Na manhã de sábado o clima em casa era realmente calmo, seu pai estava trabalhando e seus irmãos fazendo outras coisas com amigos ou namorada e mais tarde sua mãe o levaria no ensaio de missa.
Desceu até a cozinha para fazer um lanche da tarde antes de sair no entanto sua mãe parecia agitada atrás da bolsa, a pegou na mesa de jantar, a revirou e fechou.
ㅡ Vai a onde? ㅡ A questionou intrigado.
ㅡ Ah, Ícaro! ㅡ Disse num tom arrependida. ㅡ Infelizmente vou ter que ir a escola. Aconteceu um imprevisto, você terá que ir ao ensaio sozinho. Eu sinto muito querido.
ㅡ Ok! ㅡ Assentiu um pouco decepcionado.
A igreja até que não era muito longe de casa, ele só teria que andar um pouco, descer a colina que vai pra casa do Aniki, virar na curva contrária a casa dele e já estava bem perto. Porém desejava que a mãe o visse cantar.
ㅡ Se der tempo eu apareço. ㅡ Ela falou um pouco angustiada quando viu a cara que o filho fez.
Ele assentiu mais uma vez em concordância, ela lhe deu um beijo na testa e saiu as presas, nem tinha idéia sobre o que havia acontecido, porém parecia preocupante (coisas de adultos) que ele só teria noção daqui á cinco ou seis anos quando completasse vinte anos em diante, ou ela só estava se preocupando demais. Como sempre.
Ícaro gostava de ficar sozinho, a casa ficava calma e espaçosa, se sentia mais livre para poder pensar e ser como era. Com uma torrada que ele havia passado manteiga, tratou de subir as escadas até seu quarto e olhou pela janela através das cortinas de seda salmão, como seu quarto era no topo, dalí dava para ter a vista plena das montanhas nas fronteiras dos monstros que era um completo matagal, não era tão sociável e fácil de achar as casas porquê as árvores e serras cobria a maior parte delas, zona rural.
Ícaro mau pisava lá antes de Tama o chamar para ajudá-lo com a lição de casa, Aniki que era amigo de Tama devia ir para lá bastante, não só ele como Tae que era também sangue puro, amizades assim era bem interessantes. Guih que era seu amigo era mestiço, apesar de seu pai não aceitar muito bem que espécies diferentes se misturasse, até que tolerava Guih um sangue ruim. Então as vezes ele se pegava pensando sobre essas novas gerações que estavam surgindo através de algo chamado "amor" e teriam filhos que seriam denominados como "sague ruim", então se questionava se realmente valia á pena ou o importante era esse sentimento que fazia as pessoas mudar.
Isso era capaz de acontecer comigo? ㅡ Pensou em um ato de curiosidade e medo.
Achava que não, sua família não se misturava, seu pai era muito conservador e em nenhum momento o seu sangue foi manchado, não que ele soubesse, com certeza que ele se casaria com uma pessoa que não tinha nenhuma afinidade se não encontrasse alguém logo. Talvez fosse horrível, porém ele nunca chegou a amar ninguém, então se pegou pensando e rindo ironicamente que não fazia diferença.
Mas e o vazio? Ele ainda incomodava muito!
O som do celular tocando lhe chamou atenção, se jogou na cama para atendê-lo mas logo foi surpreendido pela mensagem dele.
"Ora-ora" ㅡ Sorriu ironicamente, os olhos chegaram a brilhar, o príncipe estava lhe dando atenção, isso era tão emocionante que podia desmaiar de brincadeira, então se atreveu a rir com o pensamento. Se Guih visse aquilo ele riria também da situação dizendo que os príncipes não deveriam falar com plebeus.
Na mensagem ele dizia:
"Vem aqui rápido, estarei te esperando no portão".
ㅡ Ps. É urgente seu lerdo!
ㅡ * Fim * ㅡ
Só podia ser o apocalipse!
Estaria ocupado dali a alguns minutos, então tratou de responder dizendo que não daria porque ele já tinha um compromisso na igreja, mas Tama lhe respondeu dizendo que era só alguns minutos. Se contestou sobre, nem sabia o que ele queria... e porquê não podia dizer na escola?. Porém quando Ícaro dizia que não, ele simplismente enchia o saco cada vez mais a cada desculpa que lhe era dada e no final acabou o convencendo com um "Vou te mostrar algo bem legal, então vem".
