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História I'll be there - Oitavo


Escrita por: Evil_Queen42

Notas do Autor


Sem demoras dessa vez.
Bebês, já somos quase 300 favoritos e a fic não tem nem 10 capítulos, vocês não têm noção do quanto eu tô feliz. Obrigada mesmo!!
Boa leitura.

Capítulo 8 - Oitavo


Sasuke não tocou no assunto de Sakura vir até a casa dele para assistir filme. Creio que ele não levou a sério, caso contrário teria avisado para sua mãe que receberia visitas.

Quando Sasuke saiu do banho e foi escolher o que vestir, parado de frente para o seu guarda-roupa, me senti tentada a fazer sua toalha cair no chão. Seria cômico e lindo, afinal, já vi várias vezes o que está por baixo dessa toalha, não me importaria em ver mais uma vez. Ah,como sinto falta disso, dos nossos momentos de intimidade como namorados.

E daí que sou um fantasma agora? Ora… sou um fantasma que namorou por anos com essa lindeza, devo conhecer esse corpinho em todos os ângulos.

Mas a janela está fechada, seria suspeito se a toalha dele simplesmente levantasse ou caísse. Acho que Sasuke ficaria assustado, não quero isso.

Alguém deu duas batidas na porta, então Sasuke foi abrir.

— Mãe, eu tô me trocando. — Ele resmungou, escondendo metade de seu corpo atrás da porta que não foi completamente aberta.

— Filho, a Sakura está aqui.

Sasuke arregalou os olhos.

— A Sakura?

— É. — Assentiu.

— Caramba, mãe, diz pra ela que eu tô dormindo. — Insistiu em tom de voz baixo.

— Não, senhor! — Mikoto brigou — Você tá precisando se distrair, conversar com alguém, pelo amor de Deus! Você mal fala com seus amigos desde que a Karin morreu!

Sasuke soltou um suspiro alto.

— Mãe, por favor…

— Por favor digo eu, Sasuke! — Disse em tom sério — Se veste logo e vai receber a Sakura. Anda!

Sasuke não retrucou, mas é óbvio que não gostou muito da ordem que recebeu.

Ai, como é marrento!

Ele fechou a porta e revirou os olhos, voltando a escolher uma roupa para se vestir.

— Saco! — Resmungou — Eu não imaginei que aquela louca estivesse falando sério!

— Ah, meu amor, se tem uma coisa que eu aprendi na vida é que nunca devemos subestimar a Sakura… Minha amiga é maluquinha.

— Ela nunca me suportou… — Ele pegou as roupas que iria vestir e jogou sobre a cama, fechando em seguida as portas do guarda-roupa — Eu sei que ela tem boas intenções, e sei que faz isso mais pela memória da Karin do que por mim, mas custa respeitar minha vontade de não querer ver ninguém?

— Bebê, suas vontades muitas vezes não devem ser respeitadas… Você vai se isolar do resto do mundo só porque eu morri?

— Ela tá forçando uma amizade que não existe…

— Pode existir, é só vocês pararem de agir feito crianças. Amor, faz só uma forcinha, tá?

Ah, como eu queria que ele pudesse me entender… Complicado.

Sasuke terminou de se vestir rapidamente, mal secou os cabelos, então jogou sua toalha molhada de qualquer jeito sobre a cama e foi para a sala, onde Sakura o esperava sentada no sofá.

— Então, já escolheu o filme? — Sakura perguntou sorridente.

Sasuke suspirou derrotado e sentou ao lado dela.

— Digamos que eu não te levei a sério. — Confessou.

Pois é, caro Sasuke, aprenda a levar essa criatura a sério.

— Nossa, e você não tem filme legal aí?

Acho que Sasuke pensou que ela fosse desistir disso tudo, levantar e ir embora. Ah, mas é de Sakura Haruno que estamos falando, uma pessoinha que quando põe algo na cabeça ninguém no mundo tira.

— Tenho alguns, mas não sei se você os consideraria legais. — Deu de ombros — Tem ação, suspense, ficção científica, terror…

— Ah, não gosto desses filmes. — Ela fez uma careta infantil — Não tem um romance?

Se alguém pudesse me ouvir, com certeza se assustaria com a gargalhada que eu dei. Sasuke, assistindo filme de romance? Não, com certeza não. Ele simplesmente detesta.

