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História I still love you - Cala sua boca. Cala essa maldita boca Lúcia!


Escrita por: calzonatr_

Notas do Autor


Boa noite, galerinha!! como vocês estão?
esse cap. tem bastante drama, então já estão avisadas que tem alguns acontecimentos fortes. Não queiram me matar por favor, pois no fim tudo se acerta não é?
obrigada pela paciência, apoio e carinho. Sou grata pelas mensagens ♥
depois que me falem o que acharam do cap, okay?
um beijo e um ótimo final de semana. Boa leitura!

Capítulo 72 - Cala sua boca. Cala essa maldita boca Lúcia!


Arizona

 

 

Se esperar um filho já é uma grande emoção e gera uma enorme expectativa, sem dúvida, mais de um, provoca uma mistura de sentimentos inexplicáveis. Pois, a partir de então, tudo passa a ser em dobro. Foi uma felicidade absurda, uma sensação surreal e única que não dá bem para entender. Quando ouviu corações batendo fortes e Charlotte mostrou no monitor a posição das duas sementinhas se desenvolvendo em sua barriga, sentiu-se que poderia explodir de amor, de felicidade. Gêmeos? Era uma loucura. Claro que Charlotte as deixou a par de tudo o que poderia acontecer quando os embriões foram implantados no óvulo, e ela entendia muito bem do assunto, porém nunca se passou por sua cabeça que três ou dois iriam vingar. Agora era tentar curtir ao máximo essa fase que segundo as amigas que já estiveram grávidas, passava muito rápido. Charlotte lhe informara que agora os cuidados seriam em dobro e indicou uma nutricionista de confiança para que fizesse também seu acompanhamento durante toda a gestação já que a amiga não poderia ir sempre para Seattle lhe prestar assistência.

 

 

No dia seguinte da descoberta, contaram para a filha que teria irmãos ou irmãs gêmeas e a menina era só alegria dizendo que não via a hora para começarem a comprar o enxoval completo dos irmãos. Ver o brilho no olhar da primogênita e o jeitinho que ela falava com os bebês dentro de sua barriga, fazia seu coração queimar em um amor único e fraternal. Sofia seria a melhor irmã para aqueles bebês e com certeza os defenderia com unhas e dentes, e apesar de saber que uma hora por causa das idades iriam entrar em guerra, sabia que ela daria o seu melhor para os irmãos.

 

 

Era sexta e os Robbins mais Torres chegariam naquela noite. Arizona estava na cozinha preparando o jantar enquanto Callie tinha ido com Sofia ao aeroporto receber os anfitriões. Infelizmente não dava para ficar todos na casa, então só a irmã da latina e a sobrinha ficariam na casa e os pais em um hotel no centro de Seattle. Durante os dias que se passaram até aquela sexta, Arizona pôde ver a mudança de comportamento em Callie em relação a conversa que teriam com a família. Ela não tinha declarado nada em voz alta, mas nada naquela mulher passava despercebido e Arizona fazia de tudo para distraí-la ao máximo com assunto dos futuros filhos que teriam.

 

 

Enquanto preparava o Chilli com carne moída e Burritos, ideia especialmente vinda de Sofia dizendo que já que a tia e a prima ficariam em sua casa, nada melhor do que fazê-las se sentirem em casa com comidas típicas de onde vieram. Callie tinha ajudado a adiantar tudo antes de ir para o aeroporto e Arizona ficou com o processo e finalização. Esperava que desse certo já que não costumava cozinhar comida mexicana com frequência e sorrir ao lembrar a primeira vez que a latina tinha a ensinado alguns pratos que ela gostava que não eram tão apimentados. Ainda namoravam e dividiam apartamento com Cristina e Owen, e tinham feito uma tremenda bagunça na cozinha. ‘’Como o tempo passa rápido’’ murmura para si mesma enquanto tudo já estava dentro do forno e ela só ia tomar um banho rápido e calculado para não deixar nada passar do ponto senão Sofia e não Callie a mataria.

 

A loira estava na cozinha organizando tudo depois de ter tomado banho quando escuta a porta da frente se abrir e vozes femininas misturadas com risadas adentram a casa. Se despede de April que estava com ela ao telefone ao mesmo tempo que verificava se a comida estava no ponto e pela cara deveria estar uma delícia. Respira aliviada porque pelo menos a aparência estava boa.

 

 

— amor, chegamos! – ouve a voz de Callie e se retira da cozinha indo em direção à sala onde recebe um abraço apertado de Clara que agora lhe chamava de ‘’titia’’ e dizia que ela era a única tia loira em sua vida.

não acredito que minha irmã colocou você para cozinhar para gente. – a cunhada lhe abraça depositando dois beijos em cada lado de seu rosto. — ela que deveria fazer isso Arizona e não você. – olha travessa para a irmã que dar de ombros.

como foi o voo? Nossos pais estão em um bom hotel na cidade, creio que esteja tudo bem. – comenta vendo Sofia ir para a direção das escadas com Clara que estava ansiosa para conhecer o quarto da adolescente.

— já estão no hotel e como sempre minha mãe fez mil exigências a respeito das acomodações. – Callie revira os olhos puxando Arizona para sentar em seu colo no sofá.

— como você e o bebê estão Carla? – a loira pergunta para a cunhada que sentara no sofá da frente esticando os pés. — que pena que o Bem não pôde vir, ele adoraria nossa reuniãozinha familiar. – pisca para a Torres mais nova que gargalha ao recordar do aniversário de sua mãe.

— estamos ótimos e alguém teria que ficar trabalhando né?  – brinca pegando o celular para mandar uma mensagem para o marido avisando que já estavam na casa de sua irmã. — mas e vocês? – tira o olhar do aparelho eletrônico e observa as mulheres felizes a sua frente. — deveria ter tirado a aliança antes de ir nos buscar no aeroporto maninha. – constata e Callie arregala os olhos olhando para a sua mãe.

— droga!!! – esbraveja e Arizona sorrir batendo em sua testa. — por isso papa estava olhando torto para mim como se eu estivesse escondendo algo.

— eu ainda avisei para tirar antes de ir para o aeroporto sua tapada. – levanta do colo da latina chamando por Sofia e Clara para lavarem as mãos que o jantar iria ser servido. — sua irmã é muito estraga surpresa Carla.

