Abro os olhos lentamente e me incomodo com a fresta de luz do dia escapando da cortina fechada.
Olho em volta e o vejo ainda dormindo de bruços do meu lado. Acaricio suas costas e beijo seu cabelo que cobre seu rosto. Ele se move despertando me olhando com os olhos semicerrados e volta a dormir. Sorrio e me levanto desembaraçando o cabelo nos dedos. Apaguei ontem, ele deve ter me carregado. Sigo sonolenta para a cozinha e coloco a cafeteira para passar café. Abro as janelas observando o jardim atrás de minha casa. Não tenho o que reclamar, é uma bela casa, tem uma vista bonita também. Isso me faz lembrar do que Snape disse sobre sua casa. Eu realmente queria saber certos mistérios que o rodeiam. Eu o conheço desde a escola, mas ele fica completamente fechado às lembranças de sua infância e sinto que ele e Dumbledore têm uma ligação especial, não apenas camaradagem...
- Oi - Ouço sua voz cortando meu raciocínio.
- Oi... - Digo o olhando.
Esta descabelado e com o rosto marcado pelo travesseiro. Começo a rir com sua expressão sonolenta e coloco o café no bule.
- Qual é a graça? - Ele pergunta se olhando e procurando seu reflexo no vidro do armário.
- Nada... - Digo rindo servindo as xícaras.
- Ah...Nada...Ele diz me analisando tentando ler minha mente.
- Dormiu bem? - Pergunto ajeitando seu cabelo.
- Sim, e pelo visto você também, nem sentiu quando te levei pra cama - Ele diz enquanto eu entrego sua xícara.
- Dormir é uma das melhores coisas da vida... - Respondo suspirando.
Nada melhor que se sentir descansada. Espero ele provar o café prestando atenção na sua reação.
- Nossa...É bem forte. Mas é bom - Ele diz sorrindo e bebendo mais um gole.
- Muy fuerte - Digo rindo e bebo mais um gole.
- O que você disse? - Ele pergunta confuso.
Isso é tão divertido. Posso dizer o que eu quiser que ele não saberá.
- Disse que você é muito dorminhoco.
- Ah...Ele me olha desconfiado.
Começo a rir de sua cara.
- Não, não disse isso, só disse que o café é muito forte... - Digo sentindo pena de sua confusão.
- Quer saber? Chega! - Ele exclama me assustando - Vou aprender tudo de espanhol e vou falar mais fluente que o próprio Cortez! - Ele diz em pose exagerada me fazendo rir.
- É assim que se fala! - Digo segurando sua mão que rapidamente chega na minha cintura me arrepiando.
- Quero saber do que você me xinga quando está com raiva, ou o que você diz gemendo quando eu te toco - Ele diz em meu ouvido me fazendo perder o ar por um tempo. Céus, como é gostoso ouvir sua voz em meu ouvido.
- Então não temos tempo a perder. Quer começar agora? - Digo sorrindo o abraçando pelo pescoço.
- Primeiro uma aula prática - Ele diz me carregando para o armário da cozinha.
- Concordo - Digo já ofegante em seus braços.
UMA HORA DEPOIS
- " Necessito de los pantalones ".
- Tenho minhas calças aqui, obrigado - Ele responde deitado no sofá enquanto estou sentada no carpete com o livro de espanhol.
- Severo, repita a frase - Digo rindo.
- " Necessito de los pantalones " - Ele responde meio enrolado, mas é por conta do sotaque.
- Você está indo muito bem... - Digo me espreguiçando no chão. As costas já doem com a posição.
- "Gracias" - Ele responde bem humorado.
- De nada... - Digo me levantando do chão - ... hora de almoçar, o que quer pra comer? - Pergunto pra ele que folheava o livro.
- Não sei, mas seja o que for eu te ajudo - Ele diz fechando o livro e se levantando do sofá.
- Não precisa, com magia tudo fica mais fácil.
- Com magia e duas mãos fica mais fácil ainda - Ele responde prontamente indo para a cozinha comigo.
MINUTOS DEPOIS
- Nossa...Além de tudo você tem mãos mágicas - Ele diz depois de experimentar os frutos do mar.
- Mágica... - Digo dando de ombros.
- Você é mágica - Ele responde me olhando carinhosamente.
Sorrio ruborizada e volto a comer.
- Onde você quer ir essa tarde?
