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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Lembre-se


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olá meus amores...
Finalmente eu retornei não é mesmo?
Vocês não fazem ideia do sufoco que eu passei pra poder trazer um novo capítulo para vocês.
Bom, devo dizer que a segunda temporada já está com 8... Sim, eu disse 8 Capítulos todos terminadinhos... Ai meu Deus...
Enfim pessoas, acho que vocês já esperaram demais para eu ficar falando tanto aqui, então...
Bora lá... Boa leitura à todos, e espero que gostem da nova etapa em que a história está entrando.

Capítulo 1 - Lembre-se


P.O.V. Luck

 

    -- Lucas, se acalme! - Minha mãe veio assim que liguei.

 

    Estou em um quarto não utilizado. Me trouxeram para cá depois que tive um surto no quarto de Gabe e comecei a gritar para que ele parasse de brincadeira. O problema é que eu sabia que era verdade. Pude ver em seus olhos que ele realmente não me reconhecia, pois seu olhar não tinha o mesmo carinho de sempre.

    As coisas não estão onde deveriam. Após tanto tempo trancado, comecei a jogá-las contra a parede. Cadeiras, cômodas, vasos, e em um determidado momento, até mesmo a cama.

    Lanço a cadeira contra a porta pelo que me parece a centésima vez e então fico imóvel. Meus ombros começam a chacoalhar, minhas pernas cedem e caio de joelhos no chão, levando rápidamente as mãos ao rosto a fim de encobrir os soluços incontroláveis.

    Essa é a questão. Eu sei que é verdade, mas não sei como aceitar isso.

 

    -- Eu não posso mãe. - Digo com dificuldades assim que ela se aproxima e me envolve em um abraço - Não consigo lidar com isso.

    -- Eu sei filho, mas você precisa ser forte e paciente. - Ela vira meu rosto carinhosamente para que eu possa encará-la - Por ele. Eu tenho certeza de que isso é passageiro e que logo ele vai começar a se lembrar aos poucos.

     -- Ele não se lembra nem do próprio nome... Como vai se lembrar do resto? - Desvio o olhar. Parece egoísta, mas digo o que se passa em minha mente - Como vai se lembrar de mim?

    -- Eu gostaria de lhe dizer que tenho a resposta, mas não tenho. Eu sofro ao ver o seu sofrimento, ainda mais quando é claro que eu não posso ajudá-lo. Mas posso te dizer que não é impossível.

    -- E de que maneira ele vai conseguir isso?

    -- Com ajuda. - Ela sorri - Luck... Gabe tem bons amigos, e eles podem ajudar contando coisas que já passaram juntos. Os companheiros dele no Grupo de Apoio também são ótimas pessoas e têm convívio com ele por um bom tempo. Eu e seu pai podemos fazer algo, mas filho... Não conheço outra pessoa que possa ajudá-lo mais do que você.

 

    Ela se levanta e caminha pelo quarto.

 

    -- Você sabe coisas sobre ele que nem mesmo os pais devem saber.

    -- Nunca mais diga isso. - Interropo-a.

    -- O quê? - Ela pergunta assustada.

    -- Sobre os pais dele. Quero muito que ele se lembre da vida que tinha, mas ele não precisa e eu não quero que se lembre dessas pessoas. - Explico.

    -- Você sabe que não pode evitar isso não é mesmo?

    -- Mas eu posso tentar.

 

    Levanto-me. Não quero mais conversar. Vou até a janela e até o fato de a vista não ser a mesma que me acostumei a ver pelo quarto de Gabe me deixa irritado. A porta se abre. É o Dr. Davies quem aparece pela abertura.

 

    -- Srta. Baker... Por favor, queira me acompanhar. - Ele se espanta ao ver o estado do quarto, mas não diz nada.

    -- Linda, por favor. - Minha mãe pede.

    -- Desculpe-me? - O rosto dele ganha uma cor avermelhada.

    -- Meu nome. Linda Baker. Chame-me apenas de Linda, por favor. - Minha mãe explica.

    -- Ah sim, claro. Como quiser Srta. Linda.

 

    Assim que minha mãe sai do quarto para o corredor,  ele abre passagem para que uma enfermeira entre e deixe uma bandeja com o almoço hospitalar para mim. Ela olha para todos os lados, mas não tem onde colocar o objeto. Lança um olhar para Davies, e este apenas gesticula para que ela deixe no chão. Ela obedeçe apesar de não parecer contente e sai. O doutor então começa a fechar a porta quando eu corro até ela. Inutilmente, porque esta já está trancada. Lanço os pulsos cerrados contra a superficie de metal algumas vezes e peço para que me deixem sair. Mas não tenho êxito. Então fico lá sozinho outra vez. Eu, uma bandeja de comida e um quarto totalmente desarrumado.

