História I will protect you - Capítulo 11

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Quarta 8 de março - 2018.

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Zayn não gostava de noites. Ele definitivamente era um ômega do dia. Durante sua infância ele não tinha problemas com a escuridão da noite. Quando ele tinha pesadelos sua mãe ia socorre-lo e logo ele voltava a dormir, mas quando sua mãe morreu as coisas mudaram.

Foi em uma noite fria e chuvosa que ele ouviu sua mãe gritar, logo depois um barulho auto e na manhã seguinte ele estava vestindo um terno preto, indo enterrar sua mãe.

Na sua primeira noite depois da morte de sua mãe ele teve o pior de seus pesadelos até então, ele acordou assustado e chorou alto, alto o suficiente para acordar seu pai no outro quarto.

"Engole a merda do choro" foi o que Yaser disse e logo depois ele bateu a porta do quarto com força. Zayn enterrou seu rosto no travesseiro e chorou mais. Ele era apenas um garotinho de dez anos assustado e cansado.

Ele apagou e acordou horas depois com a cama molhada e seus olhos inchados, depois de ter outro pesadelo. Ele trocou os lençóis mas a empregada que arrumava sua cama reparou nos lençóis manchados e falou para Yaser.

As palavras do alfa foram bem claras "ou você resolve seu problema ou eu resolvo" aquilo soou como ameaça e realmente era uma "eu não sou tolerante como sua mãe garoto" aquilo era um aviso.

Naquele mesmo dia um pequeno Louis deu uma ideia pra seu melhor amigo "se você não pode molhar a cama e não sabe controlar, de um jeito de esconder ou prender" Zayn não entendeu no momento, mas o pequeno Niall que era um ano mais novo que os outros  entendeu "ele quer que você durma de fralda, Zee" Malik arregalou seus olhos no mesmo instante.

Depois daquilo Niall conseguiu que uma das empregadas de sua mãe comprasse um pacote de fraldas e todos os meses quando Zayn ia a casa de Niall ele levava um  pacote em sua mochila e escondia em um buraco embaixo da cama até os seus vinte anos.

Eram duas da manhã e o ômega estava encolhido em sua cama. Do lado de fora parecia que o mundo estava acabando. a cada instante um clarão invadia o quarto sendo seguido por um trovão alto e o rosto do ômega ficava mais molhado a cada trovão.

Zayn Malik definitivamente odiava noites, principalmente as chuvosas e barulhentas.

Liam estava indo para seu quarto depois de passar da hora em seu escritório, ele pretendia trabalhar mais, mas era impossível com aquele barulho. 

O alfa passa pela porta do quarto do ômega e pra ali ao ouvir um gritinho acompanhado por um trovão. Ele encosta sua cabeça na porta e escuta os resmungos sôfregos de Zayn. O alfa se agita ao notar que o ômega estava chorando. 

― Zayn? ― Liam da uma leve batida na porta. Mas não era como se ele soubesse o que fazer ― você está bem? ― pergunta mesmo já sabendo a resposta.

― Hu-Hum ― o moreno resmunga. Ele sabia que se falasse gaguejaria e o castanho notaria que ele estava chorando.

― Olha, eu sei que você está mentindo. Posso entrar? ― Payne pergunta. A preocupação em sua voz era perceptível.

― P-Pode ― Malik senta na cama e abraça suas pernas. Liam entra no quarto e para na frente da cama. O quarto estava escuro mas ele conseguia enxergar muito bem o rosto molhado do ômega ― eu não queria acordar você me... ― Zayn ia começar a se desculpar, mas Liam levanta sua mão o cortando.

― Eu estava indo dormir agora ― o castanho diz ― eu passei e ouvi você chorando, não conseguiria dormir sabendo que tem alguém chorando no quarto ao lado ― explica. Ele não queria dizer "alguém" queria dizer "você" mas talvez o ômega estranhasse aquilo.

― Não é nada de mais ― o moreno resmunga.

― Claro que não, você só está chorando e tremendo ― Payne diz irônico ― o que posso fazer pra ajudar? ― pergunta sentando no recamier.

