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História I'll be good - Inveja, por motivos diferentes


Escrita por: Ghostgirlmind

Notas do Autor


Não tenho como falar nada sem dar spoiler, então boa leitura!

Capítulo 8 - Inveja, por motivos diferentes


 

I’ll be good

 

Capítulo 8 – Inveja, por motivos diferentes

 

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Narrador POV’s on

 

 O dia estava começando, era cedo quando o informante acordou e se esforçou para sentar na cama, sentir o corpo doer estava se tornando normal, ele não se incomodava muito com essa parte, o que mais doía era a sua cabeça... Era a segunda vez que transava com Shizuo e já conseguia prever o perigo que era aquela aproximação repentina, mesmo naquele momento estava ansiando pela próxima, aquilo seria um ciclo vicioso difícil de quebrar.

 Levantou andando devagar, tanto pela dor quanto por não querer acordar Shizuo. Escovou os dentes com a escova dele, era pela provocação, mas não era como se fosse um absurdo depois de tê-lo beijado tantas vezes. Voltou sorrateiramente, não queria arriscar deixar aquilo íntimo demais, não queria ficar ali quando tudo gritava “perigo”. Pegou suas roupas espalhadas pelo chão, vestindo-as apressadamente, mas não foi o bastante.

— Izaya... O que está fazendo? – O loiro perguntou sonolento.

 O informante suspirou derrotado, pegou seu casaco e o vestiu, só precisava dos seus sapatos.

— Indo para casa, não é óbvio? – Sorriu cínico vendo-o franzir o cenho irritado.

— Pulga, você não vai sair correndo assim. – Levantou vendo o morno desviar o olhar corado.

 Vestiu a sua box e se aproximou do moreno que recuava um passo para cada um do loiro, quando sentiu a parede do corredor contra as costas olhou rapidamente procurando uma rota, mas o loiro já o segurava com um sorriso assustador.

— Não seja teimoso, você vai tomar banho e comer antes de passar por aquela porta. – Disse sério.

— Por quê? O Shizu-chan quer voltar a cuidar de mim? – Sorriu provocante.

 O loiro revirou os olhos. Não planejava falar dos seus – recém-descobertos – sentimentos pelo informante, não quando estava assustado com o que aquilo significava, além de conseguir ver a aversão de Izaya à relacionamentos afetivos, sabia bem que a palavra “amor” o faria fugir do Heiwajima. Primeiro precisava se acostumar com a ideia, depois precisava fazer Izaya se acostumar com a ideia, isso se fosse correspondido, Shizuo ainda estava inseguro quanto a isso.

— Você está no meu apartamento, e essas são as regras! – Disse irritado vendo o moreno rir.

 Mas não foi uma risada sarcástica como estava acostumado, ele riu de verdade. Shizuo sentiu o coração disparar e precisou segurar a vontade de sorrir com isso.

— Shizu-chan, eu só sigo as minhas regras. – Agora ele sorriu em provocação.

— Ah, entendi... E daí? – Sorriu assustador fechando o punho e acertando a parede ao lado do rosto do informante, abrindo um buraco no concreto que fez o moreno prender a respiração e estremecer levemente antes de sorrir animado.

— Acho que fiquei interessado em como você vai me obrigar a tomar um banho aqui. – Mordeu o lábio inferior sentindo o rosto aquecer com o pensamento.

 Shizuo respirou fundo irritado por ter imaginado algumas estratégias que não terminavam com o Orihara sozinho no chuveiro.

— Pervertido~ – Izaya cantarolou se divertindo com o rosto vermelho e irritado.

— Cala a boca. – Disse sério, tentando controlar a vontade de quebrar a cara dele.

— Que feio Shizu-chan, você estava pensando coisas indecentes comigo, não é? – Provocou ganhando olhos estreitos e irritados, contrastando com o rosto vermelho e envergonhado.

 Essa expressão foi o paraíso de Izaya, sorriu satisfeito apreciando-o até ser jogando no ombro do loiro, do nada.

