Narrador POV's
Yoo Si Jin, orgulhava-se por ser o melhor agente de segurança do mundo. O rosto era bem marcado pelo lado europeu herdado dos avós e os dentes eram muito brancos e certos. Tinha um perfil clássico marcado com feições delicadas, sensíveis e enérgicas. Os cabelos eram louros e os olhos tinham um tom cinzento de ardósia. Mesmo com seus mais de quarenta anos, sobre as roupas que ele vestia, um bom observador podia ver o movimento dos bíceps e dos músculos das coxas. Era ex-detetive profissional e já havia sido chefe de segurança da casa azul (*N.A. Equivalente à casa Branca coreana*), porém abandonou o cargo para que pudesse se dedicar à família após o nascimento de sua filha e desde então passou a gerenciar uma empresa privada de segurança, na qual posteriormente assumiu o cargo de assessor de segurança da BigHit. Gostava do emprego atual, e antes que se desse conta já havia se afeiçoado ao Bangtan e a todos na empresa.
Estava agora mais uma vez investigando a Min Ha Ri, a sasaeng do Jungkook, que agora ameaçava Valéria, a namorada do rapaz e a qual havia conhecido a pouco, mas também já possuia um grande afeto por ela, pois ela lhe lembrava de sua filha.
Com muito custo havia conseguido descobrir o nome da sasaeng. Estava se tornando frustrante não conseguir nada a respeito daquela mulher, e ele só precisa de um fio solto naquela trama para apanhá-lá, estava determinado pra isso. Esperava que agora que sua identidade havia sido descoberta se tornasse mais fácil.
Era tarde da noite já, mas ele se encaminhava para o escritório de segurança, mais precisamente para a sala de inteligência e informação. Os especialistas em computadores estavam à sua espera.
Ter trabalhado na casa na casa azul lhe trazia muitas facilidades e benefícios, e ele tinha acesso a um grande número de informações privilegiadas. Dessa vez, Si Jin conseguiu acesso ao banco de dados especial da policia, ao qual só se tinha acesso com um cartão especial, e mediante autorização do Comissário geral. Era por isso que estava agora acessando o centro de coleta de dados, lá haviam dados sobre tudo, desde serviços e informações de contato simples a informações sobre todas as atividades criminais da Coréia.
- O que devemos procurar? – perguntaram eles.
- Preciso de tudo que puderem encontrar sobre Min Ha Ri.
E os dois homens em frente aos computadores começaram a trabalhar. Quando acabaram de revelar os segredos a Yoo Si Jin, a vida de Min Ha Ri estava exposta diante do ex-detetive em belos símbolos matemáticos. Si Jin podia ver a mulher tão claramente quanto se estivesse olhando para uma fotografia. Sabia das preferências dela em matéria de roupas, vinhos, comidas e hotéis. Tinha sido uma jovem e bela estudante de direito que vivia à custas das riquezas da família que era sócia de varias instituições de ensino.
Houve um ponto que pareceu curioso a Yoo Si Jin. Tratava-se de um cheque compensado de quinhentos mil won (*N.A. Cerca de Mil Reais*) feito em favor do dr. Hyun. Estava escrito no cheque "para consulta". Que espécie de consulta? O cheque fora recebido no Honan Bank, em Gwangju. Quinze minutos depois, Si Jin falava com o gerente do banco. Sim. O gerente conhecia bem o dr. Hyun, um velho cliente.
Que espécie de médico era ele?
Psiquiatra.
Quando Yoo Si Jin desligou, ficou sentado com os olhos fechados, pensando. Um fio solto. Por fim pegou o telefone e ligou para o dr. Hyun, em Gwangju.
Uma recepcionista toda cerimoniosa disse ao assessor de segurança que o médico não podia ser perturbado. Si Jin insistiu, e afinal o próprio dr. Hyun pegou o telefone e informou rudemente a Si Jin que não costumava dar informações a respeito dos seus clientes e que não tinha a intenção de discutir tais assuntos pelo telefone.
