História I Will Be Free - Falling To Pieces

Pov Narrador

Aquela família estava devastada, olhando o corpo de um deles no chão. Kol Mikaelson estava morto. Lily tinha matado o garoto, a pedido do próprio. Cada um daquela família teve uma reação diferente, mas de alguma maneira todos sentiam a mesma dor. A dor da perda, que dilacerava a pessoa de dentro para fora. O espaço que Kol tinha no coração deles foi tomado por uma escuridão, fruto da sua morte. Lágrimas eram derramadas por Hayley, Emma e principalmente Rebekah. Não tinham o mínimo controle sobre elas, era a maneira mais fácil de sentir a morte dele. Klaus olhava tudo com o ar sério, mas por dentro ele estava tão devastado quanto todos. Ele tinha esse poder de não demonstrar a dor, mas também não pode evitar uma lágrima escorrer por seu rosto, lágrima que ele tratou logo de limpar. Elijah que sentiu a perda do irmão de uma forma que não poderia ser definida, viu sua sobrinha olhar de uma maneira que ele nunca tinha visto antes, ele viu em seus olhos que naquele momento a única vontade de Hope era matar Lily, antes que ela pudesse fazer isso, ele tirou a garota da sala de estar a levando para a cozinha. Foi uma surpresa para Elijah ver Lily chorar pela morte de seu irmão, ele sabiam que eles eram próximos, mas não sabia até que ponto aquela aproximação se estendia. Lily chorava descompensadamente, Kol foi a primeira pessoa que ela tinha matado. Assim também como foi a primeira pessoa que ela sentiu alguma coisa forte depois de seu falecido namorado. Ela não queria matar a pessoa que ela estava começando a gostar, mas era necessário para dar continuidade aos planos dos dois. Ela desejava que estivesse tudo dando certo naquele momento.

Harry que também chorava pela morte do Mikaelson, percebeu que tinha alguma coisa de errado ali. Ele percebeu isso no momento em que Hope desviou seu olhar de Kol e limpou as lágrimas que caiam de seu rosto. Ela não chorava mais quando se levantou e olhou para o corpo do tio sem nenhuma emoção aparente no rosto. Hope olhava friamente para o tio e olhava friamente para todos presentes naquela sala de jantar. Deu um sorriso irônico antes de passar por cima de Kol e ir em direção á cozinha. Sua família e namorado viram aquela cena, ficaram surpresos com a atitude de Hope.

Ela tinha mudado de uma forma espantosa, em um momento ela chorava como nunca havia chorado antes e em outro momento ela não dava a mínima em passar por cima do corpo do tio morto. Todos notaram tal mudança, mas só os familiares tinha entendido o que havia acontecido. Hope tinha desistido, ela tinha desligado sua humanidade.

Hope entrou na cozinha, nem se deu ao trabalho de olhar para Elijah que lhe lançava olhares repreensores. Ela olhou para Lily e esboçou um sorriso, que não foi de imediato compreendido por Lily. A hibrida abriu os armários até achar o que tanto queria, uma taça de champagne. Foi em direção da geladeira tendo em mente que a observavam. Pegou uma garrafa da bebida e seguiu em direção novamente a sala. Lily e Elijah encararam aquilo com um interrogação no rosto, portanto seguiram Hope em direção a sala de estar.

Hope entrou na sala de estar, encontrando seu tio morto sobre o sofá. Klaus tinha levado Kol para lá, não poderia deixar o irmão ali no chão da sala de jantar. A garota cantarolava uma música enquanto andava em direção à mesa que tinha um dispositivo de som e conectou seu próprio celular nele, logo a sala foi tomada pela música que a garota cantarolava. A batida começou e Hope balançava seu corpo de acordo com ela, recebendo olhares questionadores de todos. Ela logo tratou de abrir o champagne. Aquele barulho que faz quando abre a garrafa fez a garota sorrir. Ela ria vendo o champagne cair no chão, enquanto ela tentava derramar o liquido na taça.

- You loved me and l froze in time. Hungry for that flesh of mine. But I can't compete with a she Wolf. Who has brought me to my knees. What do you see in those yellow eyes. Cause I'm falling to pieces – cantarolou junto com a música, enquanto se balançava no ritmo da mesma. Como na música, Hope tornou sua face hibrida, transformando seus olhos azuis em olhos amarelos, olhos de uma loba. Mas assim como na rapidez que seu rosto se transformou, ele voltou ao normal. Ela estava sorrindo e rindo, enquanto a família via tudo aquilo com uma confusão extrema na cabeça. Hope não se importava nem um pouco com eles.

- Ela desligou – Klaus falou para Harry que encarava aquela cena totalmente confuso. Um entendimento surgiu na cabeça do garoto. Veio a surpresa, depois a vontade de fazer algo que ajudasse Hope, depois a desistência, pois sabia que nada faria ela ligar a humanidade.

