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História Icarus Ágape! - T1: Dessa vez fugir... seja a resposta certa.


Escrita por: PrismaHighLight

Notas do Autor


Olá pessoal
Eu tava no meu Vale, pensando que Ícaro precisava ter um crossover de casalzinho junto com o Guih com histórias que se cruzavam no mesmo... E aqui está, eu gostei e eu vou fazer mais vezes, pois como eles são amigos um do outro
Tanto Tama com Din e Ícaro com Guih
Eu notei essa ligação só mais tarde depois da decisão que tomei em fazer um outro casal clichê pobre vs rico e vi que casava e então aqui está
Curtam muito pfvr

Capítulo 48 - T1: Dessa vez fugir... seja a resposta certa.


Fanfic / Fanfiction Icarus Ágape! - T1: Dessa vez fugir... seja a resposta certa.

Ícaro estava no quarto de Tama olhando pela grade da janela e pensando que não havia reparado nela na outras vezes pois eram finas e brancas e faziam um desenho de coração parecida com galhos de árvores invergado para dentro por conta da curvatura que formavam a imagem.

E pensou se Tama tinha cara de quem teria preferência por aquele tipo de desenho tão delicado na proteção da janela, olhou para ele mexendo no notebook durante o final daquela tarde, ele estava concentrado olhando a rede social da namorada pra ver se achava algo suspeito, como era domingo era o melhor dia para vigiar com precisão por tal razão de que finais de semanas como aquele surgiam certos boatos que diziam que Fanny estava saindo com alguém ou indo á festas acompanhada de um rapaz. No entanto Tama não achou nada comprometedor somente uma postagem dizendo que ia a casa de seus avós.

Se Ícaro tivesse visto isso ele se perguntaria se eram os avós mesmo da garota ou Ruan disfarçado de vovozinha sobre a cama, um lobo mau e astuto. No entanto até Tama tinha suas dúvidas mas ele não as levava tão a sério por razões óbvias que acabariam com sua sanidade procurando algo que não acharia e comendo todo seu tempo livre.

Ele não podia reclamar, toda elas ou eles, seja namorada ou namorado sempre acabavam traindo ele, a culpa na maioria da parte era de Tama na maioria das vezes e Fanny era uma menina maldosa porém carente como toda a garota e como Tama tinha o foco na maior parte da vezes em seus próprios problemas do que no companheiro em si era óbvio que aconteceria isso, não tinha o que fazer era somente aceitar e reconhecer que ele não era capaz de assumir um compromisso com ninguém.

Tama era um péssimo namorado, sim. Se não fosse essas coisas chatas isso nunca aconteceriam com ele.

Para Ícaro ao estar comparando Tama a uma janela era peculiar pensar em o quanto era sem nexo um menino que usava cores tão escuras ter a grade da janela em formato de coração, o quanto era errado ter aquilo no quarto, deixava Ícaro em completa estranheza.

— Tama por que no seu quarto tem esse tipo de proteção?

Ícaro perguntou como quem não quer nada reparando na persiana suspensa que fora colocada a pouco tempo já que Tama desistiu da cortina que deveria escurecer o quarto durante a claridade de fora, ou não deu certo ou ele se irritou. Na realidade ele estava culpando Tama ao esperar uma oportunidade para tirar uma da cara dele por deixá-lo entediado ali a ponto de reparar em uma simples janela.

— O que tem? Meu pai que chumbou ai. — Tama disse com indiferença sem tirar os olhos no monitor sobre a escrivaninha levemente bagunçada, havia uma canetas aqui e ali e uns papéis avulso espalhados.

— Aqui no alto? — Ícaro olhou para baixo ao apoiar o tronco no parapeito da janela, era um pouco alto demais, mesmo para alguém da altura de Kalifa.

— É... meu pai prende bem os bichos em casa. — Tama disse com um tom de graça no rosto que Ícaro não viu pois ele estava virado para parede. — Ou nem tanto.

— O que você aprontou Tama? — Ícaro questionou com uma leve desconfiança porque Tama não era um exemplo de filho digno.


Nem ontem e nem hoje ele seria.

— O que eu fiz de tão mau? Essa é a pergunta certa! — Tama reformulou o questionamento feito a ele, no entanto a culpa era dele mesmo por ter grades nas janela. Tama se virou para encarar Ícaro porque ele achava divertido ter feito o que ele fez pra ter recebido esse castigo. — Quando eu tinha treze, catorze anos eu costumava a pular a janela e sair com meus amigos pra festinhas nortunas.