 

P.O.V. Gabriel

 

    Me passaram uma lista com o que disseram ser o básico.

    Meu nome, minha idade, a data do meu aniversário, há quanto tempo fiquei em coma e o porque de eu estar ali.

    De todas as coisas da lista, a que me deixou mais curioso foi a causa do meu estado. Quando pergunto, alguns dizem que sofri uma tentativa de assalto e outros dizem que essa informação é irrelevante. Mas não acredito em ninguém. Algo nos olhos deles me diz que estão mentindo. Estão querendo me esconder algo.

    E aquele garoto? Pra quê tanto desespero? Sorte que lhe tiraram daqui porque, se quem me deixou em coma por sete meses não conseguiu me matar, tenho certeza que ele conseguiria.

    A porta se abre e o cara chamado de Dr. Davies aparece trazendo com sigo uma mulher.

 

    -- Olá Gabe. - Ele me cumprimenta - Essa é a Srta. Linda Baker. Vou deixar que converse um pouco com ela. - Ele coloca uma cadeira ao lado da minha cama, oferece-a e sai do quarto. Linda se senta.

    -- É... Oi, querido. - Ela parece ter dificuldades para falar comigo.

    -- Gabe... Ou Gabriel. - Instruo-a.

    -- Sim eu sei. - Ela baixa o olhar para as mãos e volta a me encarar - Você não se lembra de mim é claro, mas eu sou a mãe do Lucas. O garoto que estava aqui quando você acordou.

    -- Aquele maluco? - Dou uma risada zombeteira, quase maldosa - Espero que ele não tenha herdado aquela psicopatia de você, porquê não estou afim de ver outra pessoa dando os mesmos chiliques que ele deu ontem à noite.

   

    Ela fecha os olhos enquanto falo e faz uma careta como se não gostasse de ouvir o que eu estava dizendo.

 

    -- Luck é uma pessoa boa. Acredite. - Ela abre os seus olhos e me olha nos meus- Vocês eram grandes amigos desde a infância, mas você não tem como saber se estou falando mesmo a verdade. Tudo o que tem é a minha palavra.

    -- Você tem razão Srta. Linda. Não sei como eu poderia ter sido amigo daquele louco.

    -- Não o chame assim novamente. Por favor. - Ela pede gesticulando com as mãos e fechando novamente os olhos. Tentando manter a calma talvez?

    -- Se você é a mãe dele... Por que nao é a minha mãe quem está aqui? - Pergunto.

 

    Linda não me responde. Ao invés disso ela vira o rosto e se levanta da cadeira.

 

    -- O que foi? - Questiono-a. - Eu te fiz uma pergunta.

    -- Eu sei... - Ela me diz - É só que...

    -- Só que o quê? Eu tenho pais, não tenho?

 

    Outra vez silêncio.

 

    -- Não vai me... - Não termino. A mulher sai do quarto e fecha a porta na minha cara.

 

    P.O.V. Linda Baker

 

    O Dr. Davies está esperando do lado de fora.

 

    -- O que aconteceu? - Ele me pergunta.

    -- Ele perguntou sobre os pais.

    -- E o que disse à ele?

    -- Nada. Eu não consegui dizer nada.

    -- Você sabe que ele vai continuar perguntando Linda. E uma hora, teremos que dar uma resosta à ele.

    -- Eu sei, mas Luck não quer que ele se lembre dos pais. Talvez ele pense que dessa forma, possa fazer a vida de Gabe parecer um pouco melhor do que realmente é.

    -- Provavelnte seja isso mesmo, mas Linda, a memória é uma coisa que é adquirida e armazenada. Não é possível implantar novas memórias em alguém. Talvez, Gabe acredite em tudo o contarem para ele agora, mas não podemos determinar por quanto tempo ele não se lembrará da verdade. Então, a questão não é com ele vai recuperá-la e sim quando. E no momento em que isso acontecer, toda a fantasia irá por água abaixo, e o choque com a realidade irá causar-lhe danos emocionais impossíveis de serem previstos.

    -- Então temos que ocupar a mente dele com as melhores coisas que ele tem. Enquanto os amigos tentar fazer com que ele se lembre da amizade que nutriu com cada um. Ele não terá tempo de pensar nos pais.

 

P.O.V. Luck

 

   Começamos a colocar a ideia de minha mãe em prática.