— Ei! Shizu-chan! Não me carregue sem permissão! – Se debateu sentindo o rosto arder, baixou sua guarda e foi pego.

 O loiro o colocou no chão, trancando-os no banheiro antes de arrancar o casaco dele, jogando o mais longe possível, ciente das lâminas guardadas ali, Izaya o olhou incrédulo.

— Isso é sério?! Isso foi infantil, até para você! – Cruzou os braços.

— A sua birra é que é infantil! – Rebateu se acalmando um pouco antes de prensá-lo contra a parede.

 Izaya corou tentando soltar os pulsos da mão que os segurava, inutilmente. Viu o loiro arrancando seu cinto e engoliu em seco quando abriu o botão da calça e logo o zíper, desviou o olhar começando a cogitar a sua própria provocação.

— Shizu-chan. – Chamou o sentindo deslizar a mão pela sua bunda por dentro da calça a abaixando lentamente, o olhando nos olhos.

— O que? – Perguntou aproximando o rosto, o moreno sorriu, era o que queria pedir.

 Juntou seus lábios aos dele e não demorou para Shizuo esquecer o seu objetivo e se concentrar em explorar a boca do informante, o beijo intenso bagunçando os pensamentos, o loiro soltou as mãos do informante, constatando que ele não tinha mais intenção de fugir – pelo contrário.

 Partiram o beijo ofegando e o moreno tirou a própria camisa, terminando de tirar a calça e a cueca, o loiro se livrou da cueca constatando que as provocações não surtiram efeito apenas nele, sorriu de canto antes de se aproximar beijando o pescoço do moreno, sentiu as unhas curtas correrem por sua nuca sem um pingo de delicadeza, passou a morder e marcar fortemente a pele, começando a ouvir suspiros e gemidos baixos – era esperado, conhecendo Izaya e os gostos preocupantes.

— Aahh... Eu te odeio... – Izaya resmungou entre o gemido fazendo o loiro sorrir.

— Eu também te odeio, e muito. – Disse ouvindo o riso baixo ser substituído por gemidos quando suas mãos desceram pela cintura, alcançando a bunda, apertando e arranhando sem muito cuidado.

— Mmm... Shizu-chan~ – Sorriu fechando os olhos em deleite.

 O moreno recuperou um pouco de ar abrindo os olhos e descendo os olhos, mordeu o lábio inferior orgulhoso do seu trabalho até ali, adorava ver o quanto conseguia atingir Shizuo com as menores coisas, que normalmente não teriam efeito em mais ninguém.

 Foi tirado dos seus pensamentos ao ser puxado para o box, o chuveiro foi ligado e aproveitou para se molhar no caminho até as suas costas atingirem os azulejos, puxou o loiro e sorriu de canto segurando os dois membros juntos, começou a se movimentar rapidamente.

— Arhh... Droga... – Praguejou encostando a testa no azulejo ao lado, e um pouco acima de onde o informante estava.

— Mmmh... Shizu-chan... – Gemeu aumentando o ritmo.

 O loiro molhou a mão, aproveitando-se da distração do informante, levou um dedo até a entrada dele, adentrando-o lentamente.

— Aahh... Isso dói, Shizu-chan. – Gemeu e disse aquilo sorrindo em deleite, o loiro o olhou em julgamento e incredulidade.

 Concentrou-se apenas mover o dedo lentamente, sentiu Izaya parar a masturbação agarrando-se nos seus ombros, o abraçando e deitando a cabeça na curva do seu pescoço, ouvia os gemidos baixos em seu ouvido e agradeceu mentalmente ele ter parado ou não resistiria mais. Notou os gemidos mudarem, parecendo mais manhosos do que antes, suspirou sentindo o rosto esquentar e então acrescentou mais um dedo, entrando tão devagar quanto o primeiro.

