2 TEMPORADA
CAPÍTULO 6
}Lobo em pele de cordeiro{
>Narradora<
"Terminei de restaurar seu vídeo. Não se preocupe, não assisti."
Danny envia para Jackson e guarda seu tablet em seu porta malas.
Derek corre atrás do Kanima, pela cidade. Allison chega em sua casa e suspira, olhando Lydia.
- Quero que prometa não dizer nada sobre o que acabou de acontecer. - Allison fala.
- Prometo não dizer nada sobre o que acabou de acontecer, se puder me dizer que merda aconteceu. - Lydia fala.
- É meio complicado.
- Que tal começar com por que Derek estava ali? Ou para onde foi Jackson ou qual o problema com a Erica? - Allison não responde. - Precisa de tempo pra criar algo plausível?
- Estou pedindo isso porque Scott e eu. Não deveríamos estar saindo juntos, certo? Então é melhor se não contar o que sabe a ninguém.
- Tudo bem. Guardarei segredo sobre você e seu namorado, o que não significa nada pra mim. - Lydia abre a porta mas Allison a segura.
- Ei. - Lydia se vira. - Ele não é só meu namorado. Entende, certo?
- Me deixe ir.
- Só um segundo, por favor, tente se lembrar...
- Lembrar o quê?
- Lembrar da sensação. Todas as vezes na escola quando você o viu parado no corredor e mal podia respirar até estar com ele. Ou as vezes na aula quando... não pode parar de olhar para o relógio pois sabe que ele está lá fora te esperando. Lembra como era?
- Não. - Lydia diz negando com a cabeça.
- Como assim: "Não"? Teve namorados.
- Nada assim. - Lydia sai do carro.
Derek para embaixo de uma ponte e ruge para o Kanima.
>S/N<
Stiles para o Jeep perto da ponte.
- O que faremos agora? - ele pergunta mas Scott já tinha saído. Pulo pro banco da frente.
- Por favor, fique seguro. - sorrio de canto. - Se algo acontecer, vá.
Beijo sua bochecha e saio do Jeep, indo atrás de Scott.
>Narradora<
Chris chega na ponte e atira na criatura várias vezes, sob o clarão que se estabeleceu. Ele não a vê no chão e olha em volta, vendo o Kanima o empurrar no chão, contra a parede. A criatura fica de frente pra Gerard, que acabara de sair do carro.
>S/N<
Passo Scott e vejo Gerard encarando o Kanima. Corro até ele e o jogo no chão. Scott olha Gerard e nós saímos correndo, deixando os dois caçadores lá. Corremos o caminho pelo qual Jackson foi e paramos ao lado de uma parede, que cobria uma balada gay. Ouço alguém chegar correndo e Scott se assusta com a imagem de Stiles.
- Espere. Desculpe, eu sinto muito. - Stiles fala. - Viu para onde ele foi?
- Eu o perdi. - Scott fala e Stiles me olha.
- Mesmo. - falo.
- O que? Não pegaram o cheiro dele? - Stiles pergunta.
- Não acho que ele tenha um. - Scott fala.
- Certo, sabe para onde ele ia? - Stiles pergunta.
- Matar alguém. - falo.
- Isso explica as garras e dentes. - Stiles fala. - Bom. Faz sentido agora. - ele fala com um nível de sarcasmo e Scott o encara bravo. - Que? Scott, qual é. Sou 67kg de pele pálida e ossos frágeis, está bem? Sarcasmo é minha única defesa.
- Me ajude a encontrar a coisa. - Scott fala.
- "Coisa" não. Jackson. - Stiles corrige.
- É, eu sei.
- Mas ele sabe disso? - falo.
- Mais alguém o viu lá na sua casa? - Stiles pergunta.
- Acho que não, mas ele já tinha passado o teste do Derek. - Scott fala.
- É, mas eis a questão. Como ele passou no teste? - Stiles fala.
- Porque essa desgraça de teste importa agora? - pergunto.
- Talvez seja uma coisa opcional. - Stiles continua e o olhamos. - Derek disse que uma cobra não pode ser envenenada por seu próprio veneno, né? Quando o Kanima não é o Kanima?
- Quando é Jackson. - eu e Scott falamos juntos. Stiles olha pra cima e ouço seu coração se acelerar.
- Gente. - olhamos pra cima e vemos um rabo adentrando a balada por uma janela. - Viram isso?
