Arizona
Arizona tinha o poder de tornar todos os dias da morena em uma verdadeira história de amor. A cumplicidade que nasceu entre elas e a paixão que as atraía cada vez mais foram as melhores cousas que lhe aconteceram nos últimos tempos. Com ela aprendeu a dar valor ao que realmente importa, ela mudou totalmente seu modo de pensar e a fez enxergar que o amor não é só contato de lábios ou um abraço caloroso, e sim um sentimento que desperta lá no fundo de seu coração. E que cada dificuldade, pressão e momento ruim que passaram ou que ainda irão passar, serão superados por conta desse amor, do único e só delas.
A amava em todas as transformações da vida, em todos os caminhos de medo, de angústia e da verdade perdida. Apesar de todos os problemas, sabia que Arizona tinha o seu poder de cura a cada sorriso que a deixava derretida. O seu sorriso era o mais sublime das poesias e Callie ansiava poder devolvê-lo da mesma forma todos os dias, durante toda a sua vida.
Desde que avisara que estava com o carro de sua mãe, a morena achara engraçado a forma como Arizona estava levando as coisas. Primeiro foi saltitante até o carro e quando entrou no veículo passou a vasculhar tudo, e nem com a presença de Sofia a loira parou e inclusive tinha pegado uma caixa de goma de mascar de sua mãe e esperava que a mulher não sentisse falta. Ela conhecida absurdamente a mulher que tinha ao lado, e por isso, sabia que Arizona estava tramando alguma coisa. A impediu de dirigir o carro, de forçar a furar o banco de couro e de tingir com tinta colorida, mas sabia que a loira ou iria arranhar o belo carro de sua mãe ou iria furar não só um, mas os quatro pneus. Apesar de se divertir com aquilo, sabia que era errado, mas sua mãe dava importância para tantas coisas insignificantes, que ela não estava nem aí, queria mesmo era ver Arizona se divertindo.
Não tinha avisado a Lúcia a respeito de sua mulher estar na cidade e que compareceria a festa. Seu pai já tinha pescado de alguma forma quando a viu sair em desespero de manhã e pedindo algum carro emprestado. Carlos Torres era o melhor pai que a latina poderia ter e seria eternamente grata por tudo o que o bom homem representa para ela. O fato dele aceitar Arizona ao seu lado, independentemente de qualquer coisa, era luz para seus olhos. A forma como ele a tratava como uma filha, o cuidado e querendo saber de tudo, a deixava imensamente feliz. Ele se importava.
O divertimento passou a ser um pouco temeroso quando viu que Arizona tinha dado aqueles malditos livros para sua mãe na frente de um grupo de amigas. Sabia que sua mãe estava se segurando para não perder a classe na frente das pessoas da ''alta sociedade'' como ela mesma gostava de dizer. Bom, a mãe da latina estava provando do próprio veneno, e a morena não pôde negar que Arizona tinha acertado em cheio. Não sabia de onde tinha surgido tanta coragem vinda da loira, ela nem precisou de bebida para deixar sua mãe envergonhada e de queixo caído na frente das pessoas. Talvez Arizona estivesse ficando suas frustrações naquele momento, e coitada de lúcia, ela foi a escolhida para ser sua vítima da noite.
Ben, marido de Carla, contava uma história animada sobre uma de suas grandes viagens pela Europa. Sofia tinha os olhos brilhando porque sempre gostou muito de viajar, e a França era um de seus maiores sonhos de consumo a ser realizado. Risadas e talheres batendo no prato e uma música ao fundo completavam a noite maravilhosa que estavam tendo, e de repente a morena escuta uma voz nada agradável em suas costas.
— Que maravilha encontrar vocês essa noite. – o cheiro de charuto emprega-se em suas narinas. — e olha só que surpresa... - observa o homem ir para o lado de sua namorada. — você deve ser a linda mulher que fez a Callie mudar tanto.... – sorrir enquanto toma a bebida de seu copo. — Prazer em conhecê-la. – ele cumprimenta Arizona oferecendo-lhe a mão como um cavalheiro.
— E você deve ser o homem que não desiste de tentar levar minha mulher para sua cama. – arregalou os olhos quando viu a loira abrir um sorriso mal intencionado, para Ricardo que tinha um semblante espantado. — O prazer é todo meu. – tenta beijar a mão de Arizona que repele ao ato se soltando e ela decide intervir.
