mãe riu e parecia bastante contente por Laura saber seu nome. — Então Sofia se agachou bem perto dela e disse: Não apenas Lúcia, mas vovó Lúcia. --- será que sua filha se recusado a lhe chamar de avó? — Deu para ver em seu semblante que ficou um pouco confusa, ela olhou para Sofia com um ponto de interrogação na testa e falou: vovó Bábala? --- Callie não conseguiu segurar a risada. Sua filha era surpreendente. Mas deveria ter ficado confusa. Sempre fora acostumada a chamar apenas Bárbara como avó. — Sofia negou e disse que eu era a vovó Lúcia. Ela demorou alguns segundos, pareceu pensar bastante, e logo depois sorriu e falou: bigada vovó Lúcia. --- o sorriso de sua mãe aumentou. Podia ver um brilho de felicidade nos olhos castanhos tão parecidos com os seus. — Ela me ganhou naquela hora, meu coração derreteu e me perguntei o porquê não querer conhece-las antes.

— É um grande passo e eu fico imensamente feliz por esse momento com Laura. --- segurou uma das mãos da mais velha lhe passando todo o apoio. — E como foi com Alice? --- pediu.

Ela me parece um pouco retraída, desconfiada ou tímida seria a palavra mais exata. --- Alice era muito diferente de sua gêmea. Sua mãe teria que trabalhar um pouco mais para chegar até ela. — Mas fez como a irmã pediu, agradeceu e me abraçou... mas nada de vovó Lúcia. Porém é só o começo, e delas já terem gostado da boneca e falado comigo, foi um presente e tanto.

— Arizona vai gostar de saber disso. Ela sempre se perguntou o porquê a senhora não gostava nem de chegar perto, já que com Sofia tinha uma relação respeitosa. --- concluiu.

— Eu já contei para ela lá dentro. Acho que até Bárbara amoleceu em respeito a minha pessoa. --- o mais inusitado mais cedo foi sua mãe e sua sogra falando sobre ornamentação de casamento na praia. Parecia que estava vivendo em um outro mundo. — Às vezes penso que ela quer me matar a qualquer momento. Tento evitar ficar no mesmo cômodo que ela sozinha.

— A senhora está falando sério? Dona Bárbara não faz mal a uma mosca... --- aliás a única vez que viu aquela mulher aborrecida, fora com sua mãe. Nem nas vezes que esteve na cafeteria dos Robbins a viu aborrecida com nenhum funcionário.

Ela me acertou um tapa e me jogou no chão. --- quando sua mãe falou aquilo, engasgou. Não tinha como não lembrar daquele digníssimo tapa. — Estamos falando da mesma pessoa?

— Me desculpe, mamãe. Mas, foi merecido... --- gargalhou e depois fez sinal para a mais velha lhe desculpasse por não conter sua risada.

— Para mim, as coisas não se resolvem com violência. --- retrucou, Lúcia. — Mas chega desse assunto, agora quero lhe perguntar sobre sua gestação. Quero fazer diferente, o que não fiz quando esperava a pequena Sofia.

— Está indo tudo bem... tenho enjoos todos os dias e, é mais quando estou no trabalho. Hoje, por exemplo, foi uma das exceções. --- não gostava nem de lembrar. Era os momentos piores dos seus dias. — Tenho sentido mais sono, mas Mark me acorda cedo três vezes na semana para caminharmos no parque. Arizona tem controlado a minha alimentação, o que é um saco e reduzi meu horário nos dois hospitais, pois a fase inicial requer mais cuidado.

— Fazer algum tipo de exercício físico sempre é muito bom na gestação. --- aprovou a caminhada matinal de Callie. — Eu costumava fazer ioga quando estava grávida de você e da sua irmã. Sua mãe sempre fora ligada nessas coisas. --- hoje em dia ainda praticava ioga com as amigas da alta sociedade. — Sei que é médica, é casada com uma e seu ciclo de amigos todos são, mas se precisar de qualquer coisa é só me dizer... posso não ter muito o que lhe oferecer, mas a experiência conta.