- Ele está lá dentro. - Scott fala.
- O que ele vai fazer lá? - Stiles pergunta.
- Sei atrás de quem ele vai. - falo.
- Que? Como? Sentiu algum cheiro? - Stiles pergunta.
- Armani. - Scott fala olhando Danny entrando na balada. Fomos até a porta traseira e Stiles tenta abrí-la.
- Vamos lá. - ele reclama quando ela não se abre. - Talvez haja uma janela que possamos passar ou algum tipo de - vou até a porta e quebro a fechadura, abrindo a porta e entregando a maçaneta pra Stiles. - trinco que consiga arrancar com sua força sobrenatural. - sorrio e entro na balada. - Porque não pensei nisso? - entramos na balada e observamos várias coisas. Vários homens dançando sem camisa ao som da batida alta, homens se pendurando em panos e homens se pegando.
- Cara, todos aqui são homens. - Scott fala e eu rio. - Acho que estamos em uma boate gay. - olhamos pra Stiles e vemos 3 travestis perto dele.
- Puxa, nada escapa aos seus sentidos de lobisomem, hein? - rio e vejo Scott olhando pro outro lado, pra Danny. O acompanho com o meu olhar e nós vamos para o balcão do bar. - Três cervejas. - Stiles fala.
- Identidades? - o barman pergunta. Os dois tiram as identidades do bolso e o barman olha e ri. - Que tal duas cocas? Senhorita? - pego uma identidade falsa em minha carteira e a entrego.
- Rum e coca? - Stiles fala. - Claro. - ele olha o barman, que estava sério. - Na verdade, coca está bom. Estou dirigindo. - rio de novo e pego minha identidade de volta. O barman sai e outro sem camisa vem. Cravo meu olhar em seu abdômen.
- Aquele ali pagou pra você. - o barman fala e Scott olha pro garoto do outro lado do balcão, que levanta a cerveja pra ele. Seguro uma risada e Scott sorri pra Stiles.
- Não abra a boca. - Stiles fala e pega as cocas, eu pego minha cerveja.
- Não falei nada. - Scott fala.
- Bem, sua cara falou. - Stiles fala. Nos viramos e eu passo o olhar pela boate. - Ei, achei o Danny. - olho Scott e vejo que ele está olhando pra cima. Sigo seu olhar.
- Achei Jackson. - ele fala. Vemos os olhos amarelos no teto, sobre Danny.
>Narradora<
Lydia tira Prada de casa.
- Eu te amo. - ela diz beijando o topo da cabeça da cadela e a colocando no chão. - Vai, vai. - a cadela sai correndo e sai pelo portão do jardim. - Vamos ,Prada. Você tem três quilos. Não pode sair tanto assim de você. Prada, vamos! - Lydia abraça o próprio corpo pelo frio. - Prada? - ela anda até o portão, descalça, a procura de Prada. - Prada. Prada? - ela vai até o portão e vê o Peter adolescente com Prada em seus braços, adentrando o quintal de Lydia.
- Perdeu alguma coisa? - ele fala.
>S/N<
- Pegue o Danny. - Scott fala.
- O que vocês vão fazer? - Stiles pergunta e eu mostro minhas garras. - Funciona pra mim. - Scott faz o mesmo e Stiles sai, nós andamos até o meio da multidão, em direção ao Kanima. - Danny! - Escuto Stiles gritar e olho pra cima novamente, vendo que Jackson não estava mais lá. Continuo olhando pelo meio da multidão e vejo pessoas caídas no chão. Vejo os olhos amarelos.
- Jackson! - Scott grita e eu vejo olhos vermelhos, Derek transformado.
- Não! - grito. Derek vai até o Kanima e o pega pelo pescoço. Pessoas começam a gritar e a se abaixar perto dos corpos deitados. Corro até o lado de fora com Scott e acompanhamos a trilha de sangue que se estabelece pelo estacionamento, vendo o corpo de Jackson coberto de sangue. Stiles chega e vê Scott abaixado perto dele.
- O que faremos com ele agora?- Scott pergunta. Me abaixo perto dos dois e tiro um pouco da dor de Jackson, a passando pra mim.
>Narradora<
- Devo chamar a polícia, ou há uma explicação inocente para estar aqui no meio da noite? - Lydia pergunta ao Peter adolescente, encostada em uma pilastra.