— Arizona! - o tom era de aviso, não queria criar confusão com aquele homem. — prazer em revê-lo, Ricardo. - aperta a mão do homem e estava séria, mas por dentro gritava e sentia vontade de sumir dali ou se enfiar debaixo da mesa. Estava com vergonha e sem graça por Arizona ter confrontado ele tão abertamente.
— não precisa se preocupar Ari... apesar da Callie ser uma mulher muito bela, é também muito difícil. - ele bebericava sua bebida e analisava todo o corpo de Arizona. A forma como ele estava olhando para a loira estava fazendo o corpo da latina esquentar, mas de raiva.
— é Arizona. - ela o confronta mais uma vez e a morena coloca uma de suas mãos na base da coluna da loira. — e por que eu me preocuparia com você? - a pergunta em tom debochado faz Carla que estava sentada na mesa começar a tossir, e Bem esperto do jeito que era, levou sua mulher para longe e arrastando Sofia junto com ele que estava de boca aberta pela ousadia de sua mãe.
— ele está brincando amor... - uma das mãos faziam um leve carinho em suas costas. — ele sabe que eu tenho um bom gosto, por isso estou com você e não com ele. - abre um sorriso malicioso para o homem que joga a cabeça para trás sorrindo. — ele acha que isso é ser difícil, mas isso é ter bom gosto. - sela os lábios aos da loira que sorrir.
— sua mulher é bem direta, Callie. - aponta dando um passo à frente e a morena entra em alerta. — gosto de mulheres assim como você e como você loirinha. - abre um sorriso que faz Callie querer esganá-lo ali mesmo.
— loirinha? - Arizona gargalha dando um passo também a frente e fica com o corpo encostado totalmente ao de Ricardo, e Callie segura um de seus braços encarando a mulher que parecia estar bem segura de si. — e eu gostaria de dar um recado para o senhor com toda educação. - observa o homem arregalar os olhos e olha para baixo vendo uma das mãos de sua mulher na intimidade de Ricardo que dar um pulo surpreso, mas Arizona não o solta. — mantenha esse teve amiguinho bem longe da minha mulher porque senão a loirinha aqui pode arrancá-lo sem pena com seu próprio bisturi. - a morena nota a namorada apertar as bolas de Ricardo que geme de dor e os olhos ficam cheios de lágrimas de imediato. O homem se curva para frente e Arizona bate as mãos uma na outra como se tivesse querendo limpar alguma sujeira delas. — recado dado, e espero que o siga com muita atenção. - pisca para o homem que tenta balbuciar alguma coisa, mas não consegue.
Palavrões. Palavrões era o que a morena murmurava para ela mesma enquanto arrastava Arizona para dentro da casa de seus pais. Ao passar pelos convidados, apenas maneava com a cabeça já que estava totalmente alheia ao que estava se passando a sua volta. Ela não sabia o que estava sentindo. Não sabia se gritava, se gargalhava, se escondia-se em algum lugar ou se arrastasse Arizona para qualquer cômodo daquela casa onde pudesse calar aquela boca atrevida que estava lhe dando trabalho naquela noite.
— você pode ir mais devagar por favor, Calliope? - escuta a loira suplicar enquanto a arrastava pela escada. — eu vou acabar tropeçando nos meus saltos. - pede.
A morena freia os passos quando chega ao corredor do andar de cima da casa, e respirando fundo, empurra Arizona para dentro de seu antigo quarto e com certa brutalidade a empurra contra a porta ouvindo um gemido surpreso sair da boca da loira que sorrir quando ela avança a boca contra a sua.
Uma onda de calor subiu incontrolável pelo corpo da morena. ''Ah... aquele gosto...'' Callie tinha sentido falta daquele gosto nas últimas semanas. Tomou a língua da loira na sua e parou de respirar quando as mãos delicadas subiram de sua cintura para o seu pescoço. Os dedos foram se enfiando em seus cabelos, e Arizona retribuía seu beijo com a mesma intensidade e saudade que ela sentia. O beijo ficava mais voraz, mais feroz e sua mulher mordeu seu lábio, gemeu em sua boca e só de ouvi-la gemer a fazia perder completamente a sanidade. Callie queria espremer o corpo de Arizona contra a porta, arrancar suas roupas e matar a saudade, mas a loira soltou sua boca, ofegante, para respirar e morena então enfiou o nariz em seu pescoço. Arizona gemeu mais uma vez, um som ínfimo e quase imperceptível que causava calafrios no corpo da latina que sentia seu ventre se contrair devido o tesão que sentia por aquela bruxa que a fazia perder todos os sentidos.
