História I was made for loving you - Capítulo 21

*O que posso dizer?

Eu nunca fui bom com as palavras

Minha língua sempre entendeu errado

Esperando que você soubesse o tempo todo

Eu te amo*

As coisas estão bem diferentes agora que cada um seguiu seu caminho e devo dizer que apesar de trabalhar dentro de Hogwarts, Severus e eu quase não nos vemos, raras as vezes quando nos esbarramos por aí, somos muito profissionais.

O que é bem diferente quando chegamos em casa, ontem mesmo, mal tive tempo de deixar minha mala no sofá, não que eu esteja reclamando.

Acontece que hoje as coisas não estão nada boas para mim, acordei suando com tanta febre que mal tive forças para abrir os olhos enquanto Severus acorda assustado com a minha situação.

-O que está sentindo?

-Parece que alguém passou com um caminhão em cima de mim e jogou meu corpo no inferno. -resmungo.

Ele sai da cama e quando volta, coloca um pano molhado em minha testa, me fazendo tremer pela mudança de temperatura. Me contorço por conta da dor insuportável e começo a chorar quando ele segura meus pulsos para me impedir.

-Por que está fazendo isso comigo?

-Tenta se acalmar, Harry. Por favor.

Parecia que alguém estava perfurando meu crânio da forma mais violenta que existe e só não gritei até acordar os vizinhos porque Severus usou sua boca para me calar, mas não foi um beijo como nos filmes, só pressionou seus lábios contra os meus até que a dor diminuiu e consegui voltar a dormir.

Acordo sentindo o sol em meu rosto mas não consigo aproveitar porque a maldita dor volta com força e começo a gritar até que a porta se abre e Snape aparece para segurar meus braços junto com...Não consigo identificar.

-Rony? -choramingo.

-Estou aqui, cara. Vai ficar tudo bem.

-Alguém tem que fazer isso parar.

Meu choro é tão violento que me debato mais ainda até sentir as mãos de Snape se afastando e serem substituídas por outras não tão firmes.

-Respira.

-Draco? Isso é algum tipo de castigo?

-Pare de falar e respira. -ordena.- Seu namorado já foi chorar pra lá, não precisa que outro de nós faça isso.

Fico confuso com suas palavras e não tenho muita certeza se ouvi direito, mas não tenho tempo de perguntar porque vejo um clarão e sou obrigado a fechar os olhos.

Tento mais uma vez enquanto pisco várias vezes até que a luz se ajusta e vejo meus amigos sorrindo para mim, embora só consiga pensar em uma coisa.

Salto da cama antes de ir correndo até a sala e encontrar Severus em pé ao lado do sofá enquanto Hermione, Ginny, Neville e Luna sorriem para mim.

-Eu...Quem foi que morreu no meu lugar?

Olho para o quadro dos meus pais e eles ainda estão ali, emocionados.

-Ninguém.-Snape diz e fecho os olhos ao escutar sua voz.

-Mas...eu pensei que...

-Vai ver que não o ama de verdade.- meu pai comenta.

-O que? Isso é mentira!

O professor ri.

-Você estava quase certo, mas quando disse que uma alma teria que ser levada, não estava se referindo ao sentido literal. -explica.

Ainda não entendo.

-Parece que neste caso, significa que a sua alma foi remendada com a partes da minha porque agora, teoricamente somos um só.

Meu queixo cai.

-E isso aconteceu quando nós...

-Por mais romântico que isso seja, acho que não.

As lágrimas já estão correndo e não paro de rir.

-Qual sua teoria? Porque sempre tem uma.- digo.

-O que aconteceu com a gente pode ser uma explicação do por que consegue sempre saber onde estou ou até mesmo o motivo de eu conseguir me transportar até você quando estou dormindo.

-Você faz isso?- fico chocado.

-Só algumas vezes, quando estávamos separados.

Sem esperar que ele diga mais nada, saio correndo até pular em cima dele e entrelaçar minhas pernas em sua cintura antes de abraça-lo.

-Como descobriu tudo isso?

-Seus amigos e...seu pai tiveram grande participação nisso.

Fico chocado e olho para meus pais sorrindo.

-O que eu não faço por você?- meu pai diz.

-Sev, está se esquecendo de mais um pedaço da história.

-Não estou esquecendo de nada, Lilian.

Me afasto enquanto arqueio uma sobrancelha.

-Para tudo isso funcionar e recuperar sua visão, o sentimento tem que ser mútuo.- Luna sorri.

Arregalo os olhos.

-Você me ama?

-Não me ouviu dizer isso, tenho que trabalhar.

-Tipo, como amou a minha mãe?

Ele para no meio do caminho.

-Tchau, Harry.

O homem me ignora e sai de casa como se eu não tivesse perguntado nada, me jogo no sofá com um sorriso no rosto e aproveito para tomar um banho e fazer minha higiene.

Preparo um café da manhã para todo mundo até que a porta volta a se abrir e Severus passa por nós feito um furacão, troco um olhar rápido com Draco que sorri.

-Você está bravo comigo?- indago.

-Fez alguma coisa para que eu ficasse bravo com você?

-Talvez não tenha sido certo mencionar minha mãe na nossa conversa.

Ele ri sarcástico.

-Talvez? Você é engraçado.

-Obrigado.

-Sua mãe não me forçava a ter uma conversa na frente dos amigos dela.

-Não sou a minha mãe.

-Se sabe disso, por que tenho que provar o mesmo a você toda vez?

-Quer café?

O vejo piscar várias vezes e não escondo o sorriso.

-Ainda tem aquela torta de limão que eu fiz ontem. -completo.

Ele deixa as coisas no sofá e se junta a nós.

-Você nem me agradeceu pelo que eu fiz.- resmunga.

-Desculpa, não sabia que tinha feito isso para que eu pudesse agradecer.

Ele esfrega o rosto e passa a mão pelos cabelos.

-Céus! Como você é irritante.

O observo terminar de comer e sem perceber ele se levanta e me dá um selinho antes de sair pela porta.

-Você lida bem com ele. -Ginny comenta.

-É, devagar eu vou aprendendo.

A porta se abre novamente e ele me encara com os olhos perturbados.

-Sim, Harry, eu amo você. Mas prefiro demonstrar com ações porque elas valem muito mais.

Vou correndo até ele que bate a porta na minha cara antes que eu possa abri-la e gritar para o corredor.

-Eu amo você também! Bom dia.