● S/N On ●
Foi tudo muito rápido. Eu não consegui mexer um músculo sequer do meu corpo. Fiquei parada, atônita, enquanto todos se levantavam rapidamente.
Reconheci a garota de cabelos curtos e lisos. Lalisa.
Sua arma apontada pra mim, aquilo não durou nem 5 segundos. A bala foi rápida, mas Jimin mais ainda. E quando eu vi que ele havia sido atingido, meu desespero foi o maior e mais rápido de todos ali naquela sala.
Cinco homens entraram na sala, mais de três balas atingindo Lalisa, que caiu no chão na mesma hora. A princípio, eu teria amado aquela cena. Mas o corpo do pequeno Jimin não me deixou ficar feliz.
Me agachei do seu lado, sendo impedida de tocá-lo.
- CHAMEM UMA AMBULÂNCIA! RÁPIDO! - o staff me jogou em um lado enquanto virava Jiminnie. Ele estava vivo, a bala tinha atingido seu ombro. Respiro aliviada.
Hoseok me abraça e eu choro baixo em seu ombro. Seu cheiro era algo que me deixava embriagada e que eu sentia falta. Ele me apertou contra si e sussurrou diversas vezes que tudo ia ficar bem.
O staff me olhou e por um instante pensei que iria me matar, mas ele apenas me puxou dos braços de Hoseok e me deu um abraço longo e demorado.
- Nos desculpe por tudo isso, garota. - ele disse baixo.
Fiquei em choque, mas afinal, aquelas palavras me deixaram menos desconfortável. Menos mesmo.
{...}
- Vai pra casa, Hoseok. A imprensa já deve estar lá fora, você não pode se esconder pra sempre aqui! - digo arrumando seu cabelo. Ele estava praticamente dormindo, mas insistia em ficar com Jimin.
- Não... - ele resmunga.
- Jung Hoseok. - digo mais brava. Ele abre um olho e suspira, abrindo os dois em seguida.
- Só porque eu tô morrendo de sono. - me levanto e ele também. - O staff já foi? Como eu não vi?
- Já. Talvez porque você estava dormindo?
- Eu não estava dormindo, eu estava cochilando. - ele faz bico e me puxa, me dando um abraço apertado e tentando me beijar.
- Não! - digo empurrando ele.
- Por quê? - suas palavras doces são súplicas nos meus ouvidos...
- Não é só porque eu te abracei que significa que estamos bem.
- E por que não estamos? - seus olhos estavam fixados nos meus lábios. Porra, Hoseok...
- Olha a situação em que estamos, por minha causa! Ainda não... - me afasto. - Decidi se te desculpo ou não. E seu amigo foi baleado, você não tá preocupado não?
- Lógico que estou! - ele coça a nuca. - Aish, vou pra casa. Jungkook fica com você. Afinal, cadê o resto dos meninos?
- Eles já foram pra casa, Hoseok. Apenas Jungkook ficou.
- Tem certeza?
- Absoluta. Vamos, eu te levo até a saída dos fundos. Você está com tanto sono que é perigoso dormir no meio do caminho. - digo puxando ele pela mão. Os seguranças nos acompanham pelos fundos, e nós saímos. Um carro SUV preto está parado praticamente na porta.
- Podem entrar. - ele diz firme aos dois seguranças. Me impressiono com sua autoconfiança e liderança. - Boa noite, S/N. - ele diz e me olha uma última vez.
- Hobi! - digo o puxando pra um abraço e beijando seu rosto.
- Amo você, baby. - ele diz baixo e entra no carro. Meu coração se enche de alegria, talvez? Mas ao mesmo tempo de tristeza. Eu não disse que o amava de volta.
Volto na companhia de um dos seguranças, que eu nem tinha percebido que não havia ido com eles.
- É... Você está com o Jungkook? - pergunto no elevador.
- Não, senhorita. Estou acompanhando você. - ele diz sério.
Fico chocada. Quem havia pedido um segurança pra mim? Pelo jeito a situação estava realmente feia.
Seu nome era Chanyeol, o mesmo segurança que estava com Jimin no show.
Ligo para Min-jee e peço pra ela avisar na portaria o motivo de eu não dormir lá. Pelo menos eu não vou levar bronca.
{...}
Entro no quarto e vejo Jungkook sentado ao lado de Jimin, que está acordado. Meu coração parece ficar mais leve quando seus lábios se formam num sorriso maravilhoso e seu eyesmile complementa tudo isso. Ele estava bem.