— Então você não avisava seu pai e simplesmente fugia mesmo ele dizemos não? — Ícaro perguntou perplexo, com certeza Tama aprontava bastante, devia ser um inferno.

— Ele me negou algumas vezes e apartir da aí eu resolvi não perguntar mais.

Tama relembrou com um certo orgulho pensando que seu pai não era militante, porém preferia as coisas do seu jeito principalmente em relação aos filhos. Assim concluiu que já que seu pai não trocou sua fralda quando neném ele tinha que herdar o resto por consequência do crescimento, o difícil ainda não havia passado e ele não pegou a parte boa, ele pegou a parte pior para um pai criar, ele não venho completamente educado de casa, adolescentes eram uma enorme droga já que o objetivo essencial é odiar os próprios pais e tudo a sua volta e Tama pensou mesmo Ícaro estando contido a todo tempo, ele também deve ser um absurdo para os próprios pais desde ele também é um adolescente inconsequente.

Quando ele pensava em o quanto ele era adolescente, aquela música "pais e filhos" vinha a cabeça "você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo" e realmente era um absurdo.


Mas o que se deveria esperar de um garoto de dezesseis com hormônios a flor da pele?

— E você resolve isso fugindo?

— Eu não precisei pensar muito. Eu só fiz.

Tama e Ícaro se entreolham com desconfiança expressiva de que isso não era totalmente certo.

— Você é um péssimo filho Tama!


Ícaro disse se questionando que tipo de filho fazia isso com o pai?

Tama era esse tipo de filho.

Parabéns Ícaro você conheceu um.

— É eu sou. — Tama disse, realmente não era mentira o que Ícaro dizia, porém tinha também seu prós e contras para tal atitude e nada a se orgulhar. — Ah, Ícaro se minha infância não valeu a pena a minha adolescência vai valer pelo menos um ponto. Eu vou aprontar tudo que eu tenho que aprontar e viver na margem do limite.

E quem sabe ultrapassar.

Ícaro pensou sobre... era difícil ele aprontar por si mesmo a não ser quando ele fugiu no meio daquela reunião no restaurante e dormiu na casa de Tama. Realmente ele não estava aproveitando a adolescência como ele queria, ele nem ao menos namorou bastante pra ter um homem atrás dele querendo casar, ele não teve ficantes ao longo da adolescência, ele nunca transou, não viveu sua adolescência como um adolescente e isso o amargurava um pouco porque logo logo ele terminaria a escola e iria pro exército e faria a faculdade sem nem ao menos ter curtido bastante a fase mais sossegada de sua vida.

E isso um dia ia fazer falta pra ele.

Ele sabia que sim!

E tinha certeza que era uma dessas razões que lhe mantinha nessa encrenca com Tama agora. Para viver o que ele não viveu e de algum modo se tornou tão bom estar assim com alguém, sem pensar em nada, sem pensar em Fanny que ele se acomodou.

— É verdade. — Ícaro assentiu. — Eu nunca fiz isso ou nada parecido. Eu não tenho muito o que dizer de positivo sobre isso.

Tama fez uma carinha pensante e virou para a tela acessa do notebook e idealizou no que acereleraria tanto o sangue e principalmente o batimento cardíaco dos dois. Coçou a cabeça e apoiou a mão esquerda no queijo olhando fixamente para Icaro novamente.

— Que tal a gente aprontar hoje meu anjo?

A mau intensão nos olhos do rapaz bonito sentado há sua frente era existente de todas as formas que Ícaro pensou em que sentido Tama estava falando, então Ícaro se tornou cauteloso ao pensar sobre qualquer proposta que vinha dele.

— Como assim aprontar?

— Como eu namoro eu geralmente não saio pra não dar problema. No entanto eu tô afim e você nunca foi pra uma boate. Não é Ícaro? — Mesmo perguntando ele tinha certeza que não. — Como hoje é domingo tem uma que fica aberta por aqui diferente do Caldeirão que não abre por causa da escola no dia seguinte.

Como o Caldeirão era uma balada adolescente, eles eram politicamente corretos sobre horários de descanso dos estudantes, abriam a tarde durante os domingos e durante os feriados e somente sábado caia á noite. No entanto hoje era domingo e Tama queria sair quando estivesse escuro por razões claras, era mil vezes mais divertido virar a noite na rua.

— Eu não sei. — Ícaro martelou essa idéia, ele era muito careta as vezes, mordeu os lábios. — Que hora?

