História If you love me - Capítulo Dois

"Você nunca vai se sentir como se estivesse sozinho 

Te farei se sentir em casa"  

– Home, One Direction 

Harry estava começando a entender o motivo do ômega ter lhe falado que família grande era horrível, pelo barulho, ele estava sentado no sofá com sua irmã observando Lottie, Louis e a Fizzy discutirem de quem era a culpa do Ernest e a Doris terem caído do sofá, enquanto a Phoebe e a Daisy tentavam fazer os mais novos pararem de chorar. 

– É sempre assim? – Harry questionou a irmã. 

– Tem vezes que é pior. – A alfa rio baixo. 

– Amor, vem me defender. – Charlotte pediu para a noiva enquanto fazia um bico. 

– Isso é injusto. – Louis protestou cruzando os braços. 

– Por que injusto? Só por que você terminou com seu namoradinho? – Felicite debochou. 

– Pelo menos eu tive um. – Louis retrucou, Fizzy resmungou algo e saiu andando. 

– Se eu fosse você contava pra mamãe sobre o comportamento dela. – Lottie falou fazendo os outros três rirem. 

– Lottie cresce. – O ômega pediu rindo se sentando no espaço vazio do sofá, ao lado do alfa lúpus. – Já esta mudando de ideia sobre ter uma família grande? 

– Não, vocês são divertidos. – Harry respondeu sorrindo. – E nem adianta negar, é obvio que você ama seus irmãos mais do que tudo. 

– Eu não disse que não amo eles. – Louis corou. 

– Eu sei que não. – O alfa riu baixo. 

– Lottie, poderia me ajudar com o almoço? – Jay perguntou da porta que ligava a sala a cozinha.  

– Claro que podemos. – Gemma disse se levantando e puxando a noiva para a cozinha. 

– Sua irmã é muito puxa saco. – O ômega comentou e riu baixo. 

– Ela só quer agradar. – Harry respondeu. 

– Lou. – Phoebe chamou o irmão logo após se aproximar junto com a gêmea. – Por que o papai disse que ele não é confiável? – Questionou apontando para o alfa lúpus.  

– Segredo. – Louis respondeu, tanto o alfa quanto as duas mais novas o encararam. 

– Conta pra gente? – Daisy pediu fazendo a carinha mais fofa que conseguiu, o irmão concordou com a cabeça. 

– Ele disse que o Harry não é confiável porque ele é o Hulk. – O ômega falou e fez uma careta, as duas meninas riram. 

– É sério, Tommo. – Phoebe disse fazendo bico. 

– E quem disse que eu não sou o Hulk? – Harry perguntou com cara de ofendido. 

– Vamos perguntar pra mamãe. – Daisy falou emburrada e puxou a gêmea até a cozinha. 

– Isso vai ser engraçado. – Louis comentou rindo. 

Assim que o almoço estava pronto Johannah foi chamar os dois na sala, que estavam cuidando do Ernest e da Doris enquanto conversavam, e depois foi chamar o restante da família. Enquanto comiam conversavam sobre assuntos aleatórios, diferente do café da manhã que foi silencioso. Agora Mark estava começando a achar o Styles mais novo menos perigoso, quase simpático, mas ainda assim não confiava muito no jovem.  

— Lou o que acha de mais tarde irmos ao centro comprar algumas coisas? — Lottie perguntou para o irmão. 

— Acho maravilhoso vocês fazerem um programa de irmãos e levarem a Fizzy junto. — Johannah disse sorrindo para os filhos.  

— Eu ia convidar ela também. — Charlotte disse corada. — É só que pra gente ir precisamos de alguém com carro e a Gemma já me disse que não gosta de fazer compras comigo porque eu demoro demais. — Falou tudo de uma vez. 

— Agora imagina quando você estiver casada e tiver filhas para levar pra fazer compras. — Mark disse para a nora.  

— Vou comprar um carro para a Lottie. — Gemma respondeu rindo baixo.  — E eu não disse que não iria com vocês, baby. 

— Então vamos os cinco. — Louis disse servindo sobremesa para si e as gêmeas.  

— Cinco? — Lottie, Gemma e Fizzy perguntaram juntas.  

— O Harry vai com a gente, não vai? — O ômega pergunta olhando as três.  