- Ouvi o latido e moro naquela casa. Tudo bem, ou devo começar a correr? - Peter fala.
- Obrigada por trazê-lo de volta.
- Tudo bem?
- Como assim?
- Você está bem?
- Quer dizer por causa do outro dia na aula? - ele assente. - Não sou louca. Posso ser a sonâmbula nua que escreve de trás pra frente no quadro, mas pelo menos não sou como as outras do tipo suicida.
- Ah, é assim que elas são? - ele se aproxima dela e ela se afasta um pouco. - Por que fez isso?
- Fiz o que?
- Afastou-se.
- Você se aproximou.
- Talvez eu quisesse beijá-la.
- Talvez eu não queira seu beijo. - ela fala sorrindo de canto.
- Então talvez eu possa?
- Se quiser levar um murro na garganta. - ele ri.
- Posso segurar sua mão? - ele se adianta com a mão à dela.
- Eu tenho nove anos de idade? - ela se vira pra porta e ele pega uma flor da pilastra.
- Posso lhe dar uma flor? - ela ri e levanta a mão, mas ele afasta a flor. - Promete guardá-la? Se eu perguntar amanhã que você a tem e disser "não", ficarei magoado.
- Se eu não a tiver, - ela pega a flor roxa. - mentirei. - Lydia entra na casa.
>S/N<
Depois que a polícia chega, corremos até a maca de Danny.
- Danny. - Scott fala.
- McCall, o que está fazendo aqui? - Danny fala. - S/N? - Rio.
- Só vendo se você está bem. - Scott fala. - E imaginando se algo estranho aconteceu com você hoje. Além de ser paralisado.
- Desculpe, mas ele tem de ir ao hospital. - o médico que está empurrando a maca fala.
- Só mais uma pergunta. - falo. - Você está bem?
- Aconteceu com meu ex também? - Danny pergunta e eu olho pra trás, vendo o ex dele, também paralisado, em outra maca.
- Sim. - falo
- Então estou ótimo. - Danny fala e eu e Scott rimos. Corremos até o Jeep e entramos nele, eu me sentando atrás.
- Não conseguimos nada de Danny. - Scott fala.
- Podemos sair daqui antes que um dos polícias do meu pai me veja? - Stiles fala e a viatura de Stilinski para na nossa frente. Olho Jackson no porta malas. - Aí, meu Deus. Isso poderia ficar pior? - Jackson geme. - Foi uma pergunta retórica.
- Livre-se dele. - falo.
- Livre-me dele. Estamos em uma cena de crime e ele é o delegado. - Stiles fala.
- Faca alguma coisa. - Scott fala. Stiles sai do carro e vai até o xerife.
- O que está acontecendo? - Jackson murmura tentando se levantar. O deito se volta.
- Jackson, fique quieto. - falo.
- O que está fazendo aqui? - Noah pergunta a Stiles.
- Como assim? Que? É uma boate. - Stiles fala. - É uma boate e estamos dançando, sabe? Na boate.
- Não é exatamente seu tipo de boate. - Stiles trava.
- Pai, eu queria te contar...
- Você não é gay.
- Eu podia ser.
- Não vestido assim. - concordo mentalmente.
- Bem, o que... - Stiles olha pra seu moletom cinza e o Xerife se adianta na direção do Jeep, mas Stiles o segura. Jackson geme de novo.
- Jackson, fique quieto. - Scott fala.
- É a segunda cena de crime que você aparece. - Stilinski fala. - Já escutei tantas mentiras, que nem sei se conheço você. Que merda está acontecendo? - Jackson se levanta.
- O que está acontecendo? - Jackson fala. Bufo e dou um soco no rosto dele, o deixando desacordado. O xerife olha pra gente e nós acenamos, sorrindo.
- Pai, eu... - Escuto Stiles.
- A verdade, Stiles. - Xerife chama a atenção dele.
- A verdade, certo. A verdade é que viemos com o Danny. - suspiro aliviada. - É, ele brigou com o namorado, e estávamos tentando animá-lo para não pensar nisso. É isso. - o Xerife assente.
- Fizeram uma coisa muito boa. - Stiles sorri. - São bons amigos. - Stiles entra no jeep e o acelera.
- Você é a pessoa mais genial do mundo ,Stiles. - falo sorrindo e deixo um beijo em sua bochecha, o vendo corar e me encostando no banco logo depois.
>Narradora<
Chris entra no carro com Gerard.