— Aahh... S-Shizu-chan... Vá m-mais... Rápido. – Gemeu arranhando as costas do loiro o sentindo obedecer, sorriu antes de morder o pescoço do loiro fortemente, ganhando um rosnado irritado.

 Shizuo cerrou os olhos com a provocação, começando a entrar e sair com os dedos rapidamente, o sentiu arranhar e apertar a pele com gemidos de dor misturados com o prazer, o viu empinar e mordeu o lábio inferior, claramente atingido.

— Aaahhn... M-mais... Shizu... Aahh! – Gemeu descendo as unhas do peito para a barriga por impulso, sentindo o loiro perder a pouca delicadeza que era capaz de oferecer.

— Arhh... Droga, chega. – Resmungou retirando os dedos e ouvindo um gemido em protesto.

 Izaya estava prestes a reclamar quando foi virado de costas para o loiro, empurrado contra o azulejo, apoiou os braços ali impedindo a sua cabeça de ser jogada, mais uma vez, contra uma parede. Sorriu animado olhando para trás com os olhos felinos brilhando em antecipação.

— Que rude Shizu-chan! – Brincou vendo-o se irritar.

 Adorava a facilidade de tirá-lo do sério no sexo, ele sempre ficava impaciente e por isso, irritável.

— E você gosta. – Sorriu de canto segurando o quadril do moreno fortemente.

— Aaahh! – O gemido alto escapou ao senti-lo se enterrar em si de uma vez.

 Buscou o ar de volta aos seus pulmões tentando se recuperar, seu coração disparado não teve nenhuma folga, Shizuo continuava se movendo em seu interior, tornando seus gemidos incontroláveis e o seu prazer duplicado graças a dor e a sua satisfação de ver o loiro perdendo o controle.

— Haahh! S-shiz... Aahhh! – Buscava apoio no azulejo molhado, como tudo em volta, os incluindo.

— Aarrhh... Ahh... – Gemeu apreciando a visão do corpo magro e pálido totalmente marcado.

 O loiro tinha a água caindo em suas costas, sentia o ardor recente causado pelo moreno completamente entregue apoiado no seu azulejo.

— Aaahh... M-mais... Haahh...Shizu-chan!

 O loiro sentia os tremores aumentando a cada gemido extasiado que ouvia, com a acústica daquele banheiro, ouvia os gemidos ecoando para o seu deleite. Notou as pernas trêmulas do informante e o segurou com mais firmeza. Os gemidos se misturavam, as expressões ressaltando o prazer incontrolável e os olhos nublados e corpos trêmulos só confirmava o quanto estavam entregues.

— Haahhh! S-shizu-chan... aahhh! – Gemeu apertando os olhos fortemente sentindo-se desfazer-se.

— Aaarrhh! Ahh Izaya! – Gemeu se desfazendo dentro dele.

O loiro inclinou-se sob o corpo do moreno, o abraçando e deitando a cabeça na curva do pescoço dele. Adorava poder abraçá-lo e tocá-lo, amava a pele macia quase sempre marcada por si, a voz dele sempre soou sexy aos seus ouvidos, mas os gemidos dele superavam isso facilmente, odiava esconder isso por medo.

— Ahh... Às vezes acho que você está tentando me deixar paraplégico. – Suspirou em deleite, o sentindo sair de si.

— E às vezes eu acho que é o que você está tentando conseguir de mim. – Riu.

— Não, mas o perigo é real. – Sorriu virando-se para o loiro, entrando na água com um suspiro aliviado.

— Isso é culpa sua, e você sabe. – Disse segurando o rosto dele pelo queixo firmemente, o levantando para juntar aos seus.

 O moreno levou os braços ao pescoço do loiro, entregando-se completamente, o permitiu tomar todo o controle, apreciando o beijo necessitado, quase... Desesperado. Mal sabia o Orihara que ele estava desesperado, não queria deixá-lo ir, não assim, tão friamente... Queria ser mais que a foda conveniente dele, sabia que precisava ter paciência com Izaya, ele não era exatamente bom em manter relações pessoais.