Se arrumou e saiu de casa com a pasta de música embaixo do braço, havia vestido uma blusa com o símbolo do Batman no peito que aparecia no céu quando queriam chama-lo, era branca da amanga longa e preta assim como gorro. Estava convincente de que se Tama o enrolasse ele sairia fugido sem dizer nada.
Como havia dito, lá estava ele o esperando como uma cara de poucos amigos apoiado na entrada que separava as cidades.
ㅡ O que você quer? ㅡ Perguntou, havia sido ele que havia pedido para vir, mas Ícaro havia aparecido com uma má vontade do caramba.
ㅡ Acho que te devo algo, então vem! ㅡ Murmurou com um sorriso ousado.
ㅡ Hãn? ㅡ Piou confuso. ㅡ Quê? Somos amigos agora?
ㅡ Ok, o que vemos aqui é um professor e um aluno. E acho que você não quer me levar pra sua casa. Ou quer? ㅡ Ele perguntou desafiando Ícaro á isso. ㅡ O que eu pretendo fazer creio eu que seus pais não vão gostar.
ㅡ Isso é confuso! ㅡ Negou, ele não queria que seu pai soubesse que ele ainda estava envolvido com Tama. ㅡ Você vai me levar para as drogas? Diz que sim, meu pai vai amar. Juro! ㅡ Ironizou com um sorriso sagaz para o sorriso cheio de má intensão de Tama.
ㅡ Quase isso! ㅡ Tama riu, ele gostava de provocar-lo.
Percorrerão um longo caminho que Ícaro nunca havia passado já que Tama estava cortando caminho e até que era fácil de decorar tudo aquilo e saber onde estava no momento. Porém alguns minutos depois chegaram a casa dele, pela parte de trás que por acaso era bem de frente com o morro que Ícaro costumava a ver da janela do quarto, os arames da cerca era repleto de trepadeiras e um portãozinho de madeira dava em uma escadaria cheia de lodo nos tijolos que nas aberturas cresciam pezinhos de grama. Desceram, a casa ainda era a mesma é claro, ela era branca e o telhado laranja e na frente que Ícaro entrava quase sempre lá estava a cerca branca e um jardim florido, em um arbusto encostado na lateral da casa havia uma plantação de pimentas que Ícaro não sabia de qual era, eram pequenas bolotinhas verde, amarela e vermelha.
Começou lentamente a encarar Tama, ele talvez não fosse o tipo de garoto que cuidava de jardim, isso era trabalho para a madrasta ou o pai. Não achava que as mãos dele era compatíveis á terra, mãos bobas de um garoto idiota tanto quanto Ícaro era um.
ㅡ Bom. ㅡ O ouviu ele dizer para quebrar o clima. ㅡ Vamos lá.
Convidou Ícaro a se aproximar mais da casa, Ícaro encostou em uma grande árvore que ele as vezes via da janela do quarto de Tama, ela era enorme em relação a perspectiva que ele tinha lá de cima, então era difícil não notar.
ㅡ Gostou? É bem antiga pelo visto! ㅡ Tama disse um pouco afastado de Ícaro. ㅡ Você deve gostar mesmo disso, só não fique com tesão aqui garoto.
ㅡ Não é pra tanto. ㅡ Ícaro fez uma cara esquisita e então falou. ㅡ Era só isso? Se era, então tchau.
Tama olhou para a pasta azul transparente na mão de Ícaro e deu um leve suspiro intrigado.
ㅡ Fica aí que eu já volto! ㅡ Falou.
ㅡ Está bem, não demora. ㅡ O deixou avisado. ㅡ Se demorar eu vou embora.
ㅡ Fica ai bem quietinho. Ok? ㅡ Ele disse, foi para perto da varanda, subiu os quatro degraus e entrou dizendo. ㅡ Me espera bem aí.
ㅡ Certo, eu tô bem aqui.
Ícaro assentiu para si mesmo, nem sabia o quê Tama iria aprontar lá dentro, mas na mensagem ele dizia que iria mostrar algo, se fosse aquela árvore magnífica ele finalizaria dizendo " aqui estamos ", mas não, resolveu sumir dentro de casa. Olhou para a copa daquela árvore, ela era realmente tentadora e queria muito subir nela, tratou de largar a pasta de hinos de lado e então se grudou ao tronco e subiu com uma leve excitação, quando conseguiu se apoiar em um daqueles galhos compridos, se sentou sobre ele e por fim pode ter uma visão ampla do quintal, desde a casa até o gramado que brilhava com o sol da tarde.
