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História I want love - Zona do Medo


Escrita por: Nacchan_Hwang

Notas do Autor


Heeeey ~
Capítulo novo pra vocês com tretas, revelações e... Mais treta 😏 Que é disso que a gente gosta né ? Vamo simbora!

Que a deusa She-ra abençoe vocês 😌✨

Capítulo 9 - Zona do Medo


Fanfic / Fanfiction I want love - Zona do Medo

Mesmo depois de já ter largado o celular na própria mochila, prometendo a si mesma que não iria mais fuçar nele, Catra não conseguia parar de pensar naquela foto em particular. 

A última pasta da galeria ainda guardava várias outras fotos incríveis de Adora, algumas mais provocantes, outras mais divertidas, mas todas excepcionalmente enquadradas por lentes profissionais que deixavam bem claro o teor atlético e esportivo dos ensaios fotográficos. 

Catra parecia hipnotizada, apreciando as várias versões deslumbrantes da atleta como jogadora de vôlei, futebol, basquete, tênis e por fim… natação. Sendo essa última, a favorita de Catra, justamente por conta do maiô azul marinho que modelava perfeitamente o corpo forte de Adora momentos antes da garota tocar a água da piscina com a pontinha dos dedos.  

Depois de algum tempo dando um zoom nada suspeito em algumas coxas e bíceps marcados… Catra finalmente percebeu que esse último pacote de fotos se tratava de um provável contrato de patrocínio que a estudante de educação física havia feito com algumas marcas famosas de produtos esportivos. 

Adora era definitivamente fotogênica. O jeito como ela olhava pra câmera e a forma como seu corpo parecia naturalmente relaxado após os cliques faziam Catra se perguntar se ela já fazia isso há muito tempo. Até mesmo o brilho dos seus olhos azuis se tornava diferente, de uma forma particular que Catra não ousava tentar definir. Mas não era o mesmo brilho divertido de quando ela sorria feliz, como nas selfies idiotas de antes. 

Aquele conjunto especial de fotos havia provocado um choque gostoso, que dominava com malícia as sensações experimentadas pela garota de olhos coloridos, que agora, mesmo sem olhar pra tela, conservava cada detalhe em sua mente. 

Se remexendo na cama, incomodada, Catra mordia o próprio lábio inferior visivelmente frustrada. Seu corpo pequeno deitado lateralmente parecia mais quente que o normal e dessa vez não era por causa do quarto. Suas coxas expostas pelo shortinho folgado criavam um leve atrito entre si toda vez que Catra respirava fundo, tentando conter aquela sensação inquietante que continuava a provocar umidez entre as suas pernas. 

Ela estava realmente excitada…

E brava. 

Sua cabeça não aceitava que Adora fosse o motivo de toda aquela tensão sexual que estava sentindo. Como apenas uma foto poderia lhe causar tanto estrago sem nem mesmo ter a intenção de provocá-la ? 

Soltando um rosnado baixinho, semelhante ao de uma gatinha selvagem, Catra sentiu seu rosto corando de novo com a imagem fantasiosa de uma Adora provocante vindo em sua direção, vestindo apenas aquela jaqueta vermelha esportiva, fechada da linha dos seios até a metade superior das coxas. Aquela mesma jaqueta que Catra detestava, justamente por deixar Adora com um ar tão petulante e… incrivelmente irresistível. 

Por mais que tentasse afugentar aquela imagem da cabeça, rolando nervosamente de um lado pro outro lado na cama, o dano já estava feito. Todos os sentidos de Catra já desejavam Adora, por mais que seu orgulho não admitisse isso. 

Catra nunca havia sido uma pessoa de resistir aos seus impulsos, principalmente os sexuais, mas dessa vez era diferente. Adora não era uma garota bonita qualquer que ela havia encontrado numa festa aleatória. Ela tinha um rosto, tinha um nome… diferente das outras, que Catra nem mesmo reconheceria na rua se as encontrasse novamente. Era… Adora. E por mais que seu corpo implorasse pra simplesmente ser tocado, Catra não faria isso... não sozinha. Não daria esse gostinho a ela. 

