História I'll Never Be The Same Again - Love Wrong? l Amor Errado?

Why would I need their permission

Por que eu precisaria da permissão deles?

Skin and bones, I'm only human

Pele e ossos, sou apenas humano

It's in my DNA

Está no meu DNA

Suffocating just to fit in

Sufocando apenas para me encaixar

Why do I care what people say

Por que eu me importo com o que as pessoas dizem?

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Lauren

Hayley veio me acordar, embora nem dormir eu tenha conseguido. Estou agarrada ao meu travesseiro, como se ele fosse o meu último recurso no mar para me manter viva, quando ela me abraça e beija meu rosto.

-- Vem! Pedi o almoço. - me mostra seu celular.

Eu resmungo e reviro meus olhos.

Não quero comer. Não quero nada. É tão difícil assim de entender isso?

-- Vem, por favor! Você sabe que precisa comer. - ela tenta de novo e aperta a minha bochecha.

-- Preciso nada. Não quero. - faço "birra".

-- Precisa sim. - ela começa a me fazer cócegas.

Golpe baixo isso!

-- Por favo-oooor! Eu não quero comer sozinha. - ela apoia a cabeça em meu ombro.

-- Tá, tá. Eu só... Só vou no banheiro. - olho para cima e ela sorri. Me dá um beijo na testa e, finalmente, me deixa em paz.

Já no banheiro; estou me encarando (na verdade, não) fixamente no espelho, com meu rosto ainda molhado, quando mais flashes do meu passado resolvem aparecer.

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Finalmente um descanso.

Amo - amo mesmo - viajar e fazer shows, mas ter uma folga sempre é bom.

-- Boba. - digo sorrindo, com o celular na orelha, para a Camila. -- O que? Claro que não. - mexo no meu cabelo o colocando para o outro lado e ajeitando as pontas. -- Para! - cubro meu rosto com minha mão livre, como se ela fosse me ver. -- Tá me deixando vermelha já. - rio de novo. -- Camarão nada.

Toc toc

Tay-Tay, minha irmã, bate na porta aberta chamando a minha atenção.

-- Espera! Minha irmã quer falar comigo. - peço e tampo a saída de voz no celular. - Oi.

-- É a Camila? - ela questiona já sentada na minha frente.

-- É. Como você sabe?

-- Seu sorriso. - ela diz e engulo minha saliva. -- O que foi?

-- Nada. - levo o celular de volta à orelha. -- Camz, te ligo depois. Tá bom? Juro, juro. Sim, de mindinho. - desligo a ligação e o coloco na cômoda ao meu lado. -- Queria falar comigo?

-- Uhum. A mamãe me pediu pra chamar você pra ir almoçar. - ela fica me olhando.

-- O que foi?

-- Nada. É só que você mudou.

-- Mudei?

-- Aham. Seus olhos. Eles brilham mais.

Certo! Então, não é só a Camila que me deixa vermelha de vergonha.

-- Brilham? Brilham como?

-- Não sei. Só brilham, entende? Como se você... Como se você estivesse apaixonada.

Certo! Onde ela quer chegar com essa conversa?

-- Apaixonada? E por quem?

-- Pe... Pela Camila?

Certo, certo, certo. Nada de pânico. É só sua irmã mais nova. Calma! Respira. 1, 2, 3...

-- Pela Camz?

-- É. Seus olhos só brilham assim quando você fala nela, ou pensa. É ela, não é?

-- Não. Claro que não. Ela é minha amiga e só isso.

-- Tem certeza?

-- Claro que sim. A gente não... Isso... É errado. - abaixo meu tom na última frase.

-- Errado?

-- É. Você sabe. Duas... Duas mulheres juntas é errado.

-- Aí depende. Vocês duas não. Vocês até combinam. Por que é errado isso? Se vocês se gostarem, se vocês se gostarem de verdade, não vejo problema. Eu gosto dela. Essa família aqui gosta dela. Qual o problema?

-- Você sabe.

Isso é real? Ela está mesmo me falando isso?

-- Olha, eu não sou cega. Você sabe que a gente te ama. Não precisa ter medo, tá bom? - dito isso, ela beija a minha bochecha. -- Vem logo!  A comida vai esfriar.

-- Eu já... Eu já vou.

Ela sorri para mim, já lá no batente da porta me olhando, e sai.

Eu... Eu gosto da Camila? Aquele gostar?

Olho para o meu celular e luto contra a minha vontade de ligar para ela, como prometi.

É, eu gosto.

Droga!

O que eu faço? 

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Volto à realidade e... Não gosto. Eu não gosto mesmo dessa realidade. Meneio minha cabeça com um sorriso triste e, de novo, lavo meu rosto.

Droga, droga, droga!

Chego na cozinha e Hayley já está lá comendo.

-- Esse é o almoço? - questiono ao ver a caixa de pizza quatro queijos aberta. -- Pizza?

-- Sim, PIZZA. Tem comida melhor? - me questiona e já vai logo dando uma mordida no pedaço que tem na mão.

Apenas balanço minha cabeça e... rio. Sim, um riso de verdade, como já não tinha há tempos.

Se não pode com eles, junte-se a eles.

Agora eu tenho certeza, ela é sim minha amiga.

Sento-me na outra cadeira, ainda sem um pingo de vontade de comer, mas pego o pedaço que ela me oferece.

Foi bom ter conhecido ela.

Foi bom mesmo a gente virar amigas.

Certo?