Como eu estava de folga hoje, resolvi ficar com o meu filho. Fomos passear no shopping mais cedo, porém ele começou a sentir dor e tivemos que voltar pra casa. Agora, nós dois estamos preparando um bolo de chocolate, enquanto cantávamos juntos.
- Tá bom, meu cantor. - digo pegando ele e o colocando na cadeirinha. - Segura isso pra mamãe.
- Atiii. - ele prende o pote de trigo em seus braços.
- Boa garotão. - começo a preparar a massa do bolo. - Passa o trigo pra mamãe. - ele pega um pouco com a mão e joga em mim. - Ah é assim agora?
- Não, mamãe, diculpa. - nego jogando um pouco nele, que ria. - Mamãeeee. - desço ele da cadeira, jogando mais trigo nele, enquanto os seus braços pequenos, acertavam as minhas pernas.
- Lindeza, você não consegue. - ele começa a rir e eu continuo jogando nele. O mesmo estava coberto de trigo.
- Pala mamãe, pala. - eu assinto parando de jogar trigo nele.
- Vem, vou te limpar. - pego ele no colo, bagunçando o seu cabelo, que tava completamente branco.
A campainha toca e vou em direção a porta, encontrando com o pai do meu filho.
- O que aconteceu aqui? - ele pergunta entrando. - Você ficou maluca? Olha o estado dele. - eu dou uma risada vendo o meu filho todo coberto de farinha.
- A gente tava brincando. - digo e ele me encara.
- Astrid, isso podia pegar no olho dele, sabia? - sigo o meu caminho, até o quarto do Lucca.
- Bla, bla, bla. - sorrio olhando pra ele. - Mais alguma coisa, senhor preocupação? - ele não responde.
- Papai, eu fiz bolinho com a mamãe. - Lucca diz todo animado e sorrindo pro pai.
- E deixa eu adivinhar, você foi a farinha? - Soluço me olha e eu assinto.
- Como você insistiu, você limpa ele e eu vou pra cozinha. - Soluço apenas revira os olhos, mas começa a limpar o filho.
Volto pra cozinha e começo a varrer o chão, pois estava todo sujo de farinha. A campainha toca novamente.
- Meu Deus, essa campainha toca hein. - abro a porta e vejo Eret.
Olha que bacana! Soluço e Eret.
- Astrid, nós podemos conversar? - olho pra dentro e depois volto a olhar pra ele. - Prometo que vai ser rápido. - assinto deixando ele entrar.
- Lucca, filho, volta aqui. - Soluço corria atrás do Lucca, que também estava correndo pela sala, só que pelado. - Astrid me ajuda. - ele diz fazendo uma cara de sofrimento.
- Se vira ué. - cruzo os meus braços, vendo o mini Soluço correr pela sala, era até engraçado ver ele correndo do pai. - Tá bom Lucca, chega. - ele vem em minha direção.
- Só agora? - ele me olha incrédulo.
- Sim, achei engraçado ver você correndo atrás de um neném lindo de três anos. - digo fazendo ele revirar os olhos.
- Vem, vamos colocar uma roupa. - ele diz pegando o filho no colo e voltando pro quarto.
- Desculpa, pode falar. - digo voltando a olhar pro Eret.
- Astrid, eu to apaixonado por você. Eu não consigo tirar você da minha cabeça, desde quando eu te vi pela primeira vez. - eu tento dizer alguma coisa, mas não consigo. - Eu sei que você tem uma história com o pai do seu filho, mas...
- Tive. - corrijo ele.
- Eu só quero uma chance, pra provar pra você que eu sou diferente. Eu quero mais que uma amizade, com você, Astrid. - ele diz se aproximando e segurando o meu rosto.
O seu olhar realmente me hipnotiza. Algo em mim, me diz pra dar uma chance pra ele, mas também tem algo que me proíbe de fazer isso.
- Astrid, eu não to achando nenhuma bermuda pra ele. - me afasto do Eret, olhando pro Soluço e o Lucca, que agarrava a sua perna.
- Eu já volto. - digo e Eret assente.
Caminho até o quarto com o Soluço atrás de mim, o mesmo não trocou nenhuma palavra comigo, só me olhava. Olho todas as gavetas e encontro uma bermuda pra ele. Me viro pro Soluço, dando a bermuda pra ele, o mesmo tinha uma feição de triste, acho que ele acabou escutando.
- Astrid...- ele me chama, mas antes que pudesse continuar, o choro do Lucca é ouvido, o que nos faz correr pra sala. - Eii meu pequeno, o que aconteceu?
Lucca abraça o pai chorando e o mesmo o pega no colo, vendo que tinha um corte em seus lábios, que saia sangue.
- Ele tava correndo e caiu. - Eret diz.
- Vou pegar gelo. - digo e Soluço assente, olhando pro Eret. Vou até a geladeira e pego um cubo de gelo. - Aqui, meu amor. - coloco o gelo em seu machucado levemente.
- E-Eu acho melhor eu ir, falo com você depois. - Eret diz e eu assinto, antes dele sair.
- Foi ele, Astrid. - Soluço diz assim que a porta foi fechada. - Ele derrubou o Lucca. - reviro os olhos.
- Soluço, olha a idiotice que você tá falando. O Eret adora o Lucca, talvez ele só tenha caído mesmo. - digo e ele nega.
- Ele tava na defensiva, ele praticamente fugiu, Astrid. - ele diz olhando pra Lucca e depois me encarando.
- Para com essa implicância. - digo e ele revira os olhos. - Ei meu menino, você tá melhor?
- Dodói. - ele começa a chorar de novo, querendo o meu colo. - Mamãe, dodói. - pego ele no colo e começo a acariciar os seus cabelos, enquanto ele chorava.
- O dodói vai passar, meu amor. O dodói vai passar. - dou um beijo na sua testa e ele deita em meu ombro.
Nós ficamos um tempo sentados, esperando o Lucca se acalmar, quando ele parou de chorar, ele dormiu. Sinto um cheiro de queimado, Soluço correu até a cozinha, desligando o forno, mas o trouxa esqueceu das luvas e acabou queimando o dedo.
- Pelo menos o bolo ficou bom. - digo segurando uma risada e olhando pra ele.
- Engraçadinha você. - não me aguento e começo a rir.
- Quem esquece de colocar a luva, Soluço? - digo ainda rindo e ele taca o pano em mim.
- Ridícula. - ele diz e eu nego ainda rindo.
- Você me ama. - pisco pra ele, vendo o mesmo corar.
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