- Eu não sei. .. - Digo pensando em algum lugar interessante.
- Você já esteve fora do país, além da Espanha? - Ele pergunta sorrindo esperando minha resposta.
- Não...mas sempre tive vontade de viajar para o Marrocos.
- Sério? - Ele pergunta sorrindo curioso.
- Sim, na Espanha tem muita arquitetura deles, e sempre fui apaixonada pelo lugar e a dança de lá - Digo sonhando com o lugar, e pensando que nunca fui, mesmo podendo aparatar.
- Então que tal irmos agora? - Ele pergunta recolhendo os nossos pratos.
- Ah! Verdade? Agora? - Exclamo sem esconder a felicidade e ansiedade de realizar isso.
- Vamos! Pegue o que precisa para essa tarde - Ele diz lavando os pratos.
- Oh meu Deus! Eu já volto! - Grito ofegante antes de beijar seus lábios e correr para o quarto.
Arrumo a bolsa rapidamente e me troco colocando um dos meus vestidos básicos e penteio meu cabelo já embaraçado.
Vejo que ele chegou na porta do quarto pelo reflexo do espelho. Me olha de cima à baixo e sorri de lado.
- Pra qual lado? - Pergunto pegando no cabelo e o jogando para a direita - Esse lado? - Pergunto antes de jogá - lo para a esquerda - Ou pra esse lado? - o olho sensualmente por trás dos cabelos.
- Que tal assim? - Ele pergunta antes de me descabelar.
- Ah! Engraçadinho! - Digo rindo e tentando ajeita - lo depois de ele o ter bagunçado.
- Estaria linda de qualquer maneira... - Ele diz me olhando pelo espelho enquanto o ajeito. Ele afasta meu cabelo e beija meu ombro.
Me viro de frente para ele e acaricio seu rosto enquanto ele fecha os olhos.
- Tudo se tornará mais difícil a partir de agora, não é? - Pergunto baixinho ainda fazendo carinho em seu rosto.
- Sim...Mas vou proteger você - Ele responde segurando meu queixo para continuar a olhá - lo.
Assinto com a cabeça e o abraço forte. Estou com medo do que está por vir. Seja o que for.
- Está pronta?
- Sim.
Nunca me senti tão tonta apartando como agora. Assim que chegamos eu me solto de seus braços apoiando a mão nos joelhos.
- Dessa vez a distância afetou mais... - Ele diz ofegante. Acho que não fez tão bem a ele também.
Concordo balançando lentamente a cabeça e olho em volta. Estamos numa rua apertada cheia de estandes com roupas, tecidos, tapetes e artesanato. Estamos atrás de uma barraca com tecidos muito bonitos e leves.
- Nossa...
É apenas o que consigo dizer. Ele estende a mão para mim que eu seguro e ele me puxa gentilmente para sair da barraca. Pessoas passam ocupadas por toda parte falando em egípcio, comprando, negociando e olhando. Parece o Beco Diagonal egípcio. Sorrio boba girando para olhar ao redor. Mulheres usando burcas típicas da região e homens com turbantes e túnicas muito bem costuradas. Levo a mão aos lábios acompanhando os passos dos egípcios que nem perceberam minha cara de boba como uma criança.
- Vamos, temos muito o que ver - Ele diz me chamando.
Corro sorrindo e agarro seu braço observando cada detalhe, cada cor, cada toque exótico e antigo.
Seguindo pela rua, homens tocando instrumentos de tabla e algumas mulheres egípcias dançam em volta.
POV SNAPE
Brenda olha para os músicos sorridente e as mulheres a chamam para dançar batendo palmas. Ela nega timidamente e é puxada por uma delas para dentro de uma rodinha. Uma delas lhe entrega um véu para ela dançar ou cobrir o rosto. Ela agradece e tenta sair da rodinha. Me olha como se pedisse minha ajuda. Dou de ombros sorrindo e subo numa parte mais alta da calçada para olhá - la.
As mulheres ensinam passos e ela os imita. Depois de alguns segundos ela já faz sozinha enquanto elas aplaudem e fazem barulhos estranhos. Ela cobre o rosto com o véu e parece flutuar ao invés de dançar. Seus olhos castanhos encontram os meus por um tempo. O véu lhe dá um toque misterioso em seu olhar. Não dá pra listar quais foram as visões mais belas que já tive a envolvendo.
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