— você está sendo tão rebelde hoje que minha vontade é te foder nesse quarto até o amanhecer. - ao ouvir as palavras sujas vindas da latina, a loira geme entre seus braços esfregando o corpo contra o seu. — sua sorte é que não temos tempo para isso... - sente as mãos de Arizona em suas, as apalpando com possessão.
— podemos sim... - estava ofegante e clama por mais toques da latina em seu corpo. — eu não ia me importar de transar com você no seu quarto de solteira e ao lado do quarto da sua mãe. - declara sentindo os lábios da morena tomando posse de seu pescoço.
— você quer uma rapidinha aqui? - mordisca o lóbulo de sua orelha e ela entra em transe. — agora? - sussurra passando a língua em seu pescoço.
— Callie... - geme seu nome em súplica. — eu estou tão pronta para você, amor...
— se você não pudesse beber, eu juro que falaria agora que você está completamente bêbada. - dar um selinho discreto em seus lábios.
— mas eu estou... - puxa seus lábios aos dela. — completamente louca, e bêbada de tesão por você. - passou a mão na cintura da latina e lhe beijou de novo, dessa vez a mão desceu pelas costas até sua bunda. — vai me fazer implorar ou eu vou te que usar o método Robbins de convencimento? - Callie sorrir maliciosa. Ela amava aquele jogo, ela amava aquela Arizona desinibida.
— implora! - ordenou a beijando, deixando suas línguas matarem a saudade. — se você pedir, eu... - sente os braços de Arizona deixarem seu pescoço, e a mulher abaixa a própria calcinha fazendo a deslizar sobre suas pernas e desata o cinto que estava preso em sua cintura.
— agora me come. - mordeu o lábio inferior da latina e a viu fechar os olhos. — mas... aqui na porta. - a puxou pelo pescoço lambendo seus lábios.
Callie roçou os narizes, espremendo Arizona contra a porta de seu quarto de solteiro, sentindo o hálito da loira em sua boca. Arizona apertava seus braços com os dedos longos, acariciando sua pele e seu vestido, deixando um rastro de calor atrás do seu toque. A morena teve que controlar a respiração para reunir forças para fazer o que Arizona queria que ela fizesse. Bom... a festa rolava lá fora junto com familiares e amigos de seus pais, e apesar de ter Arizona em sua mercê no seu quarto de solteiro durante uma festa de sua mãe, ela não pararia. Se Arizona queria que ela a tomasse ali em pé contra a porta, ela a tomaria.
As mãos subiram o vestido preto e curto que a loira vestia e os dedos exploraram sua entrada trabalhando, espremendo em ondas circulares o caroço que era seu ponto máximo de prazer. Com uma mão provocou meus seios mesmo por cima do vestido e Arizona sentiu seus músculos se contraíram querendo espremer suas coxas, mas Callie colocou o quadril entre suas pernas, lhe mantendo aberta. Não havia palavras entre e as mulheres. Não tinha espaço para qualquer raciocínio. Era só toques, olhares, sensações... Dias de tesão acumulado, de uma abstinência forçada, de um desejo reprimido. Callie lhe penetrava com tanta força que teve que diminuir a velocidade a cada nova estocada, pois os gemidos delas se entrecortava ofegante e agudo.
A morena sentiu Arizona abraçar seu pescoço, beijando-a enlouquecida. Ela já não se importava mais se estavam apenas gemendo ou gritando, tamanho era o prazer que lhe fazia perder os sentidos, só em ter e ver Arizona tão entregue entre seus braços. Fazia um vai e vem torturante, lhe penetrando com maestria e quando evidenciou que o corpo da mulher menor ia despedaçar, tirou os dedos e deu um leve belisco em seu ponto máximo de prazer e sentiu que derramava um líquido quente. Levou os dedos à boca antes de tomar seus lábios com devoção lhe abraçando forte pela cintura.