- Sete paralisados. O boato é que são drogas. - Chris fala pra Gerard. - Provavelmente alucinógenos, testemunhas disseram ter visto um monstro demoníaco na pista de dança.
- Quem acreditaria em algo assim? - Gerard fala.
- Sabe o que eu não consigo acreditar? Como ficou parado enquanto a coisa o rodeava e não fez nada. Quer me explicar isso?
- Intuição.
- Então sabe o que é.
- Tenho minhas suspeitas. E se eu estiver certo, ele segue certas regras. Regras que não são flexíveis. - ele toma seus comprimidos.
- Precisamos deixar o Derek de lado até descobrir o que é?
- Não necessariamente. Hoje foi a primeira vez que o viu desde que Kate morreu, estou certo?
- Infelizmente.
- E o único outro laço que temos com ele é Isaac Lahey.
- O que está pensando?
- Que se essa coisa incomoda tanto Derek para fazê-lo sair da toca, talvez tenhamos uma oportunidade. Qual é a melhor forma de eliminar uma ameaça pelo que lhe ensinei?
- Fazer que alguém se livre dela pra você.
>S/N<
- Que tal sua casa? - Stiles fala à Scott.
- Não com a minha mãe lá. - Scott responde. - Precisamos levá-lo a algum lugar onde possamos prendê-lo até sabermos o que fazer com ele. Ou até convencê-lo de que é perigoso.
- Ainda acho melhor matá-lo. - falo.
- Não vamos matá-lo. - Scott me repreende.
- Céus! - reclamo. - Ok, ok.
- Tenho uma ideia. - Stiles fala.
- Envolve desobedecer a lei? - Scott pergunta.
- Neste ponto, não acha que é óbvio? - Stiles fala.
- Estava sendo otimista.
- Esqueça.
_______
Prendemos Jackson em um furgão da polícia.
- Stiles! - Escuto ele gritar. - McCall! S/N! - Rio. - Vou matar vocês!
Eu e Stiles entramos no furgão e nos sentamos na frente de Jackson, que estava sem camisa, então tive que me esforçar um pouco.
- Eu trouxe comida pra você... - Stiles começa mas Jackson se aproxima dele, gritando:
- Me solte agora! - ele fala e Stiles joga a mochila no chão, nervoso.
- Eu vesti essas calças em você, certo? Uma perna por vez. Ficar tão perto da sua genitália não foi o ponto alto do meu dia. Então não pense que estou me divertindo. Estamos lhe fazendo um favor.
- Me fazendo um favor?
- Sim. - falo. - Está matando pessoas. Morte. Até descobrimos como impedi-lo, vai ficar aqui.
- Sinto muito. - Stiles fala. - Quer o sanduíche de presunto e queijo ou de peru?
- Acha que meus pais não vão procurar por mim? - Jackson pergunta.
- Não se acharem que tudo está bem. - Stiles fala e joga um dos sanduíches pra ele. Ele tira o celular de Jackson do bolso e mostra a ele, uma mensagem enviada ao pai de Jackson. - É.
>Narradora<
O pai de Jackson mostrou o celular com a mensagem para o Xerife.
- Sr. Whittermore, talvez eu perdi alguma coisa, mas isso não parece encrenca. - Noah fala.
- Diz: "Fiquei na casa de amigos. Tudo está bem. Amo você." Somos uma família próxima, mas há certas coisas que Jackson não consegue dizer desde que contamos que é adotado. - o pai fala.
- Coisas como?
- Jackson nunca diz: "Amo você".
- Nunca?
- Nem uma vez em onze anos.
-na escola-
- Com quem você disse que estava estudando hoje? - Gerard pergunta se sentando em sua cadeira, de frente pra Allison.
- Só Lydia. - ela fala. - Estamos nos preparando pro exame de história.
- História era minha matéria favorita, especialmente história militar. - ela sorri - Já ouviu a frase: "conheça seu inimigo"?
- É da Arte da Guerra de Sun Tzu .
- Muito bom. Sabe o que significa? - ela franze o cenho.
- Para vencer a batalha, temos de saber tudo sobre o inimigo.
- Acertou de novo. Seu pai e eu estamos tendo o mesmo problema. Temos um inimigo sobre o qual sabemos muito pouco. Ele matou um dos nossos, entre outros.
- Fiquei sabendo. - ela sussurra.
