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História Identity Crisis - C22. Failure


Escrita por: AoKiriDay

Notas do Autor


Capítulos 08 ao 30 sendo postados! S2
Feelings everywhere!

Capítulo 23 - C22. Failure


Sieghart sabia que algumas vezes ele devia deixar de falar um pouco e resolver seus problemas com ações. Se ele só falasse ele nunca conseguiria se impor para o pai. Ele seria incapaz de decidir sobre seu futuro com meras palavras. Desde o começo havia sido assim. Seth Sieghart não dava ouvidos a ninguém que não tivesse realizado algum feito na vida, principalmente Ercnard, que só obtinha do pai um pequeno acenar de cabeça, como se não tivesse feito nada além de sua obrigação. Exceto em premiações ou encontros formais Seth nunca esteve na presença do filho e nesses momentos a única coisa que o homem era capaz de fazer era exigir que Ercnard desse seu melhor por que ainda não tinha sido perfeito.

Na adolescência, Sieghart se dispôs a se rebelar até o último fio de cabelo contra o pai ditador. Indo em casas noturnas e lojas influentes, gastando até o último centavo dos limites de cartões de crédito e pondo o pai no vermelho, causando comoções e brigas, sujando o nome da família e brincando com todas as pretendentes que o pai o obrigava a conhecer só para depois recusá-las.

Essa brincadeira durou até que Seth se zangasse e finalmente tomasse uma atitude. Agora, completa a maioridade, Sieghart estava por um fio, com data de casamento praticamente marcada.

Agora ele estava no limite. Precisava de alguém que pudesse acabar com esse sofrimento.

— Nunca imaginei que você me chamaria para sair num encontro um dia.

Dio chegou por trás, em toda sua compostura e beleza. Ele usava um comprido casaco negro e uma blusa de lã de gola alta por baixo. O cabelo tingido um pouco mais longo, com fios rebeldes sobre os olhos analíticos.

Sieghart não estava muito diferente, exceto pelo cachecol marrom de listras e um par de luvas da mesma cor. Seu cabelo estava mais curto e ele havia aumentado seu alargador roxo um pouco mais.

Ambos se encararam com melancolia. Dio sentia o ar pesado em volta do alemão, sabendo que algo devia ter acontecido.

— Obrigado por vir até aqui. — Sieghart disse sem olhá-lo. — Vamos tomar algo para esquentar.

Dio acompanhou-o para dentro de uma cafeteria, estranhando o cansaço na voz do moreno, além das olheiras. Era a primeira vez dele naquele lugar. A música ambiente era um pop regular. Sorte a deles ser um horário mais avançado, assim o som era mais calmo.

Eles se sentaram numa mesa perto do banheiro, longe das pessoas: uma roda de estudantes, dois casais, um quarteto de colegas de trabalho e alguns individuais no balcão.

Frente a frente, olho no olho.

A voz de Sieghart, que pediu um cappuccino, foi grave e seca. Dio sentiu seu coração palpitar olhando para aquele homem do outro lado da mesa. O mesmo para o moreno, que olhou para o italiano, quem olhou firme para o garçom e pediu soda italiana. Sieghart tremeu com o timbre profundo.

Como que analisando, ambos espionavam de vez em quando um ao outro, buscando os motivos daqueles sentimentos.

— Quantos anos você tem? — Sieghart perguntou logo que o garçom trouxe os pedidos e deixou-os.

Dio deu um gole e fitou-o, depois olhando para o fundo do copo largo. É verdade, ele nunca havia dito antes.

— Tenho dezessete. — Dio disse baixo.

Sieghart arregalou os olhos com um sorriso zombeteiro.

— Sério?

Sieghart não imaginava. Aquele corpo enorme e aquela maturidade não pareciam de um rapaz tão novo. Não que ele fosse muito mais velho, mas saber que aquele cara era mais novo aumentava seu ego só um pouquinho.

— Sieghart.

O moreno o olhou muito calado. Dio estava intrigado com tudo aquilo, pois no telefone Sieghart estava sendo tão insistente e tão falante. Ele imaginava um cenário diferente quando se encontrassem.

— Você não queria continuar aquela conversa? — Dio perguntou, tentando ser o mais direto possível. Ele não era uma pessoa de muito tato, especialmente com outros homens. O olhar de Sieghart o pegou de jeito.