Quem Adora pensava que era pra fazer Catra perder a sanidade daquele jeito ?  Seria humilhante… ou pelo menos, foi isso que Catra repetiu mentalmente várias vezes enquanto mordiscava os lábios e rolava frustada na cama, procurando uma posição desconfortável que amenizasse aquela sensação incômoda entre as suas pernas, porque definitivamente… Não se renderia a ela. 

Quando a tarde deu os primeiros sinais de que o sol estava fazendo sua transição de amarelo para laranja no céu, foi que Bow e Glimmer finalmente chegaram até a casa de Adora, sozinhos.

Apesar dos inúmeros convites amigáveis que Bow havia feito durante a hora do almoço, Swift Wind preferiu não acompanhar os dois, pelo menos não daquela vez. Sempre havia observado o atleta de longe, imaginando milhares de cenários clichês onde os dois finalmente poderiam tropeçar um no outro e iniciar uma conversa despretensiosa, se tornando muito mais do que só amigos. 

Mas de todas as opções clichês e fantasiosas, na Starbucks, com seu coque frouxo e uma xícara de café, que já haviam se passado na cabeça de Swift Wind, a última coisa que o rapaz imaginou foi que Catra e sua rixa infantil com Adora fossem ser o motivo dos dois finalmente conversarem. De alguma forma, ele se sentia seguro com ela por perto, apesar do humor ácido e do tom natural de arrogância, Catra era uma boa amiga. 

Swift Wind sabia bem que acompanhar Bow e Glimmer até a casa de Adora naquele dia, sozinho, poderia ser um erro terrível, principalmente pra ele. Até porque, se algo naquela visita desse errado, quem iria salvar sua pele magnificamente hidratada com óleos de macadâmia ? Pois é, sem chance. 

Sendo assim, Bow e Glimmer seguiram juntos até a entrada principal daquela casa enorme e bem localizada, no centro de Bright Moon, espiando pelo janelão de vidro ao mesmo tempo em que tocavam a campainha. 

Apesar das conversas anteriores sobre não se preocupar, compreender a situação e dar espaço… isso só funcionaria se Adora tivesse ao menos respondido uma das centenas de mensagens e ligações de qualquer um dos dois. O que claramente não aconteceu.

Os amigos concordaram entre si que dar espaço a ela era necessário, sim. Mas só depois de terem a certeza de que Adora estava bem… Certeza essa que parecia cada vez mais distante, principalmente agora, depois de tocarem a campainha pela terceira vez e não ver ninguém abrir a porta. 

- Você acha que a gente deve invadir ? - Bow perguntou receoso olhando ao redor. No fundo estava preocupado, mas não queria tomar nenhuma atitude precipitada.

- A casa dela tem alarme anti-invasão, você sabe disso né ? Uma impressada descuidada contra essa porta e em menos de cinco minutos a polícia aparece no jardim mandando a gente colocar as mãos na cabeça, na posição de cagar - Glimmer advertiu, fazendo Bow engolir seco imaginando a cena.

- E como a gente vai entrar ?! - O garoto de olhos castanhos e croped azul combinando com a calça parecia pronto pra roer as unhas quando viu Glimmer se esticar com dificuldade pra alcançar um vaso suspenso, enfeitado por uma samambaia que parecia ter sido podada recentemente. - O que tá fazendo ? - O atleta perguntou confuso, recebendo um olhar zangado de Glimmer. 

- Pegando a chave extra… ? - Ela anunciou com a voz sugestiva, mas a expressão confusa do garoto não mudou. Ele não parecia ter entendido a referência. - AQUELA chave… ? - Glimmer tentou novamente, levantando as sobrancelhas como quem tramava alguma coisa, mas o franzir de testa confuso que Bow lhe deu em resposta fez a menina soltar o ar pesadamente, impaciente, fazendo uma careta.

- É sério que você não lembra ?! - Glimmer perguntou descrente, apoiando ambas as mãos no quadril enquanto batia um dos seus pés pequeninos no chão freneticamente. - Pela honra de Grayskull ?! - Glimmer levantou uma das sobrancelhas divertidamente fazendo Bow soltar um "ahhhh... sim" acompanhado de uma risadinha constrangida.

Como Bow havia se esquecido daquela noite patética em que os dois precisaram praticamente obrigar Adora a voltar pra casa depois dela acidentalmente se embebedar com alguns copos de vinho achando que era suco de uva ? 