— agora eu quero saber de tudo. – a cunhada fala a seguindo para a cozinha com Callie atrás das duas resmungando por ter esquecido de tirar a delicada peça do dedo. — claro que não precisam me contar como foi a comemoração depois do pedido. – lava as mãos na pia da cozinha enquanto Arizona tira a comida do forno e Callie como tinha sido, ocultando a parte da gravidez de Arizona.

 

 

Durante o jantar Callie e Arizona contaram como tinha surgido o pedido de casamento e Sofia incrementara falando como a mãe tinha a abordado falando que iam se casar novamente. Carla estava feliz pela irmã ter voltado a construir sua família ao lado da mulher que sempre amou e sabia que a notícia do casamento seria um baque para sua mãe que não suportava Arizona e por esse motivo não tinha aceitado o convite de ficar no quarto de hospedes oferecido pela filha.

 

Após o jantar Clara declarou que estava com sono, e assim, subiram com as malas e a latina ajudou a irmã a se instalar com a sobrinha enquanto Arizona falava com a mãe ao telefone perguntando se estava tudo bem no hotel e que no dia seguinte se encontrariam para um belo passeio na cidade.

 

Depois que colocou seu baby-doll e foi ao quarto da filha que já estava se preparando para dormir, conversou um pouco com a adolescente que estava animada pelos avós estarem na cidade e Arizona sabia que aquilo não acontecia há anos todos estarem juntos devido aos problemas que enfrentava com a mãe de Callie e devido a separação também que acabou no afastamento de todos.

 

 

— que carinha é essa de preocupação? Você não estava feliz ainda agora com a chegada da sua irmã? – a loira apaga a luz do quarto vendo a mulher olhar para a televisão sem prestar atenção em nada.

amor, eu estou com medo... – confessa quando Arizona deita-se na cama e ficam de frente uma para a outra.

medo de que Calliope? Quer que eu acenda a luz? – brinca dando um peteleco no nariz latino lhe arrancando um sorriso contido.

— engraçadinha. – chega o corpo mais para frente para beijar a ponta do nariz de Arizona e retorna para seu travesseiro. — minha mãe amanhã à noite vai vir conhecer o local onde a gente vive. A última vez que ela pisou em Seattle, foi embora e nem ficou para o casamento. – comenta enquanto brincava com o laço do baby-doll preto de Arizona.

já se passaram muitos anos Callie. A sua mãe está vindo para a nossa casa por vontade própria e não porque vamos nos casar amanhã. – pondera para tentar tirar qualquer preocupação que tivesse assombrando sua latina.

— mas daremos a notícia que vamos nos casar e estamos grávidas. Você não acha melhor só falarmos sobre o casamento? Ela vai surtar Arizona. – não queria passar pela rejeição que passou há anos atrás com sua mãe não aparecendo em seu casamento.

— amor, me desculpa. Mas eu estou pouco me lixando pelo que sua mãe vai achar. Nada do que ela falar vai interferir na minha vida. Por muitos anos, eu fiquei magoada por ela não nos aceitar, por não me aceitar na verdade e nem a neta durante um tempo. Mas ficar guardando rancor da Lúcia só me fazia mal, por isso agora ela virou a minha sogrinha preferida. – as palavras parecem acalmar um pouco a morena que suspira recebendo um carinho em suas bochechas.

você não vai aprontar nada né? Se comporta porque seus pais também vão estar aqui. – sorrir para a loira que mostra suas covinhas irresistíveis pata ela. — Você tem razão, devemos falar logo tudo de uma vez até porque sua barriga vai crescer rápido. – toca a pele da mulher por baixo da blusa fazendo um carinho de leve.

— eu tenho certeza que amanhã quando formos passear por Seattle com eles, minha mãe vai me olhar e saber que eu estou grávida. Ela sempre sabe de tudo. – revira os olhos constatando que não precisaria falar muito para sua mãe adivinhar o que se passava com ela. — Ela soube quando eu dei meu primeiro beijo, minha primeira paixão, quando perdi a virgindade...

— okay, Arizona. Já entendi que sua mãe sabe de tudo... – tampa sua boca com dois dedos impedindo que sua mulher tagarela continuasse falando sobre a descoberta de dona Bárbara.

— boba. – presenteia Callie com dois selinhos seguidos. — eu estou tão feliz amor.

— eu também. – a puxa pela cintura colocando seus corpos. — contei para o Mark que eu fiz um tratamento com a Addie. Ele ficou super feliz e não ver a hora de ser papai novamente.

— Mark não vai ser pai dos nossos bebês, Calliope. – reclama com a cara fechada. — eu tive que aturar ele dia e noite com a Sofia no nosso apartamento, mas agora é só a gente. – avisa com antecedência porque não queria Mark enfiado em sua casa, apesar de ser um grande amigo.

fala isso para ele que parece estar bem empenhado no seu papel de pai. – lembra de Sloan falando sobre ter que comprar uma arma para dar conta de todos os seus filhos.

— não vejo a hora de te ver grávida novamente. – confessa e Callie engole em seco. — Você fica linda grávida e deus seios, uau. – faz um gesto explosivo com as mãos e ela se ajeita na cama para conversar seriamente com sua mulher.

— Arizona eu preciso te confessar uma coisa. – mesmo só com a luz vinda da tv do quarto, podia ver os azuis cintilantes queimando em cima de si. — estou com medo de que não dê certo e que eu não esteja grávida. – suspira ao dizer as últimas palavras.

— vai dar certo Calliope, você vai ver só. – tenta passar confiança em suas palavras para a mulher temerosa à sua frente.

mas eu não sinto absolutamente nada e você sentiu. Quando eu fiquei grávida da Sofia, eu sentia um enjoo fora do comum. – recorda dos sintomas antes de fazer o teste de gravidez e o mesmo dar positivo.

— Callie, faz oito dias que você fez o procedimento. Ainda é cedo para qualquer coisa, você sabe. – encara a mulher que afirma com a cabeça, mas não desfaz o ponto de interrogação em sua testa. — segue as regras da Addison de vinte e três dias ou um mês, você escolhe.

ela também disse que por conta do meu problema, pode não dar certo de primeira. – sabia que tudo poderia acontecer. Ou ela engravidaria logo de cara, ou teria que enfrentar mais um desgastante procedimento.

