POV SCORPIUS
Eu vou mata-la! Quem é que ela pensa que é?
Primeiro, interrompe a minha noite com a Catherine. Ok, ela não era assim grande coisa, mas era bonitinha.
Depois, morde-me. Pronto, eu admito, talvez a culpa seja minha… Mas os dentes já foi demais, não?
Escusado será dizer que a Madame Pomfrey quase teve um ataque quando me viu, mas para piorar começou a rir depois que eu expliquei o que tinha acontecido. É, eu fiquei confuso. Porque raio ela se começou a rir? Eu sou palhaço por acaso?!
– Oh, querido não fiques com essa cara – pediu. – É que há alguns anos atrás, foi a mãe da Rose que veio aqui com o mesmo problema que tu. E adivinha quem lhe mandou o feitiço? Isso mesmo, o teu pai.
Agora, ali estava eu sentado na minha cama á espera da hora da detenção!
Não chegava ter ficado primo do Bugsbunny ainda tinha de levar uma detenção! Só mesmo comigo!
– Scorp, está na hora – informou Luke, entrando no dormitório. – A Rose já foi!
POV ROSE
Tinha acabado de limpar o meu primeiro troféu quando o Malfoy chegou.
Um já estava, só faltavam mais 500. Porque raio havia tantos trofeus?!
A Prof. Mcgonagall deixou-nos sozinhos para limparmos tudo.
Malfoy e eu não trocamos nenhuma palavra. Ele parecia chateado com algo, mas eu não sabia o que. E sinceramente, não me interessava muito! O silêncio foi quebrado quando eu colocou á minha frente uma placa de madeira.
A placa tinha 3 brasoes e por cima uma fita dourada com as palavras “Honra, Lealdade, Coragem” gravadas. Porque é que ele me estava a mostrar aquilo?
– Deve ser bom ter os pais e o tio tão bem vistos no mundo, não? – Perguntou. – Ninguém te critica ou goza contigo por isso.
Olhei melhor a placa. Em cada um dos brasoes havia um nome.
Hermione Granger. Harry Potter. Ronald Weasley.
Suspirei.
Eu sabia que tanto os meus pais como o meu tio Harry eram famosos. O trio de ouro! A salvação do mundo bruxo!
Eu orgulhava-me da mesma família que eles. Orgulhava-me todas as vezes que alguém me dizia o quão parecida eu era com a minha mãe ou pai. Orgulhava-me de tudo o que aprendi com eles e com os meus tios. Mas o Scorpius estava errado! Havia pessoas que gozavam comigo por isso!
Não disse nada, continuei a limpar os troféus do meu lado da sala. Na última estante, estava um trofeu que me chamou a atenção. Um pequeno trofeu. Um grande significado!
Levantei-me e fui em direção a Scorpius, que estava de joelhos, com o trofeu nas mãos.
– Tu estás enganado – afirmei. Ele olhou para mim, confuso. – Sobre o que disseste sobre os meus pais e o meu tio – expliquei. – Eu orgulho-me do que eles fizeram e orgulho-me de tudo o que aprendi com eles. Eu fico contente de todas as vezes que alguém diz que eu sou parecida com um deles – afirmei. – Mas tu estás enganado quando dizes que é bom ter os pais bem vistos pelo mundo. – Scorpius levantou-se. – Eu cresci toda a minha vida a saber o que eles fizeram. Quando entrei em Hogwarts todos os holofotes se viraram para mim ou para os meus primos. Todos esperavam alguma coisa. Todos tinham espectativas sobre como devíamos ser, como nos devíamos comportar. Para onde quer que fosse, alguém olhava. E isso não passou depois do primeiro ano. No segundo, as coisas só pioraram.
– Ro… - Interrompi-o.
– Os professores faziam de mim a aluna prodígio – disse. – Mas tu achas que eu queria isso?! Eu gosto de estudar, sim! Eu adoro saber a matéria e odeio quando sou corrigida! Eu admito que sou assim! Mas eu também odiava todas as vezes que era compensada ou melhor tratada por ser filha de quem era! – Admiti. – E o pior, é que eu não podia reclamar. A minha mãe gostava que eu fosse a melhor da turma, o meu pai orgulhava-se de eu ser melhor que tu – sorri. – É, o meu pai ainda não superou a briga com os Malfoy.
– Weas… - Levantei a mão, ele calou-se.
– Deixa-me acabar – pedi. – O que eu te quero dizer é que tudo o que eu fiz na altura era apenas para deixar os meus pais contentes. Era para honrar o nome da família. E tu não tens ideia de como isso me custou – afirmei. – O quanto me custava não poder sair das regras porque sabia que todos me iam descriminar. Por isso, eu tinha de ser a aluna perfeita! – Disse. – E, tu também estavas enganado sobre as pessoas não gozarem, pois TU sabes que gozavam – sorri. Eu não estava a acusar de nada. O que se passou já passou. Eu estava calma, o que era uma surpresa até para mim.
– Porque me estas a dizer isso? – Perguntou ele quase a sussurra.
– Porque eu não sou a única, cujos pais, a sociedade tem uma opinião – disse. – Eu sei toda a história do teu pai, Malfoy. Sei de todos os erros que ele cometeu e de todas as pessoas que ele magoou. – Scorpius baixou a cabeça. Devia ser difícil ouvir estas coisas sobre o pai. – Mas eu também sei que ele não as fez por mal. Ele apenas não tinha escolha! Se ele não obedece-se, outras pessoas iriam-se magoar. Pessoas importantes para ele! E eu sei o que é sofrer por outra pessoa. Por isso, eu nunca condenei o teu pai pelas coisas que ele fez. – Scorpius olhou para mim surpreso. – Eu acho que ele teve imensa coragem ao enfrentar as suas opções de cabeça erguida. E no fim, teve a coragem para fazer a escolha certa. – Entreguei o troféu a Scorpius, ele olhou para ele sem acreditar. – E eu sei, que não sou a única com a mesma opinião.
Virei costas e sai em direção ao meu dormitório.
POV SCORPIUS
Rose tinha dito mesmo que não condenava o meu pai?! Levantei a cabeça e olhei para ela. Eu não devia ter ouvido bem.
– Eu acho que ele teve imensa coragem ao enfrentar as suas opções de cabeça erguida – continuou a falar. - E no fim, teve a coragem para fazer a escolha certa.
Ela entregou-me um pequeno placar de madeira com um brasão dourado, parecido com aqueles que continham os nomes dos seus familiares, e uma fita dourada por cima. Eu não consegui acreditar no que lia.
Não prestei mais atenção a Rose, ouvi apenas o que me pareceu algo sobre ela não ser a única com essa opinião. Não me dei conta do momento exato em que ela saiu da sala, deixando-me sozinho. Quando levantei os olhos do brasão, ela já tinha ido.
Sorri e olhei de novo para o placar.
“Coragem
Draco Malfoy”
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