- Que bom que está aqui. - sua voz rouca está baixa.
- Como você se sente? - pergunto indo até ele.
- Jungkook estava me contando algumas coisas e acho que estou melhor.
- Significa que ele fez um bom trabalho. - digo sorrindo. Jungkook também sorri.
- Vou ficar lá fora. Acho que vocês precisam conversar, não é? - ele se levanta. - Me chamem se precisarem de mim. - Então sai.
Me sento onde ele estava e seguro a mão de Jimin, mãos que a pouco tempo eram fofas e delicadas, mas agora... uau.
- O que você pensa que estava fazendo ao entrar na minha frente? - pergunto tentando parecer brava e apertando sua mão. Ele sorri de uma maneira infantil, seus cabelos castanhos caindo sobre seus olhos.
- Poxa, de nada. - ele diz ainda sorrindo enquanto eu arrumo sua franja.
- Obrigada, Jimin. De verdade. Nunca vou esquecer o que fez por mim. Mas sério, aquilo foi loucura! Já imaginou se você morresse? Eu ia me ferrar legal!
Ele faz bico. Acabo rindo.
- Não iria aguentar te ver machucada. Tive que fazer aquilo, porque eu te amo. - ele sussurra a última frase. Senti como se um milhão de borboletas estivessem no meu estômago.
- Jimin... Eu... - começo a dizer mas ele me atrapalha.
- Não, não diga nada. Eu sei que você está com o Hoseok e que ama ele. Mas eu continuo te amando mesmo assim e se um dia quiser tentar... Eu vou tentar com você. - ele beija os nós nos meus dedos.
- Eu e Hoseok não estamos juntos. - digo baixo.
- Não? Achei que tivessem voltado.
Balanço a cabeça.
- Jimin, por que você mentiu pra mim? Você não queria me ver com ele?
Ele abaixa o olhar, levanto sua cabeça e olho em seus olhos.
- Não é isso, S/N...
- O que é então?
Ele respira fundo e finalmente olha pra mim.
- S/N, eu... ouço vozes.
- Vozes? Como assim vozes?
- Vozes. Elas me mandam fazer as coisas. Eu... não sei especificar, mas eu ouço. Elas me mandam fazer coisas, dizer coisas, mentir... Eu apenas faço pra elas se calarem. - ele quase fica gago. Ele parecia tão frágil naquele momento, um simples garotinho que não sabia o que fazer. Impulsionada pelo momento, faço carinho em seu rosto.
- Quer ajuda com elas? - pergunto e ele balança a cabeça em um sim. - Então vou te ajudar.
- Obrigada por ter entrado na minha vida. - ele diz olhando fixamente pra mim. Acabo ficando sem jeito.
- Quase te matei, mas tudo bem né? Acontece todo dia. - digo rindo.
- S/N, fecha os olhos. - ele diz de repente.
- Ah, não. Você vai me beijar que eu sei. - digo e ele ri.
- Não é isso. - ele faz bico. Acabo fechando um. - Os dois, anda! - faço como o pedido. - Se você abrir eu juro que levanto e dou uma punição em você aqui mesmo. - ele diz baixinho no meu ouvido. Aquilo me faz tremer na base.
Sua mão vai até meu cabelo e chega até a nuca, me dando arrepios. Sua outra mão me faz levantar da cadeira e me sentar em cima da cama, quase indo até seu colo.
- Não abra os olhos. - ele diz.
Uma mordida no lóbulo da minha orelha. Aquilo foi suficiente pra me fazer abrir os olhos e beijar Jimin.
Automaticamente minhas mãos desceram até seu ombro, que eu esqueci que estava machucado.
- Ai... - ele reclama.
- Desculpa... - tento dizer mas ele só balança a cabeça e me beija novamente. Como seu beijo era bom. Era divino! Seus lábios eram ótimos no que faziam, e suas mãos... ágeis.
- Fique comigo aqui. - ele diz no meu ouvido e me puxa mais pra si, de forma que eu fico deitada em seu colo mas longe do ferimento.
Eu não poderia entrar mais no dormitório mesmo. Então apenas concordei.
- Fico. - digo e ele sorri, me aconchegando em seu peito. Acabei dormindo com um som bem agradável: as batidas aceleradas do coração de Park Jimin.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.