 Partiram o beijo e tomaram um banho rápido, deixando o box antes que uma coisa levasse a outra, de novo. Izaya se vestiu, segurando o casaco e o deixando no sofá enquanto esperava Shizuo se vestir.

— Shizu-chan, eu acho bom você ter café! – Gritou da sala.

 Logo o loiro apareceu vestindo sua típica roupa de barman, respirou fundo buscando paciência quando foi para a cozinha, sendo seguido pelo moreno. Izaya sentou-se na bancada da pia, acompanhando o loiro andar pela cozinha, ele fez o café e encheu uma caneca, estendendo para o moreno que aceitou.

— Ah... Seu café é fraco... Como não estou surpreso? – Provocou depois de beber um gole.

 O loiro o encarou pensando se deveria ou não jogar o café fervendo no rosto dele, decidiu se segurar.

— Então não bebe! – Disse.

 Alcançou ovos na geladeira e pegou uma frigideira, Izaya ficou quieto tomando pequenos goles, encarando o loiro de perfil, achava tão irritante o fato dele não ter nenhum ângulo ruim, sempre o achou lindo, mas de uns anos para cá sua mente começou a classificá-lo como perfeito. Quando deu por si o loiro já estava servindo-o, ia reclamar por não ter pedido comida, mas aceitou, já estava ali mesmo.

 Seguiram para a pequena mesa na cozinha, sentando um de frente para o outro, comiam em silêncio trocando olhares breves vez ou outra, ambos perdidos em seus pensamentos, os dois pensando no quanto gostavam de ficar juntos, pensavam no seu amor um pelo outro, e no fim, os dois chegaram à mesma conclusão “Melhor não contar, ele vai se afastar”.

— Obrigado pela refeição! Estava péssima, mas o que vale é a intenção. – O moreno sorriu levantando e indo pegar seu casaco para sair.

— De nada, pulga desgraçada. – Riu levantando e seguindo até a porta com ele.

 Apoiou a mão na porta quando o informante foi abrir, o informante se virou com um olhar impaciente.

— Espero que você consiga correr, não vou ser tão gentil da próxima vez que te ver em Ikebukuro. – Ameaçou levando uma mão ao rosto corado, deslizando o polegar sob a bochecha e lábios.

 Izaya sorriu provocante mordendo o dedo parado no seu lábio inferior, ganhando olhos irritados, o soltou mordendo o lábio inferior e rindo divertido.

— Mal posso esperar! Isso se você me pegar! – O empurrou abrindo a porta e passando por ela.

 Suspirou tentando acalmar seu coração, tirou o celular do bolso deixando o prédio e retornando a ligação de Namie. O loiro respirou fundo querendo a sua calma de volta, aquele informante era irritante sem fazer esforço, sentiu seu pescoço doer e seguiu para o banheiro tocando a mordida com o indicador, aquilo ficaria marcado por um bom tempo... Não estava arrependido, então não tinha motivos para reclamar nem dessa mordida e nem das outras marcas bem visíveis.

 Já havia se conformado que a cidade inteira já sabia, havia visto a tal investigação no fórum dos Dollars ontem, apesar de ser uma, clara, invasão de privacidade, achava engraçado pessoas perderem seu tempo stalkeando ele e o informante. Escovou seus dentes e pegou seu celular e chave, deixando o apartamento, chegaria um pouco mais cedo, ao menos podia andar com mais calma.

 Odiava admitir, mas nunca se sentiu tão em paz como as duas vezes em que transou com Izaya, todo o seu estresse era direcionado ao sexo e no dia seguinte se sentia saindo de uma meditação de semanas. Parou de andar surpreso com uma equipe enorme arrumando equipamento de filmagem bem no centro da cidade, espiou entre os curiosos achando seu irmão falando com alguém da equipe, não tentaria falar com ele no meio de tanta gente, sabia que a sua fama prejudicaria o trabalho de Kasuka, sem falar que descobririam o nome real dele. Seguiu andando com as mãos nos bolsos até parar perto do Russia Sushi quando seu celular vibrou, o tirou do bolso desbloqueando e abrindo a notificação de mensagem, estava pronto para ignorar já que vinha de um número desconhecido, mas a curiosidade o fez abrir.