- Lembrei! AQUELA chave! - Bow levantou o dedo indicador entusiasmado, como alguém que parecia ter acabado de recuperar a memória depois de um coma.

Imediatamente após a última frase de Glimmer, as lembranças daquela noite voltaram como uma avalanche. 

Adora havia convidado os dois pra uma noite de jogos em uma hamburgueria geek no centro da cidade, um pouco mais afastado de Bright Moon do que ela gostaria, mas como estavam de carro não fazia muita diferença. 

Depois de escolherem rapidamente seus pedidos no cardápio e montarem o jogo RPG de tabuleiro sobre a mesa enorme que a loira havia reservado, Bow e Glimmer decidiram que Adora deveria ser a mestra, quem guiaria o jogo. Logo, tudo correria bem. Ou pelo menos, foi isso que todo mundo pensou, até Adora se confundir no segundo pedido ao garçom e trocar seu suco de uva número 21 pelo vinho mais leve de número 22. E como todas as bebidas vinham nas garrafas ornamentadas em estilo medieval, no calor do momento, enquanto estava vencendo, a garota não percebeu a diferença… infelizmente. 

Bastaram apenas alguns bons goles para que a atleta responsável e confiante ficasse sorrindo que nem boba, falando nada com nada e abraçando os dois amigos como se partisse seu coração ficar sozinha. Bow e Glimmer só se deram conta do quão grave era a situação quando Adora subiu na mesa fazendo uma pose heróica, erguendo um garfo acima da cabeça e gritando "pela honra de Grayskull!" como se realmente fosse uma guerreira sagrada de RPG.

Depois daquela vergonha, os dois pagaram a conta e colocaram a amiga completamente bêbada no banco de trás do carro, mesmo ela relutando ao máximo para sentar-se ali. Por sorte, Bow estava com a carteira de motorista no bolso. E justamente por esse motivo, ele teve que dirigir até Bright Moon logo depois de Glimmer finalmente conseguir convencer Adora a entregar a chave do carro. A garota era tão fraca pra álcool que dava dó. 

Quando os três enfim conseguiram chegar na casa dela, já passava um pouco das onze horas. Tanto Bow quanto Glimmer permaneciam preocupados, mesmo depois dos incontáveis acessos de riso que tiveram no carro devido as coisas sem noção que Adora veio dizendo no caminho. E foi nesse momento em particular que os dois ficaram sabendo sobre a cópia da chave, que ficava escondida embaixo da samambaia. 

Até porque, como Adora não estava conseguindo encontrar as chaves que estavam na sua bolsa, a única solução viável foi contar sobre a cópia escondida que os dois amigos acabaram tendo que usar para entrar e deixar a loira dormindo confortavelmente na cama, logo depois do banho gelado que Glimmer lhe obrigou a tomar. 

Somente depois que todo aquele filme constrangedor repassou em sua mente foi que Bow fez o favor de puxar a samambaia do vaso, pegando a chave e abrindo a porta, sendo acompanhado por uma Glimmer emburrada que só não fez isso antes porque não alcançava. 

- Adora ?! - Glimmer chamou apreensiva assim que chegou na sala, vendo Bow trancar a porta atrás de si.

- Adora, estamos entrando! - O rapaz uniu as mãos em volta da boca fazendo uma espécie de megafone, mas mesmo assim, não havia sinal dela. 

- Procura na cozinha e no quintal. Eu vou dar uma olhada no primeiro andar - Glimmer instruiu e Bow concordou com a cabeça antes de se separarem. A casa estava silenciosa demais e o sol já começava a se pôr. 

A cada passo que dava, receosa subindo os degraus, Glimmer sentia como se seu coração fosse sair pela boca. Adora sempre os recebia animada, na porta, com um sorriso no rosto. Às vezes ficava tão ansiosa que mal se aguentava, pulando pra abraçar os dois no jardim, igual um cachorrinho feliz. Ter a casa tão vazia e silenciosa não parecia um bom sinal.

Ainda com o coração apertado, Glimmer foi abrindo porta por porta daquele corredor consideravelmente largo, até chegar ao quarto de Adora. Que por sinal… Estava vazio. 