- Sabia que Jackson Whittermore não veio para a escola hoje?
- Ele não veio? - ela fala sem jeito.
- Os pais dele ligaram e a polícia também. - Allison franze o cenho de novo. - Sabe algo sobre isso? - ela nega com a cabeça. - Vou dizer o que eu sei. Eu sei que o instinto de um adolescente é de proteger os amigos. - ele se levanta - E acredito que minha neta sempre quer proteger seus amigos, mesmo se tiver de mentir. Vou fazer mais uma pergunta, e festa vez, com uma vantagem. - ele fica atrás dela e coloca as mãos em seus ombros, a fazendo prensar seus músculos. - Não vou machucá-la. - ele tira os cabelos dela do pescoço e coloca o dedo nele. - Só quero sentir sua pulsação. Pense nisso como um jogo. Só precisa dizer a verdade. Sabe algo sobre o desaparecimento do Jackson? - ela engole em seco.
- Não.
- Ele está com problemas?
- Não sei. Eu não sei.
- Isso tem algo a ver com Scott?
- Não. Digo, eu... eu não sei. - ela fecha os olhos.
- Sua pulsação subiu. - ela se levanta e fica de frente pra ele.
- É porque está me assustando.
- Desculpe, querida. Isso foi longe demais.
- Não brinca.
- Não foi correto da minha parte usar táticas assim. Sinto muito. - ela assente. - Pode voltar para a aula. - Allison sai da sala e vê um homem instalando uma câmera. Ela olha Gerard, e ele assente. - Vá em frente. - ela sai de lá e Gerard sorri. Allison anda pelo corredor encarando as câmeras. Quando o sino bate, Scott se senta em uma cadeira perto de Allison.
- Scott. - ela sussurra. - Scott. - ele se vira mas a porta se abre.
- Receio que seu professor não estava se sentindo bem e saiu mais cedo. - Victoria fala entrando e Allison arregala os olhos. - Então, infelizmente, série a professora substituta. - ela sorri e olha Scott, logo voltando seu olhar ao resto da turma. - Alguém pode me dizer onde paramos? Sr. McCall, que tal você? - ele abre o caderno e Allison o olha preocupada.
>S/N<
- Escamas? Como um peixe? - Jackson pergunta.
- Não, mais como um réptil. - Stiles fala e eu assinto.
- E suas garras tem um líquido que paralisa as pessoas, e você tem um rabo. - falo.
- Tenho um rabo?
- Sim, tem. - Stiles fala.
- Ele faz alguma coisa?
- Não que eu saiba. - Stiles fala.
- Posso usá-lo para estrangular vocês? - ele fala puxando as algemas.
- É. Ainda não acredita em nós. Tudo bem. - Stiles fala. - O que você fez depois do jogo da semifinal?
- Fui pra casa.
- Tem certeza?
- Sim, seu imbecil. - rio. - O que mais eu faria?
- Você atacou eu, S/N e Derek na escola e nos prendeu na piscina. - Stiles fala.
- Também matou um mecânico. - acrescento.
- Bem na minha frente. Foi adorável. - Stiles fala. - E um dos caçadores dos Argent. E ontem a noite, tentou matar o Danny.
- Por que eu iria querer matar meu melhor amigo? - Jackson pergunta.
- É isso que o Scott está tentando descobrir. - falo.
- Talvez, ele deveria tentar descobrir como ele vai pagar por um advogado quando eu processar vocês e colocá-los na cadeia! - rio de novo.
- Me diga uma coisa. - Stiles fala. - O que aconteceu na noite da 1ª lua cheia?
- Nada. - Jackson fala decepcionado. - Nada aconteceu. - ele se encosta.
>Narradora<
O sino bate e todos se levantam, saindo da sala.
- Allison. - Victoria fala e ela para, se virando pra trás. - Notamos várias ligações do seu celular para um número estranho. Stilinski.
- Você me disse pra ficar de olho na Lydia e ele gosta dela desde a 3ª série, então tenho que falar com ele. - Allison responde e se vira.
- Sei que é difícil, - Allison para - ficar sentada aqui, tentando não olhar para ele. - Victoria se levanta e Allison vira pra ela de novo. - Mas pense em como isso a fortalece. Especialmente quando todas as outras garotas estão deixando suas vidas colegiais serem definidas por um garoto que torcem que as levem à formatura.