Tama subitamente chegou e ficou encarando Ícaro com uma cara de "Que merda moleque, desce dai". Porém ele realmente falou "Moleque desce dai".
ㅡ Um moleque chamando outro. ㅡ Resmungou e tratou de descer, ele era com certeza um moleque também.
ㅡ Seu sonho de ser alto as vezes beira os limites! ㅡ Sorriu de maneira divertida.
ㅡ Ah, cala a boca. ㅡ Riu dele e o empurrou de leve quando pôs os pés em terra. ㅡ Até parece que quero parecer uma girafona.
ㅡ Oras! ㅡ Tama riu e comentou. ㅡ Seu tampinha folgado.
Riram e ficaram calado por alguns segundos, então Tama quebrou o silêncio.
ㅡ Ah sim! Eu disse que ia te dar algo né? ㅡ Questionou á Ícaro e o viu assenti por algo que ele não entendia muito bem.
ㅡ Então vamos logo! ㅡ Ícaro se moveu, porém Tama o segurou pelo braço e o manteve naquele lugar.
ㅡ Vai! ㅡ Ele disse quase que ordenando. ㅡ Rápido, encosta aí.
Ícaro não sabia o porquê de estar obedecendo mas mesmo assim encostou na árvore. Então Tama pôde prosseguir.
ㅡ Cara! Ok, vamos fazer isso! ㅡ Tama suspirou e se aproximou com o intuído de tocá-lo, mãos sem jeito estavam prestes a fazer isso. Disse totalmente sério mas a voz suave havia resquícios de algo bem doce que poderia ser dito naquele momento. ㅡ Fecha os olhos e não pensa em nada. Só sinta o momento.
ㅡ O- O quê? ㅡ Guaguejou assustado, ele sorriu apavorado com o som daquelas palavras.
Aquele clima que havia se estendido estava o amedrontando, o coração se ponhava veloz.
ㅡ Fica calmo! ㅡ Ele pediu. ㅡ Não vai durar muito se você colaborar e quem sabe não seja ruim.
ㅡ Como? O quê? ㅡ Ícaro se perguntou em pleno pavor, começava a olhar desesperadamente para os lados. Tama estava o encurralado e seu olhar era de secar até a alma, se desesperou mais ainda por ser alvo daquela visão. ㅡ Eu preciso ir... Eu...
Tama não esperou Ícaro terminar de falar e o segurou pelo maxilar e um leve arrepio lhe subiu pela coluna. Tama era de algum modo um completo estranho para Ícaro, porém ele estava estranho demais por hoje daquele jeito colocando a perna pelo meio das dele e então seus olhos se entrelaçaram, apesar de Ícaro estar tremendo, Tama estava sendo meigo, delicado para o olhos estáticos do garoto chocado com aquela atitude repentina.
O que ele iria fazer?
Perguntas assim ficaram surgindo na cabeça dele como um Spam chato. Rondando a cabeça de segundos á minutos, eles estavam tão envolvidos que Ícaro foi percebendo aos poucos pelo jeito que eles se movimentam que Tama queria que eles se beijassem.
"Ele está ficando louco". — Pensou. ㅡ "Só pôde está".
O coração batucava forte no peito e Ícaro naquela situação nem sabia se queria que acontecesse ou não, o peito palpitando não o deixava pensar. Chegou em um momento que ele só conseguia refletir no quanto o rosto daquele garoto era agradável, seu cheiro era ótimo, não estava cheirando a cigarro e sim ao seu cheiro natural e com um toque de sabonete, se sentiu envergonhado por estar considerando que seu primeiro beijo iria mesmo acontecer ali com o preferido da sala, o galã mais desejado por todo mundo, não por ele, longe disso. Porém parecia estranho Tama estar o agarrando e aquele calor estar lhe subindo rapidamente.
ㅡ Hum, vamos lá? ㅡ Murmurou.
ㅡ Ai, Ai. ㅡ Ícaro sussurou confuso, a coxa de Tama roçavam em partes íntimas dele.