— As oito eu te busco pode ser? — Perguntou afim de uma bela escapada.

— Eu tenho que pular a janela Tama? — Ícaro falou sem coragem alguma.

— Se quiser ter uma aventura é preciso. — Tama sorriu persuasivo com um olhar instigante para o provocado Ícaro. — Uma vez que você pula fica irresistível tentar não pular de novo.

— Eu topo então! — Assentiu, esse tipo de coisas ilegais que não podia ser contada pra ninguém lhe dava um frio na barriga.

E Ícaro pensou, como diabos Tama pulava daquela altura sem se quebrar todo, mas Ícaro não sabia da belas habilidades de um felino para aprontar.

Ele tinha seu jeitinho!

— É assim que eu gosto!

Tama balbuciou orgulhoso do garoto que ele ensinava a ser mau, que ele não sabia mas na verdade estava incentivando a viver com força, deixar seu ninho de conforto e voar. Voar alto era perigoso para era preciso se ele quissesse escapar da própria vida que ele era obrigado a viver linha a pós linha.

Ícaro sorriu curiosamente e se levantou da cama ajeitando o celular no bolso da calça, faltava menos de cinco horas para a escapada mortal da noite.

— Me pegue mais tarde então! — Ícaro disse com olhar levemente atrevido. — Vou deixar minha janela aberta, me mande mensagem. Minha dúvida é como você vai fugir já que sua janela tá trancada.

— Eu tenho meus meios. — Tama disse sem mais e nem menos no tom da voz. — Tudo tem um jeito, tem sempre uma janela sem proteção por aí a fora.

— Coitadas das janelas com você por perto!

— Alguma janela daqui de casa já sinta-se pulada desde agora.

Pular algum portal aberto na parede fazia menos barulho!

Tama brincou ao ver Ícaro arquear uma das sobrancelhas como se não duvidasse dele. Era simples e sagaz, perigosamente fugaz. E Ícaro pensou que tipo de roupa usaria naquela noite, ele pensaria sobre isso com mais paciência até as oito aguardando esse cara que lhe prometia um aventura inesquecível.

Sim ele lembraria disso futuramente com carinho e afirmaria com toda a certeza que talvez sua adolescência valeu a pena por causa daquela noite de domingo ao lado desse belo rapaz.


[...]


Umas sete e pouca Ícaro escutou a buzina da moto de Tama, ele só apitou umas três vezes sem nenhum escândalo aparente.

Ícaro vestiu seu agasalho de um pano vermelho grosso e ajeitou o cabelo no reflexo opaco do vidro da janela que não o refletia muito bem, suspirou fundo... a casa estava quieta e escura e ele nem se atreveu a acender uma lâmpada do quarto, a luz do luar que fazia o trabalho de iluminar uma pequena parte do quarto o ajudou a procurar as cegas coisas que ele achou necessário levar, como um halls preto, o celular e a chave de casa por emergência. Ele tentou não fazer barulho, olhou para a Tama sobre a moto com o farol baixo em um ponto quase cego dali de casa.

Tama fez sinal com a mão para ele descer de pressa, Ícaro tentou idealizar como desceria, ele sentou no batente e passou as pernas para o outro lado. Desceu um pouco sobre o telhado e mordeu os lábios pensando que ali não tinha como não fazer um som por menor que seja, da beirada ele tinha que pular e tentar não fazer um barulho tão alto, se ele voasse faria muito mais arruaça e seus pais talvez acordariam.

Não tinha jeito, pulou e o som do sapato na madeira vez ele resmungar, dessa vez ele desejou que em vez de madeira podia ser piso, seria menos escandaloso. Exasperou preocupado, nenhuma janela acendeu então ele desceu a escada por entre o tronco da árvore e pensou que o som do escapamento de Tama era irritante demais.

— Vai pra trás! — Ícaro sussurrou apreensivo, fez um gesto de "vai" embaixo dos grandes braços de madeira viva envelhecida que com muita maestria segurava sua casa no alto.

Tama olhou para os lados não achando que eles estavam em zona de perigo agora, a rua estava quieta, alguns grilhos cricrilavam na vegetação que ficavam embaixo dos pés das casas nas árvores, se as pessoas percorresse por esses tijolinhos acinzentados sem olhar para cima acabaria por assemelhar a um parque, no entanto era como um condomínio estritamente para famílias de Angels. Como era raro Tama pisar ali, ele só via de longe na verdade, mas hoje ele atravessou três fronteiras e entrou pelo grande portão de aço preto que se sempre se mantinham aberto e idealizou que aquele não era um lugar para alguém como ele pisar, afastou a moto para trás e só aí Ícaro veio ao seu encontro pegando o capacete de sua mão.