A cama estava bagunçada, os livros estranhamente organizados e o MacBook largado na mesinha de cabeceira com a tela meio aberta. Alguma coisa não estava certa. Quando Glimmer finalmente adentrou no quarto, passando receosa pelo vão da porta, um grito invadiu seus ouvidos como se tivesse levado um tapa.

Definitivamente, era a voz de Adora. 

E vinha lá de baixo. 

Sem perder nem mais um segundo do seu tempo, Glimmer correu pra lá praticamente voando pelas escadas, com o coração esmurrando o peito.

- Adora!! - A menina gritou a plenos pulmões quando viu a silhueta de Bow se atirar como um vulto, pro lado oposto da piscina, lá fora. 

Passando pela cozinha correndo, Glimmer seguiu até lá, pegando a primeira coisa que viu pela frente pra ajudar. 

Mas quando chegou no quintal, a única coisa que viu foi Bow, pálido, se apoiando na parede com uma mão trêmula sobre o peito. E do outro lado, na piscina, uma Adora apavorada que apoiava suas costas e cotovelos sobre borda. Com os cabelos loiros quase cobrindo toda a extremidade do seu rosto. 

- O que foi ?! Cadê o ladrão?! - Glimmer gritou paranóica, com os olhos arregalados.

- Quê ?! Que ladrão ?! - Adora parecia ainda mais assustada agora. 

- Não foi por isso que você gritou ?! - A baixinha de cabelo rosa questionou nervosa, num berro, ainda procurando o suspeito pelo local.

- Não! Claro que não! Eu só me assustei! - Adora, pálida, se apressava em explicar - Tava mergulhando lá no fundo da piscina, treinando meu nado em apnéia, até que eu cheguei na outra borda. Quando fui voltar aqui pra cima, dei de cara com alguém e dei um grito! - Adora explicou, sendo interrompida por Bow, que parecia uma britadeira de tanto que tremia. 

- Essa maluca surgiu de dentro da água igual uma assombração com falta de ar, eu que me assustei! - O rapaz reclamou, recebendo um olhar descrente de Glimmer.

- Eu não acredito que vocês me deram um susto desse por nada! - Ela vociferou, apontando pros dois com o objeto que havia pego na cozinha antes de sair. 

- Você ia mesmo bater num ladrão com a minha frigideira de cerâmica ?! - Adora perguntou espantada, fazendo Glimmer notar só agora o que estava segurando nas mãos. 

- Não!! Eu só.. argh! - A menina rosnou frustrada, colocando a frigideira na mesinha de madeira que ficava perto da piscina, vendo Adora sair de lá rindo alto enquanto se enxugava na toalha e vestia seu roupão felpudo azul turquesa. 

- Como foi que vocês entraram aqui ? - Adora perguntou ainda risonha, vendo Bow se aproximar mais recuperado agora. 

- A gente usou a sua chave, aquela da planta - Glimmer explicou cruzando os braços zangada, encarando feio enquanto Adora se aproximava com cara de paisagem. 

- Eu podia ter aberto a porta pra vocês, invasores de lares. - Adora riu da própria piada, mas a risada não durou muito tempo. Em questão de poucos segundos, a loira já estava engolindo seco audivelmente ao notar que Glimmer continuava lhe encarando com raiva, apesar do olhar aliviado de Bow. 

- O que foi que eu fiz ? - Adora soltou um sorrisinho amarelo, sabendo muito bem que quando Glimmer fazia aquela cara significava que alguém estava realmente encrencada. E nesse caso… era ela. 

- Não sei… Por onde eu começo… ? - A baixinha assustadora estreitou os olhos, fazendo Adora soltar um risinho nervoso - Pela parte que você arranjou briga com uma delinquente e quase foi expulsa da faculdade…? Sobre o seu fã clube idiota não parar de assediar a gente ou pela parte em que você não responde as nossas mensagens e ligações desde ontem de tarde ?! - Glimmer perguntou elevando seu tom de voz a cada sugestão, fazendo até mesmo Bow se encolher ao lado da outra atleta, que sem mais nem menos ergueu as sobrancelhas surpresa, como se tomasse um susto. 

- Eu tenho um fã clube ?! - 

- Adora! - Glimmer reclamou irritada pela outra não parecer ter escutado nada do que ela disse, apontando pra si mesma com uma cara que Glimmer só sabia definir como "cara de boboca".

