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História Ilhados - Convidados


Escrita por: larihexney

Notas do Autor


Olá! Me desculpem pela demora, pessoal. Farei de tudo para que isso não se repita.
Se divirtam!

Capítulo 3 - Convidados


Marcelo:

3 de janeiro de 2017, Bahamas – 13:55 (horário de Brasília)

Não passava das 09:00 da manhã em Bahamas quando eu ouvi uma movimentação no corredor. Como estávamos no térreo, cheguei a cogitar que fossem os uruguaios ou os argentinos querendo aprontar uma com a gente. Não conseguia confiar nesses caras nem que os mesmos beijassem os meus pés. Dada a desconfiança, me virei na cama e vi o Neymar largado na cama da frente. Não hesitei em acordá-lo.

— Hey! – Chamei baixinho. Ele nem se moveu, mas eu insisti. — Acorda, lek. – Sem respostas novamente. — Neymar caceta! – Chamei e joguei um travesseiro na cara dele.

O atacante abriu os olhos já irado, mas eu fui mais rápido e levei o dedo indicador até a minha boca, em sinal de silêncio. Sussurrei pra ele em seguida:

— Tem gente no corredor.

— Quê?! E eu com isso, Marcelo? – O dono da arrogância quando acabar de acordar perguntou, com a testa franzida e irada na minha direção.

Sentei na cama cruzando uma perna, hesitando entre levantar ou aguardar mais movimento. No mesmo instante, escutei mais vozes do lado de fora.

— Tenho certeza que são esses argentinos. – Falei e bufei, já ficando irritado. — Eles estão querendo.

— Marcelo, deixa de paranoia. – O Neymar disse, tendo sua voz abafada com o travesseiro na cabeça. — Levanta pra ver, homão da porra.

Revirei os olhos, mesmo sabendo que ele não ia ver a minha cara que chamava ele de patético, e levantei num súbito. Ouvi o Neymar se movimentando e deduzi que ele havia tirado o travesseiro da cabeça. Continuei andando até a porta e a abri sem demora. Olhei para o lado esquerdo do corredor e nada vi. Pensei em já fechar a porta, mas foi quando uma voz do lado direito sussurrou:

— Bú!

— AI CARALHO! – Gritei assustado e dei um pulo.

Assim que me virei direito para ver quem era, encontrei uma figura gargalhando feito uma mistura de hiena com gazela. Era o risadinha, o palhaço, o idiota, o babaca completo do David Luiz. Óbvio. Tinha que ser ele.

— Se assustou, mano?! – Ele ria sem parar e levava a mão à altura do peito, em total desequilíbrio corporal por estar rindo muito.

Não lhe respondi e fechei os olhos, encostando na parede e levando a mão na cabeça, ainda para me recuperar do susto. Enquanto o palhaço continuava rindo, curiosos saíram dos quartos.

— Você veio, zagueirão! – O Neymar saiu do quarto e deu um abraço forte no David, que cumprimentava o atacante e ria da minha cara.

Logo o Matheus surgiu no fim do corredor para averiguar se estava tudo bem e sorriu, inclinando o corpo em direção ao quarto que dividia com o Tite, provavelmente para avisar que tudo estava certo. Depois, o Gil saiu do quarto e veio cumprimentar o David. O último a aparecer foi o zagueiro beiçudo, que saiu do quarto e trouxe consigo um cara que fazia muito, muito tempo que eu não via.

— Meu Deus, eu não acredito! – Falei em êxtase. — Julião!

O Julio Cesar abriu um sorriso e me abraçou forte.

— Quer dizer que o Julio tem abraço e eu não, né? – O David questionou fingindo indignação.

— Que eu saiba o Julio não chegou me assustando.

— Mas não me diga que esse grito foi seu, meu lateral. Tá fresquinho, hein. – O goleiro ali presente se pronunciou.

— Dá um desconto pro Marcelo, ô Julio. – Thiago interferiu. — A cara do David de fato é de dar medo.

