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História Ilha da Liberdade - Compenetrada


Escrita por: LyhChee

Capítulo 2 - Compenetrada


Amy

 

- Eu ainda não acredito que você está indo embora – resmungou minha mãe, ainda parada no batente da porta de meu quarto, seus braços cruzados e um sorriso triste em seus lábios.

- E eu não acredito que você não está me ajudando – reclamei, olhando frustrada para a bagunça que minhas coisas formavam ao meu redor. Eu tinha separado duas malas pretas para levar tudo que eu precisava para a faculdade, mas a minha falta de organização continuava a me surpreender.

Quem diria que colocar alguns conjuntos de roupas, objetos pessoais, alguns sapatos e meu bichinho de pelúcia favorito dentro da bagagem seria tão difícil?

- Então agora você quer minha ajuda? – riu, parecendo divertir-se com a bagunça que era meu quarto. – Nem pensar! Lá você tem que se virar.

Resmunguei algumas coisas enquanto ela ria de meu cansaço. Peguei as barras de chocolate que havia comprado e as joguei na segunda mala, enquanto me sentava em minha cama. A mulher veio e acomodou-se ao meu lado, abraçando-me.

- Mãe, estarei a apenas quatro horas de você – sorri para ela, abrindo uma barra de chocolate. – Sabe que pode me visitar a qualquer momento.

- Eu sei, mas não é a mesma coisa – disse, apertando o abraço.

Suspirei, observando o que restava de meu quarto. Eu nunca possuí tantos bens materiais, mas nunca me faltou nada. Meu guarda roupas estava vazio senão por dois vestidos, uma camiseta e uma blusa; o resto encontrava-se jogado na primeira mala que fiz. A cama em que estávamos sentadas já estava sem meu cobertor, meu travesseiro e Bruce – meu esquilo de pelúcia. Fora isso, havia apenas mais um gaveteiro no cômodo, onde guardava meus pertences pessoais e documentos; duas gavetas estavam abertas pela metade e dois terços de seu conteúdo também localizavam-se nas malas.

- Já posso ficar com o quarto? – a cabeça de meu irmãozinho surgiu na porta, parecendo animado com tamanha agitação.

- Ei, falei que você tem que esperar ela sair – minha mãe disse, sorrindo quando ele aproximou.

- Você já está dando meu quarto assim para ele? – reclamei, cruzando os braços e protegendo meu doce do recém-chegado. – Isso é traição!

Ambos riram enquanto eu fingia indignação.

Quando estavam juntos, eu não podia deixar de notar as semelhanças: os cabelos lisos e castanhos, os olhos verdes e aquela covinha quando riam. Eles eram bonitos e parecidos um com o outro. Eu, por outro lado, possuía mais genes de meu pai: meu cabelo não era liso e tinha uma tonalidade de castanho mais escura, meus olhos eram escuros e eu não tinha essa covinha.

- Vamos, não queremos que se atrase – minha mãe disse, roubando meu chocolate e passando-o para meu irmão sorridente, que pegou o doce e saiu correndo para fora do quarto berrando "Roubei! Roubei!".

Levantei-me e terminei de fechar as malas, esperando não ter esquecido nada.

Olhei para fora para me certificar que aquele garoto de oito anos já estava longe antes de fitar minha mãe nos olhos.

- Vocês vão ficar bem mesmo? – indaguei, sem tentar esconder o receio em minha voz.

- Amy, nós vamos ficar bem. Não se preocupe – ela me beijou na testa e me abraçou novamente. – Charlie já é crescidinho, e eu sei cuidar de mim mesma – sorriu.

- Mas você vai me avisar se precisar de alguma coisa, não? – insisti.

- Vamos. Você vai se atrasar – disse, levantando uma de minhas malas e saindo pela porta.

Reprimi um suspiro enquanto fazia o mesmo com a outra. Dei uma última olhada em meu quarto antes de retirar-me, para certificar de que não havia nada ali que eu precisasse levar.