— por que você está sendo tão negativa? Isso afeta sabia? E não faz nada bem. – a loira fala chateada por Callie se encontrar tão na defensiva e falando que não iria dar certo.

não estou sendo negativa, eu só estou com medo e sendo realista. – os dedos dedicados de Arizona passeiam por seu queixo a impedindo de abaixar a cabeça.

— tudo bem. – desiste de prolongar aquele assunto e sobe no corpo latino se encaixando entre suas pernas. — se não for na primeira tentativa, a gente faz de novo. Mas eu não vou deixar você desistir está me ouvindo. – segura forte seu rosto encarando os olhos castanhos. — eu te amo demais para deixar você desistir de um desejo, de um sonho.

— obrigada por tudo. – a beija com carinho. — eu amo demais uma loira que está grávida e já posso sentir as mudanças no corpo dela. – as mãos latinas descem da base de sua coluna para seus glúteos onde apalpa com firmeza.

— eu vou ficar uma bola Calliope. Temos que aproveitar porque eu sei que depois você não vai querer nada comigo. – esconde o rosto no vão do pescoço da morena em lamento.

— quem colocou um absurdo desses na sua cabeça? – faz a loira a encarar novamente.

eu vou estar gorda e feia. – se equilibra com um dos braços no colhão. — pés inchados, nariz... tudo. E nada sexy. – enumera as modificações de seu corpo nada agradáveis e Callie nega com a cabeça.

— você vai ser a grávida mais sexy de Seattle meu amor. – abre um sorriso megawatt puxando a nuca de Arizona em sua direção.

vou ficar toda redonda. – murmura entre os lábios latinos.

— minha bolinha de olhos azuis preferida. – comenta, e observa a mulher começar a beijar seu colo. — que foi? Não está com sono hoje?

— não, e estou com vontade de namorar a minha noiva. – beija um de seus seios por cima da blusa enquanto acariciava os outro.

— que milagre é esse que você quer namorar a sua noiva e não dormir? – as palavras faz Arizona parar o que estava fazendo e senta no quadril Callie. — Você tem me deixado a ver navios Dra. Robbins. – aponta.

— desculpa, mas as sementinhas aqui dentro está deixando a mamãe muito preguiçosa. – lamenta com um bico nos lábios finos. — Mas hoje, é uma nova noite... para namorar a minha noiva favorita. – solta uma piscadela.

por um acaso você tem uma outra noiva? – aperta suas coxas e de imediato Arizona solta um gemido de dor. — Xiu, faz silêncio porque senão amanhã a Carla vai ficar jogando piadinhas o dia todo porque somos barulhentas.

— por isso hoje nós vamos fazer um amorzinho bem preguiçoso. – tira a parte de cima do baby-doll pela cabeça joga o tronco para frente — lembra quando começamos a namorar e você me dava um belo bom dia? – a morena afirma com a cabeça. — bons tempos, porque depois que moramos juntas... nunca mais. – desdenha suspendendo a blusa de algodão da latina.

— isso, joga na cara mesmo. – depois de tirar sua blusa, as mãos finas vão para as laterais de seu short onde os tira levando junto sua calcinha.

agora prefere acordar cedo para correr ao invés de me acordar com um orgasmo. – tira a colcha grossa de cima delas deixando só um lençol fino onde a cobre e ela escorrega para baixo saindo do campo d visão de Callie.

vou voltar às palavras para você quando eu tiver animada e você dormir no meio de um amasso. – sente os lábios da mulher em seu ventre e ela suspira vendo o lençol que a cobria se movimentar.

— malvada. – fala baixinho passando a língua ao redor do umbigo latino e descendo cada vez mais... — agora fica quietinha amor e sinta o que a preguiçosa aqui irá fazer com você. – sorrir ao sentir o ventre da mulher se contrair quando ela passa o polegar na entrada de sua intimidade em expectativa.

 

 

 

Para Arizona, Callie era mulher mais bonita do mundo. Callie era perfeita do jeitinho dela, uma latina deliciosa que te um coração nobre capaz de perdoar todas as falhas de Arizona e lhe amar apesar delas. Não iriam deixar ninguém, nem a mãe da latina atrapalhar o que elas estavam reconstruindo, que os padrões de Lúcia ditem o que fazer ou ser. Não iriam permitir, deixar que os olhares de outras pessoas interferissem no que elas tinham, porque no fim das contas o que prevalecia sempre era o amor, o respeito e a lealdade.

 

 

O dia amanheceu e preguiçosa, a loira se remexia na cama enquanto sentia Callie beijar sua nuca. Nos últimos dias sentia uma preguiça absurda para levantar da cama, e acordar cedo nunca tinha sido problema para ela, mas com a gravidez tudo estava mudando. Não tinha a mesma disposição para trabalhar durante a amanhã, não era tão simpática com as pessoas que lhe desejavam bom dia quando chegava no trabalho porque a única coisa que ela pensava era em sua cama quentinha. Agora era sábado, sua família encontrava-se na cidade e Callie queria que ela acordasse cedo? Poderia deixar ela dormir só mais um pouquinho, não ligaria se tomassem café da manhã sem ela. Na verdade, agradeceria de poder comer quietinha sem conversar com ninguém. E poderia até parecer egoísmo seu, mas ela preferia se manter longe quando sabia que os picos de mal humor diário a atingia e agora era sempre de manhã ou quando saía do trabalho. Só Callie e Sofia para lhe aturarem mesmo, ainda bem que elas faziam de tudo para lhe agradar e estavam sendo pacientes.

 

 

eu sei que você está acordada, amor... – ouve a voz de Callie em suas costas que não parava de beijar sua nuca.

ah não, Calliope... – vira de costas para a latina que sorrir ao ver a mulher manhosa a sua frente. — só mais cinco minutos por favor. – pede com a voz abafada.

— pelo jeito estamos trocando posições durante os últimos dias, hein? – levanta da cama indo para o banheiro fazer sua higiene matinal e Arizona volta a cochilar. — Arizona? – retorna para o quarto vendo a mulher em um sono profundo novamente. Balançando a cabeça negativamente, pega o celular dela e marca para despertar em dez minutos e a deixa dormir mais um pouco e sai do quarto para preparar o café da manhã.