— Eu vou te sequestrar por uma noite. Então fique ciente disso! — Tama deu um belo sorriso abaixando a viseira transparente.

Ícaro sorriu totalmente convencido sobre o que ele estava preste a concluir, além do nervoso, no fundo do peito ele sentia uma adrenalina intensa percorrer seu corpo, ao ver Tama assim animado pode se sentir ótimo, vestiu aquele capacete super feminino que não pertencia á ele.

Ainda!

Ainda não Ícaro!

Ele ficou meramente tímido por alguns segundo engoliu o sorriso que Tama não podia ver claramente através da viseira de Ícaro e subiu naquela moto que murmurava pianinho naquela noite. E Ícaro não sabia ao certo o que estava sentindo além da agitação interior, suspirou e passou os braços na cintura de Tama embaixo da jaqueta preta que ao seu ver, couro não parecia que esquentava muito naquela noite fria, se prendeu a ele decidindo que Tama podia fazer o que quiser com ele durante aquele período na qual se agarrava a ele como agora, sentindo seu calor e sua intensidade.

Parecia bom demais assim!

[...]


Ao encaixar o tênis no pé terminando de se arrumar para sair Guih discutiu consigo mesmo se deveria ou não falar com o irmão sobre que viu lá embaixo.

Ele não sentia que devia falar com a mãe e muito menos achava que ela impediria os dois de ficarem juntos, era só que para Guih era um problema consentir com isso. Não queria que seu irmão caçula tivesse problemas quando o outro saísse da cadeia e voltasse a morar com eles numa tentativa de reconstrução familiar.

E como sua mãe não tinha esperanças para se livrar desse racionamento, Guih não podia fazer nada a respeito, ela mesma disse "Já é tarde demais Guih", porém ele não achava que estava tarde demais para amar. No entanto Guih sabia o porque de sua mãe não separar e dar o caso dela como vencido, a primeira razão era por causa dos filhos, um já era quase um adulto porém os outros dois eram crianças e uma mãe solteira com um emprego medíocre onde o salário não é lá uma maravilha não dava para sustentar uma familia apesar de Guih dizer a si mesmo que ia se esforçar se ela quisesse separar, que trabalharia para ajudar mesmo que isso compromete-se seu futuro, o que mais importava era a felicidade de sua mãe.

Com um grande passo, também há um grande sacrifício!

Era a verdade, pois eles não tinham uma casa para ir caso quisessem ir embora, já que esse apartamento na qual moravam era do pai que ganhou depois de anos esperando sair como um custo benefício de ter servido ao exército durante anos e como seus pais não eram casados eles não tinham direito a nada.

Sendo um casal com filhos ou não, era nada menos que um relacionamento amigado.

Um casal amigado com três filhos, destruídos por uma sequência de violência doméstica, enquanto tentava encontrar a razão de ter um pai tão insensível, ele concluía que na realidade não sabia de nada. Ele não sabia do passado do pai, não sabia qual era convivência dele com os próprios pais, pois a resposta sempre era meio óbvia "Aprendemos tudo com os nossos progenitores", aprendemos a amar, aprendemos o respeito, mas nem tudo influência... as vezes a pessoa só é má mesmo.

A única lembrança mais ou menos boa que Guih tinha de paternidade era de lembrar do pai fumando da sacada, como ele era mecânico, Guih aprendeu a gostar de carros, seu pai era alto e tinha um corpo bem robusto e a barriga por conta do excesso de cachaça começa a aparecer, ele sempre usava aquelas camisetas regatas presa ao corpo que deixaram de ser branca a um bom tempo por causa do hábito de limpar as mãos de graxa na blusa, a barba por fazer riuva estava ficando meramente grisalha pra um homem de uns cinquenta anos.

Ah, ele lembrava sim... E como esqueceria esse homem já que são somente três anos separados?

Ele apoiava na varanda de seu apartamento e olhava para os vândalos lá embaixo com um olhar de desprezo, aspirava a nicotina e soprava entre os dentes. Com a tentativa de se incluir Guih as vezes tentava se aproximar, ele vinha constrangido, olho razoavelmente roxo de uma surra quase esquecida e se aproximava apoiando o pequeno corpo de onze anos na barra de ferro e olhava para baixo ao lado do pai sem dizer nada.

As vezes o silêncio também era a melhor resposta.