Passei rapidamente pelo pequeno corredor que me levava à sala, e então pela porta principal. Ajudei minha mãe a arrumar meus pertences no porta malas de nosso carro e voltei uma última vez para pegar as roupas de cama que havia deixado em cima do sofá gasto da sala.

- Se você não voltar no Dia de Ação de Graças ou meu aniversário, nem precisa voltar – Charlie brincou, fazendo questão de mastigar o chocolate que roubara de mim.

- Eu volto, não se preocupe – sorri, bagunçando seus cabelos com uma de minhas mãos.

Apesar de tudo, eu sabia que seria difícil para ele: como nossa mãe sempre teve que trabalhar muito para que não nos faltasse comida, roupa ou abrigo, era eu quem cuidava e passava mais tempo com ele. E desde que nosso pai nos abandonou para ficar com uma mulher que devia ter quinze anos a menos que ele, tudo tinha se tornado ainda mais complicado.

- Pare de enrolar e entre no carro, Charlie – nossa mãe voltou daquele modo agitado, como sempre ficava quando estava ansiosa. – Vamos, Amy!

Abracei meu irmão com meu braço esquerdo enquanto o direito tentava equilibrar meus últimos pertences. Quando cheguei na porta, a mulher pegou o que estava em minhas mãos e sorriu para mim.

- Estou orgulhosa de você, filha.

 

- Então… Acho que isso é tudo – sussurrou minha mãe, observando minhas malas no canto do quarto e o resto dos meus pertences em uma das duas camas do dormitório.

- Acho que sim – concordei após um suspiro.

Caminhei com ela pelos corredores daquele prédio separado para alunos. O local ainda estava razoavelmente vazio, provavelmente porque ainda faltavam três dias para que as aulas começassem de fato, e a maioria dos estudantes se mudava efetivamente no final de semana.

- Obrigada por me trazer aqui – agradeci, passando meu braço em sua cintura em um meio abraço.

Notei seus olhos marejados, e logo desviei o olhar. Chorar era a última coisa que eu queria fazer no momento.

- Eu já mudei os horários de trabalho. Deste modo, posso passar mais tempo com Charlie – disse, e eu sorri. – Mas se você precisar de alguma ajuda…

- Mãe, eu já disse que ficarei bem – falei, parando a caminhada e olhando-a nos olhos. – Viemos mais cedo porque no final de semana pretendo arranjar algum trabalho, lembra?

E sorri para tentar confortá-la. Dinheiro sempre foi um problema em nossa família, mas sempre dávamos um jeito.

- Eu já disse que tenho muito orgulho de você? – seu sorriso foi fraco, e uma lágrima escapou-lhe dos olhos.

Puxei-a para um abraço quando minha visão começou a ficar embaçada. Essa era a frase que eu mais ouvia dela desde que a faculdade de Nova York me ofereceu uma bolsa integral para o curso de Enfermagem. A princípio, eu estava determinada a recusar a proposta, por mais tentadora que fosse, pois tinha em mente arranjar um trabalho que pagasse mais e fosse mais estável para ajudar minha mãe com as contas de casa, mas ela foi muito insistente e me convenceu a vir.

Até o último momento, eu planejava fazê-la mudar de ideia. Mas então dois meses atrás viemos conhecer o campus e a entrevista que me faltava para que minha vaga na faculdade estivesse garantida. Depois que ela conheceu a estrutura que me era oferecida, sua insistência piorou.

Eu entendia perfeitamente que era uma melhora significante em minha vida, mas meu coração apertava ao pensar nela tendo que lidar com tudo, e em Charlie – quem ficaria com ele?

Por fim, acabei descobrindo que talvez fosse uma boa ideia, e que nossa família poderia sim ter uma saída. Então conversei com ela e falei que aceitaria a proposta se eu tivesse independência financeira, e se ela separasse mais tempo para ficar com Charlie.

E como o campus localizava-se a quatro horas de carro de nossa casa, seria possível que eu voltasse quando necessário.

- Eu vou sentir muita falta de vocês – sussurrei em seu ouvido, e senti um movimento positivo em sua cabeça. – Vem, vamos buscar Charlie antes que ele queira comprar a lanchonete inteira.

