História I Was Born to Love You - Troubles - part.1

NAQUELE MESMO DIA

Espero John dar uma última garfada na torta de limão para me levantar e recolher os pratos. De começo, Freddie tenta me impedir de fazer isso, mas, consigo convencê-lo a me deixar lavar a louça. Eu precisava urgentemente me distrair com alguma coisa, para tirar aquela imagem perturbadora da minha cabeça.

Me dirijo até a cozinha e dispenso a moça que iria lavar os pratos. Pego a esponja e o sabão e começo a esfregar.

Escuto passos vindo atrás de mim e, quando me viro, vejo Roger e Brian. Ambos traziam os talheres e os copos para me ajudarem.

Roger: - Você está melhor, Lise?

- Sim, Roggie! – eu adoro chama-lo assim – Não precisa se preocupar.

Roger: - Okay, mas se precisar de alguma coisa é só chamar, ok?

- Pode deixar! Eu chamo. - dou um sorriso meio fraco ao loiro.

Ele dá um leve beijo no lado direito da minha cabeça e se afasta, dando bandeira verde para Brian começar a falar.

Brian: - Não vou mentir – ele começou, pegando o pano mais próximo para secar a louça – ainda estou preocupado com você.

- Bri, eu estou bem, foi só uma tontura.

Ele franziu a testa

Brian: - Mesmo?

- Sim...

Juro que eu pensei que tinha convencido ele na mesa, mas, pelo visto, não deu certo. Entrego o primeiro prato para ele, evitando seu olhar. O mesmo seca e vai ao armário por o objeto no lugar.

Freddie: - LISE! – dou um pulo de susto quando Freddie grita – Oh, desculpa querida, não queria te assustar. Olha, eu e os meninos vamos sair para comprar uns enfeites para a próxima festa e nós queríamos saber se os pombinhos querem vir com a gente.

- Hm... acho que eu vou passar...

Brian olha para Freddie com um olhar decidido, depois de pensar um pouco.

Brian: - Eu passo também.

Freddie: - Os dois vão passar? Tudo bem, então! Já sabem onde tem aquele objeto secreto, né, amados? Só não usem muitas!!! – e ele saiu, feliz em ver que nós dois tínhamos corado.

Brian: - Esse Freddie é uma peça. – falou, tentando descontrair.

- Sim, a melhor que eu conheço. – sorri

Brian: - Você está realmente bem da tontura?

- Não precisa ficar aqui, se foi por isso que negou a ir com eles.

Brian: - Não iria me perdoar se te deixasse aqui sozinha depois de ter passado mal.

- Bri, eu agradeço, mas... realmente não precisa...

Brian: - Eu sei que não, só quero me certificar que você está realmente bem.

Eu não sabia mais o que responder à ele. Já tinha dado todas as desculpas do mundo e ele mesmo assim ele não se convencia com nada do que eu falava. Será que ele conseguia ler a minha mente, ou algo do tipo? Era tão óbvio assim que tinha algo errado?

- Mesmo que estivesse, não vou permitir que ninguém se preocupe comigo. A última coisa que eu quero é que alguém desperdice o tempo que tem para cuidar de mim.

O rapaz franziu a testa mais ainda com a minha resposta.

Brian: - Desperdiçar o tempo? Desculpa, mas... eu acho que digo por todos aqui quando falo que nós adoramos você. Inclusive o Freddie, que te ama! – ele tinha cruzado os braços mais uma vez, como se eu tivesse falado um absurdo.

- Sim, mas...

Brian: - Você não é um desperdício, Élise. Sinceramente, eu não sei de onde você está tirando essa ideia!

Foi então que a lembrança, enfim, veio à tona.

FLASHBACK ON

???: - OLHA O QUE VOCÊ FEZ, SUA DESGRAÇADA! ESTÁ FELIZ?

- ME DESCULPA! – grito, chorando desesperadamente – EU NÃO...

Ele bate no meu rosto.

???: - Você está ferrada comigo! Me ouviu? – falou o homem, se recompondo da gritaria - Onde já se viu, recusar um carinho do seu namorado? Ainda por cima me mordeu! Você é um nojo, Élise! UM DISPERDÍCIO!!!

E chutou minha barriga muito forte, fazendo com que eu perdesse o ar.

FLASHBACK OFF

Quando me livro dessa memória, me encontro chorando com o rosto colado a Brian, que tinha corrido para me ajudar. Ele me envolvera em um abraço forte e aconchegado minha cabeça em seu peito, enquanto fazia carinho no meu cabelo e sussurrava palavras doces e calmas para me tranquilizar.

Brian: - Calma, Lise, está tudo bem! Eu estou aqui. – e dá um beijo demorado na minha cabeça, encostando, em seguida, sua bochecha na mesma.

Isso realmente me reconfortou. Fazia muito tempo que eu não recebia um abraço tão bom quanto esse. Sinto minha dor aumentar ao lembrar disso, apertando ainda mais as costelas de Brian, aproveitando cada segundo do meu corpo junto ao dele.

Ele, em resposta, me aperta mais ainda e continua a fazer carinho no meu cabelo. Cada toque, cada beijo que ele depositava na minha cabeça e cada palavra doce que ele sussurrava no meu ouvido a partir daquele ponto fez com que a minha dor diminuísse aos poucos. Até que eu finalmente me acalmei.

- Por favor, não conta para ninguém que eu estou mal. – disse, depois de um tempo em silêncio.

Brian: - Lise...

- Brian, ninguém pode saber sobre isso!

Brian: - Você não quer pelo menos contar ao Freddie...

- NÃO! NÃO QUERO NEM QUE ELE IMAGINE QUE ALGO ESTEJA ACONTECENDO! – digo desfazendo o abraço.