- Não posso ser forte e ir à formatura? - Allison diz num quase sussurro e Victoria passa a mão em seu ombro.
- Claro. Mas com outra pessoa. - elas andam até a porta e Victoria põe o braço na parede, a cercando. - Lembre-se, enquanto permanecer forte, não teremos de matar um garoto de 16 anos. - Allison franze o cenho e Victoria a deixa sair.
>S/N<
Stiles está digitando a mensagem e escuto um barulho. Stiles olha pro lado e se assusta ao ver Allison.
- Ai, meu Deus. - ele fala.
- Eles sabem. - Allison fala.
- Que? - pergunto.
- Sabem que Jackson está desaparecido. - Allison fala.
- Não podem. - Stiles diz. - Estou mandando torpedos para os pais. Eles não sabem de nada.
- Meu avô disse que os pais dele foram à polícia. Eles sabem. - Allison fala e Stiles abaixa o olhar pro telefone. Ele segura o telefone com a ponta dos dedos e nós dois corremos para dentro do furgão, na parte da frente. Stiles liga o rádio e Allison chega atrás dele.
"Todas as viaturas disponíveis sigam para a Reserva de Beacon Hills. Ajam com cuidado até a chegada do delegado Stilinski. Repito, ajam com cuidado."
______
- Aonde vamos? - Allison pergunta. Divido o banco do passageiro com ela, porque se eu passar dois segundos sozinha com Jackson eu posso o matar.
- Para longe daqui. - Stiles fala, coloca o telefone de Jackson pra chamar e o joga pra fora do furgão, o ligando.
>Narradora<
- Tem certeza de que tudo está bem entre você e Jackson? - Scott pergunta a Danny no hospital.
- Sim, tudo bem.- Danny olha sua carteira e levanta os braços - Tinham de levar minha identidade falsa? - ele joga a carteira na cama e se senta nela.
- Não dez nada que o deixasse bravo? -
- Quão bravo?
- Em uma escala de um a dez, um sendo "meio irritado" e dez "querendo matá-lo violentamente".
- Jackson está sempre no quatro, mas estamos bem. - Scott suspira - Eu estava fazendo um favor a ele.
- Que favor?
- Estava recuperando um vídeo pra ele. Coloquei no meu tablet. Que está no porta-malas do meu carro ainda na boate.
- O que havia no vídeo?
- Eu não posso contar.
- Danny, e se fosse uma questão de vida ou morte?
- Eu não posso contar.
- Tudo bem. - Danny mexe na carteira e Scott a olha, levantando a cabeça. - E se eu recuperasse sua identidade falsa? - Danny levanta a cabeça.
_
Scott sai da sala apressado mas sua mãe o cerca.
- Apesar de achar louvável que esteja aqui para ver seu amigo, tenho de ser a mãe durona agora, mesmo não sendo boa nisso. - ela fala
- Agora?
- Sim, agora mesmo. O diretor ligou. Está reprovando em duas matérias?
- Eu sei. É por isso que vou estudar com Stiles e S/N agora.
- Sabe que se reprovar em uma das matérias, que vai fazê-lo repetir o ano?
- Ele disse isso?
- Sim. Todos seus amigos vão passar e você vai ficar pra trás. Entende isso, Scott? Não pode reprovar. - Scott suspira.
- Eu sei.
- Está bem. Obrigada. - Scott sai andando e Melissa suspira. Scott vai de bicicleta até perto da boate e abre o porta-malas do carro de Danny, procurando mas não achando o tablet. Ele fecha a porta nervoso e vai até Stiles e os outros dois.
>S/N<
- Se Jackson não se lembra de ser o Kanima, ele não vai se lembrar de roubar o tablet do Danny. - Scott fala.
- Por que ele roubaria algo se nem sabe o que tem dentro? - Stiles pergunta.
- E se foi outra pessoa? - falo.
- Então outra pessoa sabe o que ele é. - Stiles fala.
- Logo alguém o está protegendo. - Scott fala.
- Como dizia no bestiário: "O Kanima busca um amigo", né? - Allison fala.
- Espere aí. - Stiles fala - Então alguém viu Jackson filmar sua transformação em Kanima e aí apaga para que ele não saiba? Quem faria isso?
- Alguém que quer protegê-lo? - Allison fala.
- Tem mais uma coisa. - Scott fala. - Disse que online só dizia que o Kanima vai atrás de assassinos. - fala olhando Stiles - E se for verdade?