 

 

Arizona acordou com um barulho irritante de despertador e tateando a cama pegou o aparelho e o desligou. Conferiu as horas e eram oito e quinze da manhã, preguiçosa ela levanta indo para o banheiro para tomar um banho antes de descer e ir tomar café da manhã. Tinha combinado de encontrar com seus pais naquela manhã e não poderia se atrasar porque o Coronel era faca na bota no quesito horário. Ao descer as escadas escuta as vozes vindas da cozinha e um cheiro gostoso de panquecas faz sua barriga roncar.

 

 

bom dia, dorminhoca. – sua filha a cumprimenta já arrumada sentada no balcão da cozinha comendo ovos mexidos e um pedaço de pão.

— bom dia! – beija a testa da menina e cumprimenta as mulheres que já se alimentavam. — desculpem me pela demora, mas eu estou com um sono fora do normal e acordo com um mal humor que só a Callie mesmo para me aturar. – enche sua xícara de café e senta para fazer companhia para o pequeno grupo.

sei muito bem o que é isso. – Carla murmura apontando para seu prato que tinha panquecas, ovos mexidos e um pedaço de bolo caseiro. — fora que a gente não para de comer. – diz com a boca cheia.

imagina eu... – olha para a morena que semicerra o olhar para a irmã. — você contou para ela. – aponta com a faca na direção da latina. — Calliope você não sabe guardar um segredo? – resmunga escutando a sobrinha e Sofia rirem.

você contou para suas amigas antes de mim. – tenta se defender enquanto Carla parabenizava Arizona. — Carla ficou me perguntando como andava o tratamento e eu falei que já tinha dado certo com você, mas não contei que eram dois. – coloca a mão na boca e leva um tapa em seu braço.

dois titia? Nossa! A senhora vai ficar com um barrigão assim oh... – faz o tamanho da barriga com os bracinhos pequenos e a loira rir confirmando antes de voltar o olhar para a latina que que a encarava como se pedisse desculpas.

— hoje teremos então o melhor jantar de todos os tempos. – a cunhada comemora em deboche. — eu estou agora muito mais ansiosa para ver a cara de dona Lúcia Torres. – toma um gole de seu café.

eu não queria contar, mas não poderemos esconder a barriga de Arizona por muito tempo. – observa a mulher que estava toda de preto e sua barriga ainda não estava evidente.

— eu estou ansiosa para saber se vai ser meninas ou meninos. — Sofia declara com um sorriso. — poderei brincar de boneca depois da infância.

— você ainda é uma criança, franguinha. – avisa e a menina lhe mostra a língua fazendo uma careta.

 

 

 

Encontraram com seus pais em frente ao hotel onde encontravam se hospedados. Decidiram se dividirem em dois carros já que não dava para todo mundo ir e Arizona segurou uma breve risada quando cogitou que sua sogra pudesse ir em seu carro, inclusive no banco do passageiro. A mulher apenas disse que era melhor ir com a filha, pois ficaria mais à vontade e Callie a repreendeu com o olhar. A guia do dia estava sendo Sofia que sugeriu o Seattle Aquarium como o primeiro lugar para visitarem e Clara ficou doida com diversas espécies marinhas. Enquanto andavam pelo aquário distraídas, a loira pôde notar o olhar atento de sua mãe a todo instante em cima dela, e sabia que não demoraria para a Robbins mais velha falar o que estava a incomodando. Depois do Aquarium seguiram para o Museu de Arte de Seattle onde continha diversas culturas antigas, históricas e modernas. Carlos assim como Callie, amavam aqueles tipos de obra e Arizona estava gostando daquele tempo de paz entre as duas famílias.

 

 

— o que você está me escondendo mocinha? – a mãe de Arizona pergunta enquanto andavam calmamente pelo calçadão a beira da baía de Elliot.

por que eu estaria escondendo alguma coisa da senhora? – devolve a pergunta olhando o grupo andar mais a frente delas e observa Carla empurrar Callie para frente, fazendo a morena voltar-se contra ela, mas a caçula a ameaça com sua bolsa em mãos.

— porque você é uma péssima mentirosa. – sorrir vendo os olhos azuis da filha mudarem de cor. — ontem a sua Calliope foi nos buscar no aeroporto com uma bela aliança. Não sei se a mãe dela fingiu que não viu porque eu e seu mais Lúcio reparamos muito bem na pedra brilhante do dedo anelar direito dela. — joga as palavras para cima da loira que encolhe os ombros.

ela me pediu em casamento, foi um dos motivos que fez com que ligássemos para vocês e pedíssemos que viessem para cá. – comenta como se tivesse jogando conversa fora com uma amiga.

— e o outro seria? – a mais velha franze o cenho avaliando a filha ao seu lado e sorrir vitoriosa. — quantas semanas? – era uma pergunta, mas o tom saiu como uma afirmação.

por que eu não consigo esconder nada da senhora? – cruza os braços na frente do corpo e sua mãe gargalha lhe abraçando e desejando felicidades. — mais tarde a senhora saberá de tudo, mas por enquanto xiii. – pede silêncio com os dedos na boca.

 

 

Almoçaram em um belo restaurante no centro da cidade, e logo depois passearam por uns bairros históricos antes de se despedirem e irem para casa. Naquela noite Callie ficaria responsável pela janta e Arizona agradeceu a sua mãe que chegou a sua casa mais cedo para ajudá-la. Estava se sentindo um pouco indisposta e tinha certeza que tinha sido porque tivera andado praticamente o dia todo e seus pés estavam doloridos.

 

 

Não muito tarde, Mark chegou com toda sua prole e Arizona só sentiu o impacto que o seu corpo fez com o de Dave quando o menino entrou em seu quarto e pulou na cama onde ela estava deitada já arrumada. Aquele menino não parava nunca. Logo atrás estava Hannah como uma princesa com seu vestidinho azul com bordas brancas e depositou um beijo em suas bochechas antes da menina perguntar quem era a outra criança que estava grudada em sua irmã. Arizona sorriu pela cara emburrada da menina por ter ciúmes de Clara que era um ano mais velha, e logo chamou Sofia para que apresentasse a prima para que não tivesse briga no meio das crianças.