“Shizu-chan~”

 Era só o que precisava para saber de quem era, sorriu salvando o contato de Izaya e seguindo seu caminho até a praça que sempre ficava para matar o tempo, ainda tinha quarenta minutos até o horário do seu expediente, sentou-se em um bando tateando todos os bolsos percebendo estar sem cigarros, pensou em ir comprar, mas estava tão calmo, podia sobreviver aquele dia sem fumar.

— Ah, Shizuo-senpai. – Ouviu uma voz feminina e virou-se.

 Vorona se aproximou sentando ao seu lado, viu o curativo no braço dela e lembrou daquela briga por ciúmes que nunca pensou que viveria.

— Bom dia. – Disse ao notar que ela parecia distraída, talvez nervosa.

— Bom dia... – Ela disse desanimada desviando o olhar para o pescoço dele.

 Sentiu uma pontada no peito seguido pela tristeza que estava se tornando comum, sabia exatamente quem havia feito aquilo... E pior, sabia que aquilo era uma prova da sua derrota.

 Odiava Izaya por ele ser um inimigo odiado por Shizuo, mas agora o próprio Shizuo não o odiava mais, mas agora ela tinha os próprios motivos para ter aversão à ele e seria muito difícil superar isso e esquecer essa briga. Ele tinha Shizuo, ela não entendia como ele fazia aquilo, ter tanto controle sob alguém que nem mesmo gosta de você... Mesmo não gostando, Shizuo continuava atraído por ele, pareciam imãs de pólos opostos, não existia forma de os separar, se nem o tal ódio conseguiu, o que poderia? Ela? Não, Vorona não era tão irrealista assim, sabia que não tinha influência o bastante sob nenhum dos dois.

 E isso a magoava muito. Ela sabia que nunca teria o que Orihara Izaya tem, mesmo que quisesse com a própria vida, mesmo se tentasse tomar, não adiantava ir contra os fatos, os dois sempre estiveram ligados desde que se conheceram, mesmo que de uma maneira nada saudável, eles eram ligados, um laço que não tinham com mais ninguém... E agora isso? Agora os dois tinham algum envolvimento romântico, continuavam com as suas diferenças que os mantinham ligados e agora tinham uma proximidade além do normal.

 Vorona queria Shizuo, queria ter próxima dele, queria um envolvimento amoroso, queria Orihara Izaya longe de Ikebukuro, longe de qualquer lugar, longe do mundo. Não entendi por que ele, por que o informante era o único ser insubstituível para Shizuo, não entendia por que ele precisava tanto de alguém cruel como Izaya, não entendia qual era a necessidade que os dois tinham um do outro.

 Vorona estava cansada de se sentir dessa forma, injustiçada, cheia de rancor e inveja... Sequer sabia o que podia fazer para acabar com isso, sabia que ficaria bem tendo Shizuo para ela, mas isso parecia fora de cogitação, ele parecia inalcançável agora, mais do que antes. Seu plano era ficar próxima dele e então confessar os seus sentimentos, mas havia demorado demais, perdeu a sua chance, agora ele era de Izaya e parecia muito bem assim... Como se fosse natural ser dessa forma, isso era frustrante.

 Shizuo levantou e a loira o seguiu, andaram até o ponto de encontro com Tom, o encontrando lá, ele acenou sorrindo e os três se juntaram andando juntos, até que o chefe olhou bem para Shizuo, apertou os olhos para ter certeza do que viu.

— Shizuo, isso aí é uma mordida? Não está um pouco... Forte demais? – O homem perguntou curioso.

— Ah, sim... O Iza– Parou de falar corando ao perceber que ia falar mesmo aquilo em voz alta.