- Não pode ser. - Stiles fala. - Tentou matar a todos nós, lembra? Não sei vocês três, mas não matei ninguém ultimamente.
- Mas não acho que queria mesmo nos matar. - Scott continua. - Lembra quando estávamos na casa do Isaac, ele passou direto por nós, não foi? - ele fala olhando Allison.
- Está certo, ele foi embora. - ela concorda.
- E não te matou na oficina mecânica. - Scott fala agora olhando Stiles.
- É, mas tentou matar a mim, Derek e S/N na piscina. - Stiles fala.
- É mesmo? - Scott fala.
- Teria matado. Estava esperando que saíssemos. - Stiles fala.
- E se estivesse tentando mantê-los dentro? - Scott fala.
- Por que me sinto violado de repente? - Stiles pergunta.
- Porque tem algo mais acontecendo. - Scott fala. - E não sabemos o que é. Não sabia o que está ocorrendo com Jackson ou por que alguém o protege.
- "Conheça seu inimigo" - Allison fala e eu me viro pra ela.
- Sun Tzu. - falo.
- Algo que meu avô disse.
- Tudo bem, entendi. - Stiles fala. - Matar o Jackson. Problema resolvido.
- Ele arriscou a vida por nós. Contra o Peter, lembra? - Scott fala depois dos olhares de desaprovação pra Stiles.
- Sim, mas o que descobrimos? Ele foi mordido pelo Derek. - Stiles continua. - É engraçado como ele conseguiu o que queria supostamente arriscando a vida por nós.
- Não quer dizer que não valha a pena salvá-lo. - Scott fala.
- Mas é sempre algo com ele. - Stiles fala.
- Ele não sabe o que está fazendo. - falo.
- E daí? - Stiles fala.
- Nem eu sabia. - Scott fala. - Lembra quando eu quase matei você e Jackson? - Scott fala pra Allison e ela assente. - Eu tinha alguém pra me deter. Ele não tem ninguém.
- É culpa dele mesmo. - falo.
- Não importa. - Scott fala. - Se podemos salvá-lo, devemos tentar.
>Narradora<
Jackson ouve tudo de dentro do furgão. Ele solta uma lágrima e sente algo em suas mãos, vendo escamas surgindo sobre elas. Ele respira fundo.
____
Scott entra no carro com Allison.
- Stiles e S/N Foram ver a Lydia. - Scott fala. - Ela ainda não o perdoou por prometer conversar com ela e abandoná-la no carro. - os dois riem.
- Não é fácil de explicar. - Allison vê que Scott está tendo.
- Como o seu pai sabia onde estar ontem? - ele pergunta. - Ele estava no beco. Ele e Gerard.
- Eles tem pessoas. Caras que monitoram todas as câmeras na cidade. - ela respondeu. - Câmeras de caixas eletrônicos, de trânsito. Viu as câmeras que instalaram na escola? - ele assente. - Você achou que eu tinha contado.
- Não. Não sei, eu só... - ela sorri assentindo.
- Estou do seu lado, Scott. Sempre do seu lado. - ela a olha.
- Eu sei. Eu sei. - ela se aproxima. - Sinto muito. - ele pega a mão dela e a beija. - Sinto muito. - ela sorri. - Eu pensei que as coisas já teriam voltado ao normal. Ou pelo menos normal o suficiente para eu passar de ano. - ela ri.
- Vai passar. - Allison se deita no peito dele e suspira.
Jackson continua se transformando, cada vez mais, subindo pelos seus braços.
- Pode colocar alguma música? Por favor? - Allison pergunta.
- Quer que eu ligue o rádio?
- Use Entune. Tem Pandora. - Scott faz o que ela pediu. - Achei que ia adormecer nos seus braços.
- Gosto quando adormece nos meus braços.
- Eu não. Quando eu acordo, você já partiu.
- Só porque não quero acordá-la.
- Eu preferia acordar com você. - ele ri.
- Irá. O colegial é só mais dois anos.
- O que é duro para pessoas normais. - ela sorri.
- Ei, e se eu pudesse ser normal? - ela o olha - Estive pensando nisso desde que a vi no hospital. Lydia foi mordida por um Alfa, certo? Peter disse ao Stiles que se a mordida não o transformar, ela o mata. Mas nada aconteceu à Lydia.
- Como assim? Ela é imune?