 

 

Ao descer as escadas e entrar na sala, viu seu pai e Mark tendo uma conversa civilizadamente, mas sabia que com a chegada de Lúcio, os mais velhos implicariam com Sloan que sempre caía na piada dos homens. Cumprimentou Lexie com um abraço e se juntou as mulheres na cozinha. Lúcia e Carlos foram os últimos a chegarem na casa e o papel de mostrar a casa para ambos foi de Callie mesmo curiosa para ver o semblante da mulher quando conhecesse o quarto onde sua filha dormia com ela, preferiu ficar na cozinha rindo das piadas de Carla. A irmã de Callie era uma das melhores pessoas que já tinha conhecido e era com pesar que dizia que perdera muito tempo longe da Torres menor, ela era uma boa amiga.

 

 

Lexie tinha voltado para a cozinha cochichando que sua sogra estava olhando sua casa com mínimos detalhes devido à demora no andar de cima, e elas gargalham só de imaginar os milhares de defeitos que a mulher devia estar colocando nos cômodos. Param de falar mal da mulher quando Callie retorna agora com Lúcia ao seu lado e Arizona levanta oferendo seu lugar para ela. A mulher agradece contida e elas entram em um assunto qualquer antes do jantar ser servido.

 

 

Mark, por que você está sentado na cabeceira da mesa e não a minha filha? –  Lúcio diz implicante para Sloan que fica vermelho na hora sem saber o que falar.

papai, deixa o Mark quieto. Esse lugar sempre é do Mark quando vem aqui em casa. – Callie pondera em favor do amigo que agradece.

— espero que curtam o jantar, apesar de todo o crédito vai para a minha mãe e a Callie. – Arizona fala se servindo enquanto os homens servem o vinho nas taças.

sua casa é muito bonita, Arizona. – Lúcia murmura a encarando e ela sorrir agradecimento mesmo com sua mente gritando ‘’falsa’’.

amei saber que a Callie está morando aqui agora e não no apartamento antigo de vocês. A casa é bem espaçosa e vejo que estão muito felizes juntas. – as palavras de Carlos são sinceras e tanto Arizona quanto Callie ficam felizes com a aprovação e elogio.

 

 

 

O jantar tinha ocorrido bem. O Coronel parecia interessado na vida de cirurgiã de Lexie com dois filhos pequenos de seis anos e ainda ter que ‘’lidar’’ com Mark tanto em casa quanto no trabalho. O homem não deixava passar nada e era incrível que Sloan não devolvia as implicâncias do mais velho. O que o medo não faz, não é mesmo? Arizona observava às vezes os olhares de Bárbara ao redor vendo alguma pintura na parede e sabia que ela estava em contagem regressiva para sair daquela casa.

 

 

Logo após comerem e Callie servir a sobremesa, foram para sala e lá Arizona viu uma Lúcia inquieta sentada ao lado de seu marido. Os porta-retratos ao redor demonstrava que aquele era um lar familiar onde as pessoas se amavam verdadeiramente. Antes tinha mais foto de Sofia, mas com a chegada de Callie, a loira decidiu mudar um pouco a decoração colocando fotos mais do dia a dia que de viagens.

 

Com todos sentados e distraídos, a morena começou a cutucar Arizona para que ela começasse a falar logo, pois estava ansiosa para contar para a família que suas vidas mudariam para melhor.

 

 

então... – Arizona pigarreia levantando-se com Callie atraindo os olhares de seus familiares. — nós gostaríamos de contar para vocês algumas novidades. – Mark pisca para Arizona que sorrir criando coragem de continuar.

— eu não falei que não tínhamos sido chamados aqui atoa? – Lúcia cochicha com Carlos que pede para ela ficar quieta, pois ele queria ouvir o que a nora e filha gostariam de contar.

há algum tempo atrás nos tivemos na casa dos meus pais em Washington e surgiu no café da manhã um assunto que nos deixou com a pulga atrás da orelha. – sorrir ao sentir uma das mãos de Callie entrelaçarem a sua e observa seus pais semicerrarem os olhos para ela. — na mesma noite nós conversamos sobre e a Callie disse que já tinha conversado com algumas amigas, incluindo Lexie sobre aumentarmos a família. – a morena afirma com a cabeça sendo abraça pelos ombros por Sloan, e todos menos Lúcia começam a falar ao mesmo tempo e Callie pede para que façam silêncio para Arizona continuar com seu comunicado.

e aí não estimulamos tempo porque era tudo muito recente e queríamos aproveitar mais nós duas como um casal, porque ficamos longe uma da outra por anos, mas não tínhamos para onde correr não é mesmo? – olhou para a morena que beija sua bochecha carinhosamente.

—  em uma noite decidimos que faríamos o tratamento para engravidar e conversamos com nossas médicas, fomos até Los Angeles onde Arizona iniciou o tratamento para engravidar. – a latina explica resumidamente como tinha sido o procedimento da sua noiva.

em quatro semanas logo após o tratamento, descobrimos que eu estava grávida e descobrimos em uma outra ultra que estamos esperando dois bebês, gêmeos. Mas ainda não conseguimos ver o sexo. – a mulher mal acabou de falar e sentiu seu velho pai, coronel Daniel lhe abraçar apertado quase a erguendo do chão, mas foi impedido por Callie que lembrou que não poderia fazer esforço, pois tinha passado por uma cirurgia há meses trás.

— meus parabéns minha filha. Eu vou ser avó de mais duas criancinhas lindas? – o velho homem murmura emocionado e Mark arregala os olhos cochichando com a esposa que o Coronel estava chorando.

— filha, eu estou orgulhoso de você. – Lúcio se levanta e abraça a mais velha. —  Arizona, estou feliz que tenha me presenteado com mais dois netos. Você também minha filha, eu só lhes desejo felicidades. – o homem envolve as duas em um abraço apertado.

vocês piraram? – o som rancoroso da voz de Lúcia faz o sorriso nos lábios do grupo morrerem. — Vocês estão ouvindo o que essas duas malucas irresponsáveis estão dizendo? – a mulher se levanta do sofá enquanto apontava para Callie e Arizona.

— Lúcia, pondere suas palavras! – o marido diz firme.