Apesar de confiante, Tama parecia inquieto tentando arranjar um jeito de alcança-lo, a diferença de tamanho deles para um beijo era enorme pois a diferença de tamanho era equivalente da cabeça de Ícaro que era na altura da boca de Tama. Por fim achou uma brecha e passou os braços por debaixo das axilas de Ícaro e o suspendeu então ele se equilíbriou entre o corpo de Tama e a árvore atrás de si.
Era humilhante!
Os rostos tão próximos, a boca tão perto.
Ícaro só conseguia olha-lo com uma certa timidez, os lábios de um tom alaranjado tinha um leve brilho porque as vezes ele os deixava úmidos enfiando o lábio inferior para dentro e depois os soltava devagar, era como se ele estivesse provando algo muito bom.
Será que eram macios?
Macios quanto?
ㅡ Não fica nervoso! ㅡ Ouviu Tama dizer calmamente.
Nem sabia o que pensar, as mãos segurando firmemente no moletom preto dele estavam inquietas e então Tama estava vindo, Ícaro tentou raciocinar se questionando sobre o que aconteceria se seus lábios se tocassem.
Já não podia pensar direito, ele tinha medo.
Era seu primeiro beijo!
Sem esperar, Tama o soltou e riu exageradamente e Ícaro teve um sentimento de completo desespero e ficou confuso sobre o que sentir. Mas o que surgiu assim que ele levou um baque e foi passando, era ódio, porque se sentiu humilhado, o rosto estava se enchendo de vergonha, nem conseguia olha-lo, ficou nervoso então pegou a pasta em um ato de fúria e estava pronto para ir embora.
Aquilo não podia estar acontecendo, havia sido um idiota, quando a raiva passasse ele teria vontade de chorar, certeza. Tentaria não deixar que acontecesse pois Tama mexeu com algo muito precioso dele.
ㅡ Onde você vai? ㅡ Tama perguntou.
ㅡ Me deixa ir! ㅡ Disse irritado, a vergonha o deixava assim.
ㅡ Olha pra mim!
O tom de voz dele havia mudado para séria, parecia zangada, não, impaciente, era o tipo de tom que Ícaro costumava obedecer. Encarou Tama que agora colocava as mãos no bolso do moletom sem zíper algum estampada por uma caveira.
ㅡ O que você quer? ㅡ Resmungou.
ㅡ Vem aqui seu pestinha. ㅡ Disse. ㅡ Só vem.
Não foi o suficiente o que tinha acabado de fazer?
Algo lá dentro ainda estava remoendo tudo aquilo, então Tama estendeu a mão, estava de novo entre um vou, não vou, mas resolveu aceitar. Tocou na mão dele, Tama o segurou firme e o guiou até a varanda de casa.
ㅡ Senta aí.
Falou apontando para a muro da varanda com balaústres de concreto que tinham o formato de ampulheta que ficava na altura de seu quadril.
ㅡ Oi? ㅡ Comentou confuso.
ㅡ Acho que assim ficamos da mesmo altura ou pelo menos o suficiente para não causar nenhum desconforto. ㅡ Suspirou e tentou apertar o nariz de Ícaro. ㅡ Você é um maldito baixinho.
ㅡ Obrigado pela parte que me toca! ㅡ Se invocou e desviou dos dedos de Tama.
"Ele não brincou comigo."
Se alto consolou e sentiu um alívio. Mesmo assim era errado que os dois fossem carinhosos um com o outro.
ㅡ Não posso... ㅡ Disse aflito.
ㅡ Porquê? ㅡ Tama o questionou.
ㅡ Por que? ㅡ Ícaro respondeu nervoso. ㅡ É errado e além do mais você tem namorada.
ㅡ É só um beijo, quem liga! ㅡ Tama deu de ombros.
ㅡ Eu ligo. ㅡ Ícaro sussurou bem baixinho. ㅡ Um beijo? ㅡ Corou instantaneamente enquanto ponhava a mão no rosto febril.
Estava sendo tomado por uma emoção de intenso desejo pelo corpo.
ㅡ Só um beijinho. ㅡ Sorriu. ㅡ Eu sei que você quer, então só vamos acabar com isso. ㅡ Tama falou impaciente com vontade de fazer aquilo. ㅡ Você não precisa contar pra ninguém e eu farei o mesmo.
Ícaro pensou um pouco, aquele seria o primeiro beijo que ele tanto esperava. Afinal os garotos não precisavam de tanta cerimônia, o importante era acontecer. Olhando para ele que agia normalmente parecia o certo a se fazer.
O que ele pensava?