— Ah, verdade. — Lottie falou e olhou o cunhado. — Harry, quer ir com a gente? 

— Obrigado por me convidar. — Harry respondeu em um tom irônico fazendo todos rirem.  

[...] 

Os cinco jovens já estavam prontos para sair de casa, só estavam esperando o discurso de Johannah sobre o quanto tomar cuidado é importante para poderem finalmente ir para o centro de Doncaster. Após mais alguns minutos com a mais velha falando puderam se sair, com um combinado de voltarem antes da hora do jantar.  Contragosto Louis foi sentado atrás, entre o Harry e a Felicite, passou o caminho todo reclamando que gostaria de ter ido na janela. Quando chegaram o ômega mais velho ainda estava resmungando, as garotas conversavam sobre as lojas que desejavam ir e Harry olhava para os lados, meio perdido. 

— Vocês querem ir ver maquiagem com a gente? — Fizzy perguntou ao alfa lupus e o irmão. 

— Não. — Os dois responderam ao mesmo tempo. 

— Ok, a gente manda uma mensagem quando estivermos terminado. — Gemma avisou, as três se despediram e foram para uma loja. 

— Quer dar uma volta? — Louis perguntou ao alfa. 

— Claro. — Harry concordou e colocou as mãos nos bolsos de seu casaco. 

Os dois começaram a caminhar juntos pelo centro da cidade, o Tomlinson mostrava alguns lugares que ele achava legal e costumava frequentar. Harry e Louis, após caminharem por uns 30 minutos, pararam em uma cafeteria perto de onde o carro está estacionado. O alfa observava o ômega comer maravilhado um pedaço de uma torta de morango, o menor parou de comer e encarou-o. 

— Por que está me encarando? — Louis questionou.  

— Eu não sei. — O Styles riu baixo. — Nunca tinha visto alguém tão feliz em comer um pedaço de torta. 

— Bom, essa torta me lembra a minha infância. — O ômega disse sorrindo e olhou para a janela, algumas lembranças  de sua época de criança vinha em pequeno flashes, balançou a cabeça e olhou para o alfa. — Sua infância foi boa? 

— Mais ou menos. — Harry respondeu, ele não havia compreendido como Louis havia chegado a essa pergunta do nada. — Acho que por ser um lupus eu acabei entrando em mais brigas do que deveria.  

Assim Harry e Louis iniciaram uma conversa sobre como foi a infância deles, o alfa contou histórias sobre algumas confusões que ele e Gemma entravam por causa do temperamento do mais novo, e o ômega comentou coisas sobre como é ser o mais velho de tantos irmãos. Ficaram nesse assunto até verem as três garotas entrarem na cafeteria que eles estavam e se sentarem junto aos dois. 

— Eu quero torta. — Fizzy disse pegando o garfo do irmão. 

— Você compra um pedaço bem ali, linda. — Louis respondeu apontando pro balcão e fazendo os outros rirem. 

— Sem graça. — A mais nova resmungou e se levantou para ir fazer o pedido. 

Alguns segundos depois Gemma foi ao balcão pedir algo para ela e a noiva também. Quando as duas voltaram a mesa os cinco degustaram as suas sobremesas enquanto conversavam animadamente sobre os planos para o casamento do casal presente. Depois de comerem eles passaram resto da tarde andando pelo shopping, aproveitaram pra comprar algum presente de natal que faltava e ao anoitecer voltaram para a casa de campo da família Tomlinson. Estavam tão concentrados em não esquecer nenhuma das sacolas que nem notaram que havia mais um automóvel estacionado perto da entrada.  

— Mãe chegamos! — Louis gritou assim que abriu a porta de casa. 

— Voltamos antes do jantar, como prometido. — Felicite completou.  

— Se divertiram? — Johannah perguntou descendo as escadas.  

— Bastante. — Lottie respondeu sorrindo. — Nós vamos guardar as sacolas lá em cima e depois vamos te ajudar com o jantar, ok? 

Antes que a mais velha tivesse tempo de responder eles já estavam subindo as escadas juntos. Quando retornaram a sala, após guardarem todas as sacolas, encontraram Johannah conversando com Phoebe e Daisy, o assunto parecia sério. 