— um dia você avisa que está grávida do melhor amigo, mas que iria casar com uma mulher. E agora? Você também está grávida de algum amiguinho que resolveu brincar de casinha com vocês duas? – as palavras da mulher acertam Arizona mais do que ela gostaria, mas a única pessoa que ela pensava no momento era sua filha que estava ao lado de Carla, assustada, olhando para avó como se não a conhecesse.

mãe, não vá por esse caminho. – Callie a repreende. O clima tinha ficado pesado, mas Arizona não conseguia se mover do lugar ou falar alguma coisa.

eu não vou ser avó disso que você está esperando. – o semblante é de nojo e Arizona sente o sangue sumir de suas veias. — Isso aqui está como um circo: uma completa palhaçada. – a mulher esbraveja.

— Lúcia, eu sempre te respeitei apesar das indiferenças com a minha filha. Então eu peço que retire o que disse sobre ela está esperando uma coisa qualquer e não bebês crescendo saudáveis dentro de sua barriga. – Bárbara que até então estava calada, resolveu se pronunciar e seu tom era de comando, como uma ordem. Arizona só ouvia aquele tom quando estava muito encrencada, e pelo jeito, Lúcia estava na mira de Bárbara.

me desculpe Bárbara, mas é impossível ficar calada em um momento quanto esse. Eu jamais vou ser avó de alguma coisa vindo dessa mulherzinha. – vira se para o sofá pegando sua bolsa.

eu disse para você retirar o que disse. – o que aconteceu a seguir foi muito rápido. Ao mesmo tempo que falava para Lúcia retirar o que dizia da sua filha, a Robbins mais velha lançou um tapa certeiro do lado direito do rosto de Lúcia e com o baque dos corpos, as duas mulheres caíram no chão.

meu Deus, mamãe! – Arizona grita espantada pela cena e Lexie e Carla arrastam as crianças assustadas na sala e Mark teve que pegar Sofia a força no colo, pois a menina esperneava que não queria sair da sala.

— Lúcia! – Carlos tentava pegar a mulher e estava por baixo de Bárbara e as duas não paravam de praguejar contra a outra.

— Bárbara! – mesmo com dificuldade o marido tentava puxar a mulher de cima da mãe de Callie que ajudou o homem a arrancar a mulher de cima de sua mãe.

sai de cima de mim sua desequilibrada. Pelo jeito vejo quem Arizona puxou. – Lúcia se debatia enquanto era erguida do chão pelo marido.

cala sua boca. Cala essa maldita boca Lúcia! Quem está passando vergonha aqui é você e não elas. – Carlos perde a compostura e grita com a mulher que treme em seus braços.

eu não preciso da sua aprovação pra ter um bebê ou não sogrinha. – o deboche era evidente em sua voz. — e se te preocupa tanto uma paternidade para as crianças, eu acho que a sua filha faz esse papel porque eu tenho por mim que engravidei no dia do teu aniversário bem no banco de motorista do seu carro. – leva a mão ao queixo como tentasse recordar o dia exato.

— Arizona! – sua noiva a repreende com um olhar pesado.

ela está falando como se eu fosse uma qualquer e eu estou mostrando a ela que quando eu quero, eu sou pior do que ela pensa. –  enfrenta a mulher que era segurada em um dos braços pelo marido. — Você pensa o que? Que você não aceitando eu ter um filho vai mudar alguma coisa na minha vida com a Callie? – sorrir maliciosamente negando com a cabeça. Suas mãos tremiam, seu rosto estava quente de raiva. — E quer saber mais? Nós estamos noivas, vamos nos casar e adivinha? Virarei uma Torres novamente para o seu desgosto. – grita as palavras para cima da mulher que arregala os olhos.

eu nunca duvidei que você estava esperando o momento exato para dar o bote em cima da Callie. Você deve ter algum feitiço que sempre a faz fazer as coisas erradas. – nega olhando para Callie que a encara como se não a conhecesse, não mais.

amar não é errado Lúcia. Julgar é errado. – Daniel que avaliava a esposa para ver se tinha se machucado, diz. — Se você não aceita o modo de viver da sua filha e da minha filha, pelo menos tenha um pingo de respeito não só por elas, mas por você também que está pagando de ridícula aqui. – homem fala sério.

eu não quero saber dessa gravidez e muito menos desse casamento. – fala petulante virando a cara.

— ninguém te perguntou o que você achava sobre isso. – resolve encerrar a noite ali e arrasta a mulher para fora da casa.

— Carlos você está me machucando. – reclamava com o marido que a arrastava sem dó.

— aí! – Arizona sente uma dor forte no ventre. — Droga!!! – esbraveja e se curva sentindo os braços latinos a apoiando.

— o que foi meu amor? – pergunta preocupada com o semblante de dor da loira.

— cólicas... – tenta controlar a respiração. — Uma cólica forte... eu tenho que me acalmar, é o estresse. – resmunga se sentando devagar no sofá.

— filha é melhor você deitar. – Bárbara aconselha e ela concorda.

Mark! – a latina grita o amigo que desce as escadas correndo.

— o que foi morena? – chega na sala vendo Arizona passando mal no sofá.

— Arizona está sentindo uma cólica forte, tem como você a levar para o quarto? – pergunta e Mark prontamente levanta Arizona do sofá a erguendo em seus braços.

claro. – em um único movimento, Arizona rodeia os braços pelos ombros do amigo que estava preocupado. — Está doendo muito loira? Qualquer coisa nós vamos para o hospital.

— é a primeira vez que você está me carregando no colo. – Arizona observa e Mark sorrir maliciosamente.

— pelo menos um dos meus sonhos virou realidade. – sorrir subindo as escadas com cuidado. — Aí, loira! – reclama quando a mulher belisca seu ombro.

— seu descarado, não me faça rir que dói. – reclama tentando conter o riso.

 

Assim que subiu todos os degraus, Arizona olhou para trás para ver se Callie os seguia. Mas não havia ninguém e certamente ela devia ter ido atrás dos pais. Avisou que já poderia colocar ela no chão, mas Mark ignorou seu pedido adentrando o quarto de casal e colocando a mulher na cama.

 

— o que aconteceu? – Sofia entra no quarto vendo a mãe ser colocada na cama com cuidado. — está passando mal? – pergunta preocupada.