— deixa eu retribuir...? - Arizona pediu ofegante logo após partirem o beijo.
— mais tarde. - desce o vestido preto que estava na altura da barriga da loira. — amassou um pouco. - observa a peça preta amarrotada.
— vou ser rápida, vai...? - Seu olhar era profundo, como se quisesse enxergar a alma da latina. — aposto que você está toda necessitada por mim. - abre um meio sorriso.
— estou com vestido longo e que vai dar um baita trabalho para tirar. - sua respiração já estava voltando ao normal e ela abaixa para pegar o cinto de Arizona e a calcinha. — toma, vai lá no banheiro se limpar. - entrega os objetos para a mulher que faz um bico evidenciando que não estava de acordo com aquilo. — mais tarde... - dar uma piscadela para a loira que ergue os ombros em redenção.
— não tenho escolha e pelo jeito minha namorada não está com tanta saudade assim de mim... - exagera no drama enquanto caminha em direção ao banheiro e Callie caminha atrás dela se encostando na porta.
— eu nunca conheci ninguém mais dramática que você Arizona. - abre a boca em espanto quando a mulher lhe presenteia com o dedo do meio. — boca suja não só com palavras, mas com gestos também... - semicerra os olhos.
— você não quer transar por causa da porcaria de um vestido. - reclama enquanto se lava no chuveirinho que ficava ao lado do vaso. — depois não reclama... - se equilibra em seus saltos.
— pensei que estivesse mais relaxada. - brinca vendo o bico enorme que estava no rosto da loira. — anda, para de graça. - pede. — estou te esperando aqui no quarto. - anda em direção à cama. — te foder de salto alto não é fácil. - estica as pernas. — meus pés estão doloridos. - resmunga.
Depois que Arizona apareceu devidamente vestida, antes de saírem do quarto Callie lhe deu vários selinhos prometendo que encerrariam a noite da maneira que a loira queria, mas que naquela hora, não era lugar para aquilo já que teriam que voltar para a festa. Quando chegaram no enorme jardim avistou muitas pessoas na pista de dança. Um excelente Dj estava arrasando colocando tanto adultos como crianças para dançarem e quando caminha para a lateral onde ficava as mesas e cadeiras sente a mão de Sofia em seus braços lhe puxando para a pista. Sorrir pela animação da filha que também puxava Arizona que já estava com o semblante melhor e convencido.
De uma coisa Callie tinha certeza: Sofia tinha lhe puxado no quesito dança. Sua filha amava dançar assim como ela. As duas estavam sincronizadas na batida da música enquanto Arizona dançava com Clara que levava suas mãozinhas para o alto. Sua irmã tentava fazer os quadris de Ben se moverem, mas coitado do homem, era melhor tê-lo deixado junto com seus amigos. Logo após curtirem várias músicas, Callie se retira com sua irmã que tinha pedido para o marido ir buscar um copo d'água para ela. As duas conversavam enquanto observavam toda a festa, mas quando seus olhos pararam em um ponto fixo, a morena semicerrou seu olhar e acompanhou os olhos para onde Ricardo olhava tão concentrado e não gostou nada, nada quando o viu observando Arizona.
— eu não gosto da maneira que ele olha para ela. - comenta para Carla que não entende de imediato até ela apontar para o homem de terno e gravata.
— ele devia temer pela vida dele. - a caçula debocha. — eu te achava maluca até conhecer sua mulher. Eu quase passei mal de tanto rir... - lembra da cena mais cedo na mesa.
— eu só fico incomodada quando olham com esse olhar para ela. Seja homem ou mulher. - estala os dedos tentando manter a calma.
— você sabe que ela não gosta do que ele tem a oferecer né? - toca seus ombros. — fica tranquila e observa só a Arizona. - estava espantada. — não sabia que ela dançava assim tão solta.
— ela só dança assim para mim ou quando está bêbada. - no fundo sabia que tudo que a loira fazia era para provocar uma pessoa daquela casa e ao olhar para o outro lado e ver sua mãe cochichando com suas amigas, tinha certeza que estava funcionando.