Se fosse tão bom assim, sem nenhuma palavra exagerada, eles podiam ficar assim o dia inteiro, mesmo que talvez não existisse esse tal amor incondicional de pai e filho entre os dois. Guih queria acreditar que existia sim, afinal ele era só uma criança querendo ser amada por quem lhe colocou no mundo.

Os malditos vândalos como seu pai costumava a cuspir pela boca, faziam arruaça lá fora e fumavam e usavam drogas. O velho estralava a língua como se tivesse concentrado e ao mesmo tempo viajando para outro lugar, como se fumar um cigarro deixasse ele pensativo por alguns momentos. Guih deitava a cabeça no braço e olhava esses adolescentes que moravam no mesmo prédio que ele sentados sobre o capô do carro dirigido por um cara mau caracter bem mais velho que achavam que ao lado dele eram malandros e um tanto maneiros para uma idade tão rebelde.

— Olha só!

Cater murmurava com um amargo na boca e uma expressão de julgamento para a situação e para um filho tão novo que ainda iria aprontar muito na vida. A primeira coisa que ele pensava quando via os filhos era associar-los de imediato aos malditos garotos que ficavam fora do prédio. Guih olhou para ele com a tentativa de saber o que o pai iria dizer dessa vez, o viu gesticular com as mãos e apontar com o cigarro em desagrado para o bando.

— Olha bem... Se um dia eu pegar você ou seu irmão andando com gente assim, bebendo e fumando. É melhor nem voltar em casa.

Quando Carter disse isso ao filho na varanda Guih só associou no ato de fumar e bebe que entre seu pai e os vândalos eram totalmente iguais, e no porque de fazer algo que claramente não era para ser feito.

Ah... Era aquilo que os pais defendiam ser o certo mesmo que fizessem ao contrário, a palavras deles é a última que morre "Faço o que eu digo e não o que eu faço". Assim Guih bem pequeno concluiu que no que seu pai disse mesmo que de maneira grosseira, deveria ter um sentimento ali de preocupação, era pouco mas foi o suficiente para ele se lembrar até hoje, mesmo que hoje em dia depois de crescido Guilherme tenha perdido a esperança do pai mudar.

— Mãe vou sair!

Guih gritou para a senhora na cozinha que dava o jantar para sua irmã que se recusava a comer mais.

— Ah... Vamos! — Ela murmurou chateada para a tentativa frustrada e balançou sutilmente a colhezinha cheia de papinha de batata amassada que ao seu ver parecia pastosa demais. — Tá bom, só não volta tarde. Mas você já sabe né...

— O quê? Use camisinha? — Guih soou pretensioso, para o olhar cheio de dicas de sua mãe que sabia que tinha um filho a flor da pele.

— Isso é bom com certeza. Mas por outro lado eu não acho que você vai engravidar ninguém se é que me entende. — Ela piscou como se brincasse com ele insinuando que talvez essa noite a preferência de Guih fossem altos.

Bem dizendo másculos.

Guih riu sem graça e antes que ele pudesse dizer alguma coisa Lui entrou pela porta acompanhado daquele pestinha.

— Mãe o Kawê pode dormir aqui hoje?

Guih olhou para Kawê com um uma cara não muito satisfeita de "Eu não sei o que você quer. Porém estou de olho".

— Onde você vai? — Lui disse interessado ao olhar pro irmão bem arrumado dentro de casa. O moletom que comprou para sair azul escuro com certeza não era para se ficar em casa mofando.

— Sair. — Guih respondeu.

— Sair? — Lui arqueou a sobrancelha com um olhar de provocação. O negro de sua íris chegava até cintilar como uma noite escura e cheia de beleza. — Eu também quero ir.

Grande regra entre irmãos mais velhos e irmãos caçulas... Se vai sair leve seus irmãos.

Mesmo que Lui estivesse brincando, Guih sempre fazia a mesma cara de indignado.

— É? Se eu for dá a bunda você vai dar também?

Ele soltou sem pensar e chiou quando pensou que talvez estivesse dando idéia a um certo alguém que deu um meio sorriso maldoso quando Lui fez uma careta estranha para o que Guih disse.

— Não sabia que você tinha esses gostos.

Kawê disse isso com olhos impressionados para Guih que deixou o queijo cair por ter sido pego por uma brincadeira tão besta de bate e volta e sua mãe começou a gargalhar. Então Guih cheio de remorso disse:

— E você acha que somos diferentes?