Ela riu e nos desvencilhamos do abraço. Peguei sua mão e caminhamos assim, em silêncio, até chegarmos na lanchonete do campus.

- Mãe, quando crescer também quero estudar aqui! – meu irmão veio correndo quando nos viu. – Eles tem até Starbucks aqui dentro! E olha quantos doces!

- Isso é uma coisa que podemos resolver depois – ela riu, e senti sua mão apertar um pouco mais a minha. – Vamos, querido. Temos que ir agora – declarou, e ele fez um biquinho, cruzando os braços.

- Vamos ficar mais! – pediu.

- Você tem que ir porque não é bom mamãe pegar a estrada se estiver muito tarde e muito escuro – falei, abaixando-me para que nossos olhos ficassem na mesma altura. – Mas o tempo passa bem rápido, e daqui a pouco vamos nos encontrar, ok?

- Isso não é justo – resmungou, e eu soltei a mão de minha mãe para abraçá-lo.

- A gente conversou sobre isso – falei com a voz baixa, segurando as emoções que teimavam em vir. – Vai dar tudo certo. Mas qualquer coisa, é só pedir o celular da mamãe e podemos conversar, ok?

- Ok… – sussurrou, retribuindo meu abraço. – Mas não vale me trocar por aquele cara que você estava conversando no outro dia.

Sorri para ele quando nos soltamos do abraço.

- Você sabe que eu não te troco por nada.

Observei um sorriso triste em seus lábios e mordi a língua para não chorar. Ter que me separar dos dois partia meu coração.

- E, olha – chamei-o mais uma vez. – Eu vou sempre usar isso para me lembrar de você, ok? – então mostrei-lhe o colar que estava pendurado em meu pescoço.

Charlie sorriu ao ver o pingente de sorvete que havia me dado.

- Eu gostei muito desse colar – seu sorriso alargou-se quando suas mãos seguraram o pingente, e eu o beijei na testa.

Quando descobriu que eu ia estudar longe, Charlie resgatou as moedas que tinha economizado e comprou este colar para mim, para que eu não me esquecesse dele enquanto estivesse morando fora de casa. "Porque sorvete é minha comida preferida", ele havia dito quando me entregou o presente.

- Eu também – falei, puxando-o para mais um abraço. – Cuida bem da mamãe, ok?

- Pode deixar! – exclamou.

Acompanhei-os até o carro e dei mais um abraço apertado em cada um antes que entrassem no veículo.

Enquanto via nosso carro velho afastar-se, não consegui mais segurar as lágrimas que vieram. Eu estava sozinha em um lugar estranho. Não conseguia mais correr para os braços de minha mãe quando algo acontecesse, nem ajudar o pequeno Charlie se tivesse dúvida em suas lições de casa.

 

Respirei fundo antes de abrir os olhos para constar que não estava em meu quarto. Depois que minha família foi embora, lembro-me de ter voltado ao dormitório em que minhas coisas estavam só para arrumar minha cama e chorar sobre meu travesseiro da maneira mais contida que consegui.

Eu nunca havia ficado longe de Charlie por tanto tempo, e parte de mim insistia em perguntar como isso poderia ser diferente do que meu pai havia feito conosco. Estava deixando minha mãe e meu irmão por conta própria novamente, e tinha medo de que o pequeno sentisse raiva de mim.

Virei-me de lado na cama, ainda sob minhas cobertas, e me encolhi. Meus olhos, ainda pesados, observaram o cômodo pela primeira vez com atenção. Fora a cama que me encontrava, uma outra postava-se à minha frente, encostada na parede oposta à que a minha estava. Dois armários também ocupavam o local, assim como duas escrivaninhas e cadeiras.

Comparado com meu quarto, o lugar com certeza era grande. Minhas duas malas ainda estavam encostadas em um dos armários, e só então percebi que não havia nem me trocado: eu dormira com as roupas que usava no dia anterior.

Senti um incômodo em minha mão direita e notei que ainda agarrava o colar que Charlie havia me dado. Com algum esforço, sentei-me na cama, ainda encolhida, e segurei Bruce, o esquilo, com força. Era a única coisa que conseguia abraçar que não fosse meu travesseiro ou minhas próprias pernas.