— Misericórdia! — Foi a vez de Sasuke fazer careta — Não, Sakura, não tem romance.

— Poxa, Sasuke… Não tem nada divertido?

— Meu irmão deve ter alguns de comédia. — Sasuke sugeriu.

— É, você está mesmo precisando rir.

Não sei que milagre aconteceu, mas Sasuke colocou um filme de comédia a pedido de Sakura. Ele nunca gostou muito desses filmes, sempre disse que eram bobos e forçados… Mas a Sakura, ah, ela adora, morre de rir por qualquer besteira. Com certeza ele colocou um filme que agradasse a Haruno apenas para não ouvir as reclamações dela sobre filmes de terror darem medo.

Eles não conversaram durante o filme. Sasuke não achou graça de nenhuma cena, mas ria das reações de Sakura, que gargalhava e chorava de rir toda hora.

A verdade é que Sasuke se divertiu mais com a presença de Sakura do que com o filme em si. Nem eu o fazia rir desse jeito, de uma forma tão natural.

Foi um momento de nostalgia pra mim, algo que realmente me deixou triste por uns instantes. Há alguns meses era eu quem estaria nesse sofá, assistindo com Sasuke, mas agora não posso mais fazer isso. Não que eu esteja triste por Sasuke estar se divertindo com outra pessoa, afinal, eu estou morta e a vida dele tem que continuar, mas sinto um aperto enorme no peito ao pensar que nunca mais desfrutarei de pequenos prazeres ao lado das pessoas que eu amo.

Sasuke desligou a televisão quando o filme acabou, Sakura ainda ria e limpava uma lágrima no canto do olho.

— Você é muito boba… — Sasuke comentou, balançando a cabeça em sinal negativo.

— Você não tem senso de humor.

— Tenho sim, mas você ri de qualquer bobagem. — Revirou os olhos.

— Você também estava rindo, Sasuke, nem vem!

— Estava rindo sim, rindo de você.

— Mas valeu a pena, não valeu? Foi divertido… — Sorriu — Você se divertiu? Eu me diverti.

O rapaz suspirou profundamente.

— Posso te fazer uma pergunta, Sakura? — Indagou em tom sério, quase melancólico, o que fez Sakura perder o sorriso que estava estampado em seu rosto.

— Pode sim, ora.

— Por que essa preocupação toda comigo?

Sakura ficou séria, fitando o chão. Ela ficou alguns segundos em silêncio total, tal como Sasuke, e nesse momento eu daria tudo para saber o que se passa em suas cabeças. Apenas posso supor, me baseando no que conheço de ambos, o que eles estariam pensando.

— Eu não sei. — Sakura respondeu com um sorriso torto, sem encarar o rapaz — Sabe, quando eu fui te visitar no hospital naquele dia, alguma coisa me disse que você precisaria de mim dali em diante.

Senti um calor tomar conta do meu peito. Com certeza isso tem influência minha.

Fui invadida por um sentimento de culpa e também de gratidão. Eu amo o Sasuke e fico feliz que Sakura se preocupe com ele, que cuide dele com tanto zelo, mas isso só está acontecendo por causa da minha influência sobre ela. Sinto como se eu estivesse usando a Sakura, como uma mera marionete.

Eu pedi, num impulso, num momento de desespero, para que Sakura cuidasse de Sasuke como se aquela fosse a única opção. Pensei no meu namorado, mas não pensei na minha amiga.

— Por causa da Karin? — Sasuke questionou.

— Talvez. — Deu de ombros — Ela era minha melhor amiga, sei que ela não gostaria de te ver sofrendo e se culpando. Seja lá onde ela estiver…

— Sakura. — Sasuke a cortou imediatamente — A Karin morreu, entendeu? Acabou. Ela está num caixão agora, enterrada no cemitério. — Ele disse sem paciência — Você tem uma visão muito romântica da morte.

Sasuke nunca foi religioso e nem nada disso, sempre foi do tipo de pessoa que acredita naquilo que os olhos podem ver. Talvez a incredulidade de Sasuke seja o que o impressa de me sentir, ao contrário de Sakura, pois ela sim crê que um espírito sobrevive à morte.