— Pode deixar que eu ligarei, mãe. Obrigada! --- agradeceu ao mesmo tempo que olhou para frente e viu Francine tirando uma Laura bastante emburrada de dentro da piscina. Logo depois fez o mesmo com Theo e Alice que com o semblante irritado correu até ela.

— ‘’Mama, Lala fez xixi na picina!’’ --- acusou a irmã apontando para onde Francine levava Laura até onde ficava o chuveiro e sua filha estava lá agachada. — ‘’Que feia...’’ --- murmurou. — ‘’Agola vai ter que coloca outa água na picina, Mama.’’

— Acidentes acontecem meu amor. Sua irmã não deve ter feito por mal. --- passou a mão pelos cabelos dourados. As bochechas da pequena se encontravam rosadas devido ao sol e os olhos mais cintilantes.

‘’A Mommy disse pá eu e Lala que não podia.’’ --- cruzou os braços e começou a mexer os dedos dos pés enquanto parecia marchar no mesmo lugar. Alice estava irritada com a irmã. — ‘’Theo também não pode, nem Soso, nem Malia Clara... ninguém Mama.’’ --- enumerou.

— Oh, meu Deus! Ela é adorável! --- Lúcia disse de forma adorada para a neta que lhe olhou e abriu um sorrio tímido.

— Está vendo essa postura? --- apontou para a menor que andou um pouco mais para frente e ainda mantinha os braços cruzados. Usava um lindo biquíni infantil. — Braços cruzados, bico nos lábios, os dedos dos pés mexendo freneticamente batendo no chão... isso tudo vem da Arizona. --- esclareceu. — Agora imagina isso duplicado?

— Eu posso imaginar... --- disse sorrindo.

‘’Mama, não vai lá tocar a água? Quelo bincá de nadar.’’ --- pediu impaciente apontando para a piscina.

Irei esvaziar a piscina e trocar a água. Mas você poderia ser um pouquinho mais paciente, não? --- levantou-se do sofá ouvindo a risada de sua mãe. Alice foi na frente, correndo em direção ao primo dizendo que a água seria trocada. Ela imaginava aqueles seres maiores e aprontando todas em casa.

 

--------

 

— Morena! --- virou o rosto na direção da agitação que sua audição identificou, rindo ao constatar que Mark e Dave se aproximavam com típicos chapéus mexicanos, fazendo toda uma saudação em uníssono.

 

Devido as malas que carregavam, Lexie conseguiu ultrapassá-los correndo em sua direção assim como Hannah estava fazendo. Primeiro sua sobrinha lhe abraçou apertado, beijou sua bochecha e disse que estava feliz por estar na casa dos sonhos novamente. Os pequenos haviam batizado a casa assim. Callie sorriu antes de liberar a afilhada e abraçar a digníssima pequena Grey. Sua amiga, mulher de seu melhor amigo, mãe de seus sobrinhos e era a mulher com quem seu vestido estava. Ela encontrava-se curiosa a respeito da peça.

 

Percebeu que todos ao redor falavam ao mesmo tempo, eles eram os únicos que ficariam na casa porque os restantes quartos já estavam cheios e não caberia todos os seus amigos. Arizona disse para ficar tranquila, seu pai já tinha arrumado uma casa onde acomodaria todos sem qualquer problema.

 

— E como está minha grávida favorita? --- Lexie pediu empolgada, mas ela olhou ao redor e depois se abanou como se estivesse impaciente. Ela sabia o porquê.

— Com fome! A regra foi que ninguém almoçaria antes de todos vocês chegarem. Então imagina que eu ainda tenha que esperar se acomodarem antes de virem para cá. --- respondeu em tom audível vendo sua irmã que estava perto gargalhar. — Ainda tem meu vestido, quando poderei vê-lo? --- pediu, curiosa.

— Pode esperar um pouco? Eu acabei de chegar, Torres! --- Grey sorriu de forma presunçosa. As vezes sua doce cunhada parecia uma diaba que gostava de lhe torturar.