Não sei quanto tempo permaneci nesta posição, mas foi quando minha barriga resmungou que resolvi me levantar e tomar um banho para tomar meu café da manhã. Hoje seria um longo dia.

Abri uma das malas para tirar minha necessaire e um conjunto de roupas para depois caminhar devagar até o banheiro. Ajeitei minhas coisas da melhor forma possível e tentei não pensar em mais nada quando o jato de água quente atingiu minha pele.

Após um bom banho, eu começava a me sentir melhor. Charlie havia apoiado – mesmo que indiretamente – minha decisão de vir para cá, e eu via a felicidade nos olhos de minha mãe quando planejávamos minha vinda.

Claro que não era o que minhas olheiras ou olhos inchados indicavam. Mas então não havia o que ser feito. Pensando em como a faculdade ainda se encontrava mais vazia, decidi que não me importava se as pessoas me veriam com a cara da derrota.

Respirei fundo mais uma vez e me dirigi ao refeitório do prédio, contente por não esbarrar com ninguém no caminho.

Chegando lá, me surpreendi por ter apenas três pessoas. Mas então quando olhei para o relógio pendurado no recinto e constei que ainda eram sete e meia da manhã, entendi porque o campus parecia muito mais vazio, e porque eu me sentia tão mal.

Ninguém pretendia estar acordado a esta hora em pleno sábado, antes do ano letivo começar. Sentindo-me meio tonta, peguei algumas opções de alimentos que nos eram oferecidos e sentei-me em uma das várias mesas dispostas no refeitório.

- Se importa se eu me sentar com você? – ouvi uma voz masculina e demorei a perceber que era a mim que ele se referia.

Quando ergui os olhos para encarar o dono de tal voz, deparei-me com um garoto cujos olhos eram tão escuros quanto seus cabelos negros bagunçados e razoavelmente longos. Ele usava óculos de grau que faziam seus olhos parecerem maiores, e seu semblante também era de alguém que, como eu, não havia tido uma boa noite de sono.

- Fique à vontade – falei, mas não pude deixar de perceber que ainda haviam muitas mesas desocupadas.

- Espero não estar interrompendo nada – disse ele. – Acabei de chegar e levar minhas coisas para meu quarto. Estou faminto e carente – a ponta de um sorriso brincou em seus lábios, indicando uma ponta de humor que achei bem-vindo.

Talvez sua noite não tivesse sido tão ruim assim. Sorri de volta para não parecer antissocial.

- Me chamo Kris – falou, erguendo a mão para me cumprimentar.

- Eu sou Amy – respondi, apertando sua mão.

- Desculpe chegar assim do nada, mas gosto de me juntar às pessoas com mais cara de derrotadas – piscou e sorriu.

- Obrigada, meu anjo da guarda. Mas você não parece muito melhor do que eu – sorri, retribuindo a brincadeira.

- Ah, fala sério. Eu passei a noite inteira dirigindo para chegar aqui – disse ele, e eu pude ver o cansaço em seus olhos, o que me fez imaginar o motivo de estar perdendo seu tempo comigo se poderia comer algo rapidamente, subir para seu quarto e passar o resto do dia dormindo. – O rádio do meu carro quebrou no caminho, então imagine: tudo o que eu ouvia era minha voz – fez uma careta. – Mas me diga, qual é a sua desculpa?

Abri a boca duas ou três vezes, mas decidi que não queria dizer-lhe o motivo.

- Não dormi direito – respondi simplesmente, ao que ele acenou com a cabeça. – Não é melhor você ir dormir então? – perguntei da forma mais delicada que consegui.

- Como eu te disse: passei a noite inteira ouvindo minha própria voz e estou carente – sorriu, bagunçando os cabelos. Abaixando o tom de voz, completou: – E das quatro pessoas do refeitório, me pareceu que era com você que eu tinha mais chances de vir conversar e não acabar morto ou coisa do tipo – riu.