— Sim, realmente ela morreu e o corpo dela está enterrado, mas… — Sakura ponderou por uns instantes, pareceu estar insegura — Você não acredita que o espírito dela esteja vivo em algum lugar? — Indagou, fitando o rosto de Sasuke.

— Não. Ela não está mais entre nós. A morte é o fim de tudo, Sakura.

Ah, meu amado, como eu queria que você soubesse o tamanho do seu equívoco…

— Eu não posso te obrigar a acreditar no que eu acredito. — Sakura disse com um leve tom de indiferença — Da mesma forma que você também não pode mudar minha cabeça. Eu acredito que a Karin está em algum lugar, talvez até olhe por nós, e creio que um dia nós iremos nos rever… Acho que ela gostaria que eu cuidasse de você na ausência dela.

— Tsc. Tantas pessoas mais legais no mundo, por que logo você? — Sasuke questionou em tom descontraído, não tendo levado a sério as palavras de Sakura sobre meu espírito estar em algum lugar.

— Porque nós duas éramos como irmãs. — O saudosismo na voz de Sakura era quase palpável, então Sasuke abaixou a cabeça. É bom mesmo ele ver que não é o único a sentir minha falta.

Nossa amizade era muito antiga, e agora, depois de morta, percebo o quão profunda era nossa conexão.

Acho que minha ligação com Sakura era ainda mais forte do que minha ligação com Sasuke, que era meu namorado.

Eu não posso me aproveitar disso. Amo o Sasuke, mas sinto que não posso mais usar a Sakura para fazer por ele o que eu quero que faça.

— Sakura… — Cheguei perto da minha amiga, podendo quase falar em seu ouvido — Você não precisa mais fazer nada… não precisa cuidar do Sasuke caso não seja sua vontade, pois querer que você faça isso a todo custo é egoísmo da minha parte. — Suspirei triste, pois sei que Sasuke nesse momento precisa de uma base sólida para se apoiar, mas influenciar a Sakura para apoiá-lo não é correto — Você pode deixá-lo se assim preferir.

— Eu sinto muito. — Disse Sasuke — Eu me fechei tanto, recordando do nosso relacionamento, sofrendo com as lembranças, que até esqueci que a Karin era querida por outras pessoas também.

— Eu entendo você. — Ela tocou no ombro de Sasuke, então ele levantou o olhar encarou a rosada — Embora você não tenha culpa do que aconteceu, não posso te julgar por culpar-se… No seu lugar eu também faria isso.

— Desde quando você tem empatia por mim?

— Ah, para! Nos momentos sérios eu sei ser séria. — Riu — Pela memória da minha amiga que te amava tanto, eu não quero te ver sofrer… Estar próxima de você meio que me faz lembrar dela, sabe? Às vezes eu quero ter a impressão de que nada mudou.

— Eu também… — Ele bagunçou os cabelos com a mão — Você é uma pessoa irritante, mas é legal…

— Olha só quem me chama de irritante! — Entortou os lábios e fingiu indignação, fazendo Sasuke rir — O chato e rabugento da minha turma!

— Ah, eu sou rabugento? — Sasuke também fingiu indignação, arqueando uma sobrancelha.

— Demais. Parece um velho!

— E você parece uma criancinha, chata e birrenta!

Sakura gargalhou alto.

— Por que nós nunca nos tornamos amigos? — Ela perguntou mais séria, mas ainda com um ar risonho.

— Não sei. — Sasuke deu de ombros — Acho que nós somos tipo azeite e vinagre… não se misturam.

— Ah, mas dá um bom tempero! — Ela falou empolgada, rindo.

Sasuke soltou um riso anasalado.

— Você não existe…

— Ah, existo sim, e tô bem aqui!

Sasuke abaixou o olhar e pareceu pensativo por uns instantes.

— Acho que agora eu tô agradecendo por você existir… — Ele confessou em tom baixo, mas audível.

— Como assim?

— Eu confesso que não estava a fim dessa sessão cinema com você, mas me animou no fim. Obrigado.

— Não me admira você dizer que não estava a fim de fazer algo comigo… Mas não é porque a Karin morreu que você vai parar de se divertir.

— É, acho que aos poucos eu vou conseguindo me divertir de novo. — Ele disse em tom sugestivo.

— Vai sim.

É o que eu também espero.






Notas Finais


Comentários?
Bjs e até o próximo.


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