Ou sequer se tocou que aquilo era estranho?
Se tocou também que estava fugindo tanto do primeiro beijo mais do que o diabo foge do cruz, inventando desculpinha porque tinha medo de fazer um ato tão normal. Suspirou e disse decidido.
ㅡ Certo! Vamos acabar com isso. ㅡ Balançou a cabeça e o sorriso de Tama se fez no rosto e perguntou mesmo se sentindo estranho em relação a isso. ㅡ Está tudo bem pra você?
ㅡ Está sim! ㅡ Ele assentiu com uma expressão de consideração. ㅡ Sério. Eu gosto de garotos da minha altura se é que me entende. ㅡ Deu leve assobio relaxado. ㅡ Eu só vou fazer isso porque é você.
"Porque sou eu!" ㅡ Degustou o poder dessas palavras pois eram amorosas. ㅡ Eu também estou aceitando porque é você. ㅡ Pensou se sentindo acolhido.
O que ele queria dizer com isso?
Aquela situação era embaraçosa e de imediato pensou: "O garoto que todas insistem em brigar está cedendo pra mim porquê não quer que eu morra sem beijar. Uau que cara modesto".
Encostou nos balaústres de costa e apoio as mãos no granito de cor pastel em pedras brilhantes e subiu firmando o peso nos pés entre os vãos para se apoiar. Apesar de estar achando graça contudo estava com medo, o rosto parecia que ia cair quando Tama se acomodou entre as pernas dele assim que Ícaro conseguiu se ajeitar sobre o granito gelado. Apoiou a mão no peito de Tama e o afastou com um aviso.
ㅡ Escuta. Isso aqui vai ser tratado como um incidente e logo depois as coisas voltam ao normal e nunca. Eu disse NUNCA mais tocamos no assunto.
ㅡ Certo!
Tama assentiu e se deram as mãos selando aquele acordo, então ele também resolveu estabelecer assim que soltou a mão de Ícaro.
ㅡ Não tenha medo de me tocar, pode fazer isso livremente. ㅡ Falou e Ícaro assentiu, continuou. ㅡ Pode explorar minha boca, ou seja pode morder. Não exagera, viu? Levemente. ㅡ Tama avisou um pouco tomado de curiosidade mesmo não querendo que Ícaro o mordesse com força. E era claro que Ícaro não queria que seu primeiro beijo tivesse sangue no meio, concordou e Tama retomou. ㅡ Ok! Uma outra coisa, pode tocar meu cabelo, colocar os dedos entre eles, não puxa, eu não gosto, não sou nenhuma vagabunda. ㅡ Ver Tama falar assim o fez rir e então ele reforçou. ㅡ É só um carinho, ouviu? Mais uma coisa, se eu fizer algo e você gostar, pode tentar fazer também.
Ícaro murmurou um "Hãram" e Tama deu um belo sorriso de contentamento.
Seu doce Ícaro estava crescendo e isso era maravilhoso!
ㅡ Eu gosto de fazer as coisas por completo, por isso não vou te castigar com um beijo sem graça, se sinta especial. ㅡ Completou totalmente convencido.
ㅡ Mas que rapaz perfeitinho. ㅡ Ícaro falou ironicamente sorrindo, só para provoca-lo.
ㅡ Para! ㅡ Tama falou cansado de ser estereótipado. ㅡ Só não quero que seja horrível. ㅡ Se eu sei alguma coisa. Então porquê não te ensinar? Se é comigo então que seja legal.
Ícaro está torcendo para não ser ruim, ele esperou muito e agora o momento estava próximo e o coração gritava de agitação. Tama o abraçou em um ato intenso de amor dizendo para que Ícaro se acostumasse com o corpo dele, e que ele se aconchega-se nele também com a mesmo intensidade que recebia, era estranho mais era bom... o apertou e escutou Ícaro chiar baixinho, se acomodou adorando a maciez da roupa dele que cheirava a amaciante, por debaixo um corpo firme que Ícaro podia reconhecer cada parte. Se abraçando carinhosamente era como um indício de que algo mágico iria acontecer. Recebendo uma mão com delicadeza sobre o cabelo fino era confortável, a pressão de seus corpos se esquentando era melhor ainda, os rostos colados na lateral eram quentes.
Tama era amoroso, até suas mãos eram carinhosas em cada ato até mesmo quando elas se encaixavam em suas costas mesmo com um abraço mais forte ainda sim continuavam gentil.