Desligou sem esperar qualquer resposta.
Si Jin voltou aos homens nos computadores:
- Procurem sobre o Dr. Hyun.
Três horas depois, tornava a falar com o dr. Hyun pelo telefone, havia achado algo para usar a seu favor.
- Fique sabendo – disse o médico asperamente – que, se quiser alguma informação a respeito de qualquer dos meus clientes, terá que aparecer aqui no meu consultório com um mandado judicial.
- Não me é possível no momento ir a Gwangju – disse o ex-detetive.
- O problema é seu. Mais alguma coisa? Sou um homem muito ocupado.
- Sei disso. Tenho aqui em mãos as suas declarações de imposto de renda nos últimos cinco anos.
- E daí?
- Escute, doutor, não quero lhe criar problemas, mas vem sonegando ilegalmente vinte e cinco por cento de sua renda. Se preferir, poderei encaminhar as suas declarações às autoridades Coreanas do imposto de renda e dizer-lhes onde devem procurar a sonegação. Poderei também falar do seu cofre num banco em Toronto e de sua conta numerada em Seul.
Houve um longo silêncio, e então o médico perguntou:
- Quem o senhor disse que era?
- Yoo Si Jin, atual assessor de segurança da BigHit Entertainment.
Houve um longo silêncio, e então o médico perguntou:
- O que exatamente deseja saber?
Quando o dr. Hyun começou a falar, não houve mais jeito de parar. Sim, lembrava-se perfeitamente de Min Ha Ri. A jovem mulher, além de linda e muito bem vestida, tinha ido procurá-lo sem marcar hora e tinha insistido em ser imediatamente atendida. Não quisera dar o nome, dizendo que desejava discutir apenas os problemas de uma amiga.
- É claro que isso logo me pôs em guarda - disse o dr. Hyun. - É uma síndrome clássica de pessoas que têm receio de enfrentar os seus próprios problemas.
- Qual era o problema dela, doutor?
- Ela disse que a amiga era esquizofrênica, estava passando por um momento de muita frustração, que estava com raiva e seria capaz de matar alguém, se não o impedissem. Perguntou se havia alguma espécie de tratamento capaz de atenuar esse estado. Acrescentou que não podia encarar a ideia de ver a amiga internada num hospício.
- O que o senhor lhe disse?
- Expliquei que, em primeiro lugar, eu teria de examinar essa amiga dela. Adiantei que alguns tipos de doenças mentais eram susceptíveis de tratamento por meio de terapias medicamentosas e psiquiátricas, ao passo que outras eram incuráveis. Disse também que, no caso como o que ela em linhas gerais me expunha, o tratamento poderia ser muito demorado.
- O que aconteceu então?
- Nada. Foi só isso. Nunca mais vi a moça, e sinceramente gostaria de ter feito alguma coisa por ela. A sua visita ao meu consultório teve todas as caraterísticas de um pedido de socorro. Era como se um assassino tivesse escrito na parede do apartamento de sua vítima: "Prendam-me, senão vou matar de novo!"
Havia uma coisa que Yoo Si Jin ainda estranhava.
- Disse que ela não quis dar o nome. Entretanto, deixou nas suas mãos um cheque assinado.
- Sim, ela disse que havia esquecido de pegar o dinheiro ao sair de casa. Estava muito aflita com isso e, no fim, teve de me dar um cheque. Foi assim que fiquei sabendo o nome dela. Deseja saber mais alguma coisa?
- Não.
Alguma coisa ainda estava desafiando Yoo Si Jin. Ele claramente sabia que ela era a responsável pelos atentados ocorridos, mas precisava de uma prova, e não havia sequer uma evidência que pudesse incriminá-la. Era um fio solto que fugia do seu alcance. Tinha de encontrá-lo... Imprimiu todas as informações que havia conseguido e depois se despediu e agradeceu aos homens pelo serviço prestado, por ora não havia mais nada em que pudessem ajudar, o resto era com ele.
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