   Gabe fora transferido para um quarto de observação, com aqueles vidros em que só se enxerga através dele por um dos lados. Isso não teria sido necessário se Gabe permitisse minha presença no quarto durante as visitas. Sei que não é culpa dele, mas é doloroso o desprezo com que tem me tratado desde que acordou.

    Emma e Scarlet são as primeiras a aparecer.

    Como sempre tem um erfermeiro ou uma enfermeira no quarto, sempre sou deixado sózinho na sala de observação. Escuto todas as conversas e descubro coisas que Gabe fez depois que nos afastamos por um tempo.

 

    -- Scarlett salvou a sua pele aquele dia. - Emma está contando como foi que ele as conheceu. - Depois você não largou mais do nosso pé e para ser sincera, eu achei legal de sua parte voltar a conversar conosco no dia seguinte.

    -- E o que eu estava fazendo vigiando por cima da cerca dessa tal casa? - Emma diz uma coisa que pensei ser verdade naquela hora, mas depois, ela me conta que na verdade ele estava tentando pegar um dos bonecos colecionáveis do vizinho para me dar de presente. Como sua mãe não lhe daria dinheiro, ele não queria deixar que meu aniversário passasse em branco.

    Eu me lembro rapidamente desse dia. Era o último que faltava na minha coleção e ela disse que Gabe queria me ajudar. "O garoto tinha dois daquele. Não precisa de mais um se já tinha um.", foi a justificativa dele.

    Acaba que Gabe gosta muito delas, assim, de primeira. Elas o abraçam antes de ir e ele agradece a visita. Ambas desejam que todas essas visitas sejam proveitosas e que ele logo recupere a memória.

    Numa outra oportunidade, pergunto à elas o porquê de não terem dito a verdade sobre o boneco. Emma explica que receberam ordens do Dr. Davies e de minha mãe para não lhe dizer coisas que tivessem relação a mim. O motivo era claro, se dissessem alguma coisa sobre o fato de Gabe ser gay, ou que ele era apaixonado por mim, as coisas só iam se complicar ainda mais. Ele pensaria que todos estavam ficando loucos.

    Dois dias depois Adam e Archie apareceram e até a garota que engravidou de Zac. Também não disseram nada, nem sobre eles mesmos estarem juntos. Adam disse ser irmão de Emma e Gabe comentara algo sobre eles serem um pouco parecidos. Assim como com Emma e  Scarlett, Gabe se entrosou facilmente com os dois. Era nítido que ele não se lembrava de nada que eles contavam, mas suas reações a cada palavra eram interessantes.

    Como pode uma pessoa ter vivido tudo aquilo e não se lembrar de nada? O que estaria se passando na cabeça dele naquele momento?

    Fecho os olhos e fico ali, apenas ouvindo sem ver.

 

P.O.V. Gabriel

 

    Archie e Adam se despedem de mim.

    Fazem quatro dias que não vejo aquele garoto entrar aqui. Essas pessoas. Não sei se as conheço de verdade, mas parece ter algo errado. Todos são tão amigáveis e as coisas que me contam... Está faltando algo. Algo que eles não querem me dizer.

    Uma camareira aparece e deixa o meu jantar.

    Fico pensando em tudo. Algumas coisas se encaixam perfeitamente, mas outras...

    Essas outras simplesmente não fazem sentido.

 

(...)

 

    Um dia inteiro sem visitas e no outro, aparece mais alguém.

    Um casal, Riley e Chloe. Eles me cumprimentam e depois sentam-se.

 

    -- É uma pena ver você assim Gabe...

    -- Gabriel - Interrompo Chloe, corrigindo-a.

    -- Nós somos... Ou eramos os seus... Hãm...

    -- Psicólogos. - Ela ajuda Riley.

    -- Isso... Psicólogos.

    -- E por quê eu precisava ou precisei de psicólogos algum dia? - Interrogo-os.

    -- Bom, pelo que nos contou na... Hum, deixe-me ver... Quarta sessão, porque queria superar a distância que surgira entre você e um bom e velho amigo. - Ela me conta.

    -- E quem seria esse grande amigo? - Pergunto.

    -- O Lucas.

    -- Quem? Aquele doido que começou a gritar comigo dois minutos depois de eu ter acordado?

    -- Sim.

    -- Que idiotice.

    -- O que é uma idiotice?

    -- Ora.. Ir a um psicólogo só porque sua amizade com alguém diminuiu.

    -- Gabe, me desculpa, mas não é uma idiotice. E não era uma idiotice para você.

    -- E por quê tanta preocupação da minha parte com uma simples amizade?