— Lembro quando era a gente levando bronca. — Charlotte sussurrou para o irmão mais velho, ele apenas riu. 

— Vocês foram rápidos. — Jay disse sorrindo para eles.  

— Compraram meus presentes? — Phoebe disse com um sorriso fofo nos lábios. 

— Talvez. — Louis respondeu fazendo ela fazer um bico.  

— O Stan já deu nosso presente. — Daisy provocou.  

— Stan veio aqui? — Louis perguntou olhando para a mãe.  

— Acho que ele ainda está aqui. — Fizzy disse depois de olhar pela janela.  

— Louis, seu pai e ele estão conversando no escritório e... — Johannah falava em um tom doce, até ser interrompida.  

— Conversando o que? — Louis cortou a fala dela, os outros presente na sala observavam tudo em silêncio. 

— Negócios. — A mais velha respondeu. — Quem falou que iria me ajudar com o jantar mesmo? — Mudou de assunto e abriu um pequeno sorriso. 

Louis, Lottie e Gemma se ofereceram para ajudar a mãe a fazer o jantar, Harry ficou sentado em uma cadeira apenas observando eles e participando das conversas vez ou outra. Quando tudo estava praticamente pronto Mark entrou na cozinha para avisar que convidou Stanley para comer com a família antes de voltar a Londres, ele pigarreou para chamar a atenção de todos.  

— Bom, eu convidei o Stan para jantar conosco, algum problema? — Ele perguntou olhando a esposa, as outras pessoas na cozinha olhavam pra Louis, esperando sua reação. 

— Não é pra mim que você deveria perguntar, querido. — Johannah respondeu ao marido e olhou o filho mais velho. 

— Louis? — Mark olhou o filho também. — Se você se sentir desconfortável eu falo que não vai dar. 

— A casa é sua, pode convidar quem desejar, pai. — Louis respondeu e deu um pequeno sorriso falso. 

Todos que ouviram a resposta dele sabiam que não foi sincero e que Mark não deveria ter convidado o rapaz para jantar com eles, mas parecia ser tarde demais para o alfa mais velho retirar o convite. Alguns minutos depois a família Tomlinson, Gemma, Harry e Stanley Lucas estavam comendo com um silêncio muito desagradável. 

— Sua comida está maravilhosa, Jay. — Stanley falou chamando a atenção de todos. 

— Muito obrigada mas foi o Louis, a Lottie e Gemma que fizeram praticamente tudo. — Johannah respondeu. 

— Oh, já tinha me esquecido que o Louis e a Lottie cozinhavam tão bem. — Stanley comentou sorrindo. 

— Se está tão bom, por que você não fica quieto e come? — Gemma sussurrou baixo mas o outro alfa conseguiu ouvir. 

— Algum problema, G? — Stanley questionou com um tom levemente irônico.  

— Amor, vamos comer lá na sala. — Lottie falou pegando o prato enquanto levantava, ela não desejava que a noiva arranjasse confusão.  

— Ok. — Gemma disse e acompanhou a sua ômega. 

Ninguém mais teve coragem de dizer uma só palavra depois disso, as duas só retornaram a cozinha para pegar a sobremesa e depois voltaram a sala. Louis não via a hora do ex noivo ir embora e finalmente poder ficar sozinho em seu quarto, quando ele pensou que a tortura tinha acabado Stanley parou na sua frente e tirou uma caixinha de veludo do bolso. 

— Lou, eu comprei pra você de aniversário e também como um pedido de desculpas. — Stanley disse olhando o ômega e abriu a caixinha, mostrando um anel dourado com um pequeno diamante no meio. 

—Eu não acho que seja pra mim que você tem que dar isso, com licença. — Louis respondeu e saiu da cozinha. 

O ômega foi para o seu lugar favorito na casa de campo dos pais, o quintal onde havia uma mesa comprida com um banco de mesmo tamanho de cada lado, sentou-se e começou a observar as estrelas. Louis começou a pensar em como seu mundo, onde todas as coisas estavam em seu devido lugar, começou a mudar tão rapidamente, em menos de 48 horas. Ele estava tão distraído que só notou a aproximação do alfa lupus quando o mesmo já estava parado a sua frente.