— se está rebolando assim sem beber, eu imagino bêbada. - brinca. — e olha só a Sofia indo para o mesmo caminho... - aponta. — que mal exemplo... - gargalha.
— olha a cara da nossa mãe. - maneia a cabeça para o lado e Carla acompanha a direção. — ela está tendo uma noite difícil. - sorrir.
— com uma nora afrontosa dessa, ela deve estar se mordendo de raiva. - gargalham juntas, cúmplices.
As mulheres estavam distraídas quando a cerimonialista convidou todos para se juntar a aniversariante na enorme mesa onde ficava o bolo. Carlos pediu para que as filhas e as netas ficassem ao lado deles atrás da mesa enquanto os convidados se aglomeravam por ali. Arizona ficou perto da mulher que estava com o microfone e viu quando a mesma pediu para que todos ficassem em silêncio, pois Lúcia, iria agradecer a presença dos convidados em sua casa.
Blá-blá-blá era o que Callie ouvia saindo da boca de sua mãe. Primeiro antes de tudo, a mulher agradeceu a equipe que trabalhou para que todos pudessem ter uma boa diversão. Destacou o nome de algumas pessoas e depois agradeceu ao marido Carlos. Enquanto sua mãe não parava de falar a morena observa Arizona que encarava sua mãe com um semblante engraçado. Era uma mistura de diversão e mistério e ela sabia que a loira estava tramando alguma coisa e começa a sentir sua mãe suar. Se Arizona fizesse alguma coisa ali, tinha medo de sua mãe formar uma confusão já que estava aguentando muita coisa desde o início da festa.
— quero também agradecer a presença das minhas filhas e netas. - a morena volta a realidade quando o som de aplausos adentram seus ouvidos. — tem anos que a minha mais velha não aparece nessa data tão especial, mas vejo que está finalmente ganhando juízo. - encara sua mãe querendo sumir daquele lugar. — enfim... agradeço a presença de todos vocês que se disponibilizaram a vir e festejar comigo. - entrega o microfone a cerimonialista sorridente.
— agora eu quero pedir que algum amigo ou amiga de Lúcia falasse né pessoal. - a mulher que estava de terninho feminino e coque fala. — não é todo dia que completamos sessenta anos e gostaria que alguém que a amasse muito viesse aqui à frente. - pede e se forma um burburinho no local.
— eu falo! - aquela voz... — nada melhor que a nora preferida para falar dela, né sogrinha? - Callie sente o coração disparar ao ver a mulher pedir licença a algumas pessoas e se coloca ao lado de Lúcia e a cerimonialista entrega para ela o microfone.
— Ferrou... - Sofia olha para cima a encarando com os olhos arregalados. — mãe... - sussurra antes que Arizona começasse a falar.
— Bom gente, primeiramente: boa noite! - todos respondem seu cumprimento. — muitos de vocês não me conhecem, mas eu sou a esposa da Calliope, e apesar da minha sogrinha aqui... - coloca a mão no ombro de Lúcia que estava ficando vermelha e respirava fundo. — está completando seus sessenta anos, eu fico muito feliz de estar aqui com ela, nessa data super especial para comemorarmos juntas. - sorrir olhando para o público que a olhava admirada. — quando eu e a sogrinha nos conhecemos de cara viramos mãe e filha. - vira encarando os olhos de Lúcia Torres que tentava desfaçar sua vontade de cometer um homicídio. — ela me acolheu como filha, e eu a acolhi como mãe. - finge uma voz embargada de choro e Callie olha para sua irmã que coloca a mão no rosto para tampar a risada. Seu pai estava estático e com uma cara desacreditada e ela sabia, Arizona estava indo para uma zona muito perigosa. — Lúcia disse que eu era a melhor pessoa que Callie poderia casar e criar nossos filhos. Torceu tanto por nós que acabou passando mal no nosso casamento por estar ansiosa demais, vocês acreditam? - os convidados murmuram um ''oooh'' — fico triste por não ter comparecido sogrinha, mas brevemente eu e Callie nos casaremos felizmente de novo e você poderá ficar sentadinha assistindo a cerimônia. - resolve avançar um pouco mais e transpassa um dos braços pelas costas da mais velha a abraçando pela cintura e seus quadris se encostam lado a lado. — você é a melhor sogra que eu poderia ter e no dia de hoje, eu te desejo... - faz uma pausa olhando para cima como se tivesse segurando as lágrimas. — tudo o que eu te desejo é vida longa e muita saúde para me receber sempre em sua casa de braços abertos, e aliás, espero que faça bom uso dos presentes. É isso... - entrega o microfone para a cerimonialista e sai de trás da mesa indo para um lugar mais afastado na lateral da aglomeração que estava formada e quando escuta o som da música do ''parabéns'' encontra Ben que levanta as duas mãos fazendo joinha com os dedos.