— Mas que engraçado você, sr. Silva. Morri de rir. – D. Luiz disse e pôs sua língua de fora, revirando os olhos em seguida e sendo puxado para um abraço do Thiago.

O Neymar e o Gil assistiam a cena rindo, enquanto os convidados iam cumprimentando um a um no corredor. Acabei por abraçar o David.

— Quanto tempo, meu irmão! – Falei, dando tapinhas nas suas costas.

— Só vocês chegaram? – O Gil perguntou, ainda desajeitado.

— Não, não. – O Julio respondeu, ao lado de Gil.

— É que eu ainda estava procurando um quarto. — O David complementou.

— É esse o argentino que estava no corredor, Marcelo. – O Neymar me alfinetou, rindo.

— Argentino? – David perguntou.

— Esquece, David. Neymar é idiota. – Falei e o zagueiro dos olhos esverdeados riu.

— Mas então, se todos já chegaram, onde estão? – O Gil perguntou.

— No banho. – O Coutinho surgiu e adiantou-se ao responder. — O Oscar invadiu o meu quarto para tomar banho.

— Ah, claro... Bahamas. Estamos em Bahamas. – O Gil falou, meio que em um lamento.

— E o que é que tem? – O Phill perguntou, dando um abraço de cumprimento no Julio e depois no David.

— E o que é que tem? Calor da porra, mermão. Nem na Bahia.

E então, surgiu o Dante. O meu grito, o do David, Thiago e Neymar foi uníssono:

— Bahêaaaaa.

— Que saudade, nego véio. – O Dante disse enquanto abraçava o Neymar.

Nem terminamos de cumprimentar o Dante e o Oscar saiu do quarto com o Willian, além do nosso anão do grupo, o Bernard. Decidimos então que iríamos tomar banho, para depois termos todos um tempo juntos no terraço, antes mesmo do café da manhã.

 

 

3 de janeiro de 2017, Bahamas – 10:03 (horário local)

Daniel Alves:

Depois de todos os convidados serem apresentados à comissão técnica e aos jogadores, fomos direto para a sala de refeições, no nosso bloco mesmo. Naquele dia, só teríamos o almoço em conjunto com todas as seleções. O café da manhã era só em conjunto com o Uruguai. Decidimos, então, chegar 15 minutos mais cedo que os uruguaios para fazer a famosa resenha, afinal, havia tempo que muitos não se viam.

— Você anda comendo direitinho, Bebê? – O David perguntou ao Bernard, que estava sentado ao seu lado.

— Vai começar a papagaida. – O Dante cruzou os braços ao dizer e todo mundo que estava na mesa riu.

— Claro que ele não anda comendo direitinho, David! Olha como esse moleque tá desnutrido, magro feito o Neymar. – O Douglas Costa disse, provocando o Ney.

— Não tô te entendo. – Neymar disse balançando a cabeça em negativa e estreitando os olhos em direção ao Douglas.

— Pegou pesado, meu parça. – Falei. — Diria que o Bernard está magro feito o Lucas Lima.

— Que é que eu fiz pra sobrar pra mim, cara? – O Lucas perguntou.

Prontamente, o Gil lhe respondeu:

— Nasceu feio.

— Porque você é o nego maravilha delas, né paizão?! – Lucas Lima rebateu.

— Não prolonga a conversa porque eu tô sentindo que vai terminar no cachorro... “Nóis” é até feio, mas “nóis” não morde e assusta como o Suarez. – O Marcelo disse e a gargalhada foi geral.

Nesse mesmo momento, a seleção uruguaia adentrou a sala de refeições e foi aí que deu mais vontade de rir, mas nos seguramos. Eles obviamente estranharam, mas nos cumprimentaram com um leve sorriso mesmo assim. Levantei para dar um abraço em alguns uruguaios conhecidos, enquanto que alguns deles se sentaram em nossa mesa. Inicialmente, foi estranho. O pessoal ficou meio acuado de resenhar por timidez, mas os próprios celestes puxaram assunto.