    -- Você custa a entender que era alguém muito importante para você? - O cara chamado Riley se levanta e alteia a voz - Nós já te dissemos isso... E esse é o porquê.

    -- Olha aqui cara - Começo a dizer-lhe com um tom de ameaça - Você diz que eu te conheço, você diz que me conhece e não há maneiras, ou pelo menos ainda não as vi, de me fazer acreditar ou me lembrar se realmente te conheço. Mas eu tenho certeza de que você não tem permissão nem é ninguém para falar comigo desta maneira.

    -- Riley, por favor... Me espere lá fora. - Chloe ordena ao marido.

    -- Como é que é?

    -- É isso mesmo o que você ouviu querido. Por favor. Eu consigo sozinha.

    -- Tudo bem - O panaca finalmente obedece - Mas se precisar, eu estarei bem ali do outro lado dessa... Porta. - Ele se afasta e antes de fechar a porta ainda diz mais alguma coisa que entendo como - E espero que não precise.

    Chloe espera alguns minutos para se recompor até que volta a falar.

    -- Gabe, eu sei o quanto isso pode estar sendo complicado para você. Tantas... Pessoas diferentes, de certo modo estranhas, vindo aqui todos os dias e tentando te fazer acreditar nelas. Você não é assim, estressado... Só não lhe deram tempo suficiente para lidar com essa situação ao seu modo.

    -- Eu sei que deveria acreditar em vocês Chloe, mas realmente fica muito difícil quando tanta gente vem aqui, contando histórinhas da minha vida, sendo que não há um único resquício delas em minha mente para que eu possa me lembrar.

    -- Eu sei querido. E foi por isso que me comprometi a vir até aqui o máximo de vezes que fosse possível para te ajudar.

    -- Você acha que eu vou conseguir me lembrar?

    -- Claro que sim. E todas as pessoas que já passaram por aqui também acreditam. Por isso o esforço delas.

    -- Você é a primeira pessoa que realmente parece me entender.

    -- Fico agradecida, mas tem mais uma pessoa que partilha desta mesma compreenção. - Seu rosto ganha um ar de seriedade.

    -- E quem é? Porquê até agora eu não vi.

    -- O Lucas.

    -- Ora Chloe, não me faça rir.

    -- Não Gabe, isso não é uma piada - Seu sorriso se desfaz e ela fica séria. - Ninguém teve permissão de falar dele para você até agora, porém, chegou o momento. Temo que ele tenha passado, mas nunca é tarde.

    -- Sinceramente... Eu não sei porque vocês dão tantas voltas nesse assunto. Ele era um amigo meu, depois nos afastamos por um tempo, e agora agem como se minha vida dependesse dele... Só quero que me expliquem o porque de todo esse baile.

    -- Okay Gabe. É para isso que eu estou aqui. Para te esclarecer todas as dúvidas e... de certa forma, clarear a sua mente. Você realmente quer saber?

    -- Com certeza.

    -- Bom, aí vai... Todos estão agindo dessa forma porque... Bem... Porque você é gay, Gabe. Você é gay e o cara que você despresou todos esses dias simplesmente é o amor da sua vida.

 

P.O.V Luck

    Finalmente. Finalmente eles autorizaram alguém a falar de mim para ele.

    Chloe não ficou "enchendo linguiça" e foi direto ao ponto.

    Talvez, ver a expressão de Gabe frente a frente, me machucaria muito mais do que machuca quando a vejo através deste vidro.

    Ele olha para Chloe como se a qualquer momento fosse pular em cima dela e aperta-lhe o pescoço com as mãos. É evidente que ele não recebeu a notícia muito bem.

   

    --  Qual é a de vocês? - Ele grita fazendo as veias de seu pescoço e testa saltarem. Chloe se encolhe na cadeira - Primeiro, vêm aqui contando um monte de histórias entediantes que dizem terem feito parte da vida que eu esqueci, e agora você vem com essa merda de que eu sou uma bicha?

    -- Gabe... Não fale assim, por favor. - A voz de Chloe sai trêmula.

    -- Não me diga o que dizer e nem como eu devo dizer. Você não é nada minha. Nunca mais repita o que me disse agora. Nunca mais me chame de bicha novamente.

 

    Chloe se levanta quase que aos prantos indo em direção a porta quando dá de encontro com o peito de Riley, que já estava de volta ao quarto.

 

    -- O que foram esses gritos? - Ele pergunta.

    -- Nada amor... Por favor, vamos embora. - Chloe recusa-se a levantar o rosto e encarar o esposo.