- D-Desculpa! Eu posso explicar! - Adora gaguejou usando uma das mãos pra jogar seu cabelo loiro e molhado para trás. 

- É bom mesmo! - A baixinha resmungou, se deixando relaxar um pouco. Adora conseguia ser incrivelmente tapada algumas vezes, mas Glimmer sabia que não era por mal. 

- Que tal a gente fazer isso lá dentro ? Toda vez que eu olho pra essa piscina agora me bate um nervoso - Bow comentou choramingando, fazendo Adora soltar uma risada e Glimmer segurar outra, tentando não perder sua pose brava. Às vezes Bow conseguia ser tão fofo.

- Vem, tem refrigerante pra vocês na geladeira - Adora disse sorridente, segurando as mãos dos dois amigos e levando ambos para dentro enquanto conversava animada na esperança de melhorar um pouco o humor da garota de cabelo rosa. 

Depois do banho rápido e do sermão demorado que precisou ouvir de Glimmer, Adora finalmente explicou o porquê de não ter respondido as mensagens quando os três se juntaram no sofá da sala.

- Você tem certeza que não esqueceu em algum lugar ? - Glimmer perguntou abrindo um pacote de salgadinhos que havia pego sem permissão. Mas não era como se Adora ligasse pra isso.

- Eu não sei. Ontem foi um dia péssimo, em todos os sentidos. - A loira resmungava enquanto dava continuidade à explicação, dividindo uma latinha de energético pra ela e Bow em dois copos - Eu só me lembro que cheguei em casa, joguei a mochila no sofá e fiz tudo no automático. Só me lembrei do celular de noite, mas aí não encontrei. Deixei pra procurar melhor hoje de manhã, quando já estivesse mais tranquila, só que eu não achei do mesmo jeito. Já procurei a casa toda, até debaixo da escada! - Adora parecia realmente frustrada. - Não é possível que eu não me lembre onde eu deixei esse celular! - Ela suspirava chateada, dando um gole no energético que fez seus olhos azuis piscarem levemente mais rápido por conta do gosto forte. 

- Eu posso tentar ligar pra você e a gente vê se escuta o toque pela casa - Bow propôs assim que terminou de provar o energético e comer alguns amendoins que Adora havia colocado numa tigelinha amarela e lilás do Lakers, em cima do centro. 

- Por favor, faz isso! - Adora pediu choramingando, abraçada ao ombro do amigo.

- Calma, a gente vai achar. - Ele riu - Levanta Glimmer, ajuda a gente a procurar - Bow instruiu, colando o próprio celular na orelha e tendo a certeza de que estava chamando antes de levantarem.

Durante cerca de quinze minutos os três inspecionaram a casa inteira atrás do celular quase como uma caça ao tesouro, mas dessa vez, os três piratas morreram na praia. 

- É, definitivamente não tá aqui - O garoto concluiu, se jogando desanimado no sofá. 

- E agora ? Eu preciso desse celular! - Adora suspirou chateada, levando ambas as mãos até a cintura. 

- Você já pensou em usar o localizador ? - Glimmer perguntou pensativa, fazendo Adora encará-la novamente com a mesma cara de boboca que havia feito alguns minutos atrás. - … você sabe que o iPhone tem um localizador em caso de roubo ou furto, não sabe… ? - Glimmer perguntou, incerta se Adora realmente tinha consciência daquela informação, mas pelos olhos brilhantes e a boca aberta em um perfeito O, provavelmente não. 

- Sério?! - A loira perguntou maravilhada.

- Em que planeta você vive ?! Todo mundo sabe disso! - Glimmer reclamou frustrada, até olhar pra Bow e perceber que o rapaz estava com uma expressão surpresa semelhante a de Adora. - São dois idiotas… - Glimmer disse pra si mesma, levando uma mão até a testa e massageando o local.

- Como eu faço pra usar ?! - Adora perguntou animada, se jogando no sofá ao lado de Glimmer e vendo Bow fazer o mesmo. A proximidade e o perfume gostoso que Bow usava naquele dia fizeram a baixinha literalmente respirar fundo, apreciando aquilo. Não que os dois bebezões pudessem perceber. 