Ícaro podia se sentir como uma criança sendo mimada, sentindo a sensação de um abraço tão caloroso e então ficou emocionado. Naquele momento ele sentiu amor por Tama porquê tateou a emoção que vinha dele que era algo como isso.
Mas eles não se amavam, não daquele jeito, porém naquele momento era como se estivessem.
Quando se sentiram confortável viraram o rosto como se fosse programado, Ícaro procurou por Tama e o encontrou através de sensações, ele quis mas se assustou com o contato visual, os olhos de Tama era de um Aquamarine intenso que mudavam de cor dependendo do clima e luminosidade, naquele momento pela sombra da árvore estava verde limão. Porém ele os fechou e selou os lábios nós de Ícaro que estavam semi abertos, o toque... Ah, o toque era estranho, com certeza os lábios dele eram macios como uma pluma e causava uma sensibilidade enorme dos de Ícaro (então esse era o tipo de leveza que Guih dizia ser?), a sensação nítida ia ficando cada vez mais precisa para cima dos dele, Tama apoiou a mão na cabeça de Ícaro e trouxe para mais perto, para outro selinho.
A sensação incômoda causava um redemoinho no estômago, não porquê era ruim mas sim porque era suave demais, novo demais e ele não sabia o quê sentir de verdade. Nem conseguia acreditar que estavam mesmo se beijando, mesmo que fosse só um toque, ainda sim era um beijo... era especial para Ícaro, mesmo que ele não quisesse admitir tal frescura.
Estava viajando ali de olhos bem fechados enquanto recebia selinhos cada vez mais intensos com a intenção de lhe fazer acostumar, ficaram um bom tempo assim. Tinha que admitir que não era enjoativo, era até legal, em certos momentos Tama mordia o lábio inferior de Ícaro e colocava os lábios entre eles e pressionava-os chupando delicadamente.
O coração acelerando e Tama o tocando, o beijando do jeito mais calorosa possível, desde os selinhos até mesmo o momento de seus lábios se encaixarem, era quase surreal. Da maneira mais prazerosa Tama colocou os dedos novamente no cabelo de Ícaro e pediu sem palavras espaço para colocar a língua, consentiu timidamente, ansioso mas ao mesmo tempo retraído. Sentiu Tama a colocar lá dentro, úmida, quente e suave. Tama era atraente, sensível e envolvente como algo bem raro, o gosto da pasta de dente era vívido, menta!
Ele havia entrado para escovar os dentes.
Era isso!
Agora sentia medo de fazer algo errado como bater os dentes ou algo pior que ele não conseguia imaginar. Se sentia tenso só de pensar, estava tomando muito cuidado abrindo e fechando a boca selando com ele aquele beijo. Tama dizia "respira pelo nariz", sua mão mexeu e então ele se sentiu livre para tocar o rosto de Tama assim como ele já estava fazendo ora dedos entre os cabelos de Ícaro ora com os dedos que desciam para o queixo. A única coisa que Ícaro conseguia associar além dos movimentos sutis de sua língua era o quanto Tama parecia profissional e além do mais tinha o quanto ele parecia estar gostando daquilo.
Será que fingia?
Quem sabe!
Tama mordeu o lábio inferior de Ícaro novamente dando uma leve pressionada, a sensação inexplicável surgia de vez em quando porquê a boca dele era virgem até então e era em parte difícil se acostumar e não podia evitar se sentir seduzido com os lábios sendo desvirginado. O corpo estremeceu e as pernas mexeram um pouco com os movimentos sensuais de seus corpos (Tama que havia começado com isso). Apesar de Ícaro transparecer calmo, a mente estava surtando, se esvaziou e então ele não pensava em mais nada concreto. Agora as mãos de Tama estavam em todo o lugar, menos onde ele sentia uma dolorosa pontada, a pressão do quadril dele entre as pernas de Ícaro tornava tudo mais difícil de controlar.
Aquele movimento do corpo dele e a frequência de ritmos era irresistível e então Ícaro se mexeu para afastar-lo um pouco porém só roçava mais e mais, o envolvendo, o beijando. Era difícil aguentar, achava que já havia se segurado ao máximo para não gemer no entanto o quadril de Tama era persistente e colava na pélvis de Ícaro com frequência, já estava ficando duro sem que ele desejasse, os movimentos das mãos eram sedutoras.