 Estava tão distraído que disse o que não queria. Tom o olhou surpreso e logo riu, disfarçando com uma tosse.

— Entendi... Agora faz sentido. – Tom disse engolindo o riso.

 Vorona rangeu os dentes se sentindo mais irritada do que esperava, os devedores teriam problemas hoje.

 

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Os olhos avermelhados brilhavam perigosamente, estavam estreitos e o seu sorriso habitual de divertimento havia desaparecido, ouvia atentamente mais um cliente seu desfazendo o negócio por ter conseguido as informações mais baratas nas mãos de outro informante.

— Sim, eu entendo. – Disse mantendo o tom de voz de sempre, não admitiria deixarem notar que foi afetado.

 Ele era um Deus, inatingível... Ou era o que dizia a si mesmo e planejava manter dessa forma.

— Obrigado. Agradeço o esforço e me desculpe tomar o seu tempo. – A voz masculina disse do outro lado da linha.

— Não se preocupe com isso, até um próximo negócio, quem sabe. – Disse amigavelmente encerrando a ligação.

— Parece que temos alguém roubando os clientes, espero que ele cresça no ramo, talvez precise de uma secretária. – Namie sorriu divertida.

— Quantos você cancelou? – Perguntou sério, ignorando completamente a provocação, ele realmente estava irritado.

— Dois. – Ela disse.

— Então são cinco... Esse desgraçado deve estar se divertindo. – Resmungou girando a cadeira para a janela.

 Respirou fundo olhando a vista da cidade. Estava tudo bem, ainda era dono de tudo, tinha aquele impostor sob controle, podia acabar com ele naquele instante, mas queria ver a briga de gangues que ele estava planejando, poderia aguentar mais alguns dias, estava há horas vendo brigas de gangues pequenas e sabia bem que Aoba estava conseguindo mais membros para aquela rebelião, queria vê-lo criar um inferno antes de jogá-lo para o diabo.

 Seu celular tocou, atendeu esperando outro cliente cancelar, mas não foi o caso.

— Orihara-san, eles mudaram o local de reuniões, estão na escola abandonada agora, aparentemente estão todos na quadra coberta. – Um voz masculina soou.

 Sorriu invadindo as câmeras e buscando a daquela rua, ficaria de olho, em uma emergência podia acabar com eles todos de uma vez.

— Obrigado, foi de grande ajuda. – Disse desligando.

 Não estava nada ansioso para fechar as contas daquele mês, o único cliente que concluiu o negócio foi o homem em busca do nome do sequestrador da sua filha, foi um trabalho fácil e mesmo assim cobrou caro se aproveitando da sede de vingança do homem para equilibrar as suas perdas graças ao garoto incômodo.

 O interfone tocou, observou Namie ir atender, segundos depois ela se virou para o chefe.

— O Shiki Haruya quer falar com você. – Ela disse.

 O moreno cerrou os punhos, irritado, aquela era a sua semana de azar? Não era a hora da Awakusu-kai intervir, nem era para eles ficarem cientes daquela movimentação, ainda não estava os afetando, então o informante não cogitou que eles fossem competentes ao ponto de cuidarem daquela região com tanto afinco, era cômico já que o informante passava fácil pela segurança e vigilância deles, era difícil acreditar que eles sabiam o que estavam fazendo.

 De qualquer forma, sabia que não podia deixá-los intervir, eles não fariam isso como Izaya queria, então precisava fazer ele mesmo, aquilo era uma briga pessoal, não aceitaria a Awakusu no seu caminho.

— Deixa subir... E pode ir embora agora. – Disse.

— Tá. – Ela deu de ombros respondendo o porteiro.

 Pegou suas coisas e saiu sem olhar para trás, cruzando com Shiki na porta do elevador, não gostava de nenhum Awakusu, mas aquele homem de fala gentil e voz calma nunca a enganou, sabia que era tão abominável – ou até mais – que os que deixavam isso evidente. Entrou no elevador encarando-o bater na porta, as portas de metal se fecharam e se perguntou o que faria caso a Awakusu se livrasse de Izaya... Não queria descobrir, seu salário era muito bom, apesar de ter que aturar um chefe com complexo de superioridade.