- Acabou! – ela cantarolou ao virar a garrafa e constatar que a bebida tinha acabado – Eu quero mais! – ela disse e desapareceu da sala, mas logo ela tinha voltado com mais uma garrafa de champagne e dessa vez com duas bolsas de sangue - Did she lie in wait. Was I bait to pull you in. The thrill of the kill. You feel, is a sin. I lay with the wolves. Alone, it seems. I thought I was part of you.

Ela estava definitivamente se divertindo, Hope fazia pouco caso do fato das pessoas de sua família ainda estarem chorando pela morte de Kol. Hope sorria, ria como nunca tinha feito antes, mas o pior era o fato dela esfregar sua felicidade de todos estourando mais uma garrafa de champagne, cantando e encarando todos com um ar superior. A garrafa que ela tomava, já tinha acabado há tempo. Hope pegou uma das bolsas de sangue e abriu. Ao tomar o primeiro gole, a garota fez uma careta.

- Argh! Sangue ruim, prefiro o direto da veia – comentou jogando a bolsa de sangue em algum lugar daquela sala. Quando seu olhar cruzou com o de Harry, ela sorriu sincera.

O garoto pensou que talvez sua Hope estivesse voltado, ela estava sorrindo para ele da mesma maneira que fazia antes. Ele acreditou nela e principalmente acreditou naquele sorriso que aparentava ser sincero. Um sorriso o havia enganado completamente. Hope sorriu ao se lembrar do quão bom o sangue de Harry era. Ela ouviu o sangue pulsando e desejou drena-lo todo do corpo tatuado de Harry. Ela sorriu por pensar no prazer que teria ao saborear aquele sangue. Ela sorriu mais ainda ao ver o efeito que causava em Harry, a postura do garoto mudou completamente com um sorriso dela. Ela sabia o efeito que tinha sobre Harry e iria usa-lo contra ele.

- I'm falling to pieces. Falling to pieces. I'm falling to pieces. Falling to pieces – Hope cantarolava enquanto ia andando pela sala de estar. A garota cantou o que tinha sentido minutos antes. Ela tinha desmoronado até não restar mais nada de si.

Era estranho os Mikaelson não terem parado Hope ainda. Ela até agora não tinha feito alguma coisa que fizessem eles pararem Hope. Mas todos ali tinham plena certeza que Hope deligada, era uma bomba relógio. Ela não poderia ter desligado sua humanidade. Hope já era perigosa, mas ela sem humanidade era terrivelmente pior. Ela tinha razão ao se considerar um inferno na terra a partir daquele momento.

Hope deu um sorriso para Harry antes de seu rosto se transformar e ela avançar sobre Harry. Ela o mordeu. A Hope ligada prometeu a si mesma que nunca mais beberia o sangue de Harry, porque ela sabia perfeitamente que ele era bom demais e sabia o efeito que ele causava nela. Hope desligada nem ao menos se lembrava daquela promessa, ela bebia o sangue de Harry com um desejo que ela nunca havia sentido antes. O prazer corria pelas suas veias.

Harry não teve uma reação. Uma hora ele retribuía o sorriso de Hope. Em outra a mesma estava mordendo seu pescoço de forma agressiva. Era uma dor incomoda, muito incomoda, pois Hope nem se dava ao trabalho de ser gentil. Hope largou o pescoço de Harry rapidamente.

- Verbena – ela concluiu passando a mão pelos lábios. Seu rosto estava sujo de sangue, lhe dando uma aparência perigosa. Todos viram a raiva que Hope sentiu ao ver que sua refeição da vez tinha tomado verbena. Ela tinha desligado, ela poderia fazer qualquer coisa – Você é tão estupido, Hazza!

Os momentos após Hope ter falado aquelas palavras para Harry, foi um total borrão para o garoto. Em um momento, Hope estava o chamando pelo seu apelido, em outro Klaus e Hayley se colocaram na frente de Harry. Ele não tinha entendido a aproximação dos pais da garota, até ver os dois sendo jogados, um para cada lado, pela sala de estar.

A questão era que Hope avançou de maneira impressionante, para atacar Harry novamente, só que dessa vez os Mikaelson sabiam o objetivo dela. Hope iria matar Harry. Os pais da garota o protegeram, porque eles já tinham se afeiçoado ao garoto e não queriam que quando tudo aquilo acabasse, Hope ligasse sua humanidade e descobriria o que tinha feito. Se ela já estava assim por causa da morte de Kol, imagina como ela ficaria se soubesse que ela mesma havia matado Harry. Ela sem nenhuma piedade jogou os pais contra as paredes da sala, quebrando o pescoço de cada um antes que colidissem com o chão.

Hope queria matar Harry, mas não por causa da verbena que ele havia ingerido, sendo assim impedindo que ela o compelisse e que se alimentasse do mesmo. Ela queria matar Harry por outro motivo. Uma Hope desligada, era uma Hope estrategista e sem piedade. Ela mataria Harry para não haver um motivo pelo qual ela ligaria novamente sua humanidade. Harry era o único que a deixava instável e isso poderia ser um problema futuramente. Ela não queria ligar sua humanidade e iria matar a única chave. Uma estratégia.