O moreno estreitou os olhos e bebeu do copo, o líquido espumoso indo embora.

— Bem. — Sieghart começou, suas bochechas rosadas. — Primeiro de tudo, eu nem devia ter te ligado essa tarde, mas eu liguei mesmo assim porque decidi que quero acabar com tudo isso.

Dio permaneceu quieto, vendo o moreno beber devagar, só para esconder a cara atrás do copo, pensando no que exatamente o Presidente queria acabar. Ele estava tão estranho.

— Você percebe que temos um problema aqui, não é? — Sieghart indagou, apoiando o queixo na mão.

Os olhos vinho fixaram nos prata. Sieghart estava tão bonito, Dio não conseguia achar outra palavra além de “perfeição”. No entanto, havia uma expressão muito distante que não era a cara de Sieghart, Dio apenas sabia.

— Eu vejo. — Dio sentiu a boca molhada. Os olhos do moreno pediam para comê-lo.

Sieghart estendeu a perna debaixo da mesa e encostou o joelho no de Dio. Seu coração estava saltando só de estar perto do italiano e imaginar aqueles toques quentes por seu corpo. Agora ele não queria nada além daquele prazer.

— Eu não preciso saber quais são suas intenções nesse momento. Só sei que nós chegamos até esse ponto, então não tem muito o que pensar. Eu não vou dizer mais nada. É a única chance que você vai ter, Fiammeggianti.

Dio imediatamente sorriu. Um sorriso de canto. Sua alma incendiou naquele instante, vendo a determinação de Sieghart. Sua voz saiu com veneno:

— Se você me chamar de “Dio”.

Sieghart piscou indiferente e antes de levantar disse:

— Só nos seus sonhos.

 

XXX

 

Não muito tempo depois, eles tinham percorrido uma parte da cidade num táxi, sem trocar palavra apesar da intensa aura que os cobria. Foram deixados no endereço e Sieghart se despediu do taxista, que parecia ser um conhecido.

Dio logo compreendeu que Sieghart o havia levado para casa. Não era tão tarde, mas tudo já estava apagado.

— Você é bem ousado me trazendo para sua casa. – murmurou Dio, seguindo-o mansão adentro.

Sieghart segurou sua mão causando faíscas com o toque e o guiou até o seu quarto. Os dois se sentiram como dois amantes proibidos, percorrendo a noite e fazendo loucuras. Porém, algo estava muito errado. Não parecia que Sieghart estava pensando direito.

Logo que a porta foi trancada, Sieghart se virou para o italiano e avançou. Os braços do moreno foram para os ombros largos de Dio, os lábios se encontraram sedentos, as mãos grandes do italiano pegaram sua cintura puxando-o para si tão forte que eles andaram vários passos para trás.

— Hmf.

Dio sentiu tremor e os dedos atrapalhados, como se fosse sua primeira vez. O casaco e o cachecol de Sieghart ele conseguiu tirar, mas a camisa foi o moreno que tirou pela cabeça, bagunçando o cabelo negro. O italiano foi tirando também as roupas, chegando a abrir o zíper da calça.

Sieghart agarrou-se a ele, voltando a beijá-lo. Em sua mente tudo estava acontecendo muito rápido, as calças no chão, a língua de Dio enrolando na sua, fazendo tudo desaparecer.

Quando abriram os olhos, num beijo fogoso, Dio sentiu a cama em sua perna e sentou-se, puxando o Sieghart para seu colo pelos braços, que aproveitou para acender a luz do abajur.

Os dois se olharam como se na profundeza do olhar não existisse fim.

Dio sentiu uma paixão dominadora por Sieghart, que estava fixo nele. A bunda macia esfregava em cima de sua ereção.

Sieghart fez um som baixo quando a masculinidade do italiano endureceu um pouco mais, roçando no meio de suas pernas.

Dio subiu as mãos pelas costas fortes, sentindo os músculos rígidos e o cheiro amadeirado. E então, o beijou no peito, fazendo um caminho molhado para o ombro esquerdo, depois a clavícula e o pescoço. Seus braços envolveram o alemão completamente, os corpos encaixados. Ele estava de certa forma amando aquilo, mas o ar estava errado... Tinha algo errado. Sieghart estava tremendo, as mãos frias em seu pescoço.