"Tama"
Se ouviu murmurar o nome dele não tão alto quando ele desceu a boca em um deslizar para o pescoço de Ícaro, agora as mãos dele estava massageando suas coxas por cima do jeans escuro, apertava e subia em êxtase pelas costas por debaixo da blusa
O jardim era realmente calmo e o som que eles fazia estava preenchendo aquela calmaria da brisa do vento, enquanto ele tentava se controlar enfrente aquela sensação boa que ele não sentia a um bom tempo. Segurou nos ombros de Tama e apertou, sentia seus olhos pesar, estava sentindo tudo aquilo de maneira tão intensa mas não podia deixar acontecer, pensou no que Tama pensaria, não queria que ele o achasse estranho. Porém estava muito bom enquanto Tama dedilhava pelo seu corpo e sua boca e tudo.
Tudo!
Tudo era dele agora.
Por fim o momento chegou e ele não suportou mais, só deixou que tudo isso fluisse, gozou sem o controle de suas próprias ações durante o gemido contido que pulou de sua boca. Foi pego pela vergonha e resmungou "Droga!" em aflição, estava queimando de constrangimento, o automático foi colocar a mão no local como se isso fosse resolver alguma coisa, sentia o molhado por dentro, não na calça e isso era bom, a pulsação Peniana vinha cada vez mais frequentes.
ㅡ Gozou? Sério? ㅡ Tama se afastou boquiaberto.
Agora Ícaro queria morrer, Tama estava surpreso e deixava ele mais nervoso ainda.
ㅡ Não me olha assim! ㅡ Resmungou tentando achar um jeito de concertar a situação.
ㅡ Uau! ㅡ Tama sorriu aliviado. ㅡ Que precoce. Se eu soubesse que você era, não teria pegado pesado.
ㅡ Só fica quieto. ㅡ Disse preocupado. ㅡ Que coisa vergonhosa. Quero morrer! ㅡ Pôs a mão no rosto para esconder que coraria mais ainda.
Tama sorriu extasiado quando pensou " Ah, Ícaro" e tirou as mãos do rosto dele para olha-lo e dizer que tava tudo bem, isso acontecia, era normal. Ícaro ficou surpreso quando suas mãos foram desvinculadas do rosto e teve um contato visual preciso cheio de encanto com um sorriso mágico vindo dele. Essa surpresa só deixou Ícaro mais lindo no olhar de Tama que passava simpatia, a expressão de vergonha em Ícaro causava em Tama um sentimento bom, um sentimento que o deixava leve, pensava que talvez aquele garoto não tinha noção de o quanto era um garoto maravilhoso e era lógico que chamava atenção, havia aqueles que gostava dele em segredo, Sophie era uma delas, Din havia descoberto isso e espalhado pro mundo por pura birra de criança e Tama não achava que esse sentimento mudou porque ela ainda agia do mesmo jeito perto dele e Guih... a quanto tempo ele gostava do Ícaro? Bem antes da Sophie era claro, havia dito isso uma vez para Tama quando se sentiu frágil com a prisão do pai, eram as palavras de uma criança "Eu queria estar com ele agora", palavras que ele não conseguia decifrar na hora e que cresceria com a idade em que ele ficasse maduro. E com certeza tinha outro que não se manifestava e Tama apostava que se continuasse sendo amigos próximos talvez ele também se apaixonasse por Ícaro, ele era encantador, tinha um ótimo humor e Tama adorava isso, talvez seus sentimentos fossem outros diferente dos que eram agora.
Ele pensou com simplicidade:
"Ah Ícaro, o amor está querendo começar a brotar nesse coração. A muitas feridas nesse mar onde seu coração ainda não entende navegar. Esse foi seu primeiro beijo, muitos queriam ele, então estou feliz por isso. Mas deixe que outros beijos te apaixone, há mais de um milhão de amores que querem te conquistar".
Você só não sabe disso ainda!
ㅡ Quer me humilhar? É isso né? ㅡ Ícaro disse sem onde poder colocar a cara pois Tama o olhava intensamente.
ㅡ Quer se limpar? ㅡ Tama o questionou.
Ele ainda segurava as mãos de Ícaro e o surpreendeu com essa atitude vinda dele, então assentiu.
ㅡ Tem sorte que é jeans, então você tem um certo tempo pra limpar antes de atravessar o tecido. ㅡ Tama falou. ㅡ Consegue descer?