— Boa noite, ficou com saudades do meu rostinho? – O informante sorriu o deixando entrar.

— Sempre. – Riu e Izaya escondeu o olhar enojado.

— Aceita uma bebida? Água, café? – Sorriu o guiando ao sofá, ele se sentou.

— Não, obrigado. – Disse e o informante sentou-se ao lado dele.

— Acho que você já sabe o motivo da minha visita hoje. – Disse sério.

 Izaya assentiu cruzando as pernas e os braços, mantendo o olhar firme e o sorriso cínico habitual.

— Essa movimentação estranha de gangues está incomodando o chefe, ele anda um pouco paranóico, mas acho que dessa vez é bem possível que seja uma rebelião. – Shiki começou.

— E vocês querem que eu descubra o que estão fazendo? – Perguntou.

— Sim, mas eu ouvindo rumores de que tem outro informante diretamente envolvido com isso... Nós podíamos só descobrir o que estão fazendo e acabar com todos eles do nosso jeito e tudo se resolveria, mas eu pedi um tempo ao chefe, para vir aqui te propor algo... – Ele sorriu.

 Izaya estreitou os olhos quando ele se aproximou, passando o braço para o encosto do sofá às suas costas.

— Achou que eu quisesse me livrar do novo informante e agora está sugerindo que pode conseguir isso para mim? – Sorriu entendendo onde ele queria chegar.

— Gosto disso em você, você é inteligente, trabalha muito bem, nunca decepciona. – disse deslizando os dedos na nuca do moreno.

— Eu sou muitas coisas, Shiki-san, mas eu não sou idiota. Por que não me diz de uma vez o que você em troca? – Sussurrou provocante.

 Não era como se fosse a primeira vez que Shiki o dava um trabalho conveniente a troco de algum tempo na sua cama. Aquela nunca foi a sua moeda de troca, Shiki era o único passível de tê-la, já que a Awakusu poderia facilmente encomendar a sua cabeça. Mas não era como se odiasse ou gostasse, simplesmente não se importava, era irrelevante. Sempre foi assim, sentimentos enterrados e pensamento lógico sem interferência emocional que – provavelmente – seria contra aquela sugestão.

— Você. – Sorriu.

— Tudo bem, eu quero autonomia total nesse trabalho, vou relatar tudo sobre o progresso, mas quero vocês longe ao menos que eu peça ajuda. – Disse firme o sentindo deslizar a mão pela sua coxa.

— Certo, vou convencer o velho a aceitar todas as exigências. – Sorriu aproximando-se do mais novo, beijando-lhe o pescoço.

— Vai fazer tudo isso para mim? Que atencioso. – Sorriu sarcástico.

— Considere-se me devendo. – Sussurrou antes de juntar seus lábios aos do informante.

 A mão apertava e subia a coxa enquanto a outra fazia o seu caminho subindo a barriga lisa por dentro da camisa preta, Izaya encarava o teto soltando um suspiro ou outro enquanto sua mente se esforçava por substituir a figura de Shiki por Shizuo, mas era difícil quando o loiro era muito melhor.

— Não sei o que vê no Heiwajima, tantas marcas doloridas, eu serei mais gentil. – Disse ao retirar a camisa do moreno, deslizando os dedos pelas marcas.

— Sim... O Shizu-chan é um monstro. Ainda bem que eu tenho o Shiki-san, não é? – Sorriu achando graça por ele não notar o sarcasmo.

 Decidiu afastar de uma vez aquelas comparações, ou seria impossível continuar, apenas se concentrou em Shiki, desfrutando daquele sexo vazio que o deixaria ainda mais perto da sua tão desejada vingança.

 


Notas Finais


O que acharam? Me contem, estou curiosa!
Até o próximo cap!


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