— Ercnard. — Dio chamou-o baixo, parando tudo e terminando o clima. O moreno estava com os olhos fechados, seus dentes rangendo e a testa franzida. Sua face estava muito rosada e Dio podia ouvi-lo segurando o choro.

No mesmo momento Sieghart virou o rosto, escondendo-o e inclinando a cabeça por cima do ombro do mais novo. Dio sentiu o peso do rapaz e apoiou-o, ficando dessa forma imóvel. Nunca havia imaginado um cenário desses.

O italiano passava a mão suavemente pelas costas do moreno, subindo até a cabeça e mantendo-o junto a si. A ereção já tinha abaixado. Ele queria dizer alguma coisa, mas não podia dizer a coisa errada.

— Ei, tudo bem? — Dio murmurou, claramente preocupado. Ele virou, ajudando Sieghart a sentar-se na cama ao seu lado.

O moreno passou o braço no rosto, parecendo envergonhado com a situação. Ele se deu um minuto antes de rir fracamente, sem coragem de encarar o outro e sem coragem de dizer qualquer coisa. Se falasse, ele quebraria.

Dio piscou levemente. Tinha sido cedo demais e era claro como o dia que Sieghart tinha se precipitado e que algo muito pessoal o tinha feito agir assim.

— Se você quiser, eu estou aqui para ouvir. — Dio disse, coçando a testa. Ele se levantou, colocando a calça de volta e permanecendo sem camisa. Sieghart o olhou timidamente, talvez espantado por Dio não ter feito nenhuma brincadeira sobre aquilo.

— Hoje... — Sieghart começou a falar, sentindo uma grande culpa por ter envolvido Dio em seus problemas. — ... Eu queria terminar com tudo isso, com toda essa dúvida. Eu percebi que sentia alguma coisa por você, mas parecia que você só estava a fim de brincar comigo. Ainda assim, eu queria fazer isso, mesmo que fosse só sexo, nem que fosse apenas por uma noite. Essa era a minha última chance e eu estraguei tudo.

Dio fitou o moreno, andando até um pufe preto que Sieghart tinha no meio do quarto e sentando nele. Perguntou, cruzando os braços:

— “Última chance”?

Sieghart suspirou, alcançando a calça no chão. Não gostava nem de pensar naquilo.

— Vou me casar.

— O quê? — Dio indagou. — Tipo, sério? Você não está brincando?

— Meu pai me arranjou uma entrevista de casamento com uma princesa de algum pequeno reino. Acontece que dessa vez é sério. Se eu não convencer essa garota eu vou acabar tendo que me casar muito em breve. — Sieghart explicou, sua voz cansada. Sem dúvidas ele estava morto de preocupação com aquele assunto.

Dio ficou sem palavras. Ele sentia uma hesitação muito forte após ouvir isso.

— Pensei que se eu tivesse que casar com ela, pelo menos eu teria passado minha última noite com alguém que eu queria. — Sieghart disse, ainda mais vermelho que antes, deixando escapar uma fungada entre os dedos, os olhos ficando aguados.

Dio afastou alguns fios de cabelo e pensou. Sieghart teria dado seu último instante de liberdade para ele. Aquela informação fez um sentimento duplo despertar em si.

— Você não estava tentando apenas se rebelar contra seu pai se relacionando com outro homem? — Dio indagou, com o tom rígido. Apesar de Sieghart estar numa situação crítica, ele não gostaria de ser usado dessa forma.

O alemão se levantou de supetão da cama. Dio viu uma ira terrível nos olhos de Ercnard que ele nunca havia visto antes.

— De onde você tirou essa merda?! — Sieghart exclamou, pouco ligando se alguém na casa acordasse. — Por isso você me irrita! Como pode acreditar que eu transaria com um cara sem ao menos gostar dele?!

Dio arregalou os olhos, quase caindo do pufe quando o moreno veio igual um touro.

— Seu escroto! — Sieghart rangeu os dentes, indo com as mãos para a camisa do mais novo.

Mas Dio o parou. Suas mãos pararam facilmente os pulsos do moreno.

— Desculpa. — Dio disse, baixando o olhar depois de o moreno se acalmar. — Eu não sabia.

Sieghart ficou em pé em sua frente ainda preso, se recuperando da explosão de emoções. Dio o soltou e ele massageou a área.