― Acho que nada ― o de olhos âmbares diz.

Liam não fala nada. Ele sai do quarto e alguns minutos depois ele volta carregando alguns cobertores e algumas peças de roupa. Zayn o olha sem entender e o alfa sorri.

― Quando eu era criança odiava chuva. Minha mãe dormia comigo pra que eu não ficasse sozinho ― explica e coloca os cobertores em cima da cadeira que havia ao lado da cama. Ele pega as peças de roupa e caminha até o banheiro. volta alguns minutos depois usando uma calça de moletom cinza e uma camisa de manga longa preta.

― Não é justo você dormir em uma cadeira por minha causa ― Zayn fala negando com a cabeça.

― Já dormi em lugares piores ― o castanho da de ombros. Aproxima a cadeira da cama, segura um cobertor e senta. Ele coloca suas pernas na cama e se cobre com o cobertor.

― Liam, de verdade você não precisa... ― o alfa corta o ômega outra vez.

― Eu quero te fazer companhia, Zayn ― Payne fala decidido ― por favor aceite ― Liam pede.

Zayn apenas assente com a cabeça. Ele volta a deitar e se cobre com o cobertor. Ele queria perguntar o por que daquilo, mas por hora apenas aceitaria a companhia do mais velho. 

A chuva continua a cair com força, mas dessa vez o ômega vira e adormece alguns minutos depois. 

Liam fica por um tempo acordado, apenas observando os cabelos escuros do moreno em cima do travesseiro, ele adormece minutos depois de ouvir a respiração calma do mais novo.

Liam com certeza não saberia explicar com clareza o motivo de ter feito aquilo. Ele só tinha certeza de que não faria aquilo por qualquer um.

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Niall tinha sono leve. Isso era graças a sua mãe e a todos os visitantes que ela levava para casa. O ômega era assim desde que podia se lembrar. A chuva lá fora não era tão barulhenta quanto sua mãe e os alfas que passavam a noite com ela, mas mesmo assim incomodava.

Ele tentou dormir. Ficou rolando de um lado para o outro, mas não conseguiu pregar seus olhos. Então saiu da cama e foi atrás do livro que estava lendo. O encontrou no sofá da sala. Ele pegou uma manta que estava em cima de um dos sofás, cobriu suas pernas e ficou ali lendo.

Shawn estava descendo as escadas para beber água na cozinha. Ele sente o cheiro do ômega mais forte vindo da direção da sala e vai até lá.

― Niall? ― o alfa pergunta surpreso. O loiro tira seus olhos do livro e encontra os castanhos do mais velho ― não consegue dormir? ― indaga sentando no braço do sofá.

― Não. Eu acordei você? ― o de olhos azuis pergunta.

― Não ― o canadense nega com a cabeça ― acho que você tem o sono tão leve quanto o meu ― diz e o mais novo concorda com um sorriso ― está frio aqui ― comenta observando a chuva através das grandes janelas.

Shawn levanta de onde esta, pega um isqueiro que estava sobre a mesa de centro, se ajoelha na frente da lareira e a acende. Coloca o isqueiro no lugar e senta na outra ponta do sofá.

― Obrigado ― o ômega diz e volta a ler. Shawn observa o mais novo apertar seus olhos enquanto lê. 

― Está difícil de ler? Eu posso acender a luz ― Shawn se prontifica mas Niall nega com a cabeça.

― Eu usava óculos para ler ― explica.

― Tudo bem ― o mais velho puxa o livro das mãos no menor e ganha um olhar incrédulo ― eu leio, mais tarde nós arrumamos um óculos pra você ― diz decidido e Niall assente sabendo que não adiantaria contrariar o mais velho.

― Fale, anjo ― Shawn lê e para ao notar os olhos azuis e brilhantes atentos sobre si ― outra vez, pois você brilha Na glória desta noite, sobre minha cabeça, Como um celeste mensageiro alado ― a voz do alfa era suave e melodiosa. Niall se sentia confortável o escutando ― Sobre os olhos mortais que, deslumbrados, Se voltam para o alto, para olhá-lo, Quando ele chega, cavalgando nas nuvens, E vaga sobre o seio desse espaço... ― ele para ao ouvir a respiração calma e pesada do ômega.

