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História I'm Not An Error - I will take care of you


Escrita por: ArigatoHoney

Capítulo 19 - I will take care of you


•Mina•


É minha culpa. Tudo o que está acontecendo. Desde o momento em que percebi que havia perdido o Daehyun, até o momento em que percebi estar grávida e completamente sozinha, tudo era resultado das minhas ações imaturas.

Eu chorei, e muito, desde que o Dae saiu da minha casa, não só pela notícia, mas por estar preocupada, ele foi atrás do Jackson sozinho, e eu não consigo nem imaginar o que pode ter acontecido.

Jackson, como pude cair tanto nos encantos dele? Eu nem mesmo consigo explicar o que eu vi nele que me deixou enfeitiçada a esse ponto. A ponto de conseguir afastar todos os meus amigos de mim, como eu pude ser tão burra?


Eu consegui fazer um garoto doce e gentil como o Daehyun, ficar com ódio de mim. Ele, o único que realmente se preocupava comigo, e eu agora o perdi de vez.

Eu sou mesmo uma idiota, facinada pela ideia de ter alguém popular gostando de mim, a nerd viciada em quadrinhos e Harry Potter. Era como um romance colegial americano, e eu me deixei levar por isso.

No fim, eu não acabei com um final feliz, acabei sozinha, sem meus pais, meus amigos e com a responsabilidade de cuidar de duas pessoas, de mim e do meu futuro filho.


Um filho...


Como eu vou ser capaz de conceber uma criança? Como eu vou ser capaz de lhe dar uma boa vida, uma boa educação, se nem mesmo eu tenho isso.

Eu não tenho capacidade de criar uma criança, eu nem mesmo sei se tenho coragem de trazer uma ao mundo, não para deixá-lo ver a mãe dele cair em um poço sem fundo e trazê-lo junto.


Se eu tivesse o poder de voltar atrás, de reverter tudo e ter a minha pureza e dignidade de volta, eu o faria sem pensar duas vezes.


Se pelo menos eu não tivesse me abalado tanto com aquela revelação. Se eu tivesse tido pelo menos a coragem de parar aquela briga, de me jogar ao lado do Daehyun, de ajudar a Tzuyu a cuidar dele, tenho certeza que as coisas teriam sido diferentes.

Mas naquele momento eu dei as costas, e segui o caminho errado, como eu tenho feito desde que pus meus pés para fora do avião.


Acho que tudo teria sido diferente se eu nunca tivesse saído da minha vida fracassada do Texas. 

Eu não teria conhecido o Daehyun ou o Jackson, e eu certamente não estaria chorando no colo do Junior, torcendo para acordar do pesadelo que era a minha vida.


•Tzuyu•


Mais uma vez joguei meu celular para o lado, completamente frustrada e sem paciência nenhuma de dar atenção a minha vida social.

Sana me manda várias mensagens por dia, perguntando se estou bem, o que eu estou fazendo, ela diz sentir falta da minha companhia e até me manda idéias de passeios e eventos para irmos. E eu ignoro, de novo e de novo, como se ela não fosse nada de especial para mim.


Minha mente está uma completa bagunça, eu não tenho cabeça para nada. Primeiro o Jackson some, então a Mina aparece grávida, Sana tenta chamar minha atenção 24 horas por dia, e eu não consigo pensar em um outra coisa que não seja o Daehyun.

Só Deus sabe o quão arrependida eu estou de ter dado o endereço do Jackson para ele. Aquela promessa de voltar inteiro pareceu tão vaga depois que ele saiu da minha casa. Meu coração se apertou de um jeito que me deixa angustiada a níveis extremos.


Mina, tudo seria diferente se ela não tivesse chamado tanto a atenção dos meus amigos. Eu não precisaria tê-la colocado em meu grupo. E o Jackson não estaria cantando vitória sobre a infelicidade do Daehyun.


 De certa forma, a culpa também é minha, eu sempre fui tão teimosa e tão exigente a respeito das minhas amizades, tenho certeza de que eu poderia ter evitado tudo, se não tivesse colocado na cabeça que tiraria proveito daquilo.

Segundo meus planos, a Mina ficando com o Jackson o afastaria do Daehyun de uma vez por todas, e faria o meu melhor amigo se sentir bem, perto de mim, pelo menos em um lugar que não fosse em casa.

Mas eu fui enganada pela cara de santa da Mina. Eu deixei que ela se aproximasse de todos nós simultaneamente, e consequentemente virasse amiga do Daehyun. Eu deixei ela se apaixonar por ele, e deixei ela o seduzir sob o meu nariz, jurando que estaria o protegendo com a nossa história de namoro falso. 


Minha mente e meu coração entram em guerra quando penso na frustração que eu estou sentindo. 

Uma parte diz que eu falhei como amiga, quando deixei uma pessoa que amo cair na lábia de uma pessoa em quem eu nunca confiei.

A outra parte, diz que eu estou com ciúmes, e que este ciúme se deve ao fato de eu ter me apaixonado pelo meu namorado falso, a ponto de doer vê-lo sentir as dores de outra mulher.