 

 

Não demorou e a casa estava cheia. Bem... cheira era modo de dizer. Àquela casa que parecia ser tão grande agora estava abarrotada por todos os seus amigos e filhos. Crianças corriam de um lado para o outro, as mulheres tomavam sol e se divertiam na piscina e os homens pareciam terem tumultuado a sala de jogos. Não podia acreditar, estavam todos realmente ali e até Fernanda. Arizona tinha uma leve implicância com sua mais nova amiga e vê-la ali foi de tamanha surpresa. Sabia há algum tempo que eles queriam conhecer sua famosa casa em Cancun e agradeceria para sempre à sua esposa por ter tido aquela magnífica ideia.

 

------

 

Uma noiva lhe encarava através do reflexo do espelho. O vestido que Lexie trouxe coube certinho, e depois de muitos questionamentos sobre como descobriram todas as medidas. Arizona contou que sua obstetra teve que entrar no plano. Por isso semanas atrás a mulher tirou suas medidas dizendo que era importante para a evolução de todo o seu corpo, de certo tinha estranhado. Mas acabou deixando para lá antes que Arizona reclamasse.

 

Ela poderia considerar apenas uma diversão, como Arizona mesmo havia dito. Aquilo poderia ser apenas uma desculpa para que elas pudessem dançar a noite inteira na praia, porém isso seria terminantemente impossível. Tentou diversas vezes ao seu próprio interior que aquele seria seu terceiro casamento, uma renovação de votos. Seu corpo não se importava. Suas mãos continuavam trêmulas e suando frio, seu coração se acelerava a qualquer mínimo vestígio da menção de Arizona. Seu estômago estava inquieto e mal havia conseguido comer direito e olha que em sua nova condição, não comer era quase que impossível. Borboletas dançavam em seu estômago e clichês a parte The Story tocava em um volume agradável, fazendo a trilha sonora perfeita para o momento. Até porque casamento sem The Story não é casamento para ela.

 

 

Callie queria levantar, mas Jô não permitiu repreendendo-a com o olhar enquanto vasculhava algo nos estojos e dezenas de itens de maquiagem postos sobre a penteadeira. A latina reprimiu um sorriso ao avistar Lexie no reflexo do espelho enquanto ela cuidava de seus cabelos.

 

 

Vocês não acham que estão exagerando aqui? É um casamento na praia, simples. Ou melhor uma renovação de votos. Nem pense em usar esse batom vermelho em mim! --- arregalou os olhos quando Jô o tomou de suas mãos, vendo-a dar de ombros e guarda-lo em seguida. Ela realmente amava batons vermelhos, mas analisando a situação não combinaria de forma alguma.

— Não pense assim... --- Addie que estava sentada na cama fazendo sua própria maquiagem, declarou. — Seja feliz, Torres. Seja feliz quantas vezes quiser e puder, nunca será exagero. --- Aquela ruiva sempre sabia o que dizer. Seus conselhos sempre seriam mais do que valiosos para ela.

 

Instantes depois, percebeu seu melhor amigo adentrando o quarto, juntando as mãos e imitando a típica reação que uma mulher costuma ter quando vê uma bela noiva. Todas as mulheres gargalharam, então seu amigo se aproximou, ficando ao lado de sua mulher.

 

Mark, se você contar para a Arizona como eu estou, teremos muitos problemas por aqui! --- alertou, por mais que estivesse brincando, olhando distraidamente para as suas unhas recém pintadas.

— Não vou contar para ela, morena. Mas posso te contar algo dela. --- Sloan explicou, sorridente. Atraindo sua curiosidade instantaneamente. — Por Deus, Calls. A loira parece uma noiva de primeira viagem! Está pior do que eu no dia que me casai com a Lexie. --- Callie voltou a sorrir bobamente com o que ouviu. Felizmente, ela e Arizona estavam no mesmo barco, se sentindo da mesma maneira. Sempre uma novidade, sempre.