— Qué pasó ayer con los chilenos?  (O que aconteceu ontem com os chilenos?) – Cavani, que sentou-se na nossa mesa entre o David e seu companheiro de seleção Godín, indagou.

— Fofoqueiros vocês, hein. – Marcelo alfinetou.

David arregalou os olhos, o Lucas Lima e o Neymar puseram a mão na boca para conter a gargalhada, enquanto eu dei um chute por debaixo na mesa no Marcelo, que ainda teve coragem de reclamar. No entanto, o Edinson Cavani nada entendeu.

— Foi uma confusão. – O Marquinhos tratou de dar uma resposta rápida, para que o Cavani não tivesse tempo de questionar o que o Marcelo tinha dito.

— Es que lo “burro” del Marquinhos “non” sabia hablar español. Daí o papai aquí teve que resolver. – O Neymar explicou, rindo de leve.

O Cavani estava tão confuso que chegou a dar dó. E os caras não perdoavam.

— Ele tenta, ele é bonzinho... – O Fred, que estava ao lado do Neymar, disse e alisou o rosto do atacante brasileiro. — Cavani fez uma cara de “Qué?”. O Fred complementou. — Ele “intenta”, pô. Ele intenta el español. – Foi aí que até o Renato Augusto abaixou a cabeça para dar risada e nem eu me aguentei. O Cavani sorria, tímido.

— Ô gente, não precisa fazer essa enrolada de portunhol da pior espécie não que o Cavani entende português, exceto algumas palavrinhas. – O David falou, encarando o Marcelo na última frase, que soltou a gargalhada que é marca registrada dele. — E não liga não, Edi. Eles são da zoeira, que nem eu.

Nos concentramos mais no café da manhã e o bate-papo que se seguiu foi tranquilo. Nossa comissão técnica estava sentada com a comissão técnica uruguaia, enquanto havia mais duas grandes mesas para os jogadores. Na que eu estava, só havia o Cavani e o Godín de uruguaios.

Terminando o café da manhã, o Tite pediu para que todos os brasileiros prosseguissem na sala de refeições. Depois que todos os uruguaios saíram, o professor veio conversar conosco:

— Gente, o sorteio dos confrontos de futebol será à tarde, no almoço. Vocês terão a manhã livre para se divertir. Todo mundo vai jogar nesses três jogos, incluindo os convidados. Amanhã, às 07:00 teremos treino. Arrumei um campo ótimo para vocês jogarem. O sol da manhã é traquilinho.

— Desculpa aí, professor. – O Gabigol interferiu. — Mas o sol da manhã aqui é equivalente ao sol de meio dia no Rio de Janeiro em pleno verão.

— Cala a boca, juvenil. – O Fred jogou uma bolinha de guardanapo na cabeça do Gabigol. — Que é que cê entende de sol de Rio de Janeiro se nem lá você mora?

— Eu assisto a previsão do tempo no Jornal Nacional. – Rebateu.

— Ihhhh. – Puxei o coro e o pessoal me acompanhou na reclamação. — Cala a boca, juvenil!

O jovem centroavante até tentou rebater novamente, mas se calou aos insultos de “juvenil”. O Tite assistia a cena com a mão na boca, a típica cara de quando ele está observando cada detalhe. A comissão técnica ria.

— Olha, meu recado tá dado. – O professor disse, após um tempo e se apressou, sorrindo.

Prosseguimos zoando o Gabigol, mas notei que antes de sair da sala, o Tite olhou mais uma vez para a galera inteira que dava risada ali. Entendi claramente quando ele sussurrou “Que ambiente, meu Deus! Que ambiente!”. Apenas sorri, mas possuía a mesma opinião que ele. 


Notas Finais


Beijos e muito obrigada pelos favoritos! Fico muito feliz!


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