Não foi somente Klaus e Hayley que voaram pela aquela sala, Elijah e Rebekah foram os próximos. Era fácil para Hope fazer aquilo, ela fazia com a maior naturalidade do mundo, com um aceno das mãos ela arremessava duas pessoas para longe e quebrava seus pescoços. Era fácil para ela e tudo se tornava mais prazeroso com a humanidade desligada.

Emma arregalou os olhos ao constatar que só tinha ela e Lily para proteger eles mesmos e Harry. Se ela repetisse os mesmo movimentos que fez anteriormente, os três morreriam. Hope estava fazendo um show. A música, o champagne e os quatro presentes na sala faziam perto dele. Ela dançava, cantava e sorria como parte do show. Ela estava se divertindo e isso assustava Emma e Lily, mas assustava ainda mais Harry, pois aquela não era a sua Hope.

Harry queria falar com Hope, tentar pelo menos, mas tinha medo do que aconteceria caso ele fizesse isso. Estava inseguro. Olhou para Lily e Emma que se encontravam da mesma maneira que ele. Assustado, confuso, inseguro.

- Vá falar com ela, Harry. Eu te protejo.

Lily, que ainda estava abalada com a morte de Kol, falou. Ninguém sabia o que ela tinha feito, ela fez um juramento para Kol. Um juramento que trouxe a morte dele. Mas como o próprio discurso do morto, sua morte era necessária. Ela tinha esperanças que o plano que eles levaram tanto tempo para planejar desse certo. Tinha tudo para dar certo, mas eles não contavam com o que estavam acontecendo agora. Hope tinha desligado a humanidade, o que complicava tudo. Kol fez um sacrifício, que traria uma recompensa para Lily e a família Mikaelson. A morte de Kol tornou muitas coisas possíveis. E se der certo. A morte de Chloe.

Eles podem nunca ter conversado muito, mas Lily sentia um afeto por Harry. A maneira como ele ficou com o desaparecimento de Hope, lembrou muito o ex namorado de Lily. Ela via em Harry a pessoa que amou. Via que Harry era tão inconsequente quanto Cameron, ou Cam como Lily costumava chama-lo, os dois não se importavam com o perigo que corriam. Não se importavam com os obstáculos, só queria viver com quem amava e foi esse amor e a maldade de Chloe que matou Cam. Hope estava na mesma situação que Lily esteve alguns anos antes. Querendo viver um amor, tendo Taylor como empecilho. Era difícil para Lily pensar que sua irmã gostava do seu namorado, por isso preferia pensar que Chloe era má de verdade, o que ela realmente era, pois matou a pessoa da qual “gostava”. Talvez assim como Lily via Cam em Harry, Chloe também via. Será uma obsessão? Lily não iria deixar Harry morrer, não pelas mãos da Hope, o que seria ainda mais um choque para ela. Lily poderia morrer, mas iria proteger Harry.

- Eu estou aqui, Hope. Não precisa ter medo.

Lily e Emma, que estavam lado a lado, dispostas a fazer tudo para proteger a si mesmas e a Harry, escutavam a conversa do casal atentamente. Hope só pode rir ao ouvir tais palavras.

- Medo? Eu não sinto medo. Eu não sinto nada e você não sabe o quanto é bom não sentir nada. Eu posso fazer tudo o que eu quiser.

Hope falou dando um sorriso superior para Harry, que ao ouvir tais palavras saindo da boca da amada constatou que a Hope que ele conhecia tinha ido embora.

- Você não quer me matar.

- Lógico que eu quero, não aguentava mais olhar para a sua cara, Harry. Não aguentava mais sentir o seu toque, quero mais que você se dana. Ninguém te ama. Ninguém nunca te amou, você é desprezível! Por que você não deseja e aceita logo que tem que morrer?

Hope falou tudo o que lhe veio na cabeça. Naquele momento aquilo parecia ser verdade para ela. Harry ficou surpreso ao ouvir tais palavras, mas não se deixou abalar. Ele fechou os punhos de raiva, querendo ou não Hope estava o deixando nervoso.

- Eu não sou como você, que desiste quando encontra o primeiro obstáculo. Você é a criatura mais forte do planeta, mas cai perante um mero obstáculo.

Ao terminar de pronunciar tais palavras, Lily e Emma se colocaram uma de cada lado de Harry. De modo que se Hope o atacasse, as duas o protegeriam.

- Eu não vou gastar meu tempo com uma criatura insignificante feito você, Harry.

Ela fez seu movimento, mas antes de termina-lo, Hope estava jogada no chão. Ela atacaria Harry, Lily e Emma em conjunto a pararam. Hope logo se levantou, mas hesitou em atacar novamente, aparentemente sem motivo algum. Não era medo, era algo que Hope não sabia o que era.

Hope saiu daquela casa sem um destino certo, ela só tinha em mente que a partir daquele momento ela seria livre.