— Essa não era sua última chance, Ercnard. — Dio disse. Seus olhos finos muito decididos. — Você não sabe se isso vai acontecer mesmo. Você pode ainda tentar convencer essa garota e, em último caso, você pode enfrentar seu pai diretamente.

— Não é tão simples. — Sieghart respondeu, colocando a camisa e balançando a cabeça. — Não tem conversa com o meu pai.

— Você só está com medo. — Dio disse sério, levantando também e se aproximando do moreno.

Sieghart teve de olhar para cima para encarar o italiano. Ele sentiu-se confortável com a maneira que Dio o fitava e que o tocou no topo da cabeça, afastando suas mechas.

— Você é um dos melhores alunos da academia. Tem uma inteligência muito acima da média. É charmoso e esperto. Você é um líder natural. — Dio disse, aproximando o rosto do moreno do seu com a ponta dos dedos. Sieghart estava com vergonha. — Mas é muito chorão e não tem confiança em si mesmo. Apesar de ser fofo.

— Cala a boca.

Dio sorriu levemente.

— Você vai ficar bem. — Dio se afastou, não querendo invadir demais o espaço do Sieghart.

Já era tarde. Muito mais do que eles pensavam. Sieghart viu o italiano colocar a camisa, ajeitar as roupas e ameaçar sair do quarto, pegando o casaco e a carteira no chão.

— Dio. — Sieghart o parou, sem saber muito bem o que devia fazer.

Dio arrumou o cabelo e inclinou-se, roubando um beijo. Mas Sieghart o puxou pela face, para que durasse.

Os lábios do moreno pareciam muito mais doces que antes. O abraço que se seguiu foi muito mais aconchegante que qualquer outro que Dio havia tido antes. E o aroma, o hálito eram quentes. Dio chupou o lábio inferior, sentindo a saliva e a língua do mais velho desenhando seu lábio superior. As mãos de Sieghart acariciaram seu rosto e pescoço e aos poucos diminuíram os toques.

Os olhos prata estavam brilhantes.

— Você pode dormir aqui. — murmurou.

— Haha. É bom você não me provocar. — Dio disse baixo, puxando o corpo do moreno. — Faz um tempo que você está na seca?

— Faz um tempo desde a última vez que eu senti algo que valesse a pena.

— Entendo.

Dio tirou novamente a camisa e apontou a cama de casal:

— Vamos dormir juntos aí?

— Se você não se importa. Ninguém entra aqui sem a minha permissão, então pode ficar tranquilo.

Ambos caminharam para a cama tão casualmente como se já estivessem acostumados com aquilo. Sieghart emprestou uma calça de moletom e ligou o aquecedor, discutindo depois quem ficava em qual lado.

— Ercnard, quando você vai encontrar com a garota? — Dio murmurou, já quando as luzes estavam apagadas e os dois deitados.

— Meu pai disse que ela vai chegar pela tarde aqui. A viagem parece que demora um pouco. — explicou.

Em seguida o silêncio.

Tanto Dio quanto Sieghart podiam ouvir suas respirações e sentir os corpos muito próximos. No começo foi estranho, pois ambos eram grandes e tinham presenças dominantes. Mas depois, mesmo com o clima de estranhamento entre duas pessoas tão diferentes, eles puderam se livrar do constrangimento e tentar agir de forma mais natural.

— Eu posso acabar em cima de você quando dormir. — Sieghart murmurou, meio que sabendo que Dio estava acordado.

— Digo o mesmo. — Dio riu baixo, virando para o moreno. — Tipo assim...

O italiano passou o braço por cima do moreno e chegou o corpo mais perto.

— Tira a perna de cima, tá machucando. — Sieghart reclamou, sorrindo por dentro.

Dio ficou uns instantes quieto e passou o rosto no cabelo negro, sentindo um delicioso aroma. Ele abraçou o Sieghart, mesmo sabendo que ele nunca teria feito aquilo com ninguém mais.

— Boa noite, Ercnard.

Sieghart, ainda relutante, deu a volta com o braço por cima da cintura do maior, escondendo o rosto em seu pescoço.

Aquilo era tão estranho...

— Boa noite, Dio.

 

Continua


Notas Finais


É... Eu não sei bem o que fiz para os dois se gostarem, mas ignorem esse detalhe okay.


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