Depois que Arizona parou de falar, Callie parou de raciocinar. Estava congelada e batia palmas mecanicamente. Carla ao seu lado não parava de rir enquanto Sofia estava vermelha e com certeza de vergonha. Seu pai estava com um semblante espantado e sua mãe tinha um olhar gélido olhando para um único ponto fixo na lateral do jardim.
Depois de muitas felicitações e do corte de bolo, todos voltaram a se espalhar pelo jardim e ela viu sua mãe sair em disparada para dentro de casa e seu pai ir atrás. Era agora que começava mais uma Guerra Mundial? Procura Arizona pelos convidados, mas não acha e resolve entrar para ver como a mãe estava e não a acha em lugar nenhum da casa. Pensou que ela pudesse estar na cozinha ou na parte de trás da casa que ficava a dispensa, mas não. Lembrou do escritório de pai e correu para lá, e quando abriu a porta escutou Lúcia gritar com seu pai.
— o que essa mulher quer? Acabar com a minha reputação perante meus amigos. - murmurava andando de um lado para o outro dentro do escritório de Carlos.
— a Arizona foi gentil em falar sobre você, Lúcia. - tenta acalmar a mulher que parecia que ia criar um buraco no cão de tanto rodear no mesmo lugar.
— não seja patético Carlos. - rir debochada colocando as mãos na cintura. — Callie... - sua mãe a ver parada na porta. — eu quero essa mulher fora da minha casa! - ordena.
— Arizona é minha convidada e você não a mandará embora. - fala alto e firme.
— ela me envergonhou na frente de todo mundo e você ainda a defende? - vira-se para Callie que ainda não tinha se pronunciado. — e você? Também faz parte desse joguinho ridículo da pessoa que você a chama de esposa? - anda em direção a filha. — por que não me disse que ela viria para cá, Callie? Você chegou aqui sozinha com a Sofia.
— Arizona decidiu de última hora vir para cá e estava em um hotel já que ela não gosta da sua hospitalidade. - sente sua irmã atrás de si e dar espaço para a mais nova.
— está fazendo o que aqui, Carla? - ataca a filha. — já não basta sua irmã me trazer desgosto para dentro de casa, você decidiu vir aplaudir?
— eu vim me divertir. - responde a mãe sem medo. — gostou ''sogrinha''? - gargalha parada na entrada do escritório.
— Calliope e Carla. Mais respeito com a mãe de vocês. - Carlos fala sério olhando para as filhas que abaixam suas cabeças. — sua mãe tem os problemas dela, mas ela merece respeito. - aponta.
— problemas? - pergunta indignada. — que problemas? - interroga mais uma vez. — eu não querer a presença dessa mulher na minha casa é algum problema? Ela passou de todos os limites e...
— Callie? - Arizona chega no escritório atrás de sua namorada.
— sua vagabunda! - grita indo em direção à Arizona, mas Callie se coloca no meio das duas e Lúcia tenta passar, mas é agarrada pela filha que a impede. — eu vou acabar com você. Eu conheço muito bem a sua laia...
— conhece? - Arizona a enfrenta sorrindo. — que bom que se identificou sogrinha. - bate palmas enquanto Carlos segurava a mulher pelos braços. — hoje eu fui tudo o que você é: falsa, mesquinha, gosta de ser o centro das atenções e como você mesma disse... - mira o olhar ferino em Lúcia. — uma vagabunda! - grita fazendo a mulher tentar chegar nela novamente. — você é uma pessoa horrível Lúcia. Como tem coragem de agradecer a presença da sua filha querida, mas se quer faz uma ligação para ela durante a semana como seu marido? pera lá... você não se diz mãe? Então haja como uma. - as palavras fazem Callie engolir em seco. — você não sabe o quanto a Calliope sente a sua falta e fica com medo de ligar para você porque sente medo de brigarem já que a mamãe orgulhosa não dar um passo se quer para ter um relacionamento saudável com a filha. - joga as palavras para cima de Lúcia que perde a fala.