Ele só tinha que achar um jeito de escorregar, a ereção causava um desconforto na calça.
ㅡ Não olha por favor. ㅡ Pediu para Tama porquê ele estava o observando detalhadamente, abriu o ziper para dar um pouco mais de espaço ali dentro.
ㅡ Para com isso somos garotos. ㅡ Tama suspirou entediado. ㅡ O que você tem que eu não tenho?
Juízo ㅡ Pensou, porém deu de ombros como quem não sabia, Tama que riu ironicamente, ele deu um jeito e desceu quando Tama se afastou e então subirão a escadinha até a varanda pelo lado de dentro. Abaixou a blusa para tampar a barguia aberta, Tama parou na frente da porta e esperou por Ícaro achando que ele não deveria ficar tão tímido afinal eles eram homens, Ícaro via a porta de vidro, havia uma rede na varanda já que a casa de Tama era um rancho, devia ter mais coisas lá pra trás, o mosquiteiro a frente da porta para dias de verão.
ㅡ Eu sou culpado por te tirar do caminho certo? ㅡ Tama perguntou convencido de que havia desviado Ícaro de seu ensaio para traze-lo aquilo e fazer coisas com ele.
ㅡ Totalmente culpado. ㅡ Assentiu brincando com ele.
Tama sorriu porquê se divertia com a situação e a mania infeliz de Ícaro de participar daquelas bobagens que ele as vezes soltava para quebrar o clima ou ver a reação dele.
ㅡ Nossa! Eu e minha maldade corrompi um garoto bom e cristão! Me sinto lisonjeado. ㅡ Deu um simples suspiro julgador.
ㅡ Será que meu coro queima se eu botar meu pé lá agora? ㅡ Ícaro fez uma cara preocupada durante a brincadeira " isso nem era possível".
ㅡ Boa sorte!
Tama soltou um riso quase contido e abriu a porta e quando Ícaro foi entrando Tama lhe deu uns tapa de insentido na bunda com um "vamos, vamos" para entrar logo.
ㅡ É disso que eu to falando. ㅡ Ícaro trincou os dentes, ele não queria começar a gostar disso mas até que estava aceitando bem, continuou andando.
ㅡ Pode subir! ㅡ Tama comentou apontando para a escada. ㅡ É a primeira porta a direita, você sabe, eu não preciso te explicar. Vai antes que isso fique ruim.
Foi até lá encima ele não costumava ir ao banheiro na casa de outras pessoas. Os corredores eram enfeitados com estampas brancas com flores pequenas para um sobrado casual, no final do corredor devia ficar o quarto dos pais dele mas Ícaro parou por ali na frente da porta de Mármore, afinal ali era seu limite de bisbilhoteiro. Rodou a maçaneta e entrou no cubículo que era aquele local, era menor do que o de Tama pois era para visitas, os pisos em azul, parede de um verde com listras horizontais também verde que enfeitavam o local, o box tinha uma cor escura quase preta e deixa o banheiro com pouca luminosidade quando fechado assim como agora. Ícaro não gostava de acender nenhuma luz se estava de dia, a privada de caixa marrom em porcelana ficava na frente da pia pequena, um espelho mediano estava querendo descascar, o tapete preto e peludo na estrada do box para pés molhados, achava que tudo aquilo deixa o banheiro menor assim como o cesto de roupa vazio.
Parou de enrolar e pegou uma parte considerável de papel higiênico e começou a limpar, não estava bom mas também não estava ruim. Era realmente horrível ter acontecido aquele incidente com Tama, duas vezes se for considerar aquela luta quando eles praticavam judô juntos, foi somente uma ereção mas mesmo assim foi constrangedor, ele não estava preparado.
Tama tinha o péssimo hábito de se esfregar em Ícaro, eles tinham uns treze pra catorze anos e foi nessa época que ele entrou na puberdade, a voz queria mudar o corpo queria outras coisas, Guih entrou também nesse estágio um pouco antes que Ícaro e Tama bem lá pro final do ano. Os garotos da X começavam o ciclo reprodutivo muito jovens logo depois dos dez anos, alguns eram mais precoces e entravam antes que Ícaro lá pelos doze anos mas a voz só mudava exatamente aos treze pros catorze anos e se firmava aos quinze, até lá as meninas já estavam mais desenvolvidas do que eles.
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