Niall dormia tranquilamente encostado no sofá. Shawn coloca o livro sobre a mesa e passa a observar o mais novo. 

Niall era um verdadeiro anjo, seu rosto pálido adormecido trazia uma sensação de paz para o alfa. Uma sensação que ele não estava acostumado a ter com frequência. A visão de Niall adormecido foi a última coisa que o alfa viu antes de cair no sono também.

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Shawn acorda algumas horas depois. O dia estava surgindo através das janelas. 

Havia alguma coisa diferente no ar, o alfa abre seus olhos e a primeira coisa que encontra são fios loiros alinhados a seu pescoço.

Niall estava dormindo sobre seu corpo, enquanto Shawn tinha os braços ao redor da cintura do mesmo, como se o tivesse trazido pra perto involuntariamente durante a madrugada.

Mendes não sabia explicar o por que, mas acordar sentindo o cheiro do ômega o trazia uma incrível sensação de preenchimento. A posição que adormecera não era das melhores mas ele se sentia descansado.

Ele se desvencilha do corpo do mais novo e fica de pé. Não podia deixá-lo dormir ali. Passa um braço por baixo do tronco do menor e o outro por baixo de seus joelhos. Ele ergue o corpo do loiro sem dificuldade e passa a caminhar pela casa, sobe as escadas e anda até o corredor dos quartos. Ele entra no quarto do mais novo e o coloca sobre a cama com cuidado.

― Shawn? ― Niall balbucia abrindo seus olhos minimamente enquanto o alfa o cobria com os lençóis.

― Está cedo. Volte a dormir ― o de olhos castanhos diz com a voz calma e o loiro concorda fechando seus olhos novamente ― bons sonhos, anjo ― fala por fim e sai do quarto fechando a porta.

Niall ouviu perfeitamente a forma como o alfa o chamou. Um sorriso involuntário nasce em seus lábios com aquilo.

Ele estava feliz de estar ali.

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Harry andava de um lado para o outro daquele corredor. Louis havia lhe pedido um computador que não fosse usado e é claro que o alfa atendeu ao pedido do ômega.

Louis estava trancado em seu quarto a horas e Harry temia o que ele estivesse fazendo. Louis estava escondendo alguma coisa desde que pegou seu celular, algo que ele não queria que  Harry visse.

O alfa respira fundo e bate na porta. Ele escuta alguns passos e logo se depara com o ômega de olhos azuis. 

O mais velho passa seus olhos por dentro do quarto e nota o computador fechado em um canto da cama, as portas do armário abertas e várias roupas e sacolas espalhadas pelo chão.

― Precisa de alguma coisa Harry? ― o menor pergunta cruzando seus braços.

― Vem te chamar pro jantar ― Styles da de ombros e sorri. Talvez estivesse aliviado.

Louis da de ombros. Fecha a porta de seu quarto e eles caminham pelo corredor até as escadas. O ômega estava calmo e ao mesmo tempo que isso deixava Harry aliviado também o deixava preocupado.

Harry nunca foi do tipo que se importa com outras opiniões. Ele era como era e se arrependia de poucas coisas na vida. Mas em poucos dias a opinião de Louis passou a ser importante. Harry só não queria que Louis o visse como as matérias de jornais viam, porque aquilo era só uma parte dele. Ele era muito mais que um matador.

― Posso fazer uma pergunta? ― Tomlinson indaga largando seus talheres na mesa. Harry o olha e concorda balançando sua cabeça ― você sabe que eu estou onde estou por causa da minha família. Mas é você? ― pergunta.

― Quer saber como eu entrei nesse mundo? ― Styles indaga olhando pra o menor.

― É ― o ômega fala.

― Isso é uma longa e complicada história ― Harry diz e bebe um grande gole de seu vinho.

― Não confia em mim? ― Louis pergunta direto.

― Eu acho que confio ― Harry da de ombros.