— cólicas... mas já vai passar. – respira fundo para controlar a respiração e pede para pegarem água para ela.

eu não quero mais vê-la. – a adolescente declara sentando ao lado da mãe na beirada da cama. — ‘’pelo menos o pai da Sofia eu sei quem é...’’ ah pera lá. – continua murmurando com a cara emburrada. — mereceu o tapa que levou. – constata virando para a mãe.

Sofia, olha o respeito. Ela é sua avó... – pondera. Odiava saber que a filha tinha presenciado toda a confusão de minutos atrás.

não, mãe. Eu não sou mais uma criança. Ela que não teve respeito com a senhora e com a mamãe e falou um monte de coisa que não gosto de lembrar. E agora você está aqui passando mal. – termina de falar quando Mark entra no quarto trazendo a água com Lexie ao seu lado que pergunta qual o nível da dor que estava sentindo.

— Callie saiu. Acho que foi atrás dos pais dela e eu vou levar os seus pais para o hotel sim? – Mark avisa e os pais de Arizona entram no quarto preocupados com a filha que os tranquiliza. Teriam que conversar, mas a loira estava sem condições no momento. O casal se despede da filha e Lexie avisa que iria ajeitar a cozinha com Carla enquanto Mark não voltava para busca-la.

está melhor? – pergunta para a mãe quando ficam sozinhas novamente. — pelo que conheço da mamãe, ela deve está praguejando todos os palavrões possíveis. – observa a mãe que se ajeita melhor entre os travesseiros. — as crianças ficaram super assustadas e a Clara até chorou dizendo que a vovó estava brigando com as titias.

— muito desnecessário isso tudo. – nega com a cabeça colocando o copo vazio no aparador ao lado da cama. — ela poderia ficar caladinha na dela, mas ela tinha que fazer uma ceninha né? – coloca a mão na testa lembrando da sua mãe voando na sua sogra. — o que deu na minha mãe? – escuta a risada de Sofia que sobe na cama e deita ao seu lado. — ela voou como uma leoa para cima de Lúcia.

— vovó sempre foi calma e pacífica. Ela deve ter ficado muito chateada para ter feito o que fez. – acaricia os cabelos da mãe que fecha os olhos relaxando pelo carinho. — será que a mamãe vai demorar? 

não sei filha. - sua cabeça começava a doer um pouco e ela pede para a filha desligar as luzes do quarto. A menina a deixa sozinha para descansar e ela acaba pegando no sono.

 

 

 

Arizona acorda ao sentir alguém tentando tirar sua roupa. Abre os olhos devagar, o ambiente estava basicamente escuro só com a luz do banheiro invadindo o quarto. A mulher avisa que ela precisava dormir confortável e não de jeans, e depois de colocar seu pijama com a ajuda da latina, deita novamente e sente os braços acolhedores lhe envolverem. Não sabia o que tinha se passado com Callie e sua mãe, mas também não entraria no assunto àquela hora da noite, pois já devia ser bem tarde. Antes de apagar novamente sentiu a mulher beijar seu ombro e dizer que iria ficar tudo bem.

 

 

O dia seguinte chegou e com eles os problemas ressurgiram. No café da manhã Callie contou para Arizona e Carla o que tinha conversado com sua mãe, e daquela vez tinha batido o martelo. Não iria mais procura-la ou fazer questão de uma aproximação já que sua família não era bem-vinda na vida de Lúcia. Se fosse ao México, iria ficar em qualquer lugar menos em sua casa, apesar de seu pai ser um bom homem e ela só iria realmente aparecer por causa do pai e da irmã, porque se fosse por sua mãe, jamais voltaria para qualquer visita.

 

 

Todos foram almoçar fora antes de os pais partirem de volta para seus lares. Lúcia não compareceu e ficou no hotel. Bárbara conversou com Arizona sobre a noite anterior a informando que ninguém falava daquele jeito com sua filha e fez o que toda mãe faria para defender seu ninho. Tinha pedido desculpa ao Carlos e suas filhas pela maneira que agiu na frente de todos, mas que Lúcia tinha merecido e por enquanto ela não conseguia ceder perdão a mulher que não respeitava sua filha. Apesar da briga e diferenças, todos almoçaram civilizadamente e na hora de se despedir, Arizona voltou para casa sozinha, já que Callie levaria a irmã para o aeroporto e Sofia iriam juntas. Não quis ir para evitar mais contenda entre Lúcia e ela, e era melhor, pois presava sua saúde e dos bebês que estava esperando.

 

 

...

 

 

Os dias a seguir passaram corridos e puxado. Arizona começava a sentir com mais evidência a mudança em seu corpo mesmo que sutilmente e pegou mais firme nas aulas de ioga e nas caminhadas que fazia durante algumas manhãs quando pegava mais tarde no trabalho já que tinha diminuído a carga horária no hospital. Callie quando podia a acompanhava, mas naqueles últimos dias ela estava se afundando cada vez mais no trabalho e Arizona sabia o porquê. O dia de fazer o exame de sangue estava chegando e como já tinham tido problemas o suficiente com a mãe da latina, ainda tinham que enfrentar o bendito resultado.

 

Agora estavam ali de pé escoradas na ilha da cozinha com o resultado do exame que Callie tinha feito. A mulher estava sem coragem de abrir, Arizona podia ver em seus olhos o medo e seus dedos estavam um pouco trêmulos enquanto a respiração da Karina encontrava se um pouco pesada. A loira tinha de oferecido para abrir o envelope, mas a morena disse que ela teria que fazer aquilo e não tinha como fugir, enfrentaria a situação mesmo não sabendo o resultado. Respirando fundo observou a mulher abrir o envelope calmamente e sentia seu coração começar a acelerar rápido demais. Odiava suspense, odiava esperar e estava quase arrancando os papéis da mão de Callie quando a mesma o pegou em mãos e folheou até a última página onde continha o resultado em negrito: negativo.

 

Arizona sentiu os olhos marejarem quando olhou para cima e viu a latina contraindo os lábios para não chorar. Não sabia o que falar e o que veria a seguir, nenhuma das duas se prontificou em falar alguma coisa. Arizona apenas pegou com cuidado a folha das mãos de Callie com medo de que ela rasgasse, pois ela leria com cuidado as informações para que pudesse falar com Addison.

 

 

Calliope... - a mulher fecha os olhos quando ela toca em suas mãos.