Kawê olhou para Guih de cima para baixo com aquela carinha de nojo que ele tinha de um garoto malcriado e os dois se estranharam.


Quando a conversa acabou Kawê seguiu Lui até o quarto mas antes Guih mandou um sinal de alerta para ele, algo como "Estou te observando", e o movimento com a mão de quebrar o pescoço dele caso fizesse algo proibido que adolescentes dessa idade estavam ainda descobrindo aos poucos. Kawê fez uma careta como se cheirasse algo bem ruim, balançou a cabeça e deu o dedo do meio para um irmão mais velho preocupado antes de virar as costas.

" Você vai ver onde eu vou enfiar esse seu dedo." — Guih sussurrou baixinho como em mímica selvagem para um garotinho tão ousado.

O que fazer?


Kawê era de casa e melhor amigo de seu doce irmãozinho, bem dizendo... mais que amigos que compartilhavam um sentimento tão puro como amor.

Seria bom sentir-se assim também.

Ele se despediu da mãe e desceu o prédio pelas escadaria e pegou um ônibus que o levou até quase o centro da X. Numa beira de estrada ele foi deixado, o ônibus estava tão vazio quando a rua, o céu negro destacava alguns pontos luminosos sobre sua cabeça, há sua direita tinha uma lojinha de conveniência que o cheiro do café feito naquele horário de umas oito horas sempre atraiam os apreciadores de café preto que voltavam da faculdade.

Seguiu por uma rua trás da loja e foi indo até encontrar a tal boate que ficava num terreno aberto sem vegetação coberta por pedregulhos, onde as pessoas estacionavam seus carros desajeitadamente na frente das portas da Kiss-me. Tinha boa parte da gente do lado de fora e mais ainda lá dentro, sentado sobre os carros ou conversando com amigos, Guih pode encontrar os seus na frente de um Gol. Ao cumprimenta-los disse um "Olá" ansioso pela noitada,  Kawã estava lá e Mark também, algumas garotas e um outro cara alto e bonito que estava agarrado a uma bela garota de cabelo curto até os ombros sentados no capô do carro dele, a maioria dos adolescentes e universitários estavam usando roupas casuais.

Mark pegou uma cerveja e entregou a Guih que a entorno na hora, não estava tão gelada como ele gostava, parecia um tipo de compra impulsiva que eles fizeram de última hora só para beber sem pagar o preços exorbitantes de uma boate.

Mesmo assim a sevada estava ótima concluiu.

— Por que não entramos?

Guih quis perguntar já que ninguém no momento falou nada sobre entrar na balada para escutar um eletrônico e quem sabe encontrar um romance da noite por lá a até mesmo dançar.

— Estamos esperando alguém!

Kawã mau terminou de falar quando um farol alto invadiu os olhos deles. Guih resmungou uma ofensa baixinho quando ele virou o rosto para deter a luz. E pensou que tipo de desgraçado podia fazer esse tipo de coisa pra incomodar alguém.

Aquele som peculiar de carro esportivo Guih conhecia muito bem, um Aston Martin Preto que ficou mais visível quando a luz foi abaixada ao som do motor desligando. Guih olhou para o monstro de quatro rodas e para o monstro que lhe causava arrepios dentro dele.

Era um capetinha loiro.

Não se enganem!

Já ouviram falar no lobo em vestes de cordeiro?

Din era exatamente isso para Guih.

Um menino soberbo, que achava que o mundo girava em torno de si, que ao seu ver, ter um rostinho de riquinho poderia lhe trazer grandes benefícios. Como se ser loiro dos olhos azuis tornasse ele santo, na verdade era um demônio bem ardiloso.

Ao mesmo tempo que o Guih o xingava na cabeça, ele também acariciava esses pensamentos imundos pensando que se Din não fosse tão gostoso ele conseguiria dizer não facilmente, porém não era o que acontecia, ele vinha com tudo e Guih não conseguia manter uma conversa fácil.

Questionava que tipo de magia surgia quando Diego se comportava assim, ele jogou o corpo para fora do carro quando abriu a porta e saiu apoiando o anti-braço sobre o teto do Aston com aquele tipo de sorriso jocoso e preciso que surgia em seus lábios fazendo Guih ter pensamentos de que a noite não seria brincadeira.












































Notas Finais


Pessoal aguardem a parte três vai ser bombástica
Pelo menos eu estou empolgada por essa continuação, esses são os capítulos q eu mais to gostando de escrever
Aguardem meu bbs pelo o q eu planejo daqui em diante quando completar 50 capitulos


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