― Você acha? ― o mais novo pergunta ― eu poderia te matar enquanto você dorme ― comenta e Harry ri negando.

― Tudo bem ― o mais velho ergue suas mãos em rendição ― mas não vou te contar tudo, porque teríamos que passar a noite aqui ― explica.

― Como você começou a trabalhar com o Liam? ― o de olhos azuis pergunta.

― Eu conheci o Liam na escola ― Styles começa ― como você sabe o Liam herdou o "negócio" que o pai dele criou. eu também herdaria o negócio do meu pai, mas eu nunca quis e meu pai não era a melhor pessoa desse mundo. Quando chegou a hora eu sai de casa e não olhei para trás ― Harry deixou de contar muitas coisas para o ômega, coisas que ele sabia que não era a hora de dizer, Coisas que não diziam respeito só a ele.

― Parece legal ter ido pra escola ― o ômega comenta ― Zayn, Niall e eu estudávamos na biblioteca da casa do Zayn. Alguns professores particulares nos ensinavam as matérias comuns e a mãe do Niall nos ensinava... coisas da vida ― Louis faz uma careta e Harry afasta seu prato.

Imaginar os três ômegas sentados em uma mesa ouvindo Victoria falar sobre como um ômega agrada um alfa ou como serem submissos. Isso fazia o  perder o apetite.

― Eu não chamaria minha escola de divertida ― Harry decidi não se aprofundar no assunto de Louis, parecia profundo de mais e o alfa queria que o menor se sentisse bem ― eu sempre fui meio diferente dos outros e o Liam não era tão calmo quanto é agora ― styles conta.

― O que isso quer dizer? ― Tomlinson pergunta. Até o momento Liam sempre pareceu calmo, Louis nunca o viu levantar a voz, mas Liam parecia ser o tipo de alfa que ninguém quer ou deveria irritar.

― Éramos crianças, não tínhamos responsabilidades até então. Os alfas pegavam no meu pé porque eu não era um babaca como eles, então Liam me defendia e os métodos dele nunca foram convencionais, então nós sempre acabávamos suspensos ― o de olhos verdes ri balançando a cabeça ― era um círculo vicioso ― diz por fim.

― Sempre foram só vocês dois? ― o ômega pergunta afastando seu prato e cruzando seus braços sobre a mesa.

― Até alguns anos atrás. Charlie, Justin e Shawn vieram depois e por consequência Madeleine e Hailey ― Harry explica e o outro assente ― Sempre foram só vocês três? ― pergunta.

― Primeiro Zayn e eu, depois o Niall. Pra nossa sorte nós nos damos bem. Seria pior se nos odiássemos ― faz careta ― Zayn pode ser um saco quando quer e o Niall pode virar uma pilha de nervos ― nega com a cabeça.

― Eles devem dizer alguma coisa sobre você também ― Harry comenta.

― Eles com certeza tem o que dizer. Eu mesmo já teria me dado um soco na cara se tivesse que me aguentar como eles ― Tomlinson diz e Harry gargalha.

Louis sorri. Mas seu sorriso morre no instante que ele percebe o que estava fazendo. Estava se abrindo e contando coisas para aquele alfa que ele conhecia a poucos dias.

― Tudo bem? ― o alfa pergunta ao notar a postura do menor mudar.

― Sim ― o ômega balança sua cabeça ― eu vou pro quarto ― Louis levanta de seu lugar e sai da sala de jantar.

Harry suspira. Ele estava começando a se abrir. Louis parecia esquecer de seus muros por alguns momentos, mas infelizmente os colocava de volta mais rápido do que o alfa podia prever.

Louis entra no quarto e fecha a porta. Ele encosta na madeira e fecha seus olhos. 

O que ele estava pensando?

Harry era gentil, mas Louis podia confiar?

Provavelmente não. 

Louis confiava em seu tio quando era criança, o achava engraçado e pensava que aquela pose mal humorada era só um jeito de Greg se manter sério. Ele se decepcionou. Não esperava menos de qualquer um que entrasse em sua vida.

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