Chanyeol adentrou o saguão, sua cabeça estava a mil, estava confuso sobre os próprios sentimentos, é mesmo confuso ainda sim podia distinguir o sentimento de raiva e repulsa saindo de seus poros. Observou que todos o olhavam, transparecendo medo nas íris perdidas. Ótimo, era assim que gostava. Gostava do medo, gostava do caos.
Aproximou-se da recepcionista e não pensou duas vezes antes de colocar a arma na cabeça da mesma, fitando os olhos azuis que já expeliam lágrimas assustadas. A garota tremia encolhida.
— Onde está Baekhyun?!— perguntou baixinho— Onde está Baekhyun?— repetiu em um tom mais alto quando percebeu que a morena não estava conseguindo responder sua pergunta.
E em meio todo aquele caos, ele apareceu. Transparecendo toda sua calma em um olhar vazio. O único que podia com o Park, o único também que conseguia acalma-lo.
— Deixe-a em paz Chanyeol— ditou com a voz firme, porém serena.
O maior logo obedeceu a Kyungsoo. Não que tivesse medo do baixinho, tinha apenas respeito. O Do era o único que lhe entendia, e isso fazia com que o Park tivesse total respeito pelo médico que andava pelos corredores com seu jaleco branco.
Aproximou-se, respirando fundo e com a voz falha perguntou:
— Você sabe onde está Baekhyun?
Kyungsoo nada disse, apenas fez um sinal para que o seguisse. Andaram por alguns corredores, até que pararam em frente a uma janela de vidro, onde podia ver claramente o Byun deitado em uma cama macia, com a expressão serena e calma. Estava dormindo. Ver aquilo fez o coração do Park se acalmar um pouco, e toda aquela raiva que sentia foi esvaziando de seu corpo.
Continuou seguindo Kyungsoo pelos corredores, até um certo quarto bem familiar para si. Sentou-se na cama, um pouco cabisbaixo, sabia que o menor iria dar uma bronca em si pelo "show" que fizera lem baixo.
— Me dê— viu a mão estendida pedindo à arma que ainda segurava.
Deixou o brinquedo sobre a mão gordinha, com um bico nos lábios. Ouviu um suspiro e logo sentiu a cama ao seu lado se afundar é uma mão macia começar a acariciar seus cabelos.
— Chanyeol, já lhe disse que você tem que controlar seu temperamento. Como você quer sair daqui assim? Você estava se saindo tão bem.
— Me desculpe Kyung... — sussurrou baixinho— Mas aqueles caras machucaram Baekhyun, não pude ficar quieto.
— Eles apenas fizeram seu trabalho.
Chanyeol sabia. Sabia que o trabalho dos enfermeiros naquele lugar era apenas pegar os loucos e coloca-los em seu devido canto, não se preocupando em machucar os pacientes. Isso o deixava irritado. Todos ali o deixavam irritado, menos Kyungsoo que o acalmava tão bem enquanto acariciava seus cabelos pretos de um jeito carinhoso.
Aproximou-se, deixando um pequeno selar sobre os lábios grossos. Sabia que o baixinho iria brigar consigo, mas valeria a pena os pequenos segundos que sentia a maciez dos lábios vermelhos. Aprofundou o beijo, e pela primeira vez Kyungsoo cedeu, cedeu à loucura de estar beijando um louco. Acabou se esquecendo de todos os regulamentos que decorara para trabalhar naquele hospício enquanto sentia a língua quente explorar sua boca.
Não queria viver aquele romance proibido. Então em apenas uma tacada injetou um líquido no sangue de Chanyeol que o fez apagar sobre a cama.
Enquanto saia do quarto escuro, fitou o corpo desfalecido sobre a cama. Lembrou-se do pequeno show que vira e se perguntava quem Chanyeol seria amanhã para tentar lhe conquistar mais uma vez?
Chanyeol gostava de se entregar a ilusão de que Kyungsoo poderia ser seu.
E Kyungsoo se entregava a ilusão de que Chanyeol poderia enfim melhorar um dia.
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