— Arizona! - Callie a repreende. — chega disso! - ordena em um tom firme.
— Calliope, leve ela daqui. - seu pai pede e a morena segura firme nos pulsos da loira a levando para fora do escritório.
— miserável! - escutam o berro de Lúcia antes de se afastarem.
Callie bate à porta do carro com força ao entrar no veículo. Arizona estava ao seu lado quieta e olhava pela janela. Não sabia o que estava sentindo e se falasse alguma coisa poderia começar a discutir com a loira, e a única coisa que ela não queria era uma discussão já que passaram muitos dias distantes uma da outra. Sabia que a partir do momento que Arizona pegou aquele microfone muitos problemas iriam surgir, e aquela cena no escritório era só o começo. Se sua mãe não as aceitava desde há muitos anos atrás, agora mesmo que aquilo não iria acontecer. Não sabia ao certo porque Arizona estava agindo daquele jeito como se não tivesse medo dos seus atos. Talvez ela tivesse descontando suas angústias em Lúcia ou talvez queria realmente se vingar de sua mãe. Nunca foi fã de confusão e ainda mais quando as coisas envolviam sua mãe, ela preferia se manter longe, pois de uma coisa ela sabia: não adiantava atacar Lúcia porque ela nunca iria mudar aquele jeito petulante de ser. Cresceu com sua mãe sendo assim e morreria com sua mãe sendo assim... a não ser que um milagre acontecesse, mas seria bom demais para ser verdade.
Assim que estacionou o carro um pouco mais à frente do hotel que Arizona estava hospedada, ouviu o suspirar vindo da mulher. Nem sabia como tinham chegado tão rápido já que ela fazia tudo no automático e passaram o caminho todo em silêncio.
— você está chateada comigo? - Arizona pergunta soltando o cinto de segurança e encarando o perfil da morena que encosta a cabeça no banco do motorista.
— não agrida minhas mãe como você fez lá no escritório. - encara a loira com um olhar triste. — eu sei o que ela é, e não precisa ficar falando... - sente um nó se formar na garganta. — só não faça mais isso. - pede.
— ela me chamou de vagabunda. - fixa os olhos castanhos da latina. — eu não levo desaforo para casa, você sabe. - solta o cinto de Callie que acompanha seus movimentos.
— você pediu por aquilo desde que a resolveu envergonhá-la na frente das amigas dela, Arizona. - murmura ao ver a mulher tentar se encaixar em seu colo. — e não estou reclamando disso, mas sim sobre falar aquelas palavras pesadas para ela.
— ela precisa abrir os olhos Callie, e alguém precisa dar um choque de realidade na sua mãe. - tenta achar alguma coisa que fizesse o banco ir para trás. — gente carro caro é complicado, cadê a porcaria da alavanca ou botão para esse banco ir para trás? - pergunta e Callie aperta um botão e além do banco ir para trás que deita por completo e a loira faz um ''oh'' surpresa. — já disse que amei esse carro? - sorrir fitando sua latina linda. — me desculpa por te chatear, mas eu não me arrependo de nada. - acaricia os olhos da morena que fecha os olhos. — tive uma ideia. - pisca para a morena tirando o cinto da cintura e tirando seu próprio vestido ficando só de lingerie.
— no carro da minha mãe? - latina gargalha quando Arizona afirma com a cabeça antes de mandá-la tirar seu longo vestido. — eu amo você sabia? - dar um selinho na mulher que estava com pressa em despi-la. — isso tudo é saudade e sede por mim? - brinca ao ver a loira tirar as sandálias dos pés.
— amor, eu estou doidinha para matar a saudade, mas principalmente para testar os bancos macios do carro da sua mãe. - sorrir maliciosa. — ela não me chamou de vagabunda? - debocha. — agora eu irei agir como uma dentro do carro dela. - murmura antes de sentir Callie puxar seus cabelos e tomar os lábios aos dela.
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