- Se ela for, não... imunidade não significa que pode ser curado? - Scott a olha e tira a cabeça dela de seu peito, dando melhor visão de seu rosto. - Você iria querer isso?
- Quero qualquer coisa que me deixe ficar com você. - ele sorri. - E não só até o fim do colegial.
- Então é melhor não entrar em uma universidade muito boa. Minhas notas são péssimas.
- Não só até a universidade. - ele sorri. - Falo sério.
- Eu sei. Eu sei. - Scott sussurra e a beija.
Jackson sente seu corpo mudando cada vez mais, enquanto Scott e Allison se beijam dentro do carro. As escamas começam a subir sobre o abdômen de Jackson e atingir seu pescoço, seu rosto. Seus olhos se tornam amarelos e dentes pontudos crescem em sua boca. Ele arrebenta as algemas e sai do furgão.
____
>S/N<
Chegamos no furgão e vimos ele aberto, Jackson havia sumido. Vamos até o carro de Allison e batemos na janela, vendo os dois deitados, Allison sem camisa. Eles acordam assustados e nos olham.
- Acho bom vocês darem uma olhada aqui. - falo. Eles se vestem e saem do carro. Vamos até o furgão e eles vêem as portas traseiras abertas.
- Tenho de contar ao meu pai. - Allison fala. Scott se vira. - Scott. Ele vai matar alguém.
- Certo, conte. Conte tudo a ele. - Scott fala e eu ouço suas batidas aceleradas.
- Scott, tenho de contar ao meu pai também. - Stiles fala.
- É minha culpa. - Scott fala.
- Não é. - eu e Allison falamos juntas.
- Mas temos de contar a eles. - Allison continua. - Somos só adolescentes. Não podemos cuidar disso.
- Está certa. - Scott fala.
- Como vai fazer seu pai acreditar nisso? - pergunto a Stiles.
- Não sei. - Stiles fala e Scott se vira, iluminando os olhos.
- Ele vai acreditar em mim. - Scott fala.
>Narradora<
Allison entra em seu quarto e acende a luz, vendo Lydia pelo espelho e se assustando.
- Você me assustou. - ela fala.
- Estou te esperando há uma hora. - Lydia responde.
- Não posso bater papo agora, Lydia.
- Não preciso de ninguém pra bater papo. Preciso de alguém com quem conversar.
- Eu entendo que seja importante, mas se puder esperar.
- Por que todos sempre me dizer pra esperar? - ela se levanta da cama. - Por que ninguém está disponível "agora"?
- Não pode ter tudo que quer na hora. Sabe do que eu preciso? - ela tira o cachecol - Alguém que traduza cinco páginas de latim arcaico. Claro, isso não vai acontecer em um futuro próximo.
- Eu sei latim arcaico.
- Sabe latim arcaico?
- Latim clássico me deixou entediada.
- Quão inteligente você é?
- Me mostre as páginas. - ela estica a mão.
__
- Pode nos deixar entrar? Preciso ver o meu pai. - Stiles fala ao policial na delegacia. Ele aperta um botão que faz um barulho. - Obrigado. - Stiles abre a porta e nós olhamos pra dentro. Ele nos olha, eu e Scott assentimos e nós entramos na sala, vendo Jackson e seu pai. Olho Jackson e ele da um sorriso cínico.
- Scott, Stiles, S/N. - Noah fala aparecendo em meu campo de vista. - Chegaram na hora certa. - cerro meus punho e olho nervosa pra Jackson. - Já conhecem o pai do Jackson, Sr. David Whittermore? Jurisprudente. - aperto meus dedos até que eles se estalem e Jackson me olha, ainda com o sorrisinho. Devolvo um olhar demoníaco e ouço o coração dele dar uma rápida acelerada, o que me faz sorrir de canto.
- Isso significa advogado. - Jackson fala chegando pra frente e eu o olho novamente, fazendo ele se encostar no sofá.
>Narradora<
- Tem certeza? - Allison pergunta e Lydia assente. - A Sra. Morrel disse que é "amigo". "O Kanima busca um amigo".
- Ela estava errada. Significa "mestre". - Lydia fala.
- "O Kanima busca um mestre". Por que?
- É importante? - Lydia se levanta da cadeira.
- Sim. Alguém não está protegendo-o. - Allison fala pra ela mesma se sentando na cadeira em que Lydia estava. - Alguém o está controlando.
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