 

Meu ponto fraco sempre foi e sempre vai ser o Daehyun. Estamos juntos a tanto tempo, que nos acostumamos a sentir as dores um do outro. Ele sabe o quão difícil é manter uma imagem perfeita só para proteger a imagem ferrada da minha família, e eu sei o quão difícil é ser um garoto trans em um continente tão atrasado como o nosso.


Quando a Sana apareceu, eu achei que fosse aliviar a barra para o Dae, deixá-lo livre de toda a cilada em que eu vivo colocando ele.

Mas tudo aconteceu ao contrário, eu alíviei a barra para o lado dele, e deixei que o peso todo caísse sobre mim dessa vez.

Ninguém nunca saberá, o quão difícil é pra mim vê-lo se arrastar aos pés da garota que ferrou com a vida dele, enquanto eu estou aqui, sendo castigada pela minha própria escolha de namorar falsamente o meu melhor amigo.


•Daehyun•

•Alguns dias depois•


Eu repeti milhares e milhares de vezes as palavras de Jeongyeon na mente, pensando cautelosamente, tentando tomar uma decisão.

Eu não conseguiria deixar ela de lado, mas não conseguiria me abrir do mesmo jeito que antes, eu teria que ser duro com ela, por mais que fosse difícil.


— Jeong, eu já estou saindo. - coloquei a mochila nos ombros e guardei meu celular no bolso.


— Espera! - ela saiu da cozinha, secando as mãos com um pano. Jeongyeon tira do bolso uma boa quantia de dinheiro e me entrega, beijando minha testa em seguida. — Se cuida, e me avise se precisar de alguma.


— Você fala como se nunca mais fosse me ver. - gargalhei e ela empurrou meu ombro, emburrada.


— Você vai me abandonar por um fim de semana inteiro, eu não tenho direito de sentir saudades? - fez um bico e eu ri mais uma vez.


— Você sabe que não tem outro jeito. - ela assente e eu lhe dou um beijo no rosto. — Melhor eu ir agora, se não vai ficar tarde. - falo dando as costas.


— Mais uma coisa. - ela chamou minha atenção e tirou do bolso uma chave. — Aqui, é um presente.


— O que é isso? - perguntei encarando seu olhar terno.


— Por que você não vai lá fora e descobre? - ela me entregou a chave e piscou um dos olhos.


Apertei a chave na mão e saí de casa nervoso. Travei na entrada quando vi uma moto novinha estacionada na rua. 

Se eu não estivesse tão atrasado, eu voltaria correndo e encheria minha irmã de beijos. Mas eu posso pensar em uma forma melhor de agradecê-la depois.


Havia um capacete no assento, e eu tratei logo de por na cabeça. Sentei na moto e ronquei o motor, deixando uma gargalhada alta de satisfação rasgar a minha garganta. Tenho certeza de que se a minha irmã ouviu, ela deve estar sorrindo largo agora.

Dei partida, pegando velocidade aos poucos, dirigindo suavemente pelas ruas do bairro. Segui todo o caminho para a casa de Junior agradecendo a Jeongyeon por tudo que ela já fez por mim, desde me ensinar a dirigir até me criar como um filho. Se eu não soubesse do nosso parentesco eu a chamaria de mamãe.


Eu subi direito para o apartamento de Junior quando cheguei ao prédio, consegui passar pela portaria facilmente, visto que já havia visitado o lugar.

Bati na porta duas vezes e esperei brevemente, até que alguém abriu a porta, Mina, para ser mais específico. Ela estava com os olhos vermelhos e me abraçou forte assim que me viu.


— Você voltou! - ela afundou o rosto em meu pescoço. — Você não me deixou.


— Eu não seria capaz de te deixar sozinha agora, Mina. - retribuí o abraço alisando suas costas.


— Obrigada por me dar mais uma chance. - rompi o contato e ela secou o rosto banhando em lágrimas com as costas das mãos. — Vem, entra.


O apartamento estava uma bagunça, diferentemente da última vez que vim aqui, alguns dias atrás. Haviam roupas, pratos, e até alguns objetos pessoais espalhados pela casa, como se alguém tivesse saído nas pressas. 

Mina não parecia se importar com a bagunça, mas Junior gosta de suas coisas muito bem arrumadas, o que me fez estranhar o ambiente.


— Mina? - chamei sua atenção, ela que estava sentada no sofá, sorrindo como boba. — Onde está o Junior?


— Ele foi embora, a dois dias atrás. - encarou as mãos e suspirou desapontada.


— Como assim? Para onde ele foi? - sentei ao seu lado no sofá, estava incrédulo.


— Ele recebeu uma bolsa de estudos para uma faculdade nos Estados Unidos, e para garantir a vaga ele precisou ir imediatamente, para começar a estudar inglês, ou algo do tipo. - fez uma pausa. — Ele adiantou o aluguel do apartamento em dois meses, e eu não sei o que eu vou fazer depois que esse tempo acabar.