- Pega seu computador - Glimmer disse estalando os próprios dedos - Vamos burlar o sistema… - Ela sorriu maliciosa com um tom de voz ameaçador, mesmo sabendo que o que estavam fazendo era completamente legal perante a lei. Mas de certa forma era divertido pensar que não. 

Depois de alguns poucos minutos, Adora voltou pro sofá com seu MacBook, entregando o aparelho pra Glimmer e deixando que a menina fizesse sua mágica. 

- Pronto, agora é só clicar aqui e a gente vai ter acesso ao local exato onde seu telefone está de acordo com o maps - Glimmer explicava como se fosse uma deusa da tecnologia, mas na verdade só sabia disso porque achou que havia perdido o próprio celular meses atrás e precisou usar o localizador pra não surtar antes de encontrar o iPhone descarregado embaixo do seu próprio travesseiro. 

- Carregou! - Bow comentou animado, apontando pra tela.

- Ao que me parece, seu celular realmente sumiu - Glimmer analisou a tela intrigada - Adora, você foi roubada... - A menina disse preocupada, fazendo a loira ficar levemente apavorada também.

- Mas quando foi isso que eu não vi ?! - Adora perguntou mais pra si mesma do que pros dois amigos, que se encaravam apreensivos. 

- Qual foi a última vez que você pegou no celular ? - Bow perguntou pensativo, tentando ajudar a amiga a lembrar. 

- Eu acho que foi naquela hora que eu te respondi que tava indo pro refeitó… - Antes mesmo de terminar a frase, Adora já parecia ter ligado os pontos - No refeitório! Ele deve ter caído do meu bolso no meio da confusão toda lá com a Huntara! - 

- Faz todo sentido! - Bow confirmou se lembrando vagamente de ter mesmo falado com Adora naquele momento. 

- Até faz, mas isso não explica como o celular foi parar em… - Glimmer fez uma pausa breve apenas pra checar no mapa a localização do celular - Fright Zone - 

- Espera, Fright Zone ? Não é aquele bairro barra pesada que o pessoal da faculdade chama de Zona do Medo? - 

- Acho que já ouvi falar - Adora comentou intrigada.

-  Não é tão longe. Acho que fica só alguns quilômetros de distância da faculdade, né isso ? - Bow se questionou olhando pra Glimmer que concordou com a cabeça. 

- Sim - 

- E se não me falha a memória, não é lá que fica aquela república que abriga delinquentes, onde a Huntara mora ? - O rapaz continuou seu raciocínio, fazendo Adora encará-lo. 

- Como você sabe disso ? - Ela perguntou impressionada.

- Um dos caras do futebol é de lá, o Kyle. Ele é super gente boa, apesar de ser meio medroso e ter pouca presença na aula. Ele não tem cara de delinquente, sabe ? Mas por algum motivo muita gente tem medo dele. Acho que devem pensar que todo mundo que mora lá é mal. - Bow explicou fazendo Adora se lembrar imediatamente do rapaz franzino que era voluntário no time masculino de futebol. 

- Não é possível que ela tenha tido a capacidade de roubar seu celular depois de tudo que aconteceu! - Glimmer esbravejou, visivelmente irritada. 

- Gente, calma. O bairro da Fright Zone é tão grande quanto o de Bright Moon, okay ? A gente não pode simplesmente acusar alguém sem provas. Mesmo que a gente odeie a Huntara, não tem como saber se realmente foi ela que… - 

Antes que Bow pudesse terminar seu raciocínio lógico e responsável, Glimmer virou a tela do MacBook na direção dos dois com o Google Street View aberto no endereço que foi apontado na localização do celular. E para a surpresa de todos, menos de Glimmer, lá estava a fachada da República Crimson Waste exibida em full HD bem diante dos seus olhos. 

- É, eu acho que agora nós temos. - Glimmer sorriu presunçosa, fazendo Adora travar o maxilar irritada. 

Com certeza essa história não ia ficar assim. 


Notas Finais


Acho que a Adorada confundiu um pouco as coisas e vai acabar sobrando pra Huntara... :v

E sobre Catra no calor do seu colchão... Quero ver até onde vai esse orgulho dela e quanto tempo ela vai aguentar resistir aos seus desejos pela Adora... 😏

Espero que tenham gostado e no próximo capítulo vamo ver o circo pegar fogo ❤️✨😌


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