— não precisa falar nada, por favor Arizona, não fala nada. - pede retirando a mão de cima do balcão. — eu acho melhor você ir para o quarto porque o que verá aqui não vai ser nada legal. - pega o copo d'água bebendo tudo de uma vez só e Arizona fica sem entender.

— você não vai beber, okay? - olha para a latina que fixa o olhar no copo em suas mãos antes de o arremessar contra a parede e o barulho a faz saltar de susto. — Calliope! - chama sua atenção, mas a mulher caminha para a uma das portas superiores do armário e pega mais dois copos e os arremessando longe. Seus olhos estavam fervendo, avermelhados, porém lágrimas não caiam de seus olhos. Parecia que ela estava com raiva e Arizona não ousou sair de seu lugar com medo de Callie se machucar. Mas a deixou extravasar de sua maneira, pelo menos ela não tinha saído de casa para beber.

 

 

Copos, xícaras, alguns pratos foram quebrados deixando a cozinha um completo caos. A cada novo arremesso o peito de Arizona afundava em dor querendo chegar perto de Callie e a abraçar, mas sabia que a mulher estava tendo o seu momento. Se assustou quando Sofia chegou com os olhos arregalados na porta da cozinha com cara de sono perguntando o que estava acontecendo e se elas estavam brigando. Arizona apenas limpou as lágrimas já que Callie não tinha parado o que estava fazendo mesmo com a presença de Sofia, e a informou para voltar para o seu quarto e que elas não estavam brigando e que em outro momento conversaria com a filha. Mesmo contrariada a menina voltou para o quarto e Arizona achou que era a hora de agir e impedir que Callie acabasse com toda a louça que tinha em casa. Sabia que tinha levado um belo prejuízo, mas o que valia uma louça tamanha a dor que ela e principalmente sua mulher estava sentindo?

 

 

Com passos vacilantes chegou por trás da latina a abraçando pela cintura e sentiu que todo o corpo da mulher estava tenso. Começou a sussurrar passamento: "eu estou aqui com você meu amor, eu estou aqui com você Calliope". Pôde observar que as palavras estavam fazendo efeito quando Callie se apoiou na pia da cozinha com ela ainda abraçada em suas costas e respirou fundo antes de um choro pesado e sôfrego romper de sua garganta. Ouvir sua mulher a fazia sentir se a pior pessoa do mundo por não ter o poder de arrancar todas as feridas dela e a cicatrizar por completo.

 

 

Com delicadeza se afastou um pouco e pegou um dos seus braços a puxando para que a morena se sentasse na cadeira. A abraçou pelos ombros e sentiu os braços latinos a puxarem e devolver o abraço apertado. Acariciava os fios negros de sua cabeça já que Callie estava com o rosto em seu peito chorando e ela estava se segurando o máximo para não quebrar na frente da morena. Seria forte para não deixar Callie cair. Quando viu que o choro estava cessando, ofereceu um copo d'água para a latina que relutou em aceitar, mas acabou tomando todo o líquido com as mãos trêmulas.

 

 

o que você quer fazer? - observa a hora no horário de seu pulso. Era tarde, mas precisava manter Callie sã e não bêbada. — quer sair de casa e andar pelo centro para pegar um frescor? - a mulher parece pensar na possibilidade, porém nada sai de sua boca. — ou prefere ir na Starbucks  e comprar um Frappuccino Cookie, hein? Aproveita que é só hoje que eu estou disposta a ceder qualquer vontade sua. - tenta brincar e sente os braços latinos a puxarem de volta lhe abraçando apertado. — eu preciso que você fale alguma coisa, Calliope. - pede beijando a testa da mulher.

eu não quero sair de casa, mas eu quero o Frappuccino Cookie. - a voz sai baixinha e Arizona abre um sorriso contido se esticando em cima do balcão e pegando seu celular.

 

Mark: papai Sloan a suas ordens, loira.

Ari: Mark, preciso que você vá na Starbucks comprar Frappuccino Cookie para mim.

Mark: o que? Não está muito cedo para ter desejos loira?

Ari: eu preciso. É urgente Mark!

Mark: cadê a mãe dessas crianças? Pede para ela ir buscar.

Ari: ela não pode ir no momento. E você não falou que ia ser o melhor pai? Então... vá buscar a merda do Frappuccino.

Mark: calma loira. Sem estresse okay? Papai Sloan já está a caminho.

 

 

 

Arizona encerra a ligação contente por ter convencido Mark a levar o pedido que ela tinha feito. Resolveu deixar a cozinha como estava mesmo e puxou a latina para sair daquele caos que se encontrava a cozinha. Já no quarto a ajudou trocar de roupa e a mulher deitou por debaixo das cobertas como se sentisse frio. Deu um remédio de dor de cabeça para ela que se mantinha calada e ficou ao seu lado fazendo carinho em sua cabeça até ouvir a campainha tocar.

 

Desceu as escadas com cuidado e ao abrir a porta encontra o homem que estava com um bico enorme na cara estendendo o pacote da Starbucks a sua frente. Ela pede para ele entrar, pois tinha que conversar com ele.

 

aconteceu alguma coisa? - repara no rosto inchado de Arizona e olhos vermelhos devido ao choro.

pegamos o resultado do exame da gravidez da Callie hoje. - avisa baixinho para que Callie não ouvisse nada no andar de cima. — deu negativo. - fala tristemente.

— não? - passa as mãos no cabelo nervoso. — aonde ela está? Como ela está? -pergunta preocupado.

minha cozinha tá um caos. Ela quebrou um monte de coisa e eu consegui deixar ela se acalmar no tempo dela. Ela quis Frappuccino, por isso pedi para você trazer. - devolve a sacola para o homem que pega e sobe as escadas apressadamente.

 

Respirando fundo e criando coragem, ela volta para a cozinha, mas antes de começar a limpar tudo ela pega seu celular procurando o contato de Addison e decide mandar uma mensagem.

 

Ari: negativo... – foi tudo o que disse, pois Addison estava por dentro que o resultado já tinha saído.

Addison: eu sinto muito. Chego o mais rápido que puder em Seattle. –  é tudo o que diz e Arizona resolve recolher todos os cacos de vidro espalhados pelo chão da cozinha.



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