Olhei discretamente para as outras pessoas e notei que nenhuma parecia amigável. E então tinha eu com cara de zumbi. Sorri para Kris, sem deixar de perceber como meu dia estava melhorando rapidamente.

- O que te fez pensar isso? – arqueei uma sobrancelha, achando sua expressão confusa e engraçada. Mas talvez fosse a falta de sono.

- Bom, você está usando um colar de sorvete, não?

Talvez tudo o que eu precisava era de um rosto amigável.

- Tudo o que é preciso para não parecer psicopata – ri, segurando o pingente e erguendo-o para que Kris pudesse vê-lo melhor.

- Estou curioso. O que uma garota com cara e altura de criança faz aqui a esta hora? – ele brincava com a comida em seu prato, fazendo uma carinha feliz com seus ovos mexidos e bacon. – Eu sei que a faculdade não permite crianças, principalmente a esta hora, e o ano letivo nem começou.

- Cara e altura? – fiz cara de ofendida.

- Dá pra ver as olheiras ainda, mas definitivamente cara de criança. E, vamos lá, qual é sua altura? 1,50?

- Não é justo – ri. – Eu tenho 1,55 metros.

- Oh, me desculpe – aquele sorriso brincalhão voltou aos seus lábios. – Ok, é que não lembro de te ver aqui antes.

- Ah, eu começo esse ano – dei de ombros, observando enquanto ele transformava a carinha feliz de ovos na silhueta de um gato. – Enfermagem.

Seus olhos, que antes apreciavam sua obra de arte com seu café da manhã, ergueram-se para me encarar.

- Um curso nobre. Minha mãe é enfermeira.

- Ela deve ser uma pessoa muito melhor que você – brinquei. – E você? O que faz, fora arte com sua comida.

- Isso não é o suficiente? – foi sua vez de fingir indignação, o que me fez rir. – Eu faço faculdade de Música. Estou no segundo ano.

Sorri, era um curso que eu nunca havia pensado em levar a sério. Mas também porque não possuía tempo ou dinheiro para gastar com instrumentos e seus aprendizados.

- Deve ser divertido – comentei.

- É muito legal! – exclamou, e notei que agora o gato se transformara em um cachorro. Sua comida já devia estar fria. – Você sabe tocar algum instrumento?

Neguei com a cabeça. Não era por falta de vontade.

- Nunca tive tempo para aprender – dei de ombros. Sempre fora mais importante ajudar minha mãe financeiramente, e cuidar de meu irmão.

- É mesmo? Posso te ensinar, se quiser. Tempo eu tenho de sobra – e finalmente comeu o bacon de seu prato. – Sou melhor no violão e piano – sorriu, orgulhoso de si mesmo.

- Eu ia adorar – sorri de volta.

Isso se eu achasse tempo entre meu futuro trabalho, as aulas da faculdade e os treinos de basquete – que era um dos motivos de me oferecerem a bolsa integral: eu deveria jogar pela faculdade. Mas preferi não comentar isso com ele.

- E quais são os planos para hoje? – perguntou.

- Procurar um emprego – falei, reprimindo um suspiro.

Por algum motivo que eu não entendi, ele sorriu.

- Eu também! – exclamou depois de brincar um pouco com o que restava em seu prato. – Por que não fazemos isso juntos?

Arqueei uma sobrancelha. Por acaso ele não disse que tinha passado a noite inteira dirigindo e se mudando para cá?

- Você não precisa descansar? – indaguei, apesar de gostar da ideia de arranjar um emprego junto de Kris. Ele me parecia uma pessoa muito simpática e agradável.

- Eu vou ter muito tempo para fazer isso mais pra frente – deu de ombros. – Sabe, quando eu for velho?

Observei sua expressão; mesmo falando deste modo alegre, eu não sabia dizer se era uma brincadeira ou se estava falando sério.

- Vou considerar isso como um "Sim Kris, adoro sua companhia!" – ele piscou para mim. – Que horas saímos? Antes ou depois do almoço? Porque o horário de almoço é sagrado, né?


Notas Finais


Eba! Primeiro capítulo terminado!!
Espero que goste, e obrigada por ler <3


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