— Relaxa, eu estou aqui, eu vou cuidar de você. - a abracei de lado a sacudindo um pouco, fazendo ela sorrir.


(...)


Uma música baixa e relaxante tocava no meu celular repousado no balcão da cozinha, Mina tomava banho e eu estava preparando o jantar, com tudo o que tinha nos armários, o que não era muito.

Eu consegui preparar algumas torradas e ovos, e se juntarmos com um pouco de kimchi que havia na geladeira, até que da um bom jantar fantasiado de café da manhã.

Acho que vou gastar o dinheiro que Jeongyeon me deu comprando mantimentos para esta casa.


— O cheiro está ótimo. - Mina se sentou a mesa, secando os cabelos com uma toalha.


— São apenas ovos, não tem nada demais. - desliguei o fogão, dividindo os ovos nos pratos a mesa.


— Pelo menos você consegue fritar um. - disse sem perceber e começou a comer.


— Espera, você não sabe cozinhar? - negou. — Nem um ovo? Como você vive? - me juntei a ela na mesa.


— Meus pais nunca me ensinaram, eles sempre me mimaram muito, acho que é porque eu sou filha única. - comecei a comer.


Terminamos de jantar em silêncio, aquelas mesmas palavras repetindo na minha mente. Não podia ser verdade. Como pode uma garota de 16 anos de idade não saber fritar um ovo, fazer um lamen sequer.

Eu me propus a ajudá-la, e mesmo que eu tenha que ensinar a Mina a ser mãe eu vou fazê-lo. Minha infância foi difícil, eu já passei por muita coisa e junto a Jeongyeon eu aprendi a me virar sozinho. Agora eu tenho como objetivo passar meus conhecimentos sobre o assunto para ela, uma última tentativa de ajudá-la a viver bem.


(...)


— Está ficando tarde. - Mina se aproximou de mim.


— Estou vendo. - continuei mudando os canais da televisão. — Aish, eu só queria assistir a porcaria de um filme. Por que é tão difícil de achar um filme aqui? - joguei o controle pro lado suspirando.


— Você não vai levar reclamação por chegar tarde? - cruzou os braços me encarando duvidosa.


— Eu falei com a Jeongyeon. Vou passar o fim de semana aqui. - me alonguei no sofá e vi de canto a Mina sorrir, mesmo com a sala escura.


— Eu vou tomar um banho. - me levantei. — Volto logo.


Peguei uma muda de roupa em minha mochila no canto da sala e caminhei até o banheiro observando o movimento da Myoui.

Tomei um banho rápido e me vesti tão rápido quanto, uma bermuda de moletom e uma blusa de mangas cumpridas. Voltei para a sala enxugando o cabelo com uma toalha e travei na sala observando Mina.

Ela estava deitada no sofá, olhava para o teto e acariciava a barriga com ambas as mãos, mordeu o lábio e deixou algumas lágrimas escorrerem pela lateral de seu rosto.

Eu me aproximei lentamente e sentei no chão ao seu lado, ela virou o rosto para o outro lado e secou as lágrimas com uma das mãos.


— Meu Deus, desculpe por isso. - ela forçou um sorriso e sentou no sofá com as pernas cruzadas, secando o rosto mais uma vez. — A quanto tempo está aí?


— Eu acabei de chegar. - menti e acariciei sua perna reconfortando-a. — Por que estava chorando, eu te disse que vai ficar tudo bem.


— Eu estou tentando muito ignorar o que está acontecendo comigo, m-as eu não consigo. - sua voz tremeu e ela abaixou o rosto. — Eu só consigo me imaginar daqui a alguns meses, exibindo a imagem clara de uma adolescente grávida. Chaeyoung eu não quero fazer isso.


— Não acha que é um pouco tarde para pensar nisso? Mina você não tem mais escolha, não pode desejar que essa criança suma da sua barriga do nada. Isso não vai acontecer, você tem que aceitar. - sentei ao seu lado no sofá.


— Eu não quero fazer isso. - mordeu o lábio cobrindo o rosto com as mãos.


— E o que quer fazer? Abortar? - ela tirou as mãos do rosto e suspirou como se considerasse a ideia. — Não, nem tente pensar nisso, está louca?


— Mas Chaeyoung, é a única solução. - ela virou o corpo de frente para mim e choramingou.


— Escuta aqui, você não pode nem pensar nisso, eu já disse que estou do seu lado e vou te ajudar com o que precisar. - segurei suas mãos e olhei no fundo dos seus olhos. — Mina, nenhuma mulher está 100% preparada para ser mãe, mas elas aprendem com o tempo. 


— O que eu faço? - ela desabou em lágrimas e eu a abracei forte.


— Esse não é nem de longe o melhor momento para se ter um filho. - comecei, acariciando suas costas. — Mas o que está feito está feito, e eu queria que você soubesse, que está criança não é nenhuma maldição na sua vida para que você precise arrancá-lo de você.


— Confia em mim, eu vou tomar conta de você, nós vamos passar por cima disso juntos. 



Notas Finais


Eu quero um Daehyun na minha vida, como faz?


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