    -- Cara... Eu espero mesmo que consiga recuperar a sua memória. - Riley olha fixamente para Gabe - Já vi muitos casos em que alguém perdia a memória, mas é a primeira vez que vejo um em que a pessoa perde também o caráter. Passar bem.

 

    Riley encaminha-se em direção à porta e sai do quarto junto a Chloe.

    Desmorono sobre a cadeira. Não consigo acreditar no modo como Gabe está agindo. Ele despresa cada pessoa que vem aqui na intenção de ajudá-lo e descarta-as como lixo. Sei exatamente como essas pobres pessoas se sentem. Também fui desprezado por ele.

 

(...)

 

    Depois do ocorrido com a tentativa de Riley e Chloe de fazerem Gabe se lembrar de quem ele realmente era, minha mãe e o Dr. Davies acharam melhor permitir que todos recontassem as histórias à ele, porém, desta vez, sem deixar nenhum detalhe de fora, e isso dizia respeito á mim e á eles mesmos.

    Essa decisão desesperada só foi tomada depois que o Dr. Davies fez um diagnóstico mais profundo do caso de Gabe com base na última sessão de visitas. Ele chegara a conclusão de que Gabriel estava sofrendo de um tipo de amnésia chamada Fuga Dissociativa. Nela, a pessoa perde todas as suas recordações, inclusive a sua identidade. Apesar de tudo o que já viveu e do que se tornou, assume uma outra identidade e uma nova vida e durante esse período o indivíduo não tem consciência de que se esqueceu de algo e mesmo que tenha contato com pessoas que conhecia, recusa-se a acreditar que se esqueceu de algo, mesmo que estes insistam em fazê-lo acreditar.

    Quando menos se espera, o indivíduo recobra subitamente toda a memória, voltando à sua rotina de costume. Raramente esse episódio dura meses, o mais comum é que dure dias ou horas, mas infelizmente o Doutor acredita que o de Gabe venha durar alguns meses e que por consequência disso, ele comece a ter flashes do passado e recobre aos poucos a memória, até recuperá-la por completo.

    No momento em que os flashes começarem, Gabe entrará em conflitos sobre o que é real ou não. Esse será o pior momento para ele.

 

(...)

 

    Nossas esperanças vão por água abaixo. Gabe conseguiu expulsar cada um dos seus amigos quando eles falavam sobre a sua sexualidade.

    Quando ligamos para Chloe ela pediu desculpas, mas disse que não conseguiria suportar outro surto como aquele. Claro que a entendemos, mas isso só abriu nossos olhos para a realidade.

    Já são quase duas horas da tarde e eu ainda não comi nada. Resolvo ir até a lanchonete para comer um salgado. Sair desse quartinho abafado por alguns minutos pode me fazer bem.

    Dou uma olhada prolongada para Gabe. Ele está dormindo, e assim, do jeito como está agora, ele parece o mesmo de sempre. O meu Gabe.

 

(...)

 

    Aquele hamburguer estava delicioso e cara... Eles sabem fazer um suco de laranja como ninguém. Ainda bem que me deixaram trazer o segundo copo para cá.

    Fecho a porta atrás de mim com o pé e deixo a carteira e o celular sobre a mesa.

    Estou sorvendo mais um gole do saboroso suco quando direciono o olhar para o vidro. Minha mão vacila e solta copo. Este cai em linha reta, estilhaçando-se quando encontra o chão. Para mim, isso durou horas pois o que vejo através do vidro é totalmente desconcertante. O tempo desacelera.

    Corro em direção à porta mas é como se a gravidade tivesse aumentado sua força. Cada passo tornasse pesado e parece que meus pés cravam o chão á minha frente. Os cacos do copo estalando abaixo de mim.

    A porta não se abre. Trancada. Procuro as chaves mas elas não estão em lugar algum. Olho novamente para o vidro e encontro as encontro. Estão do outro lado.

    Lilly Bennett as segura e faz questão de rodá-las nos dedos enquanto olha fixamente pra o vidro. Ela sabe que estou aqui. Foi ela quem trancou a porta. Não consigo conter as lágrimas.

    E é então que ela sai de foco e vejo-o, sentado ao lado de Gabe. Ethan.

    Ele também olha fixamente para o vidro, para mim, e não fico nem um pouco feliz quando ele abre um sorriso que parece refletir o próprio inferno.


Notas Finais


E então é isso meu querido leitores. O Comecinho de tudo o que ainda está por vir.
Por favor, comentem o que acharam. Eu fico contente quando tem um comentário de vocês para ler.
Agora eu não vou demorar tanto mais para postar... KKKK
Então, espero vocês aqui no próximo capítulo.
XoXo... E um grande abraço.


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