 

 

Finalmente sua maquiagem estava pronta, então ela finalmente pôde se levantar daquela cadeira após quase duas horas sentada ali. Olhou-se no espelho de corpo inteiro, sendo capaz até enxergar um brilho diferente em seus olhos. Seu cabelo estava lindo com uma aparência bem natural e seu vestido perolado era leve, mas não perdia o aspecto encantador que uma noiva merece. Sua maquiagem era simples, porém destacava seus olhos e na verdade, a maquiagem era o de menos. Pois algo lhe dizia que ela derramaria muitas lágrimas naquele dia. E que Wilson não tivesse habilidade de ouvir pensamentos. Tudo o que ela falaria para Arizona, tinha colocado no papel durante a madrugada, era o horário em que sua mente trabalhava mais rápido. Então quando sua esposa dormiu, ela tentou em colocar em palavras todo o seu amor pela mulher da sua vida.

 

 

— Obrigada! --- agradeceu as suas três amigas, já se esforçando para tentar conter a ardência em seus globos oculares dando os primeiros indícios de sua existência. — Sou grata por ter amigas como vocês em minha vida. É sério!

— Torres, você é minha irmã! --- Addison corrigiu, fingindo estar aborrecida.

— O prazer é meu tê-la em minha vida, Callie. Mas não chore, Wilson teve muito trabalho. --- a dita cuja ficou atrás dela demonstrando enorme felicidade por lhe ver sendo uma completa noiva.

Isso mesmo, chefe! --- Jô lhe entregou seu par de sandálias e só faltava pegar o buquê de lírios brancos que ela não fazia ideia de onde poderia estar.

 

 

‘’I climbed across the mountain tops

Swam all across the ocean blue

I crossed all the lines and I broke all the rules

But baby I broke them all for you

Because even when I was flat broke

You made me feel like a million bucks

You do and I was made for you.’’

 

 

E lá estava Callie, caminhando rumo ao altar mais uma vez. A latina chegou a conclusão que nunca deixaria de se sentir daquela mesma forma. Não importava quantas cenas a cena se repetisse, porque ela estaria com Arizona em todas as repetições. E apenas o fato de estarem juntas já era o suficiente para que ela se sentisse no mínimo, eletrizada. Apesar de ter escolhido sandálias para usar, optou por desprezá-las no último instante, visto que se estivessem descalças deixaria a cerimônia mais natural. Então, seguiu com seu pai ao seu lado, seus braços estavam entrelaçados e os fotógrafos estavam registrando cada detalhe.

 

O tom alaranjado do céu deixava tudo ainda mais bonito. A decoração ao redor era minimalista, não seria necessário muito e Arizona acertou cheio em tudo. A felicidade delas, sozinha, decorava todo o local. Callie respirou fundo e depositou mais força em seus dedos que seguravam o buquê, sentindo a areia macia, juntamente com o rastro de pequenas flores brancas acariciar a sola de seus pés. O altar estava sob uma tenda feita em um leve tecido branco que se agitava com o vento. A trilha sonora desempenhada pelo som do mar e das correntes de vento era agradável a sua audição. Para um casamento, os convidados eram poucos, mas quantidade realmente não importava. Todos os que ela amava estavam ali, pelo menos os que podiam estar.

 

Olhou para o rosto de cada um, os homens estavam com chapéus mexicanos o que a fez sorrir. Aquilo contribuía para deixar tudo com ar mais divertido. E quando ela olhou para o lado direito a alguns passos de distância, depositou toda sua atenção para a mulher mais linda do mundo. Foi ali que seu mundo parou. Arizona estava linda e ela seria sua morte, novamente.

 

 

Callie olhou para o céu, sorriu e agradeceu ao grande arquiteto do universo. E lá estavam suas lágrimas novamente....

 

 

 

 


Notas Finais


Gente! Me desculpem pelo atraso com as atualizações.
Ando sem tempo, e isso tem me atrapalhado bastante para me dedicar aqui.
Acho que em mais dois capítulos mais o epílogo, eu finalizo a fic.
Muito obrigada por me acompanharem e até a próxima!
♥♥


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