6:00 AM
O despertador tocou.
Acordo cedo pra trabalhar, como todas as segunda-feiras tediosas.
Abraço os travesseiros como costume e percebo que Madara já levantou, que ótimo.
Pulo da cama antes que durma de novo e corro para o banheiro do quarto, depois de completar a higiene matinal, visto uma roupa apropriada para trabalhar e desço para a cozinha.
Tomo minha pastilha esfervecente de vitamina C, um suplemento para os ossos e mais algumas pílulas, apenas para me manter saudável (até porquê é estranho uma médica ninja doente).
Ao passar pela sala, vejo Madara com o celular, que está inclinado horizontalmente, entre as mãos, os polegares tão consentrados na tela que nem percebeu minha chegada.
- Bom dia pra você -
O moreno solta o celular com rapidez e o desliga.
- Bom dia pequena -
- Você estava jogando? -
- Eu? Não, claro que não -
- Você mente muito mal - Tom de deboche.
- Eu posso te levar pro hospital, vou sair daqui a pouco. -
- Mudou de assunto, hum, mas deve me levar sim! Esqueceu que a minha moto está com o meu pai? -
- Um pouco de calma lhe faria bem S/n -
O moreno se aproximou e segurou em minha cintura, tão próximo que pude sentir o calor de seu rosto.
- E um pouco mais de sono, quem sabe - O beijo com carinho.
Desci do carro e fui em direção à porta dos funcionários, bati o crachá e dei de cara com aquela ruiva linda do Byakugou.
- S/n, não tem nenhuma consulta pra você atender hoje, vai ficar de ajudante, ninguém mandou só avisar ontem que já tinha chegado -
- Que ótimo, menos trabalho -
- Vamos logo pro vestiário, lá a gente conversa - Mito sussurra para mim.
Abro meu box, e tiro de dentro o meu uniforme branco perfeito, e um elástico para o cabelo.
- S/n, eu tava morrendo de saudades suas, só não vou te abraçar agora porque é área hospitalar, imagina quantos vírus eu estaria passando pra você -
- Certo, onde a Nani está agora?-
- No 6° andar, na sala dela -
Saí do vestiário e entrei no elevador com a Mito, ao chegar no sexto andar, deixamos o elevador em rumo a sala de pediatria.
Logo de dentro da sala sai uma mãe jovem com uma bebê no colo.
- Que criança linda senhora - Mito diz encantada
- Obrigada senhora Mito -
- Como é o nome dela? - Perguntei
- O nome dela é Itsuki -
- Que belo nome, combina com essa fofura.- Mito apertou as bochechinhas do bebê.
- Eu lembro de você, você fez todo o acompanhamento pré-natal comigo - Digo acariciando o rostinho daquela bebê.
- Sim senhora, e por isso eu não acredito nos boatos de bocas maldosas -
- Como assim? Que boatos? -
- Ai, eu e minha boca grande... -
- Não, por favor diga -
- Todas as mulheres, principalmente as Uchihas, andam dizendo que o senhor Madara só se casou porque ele deveria respeitar o antigo acordo feito pelas famílias de dentro do clã: A do seu pai e a do ex Líder dos Uchiha. -
- Ah boatos mesmo, aquele acordo já morreu, à muito tempo... -
- Bom, eu tenho que ir - A mulher se retirou envergonhada por falar demais.
- Oque ela disse é verdade? - Mito sussurrou em meu ouvido.
- É sim ... - Suspirei pesadamente.
- Vai me contar tudo na hora do almoço -
- Também quero ouvir! - Diz Nani saindo de dentro da sala, como se estivesse ouvindo atrás da porta.
- Vão pro necrotério, as duas, tem alguns corpos pra fazer a autópsia - Disse a ruiva pondo seu jeito chato em ação.
- Sim, Mito... - Respondemos em um coro triste.
Quando a ruiva virou as costas...
- Como ela fica chata no trabalho, prefiro ela fora daqui - Nani disse rindo.
- Não fala isso, se ela escuta vai te esganar -
Rimos juntas da chatice da médica chefe, e discutimos como e quando ela volta a ser a fofa que conhecemos.
- Ah, Nani? -
- Oque foi? -
- Não conta pra Mito -
- Oque? -
- Que eu vou mandar uma mensagem para Madara, sobre nosso almoço hoje -
- Tá certo -
Mais tarde no nosso restaurante de costume...
Depois de abraços, beijos e a escolha do cardápio feita...
- Quero convidar vocês para a festa que vamos dar para nosso primeiro bebê - Mito parecia muito feliz - Vai ser sábado a noite-
- Agora coonta! - Mito suplicou - Não esconde nadinha... -
- É, conta como foi desde que saiu da festa! - Mito fala com cara de maliciosa.
- Depois da festa... - Não consigo pronunciar.
- Vocês foram pra onde? - Começa Nani
- Pra uma Zona litorânea do Japão, muito bonita -
- Chegaram que horas -
- Perto das 7:00 da noite -
- Transaram na primeira noit - Foi interrompida.
- Nani, isso não se pergunta em alto e bom som - Mito sempre responsável.
- Sim, óbvio - Respondo num sussurro envergonhado.
- Finalmente perdeu a virgindade sua lerda -
- Nani - Mito sussurra alto.
- Com ou sem ca... - Nani continua até a ruiva por a mão sobre sua boca.
- Sem.... - Provavelmente corei nessa hora.
- Ah não, você confiou nele a esse ponto! Sua doida apaixonada - Mito enfurece.
- E você não pode dizer nada, eu sei o que você fez - Pisquei de forma safada - E sim, isso não é problema -
- Verdade, bebês não são problemas - Mito piscou de volta.
- Para, bebês são problemas sim! Um combo completo de nojeiras, dor de cabeça e cabelos brancos! Só são bonitinhos quando são filhos dos outros, quando eu não sofro para parir e criar -
As duas riem do meu comentário maldoso sobre criaturinhas fofas.
O garçom que a pouco nos observava de longe veio com nossos pratos, Hiyajiru, Missô, e arroz, típico de papo em dia.
- Hum - Nani mal experimentou sua comida e já voltou a falar - conta direito aquela história da moça de hoje de manhã -
- Vai comer quieta se eu fizer isso?-
- Prometo -
- Como você ouviu atrás da porta, já sabe tudo oque a moça disse, não é? -
- Sim -
Em silêncio Mito também se mostrou interessada no assunto.
- Oque ela disse é tudo verdade - Pausa para exclamações - Sim, vocês já sabem que minha mãe era Hyuuga, trabalhou como Ama (babá)do Hashirama e do Tobirama, e em uma tentativa de paz entre os clãs, os Senju convidaram o meu pai, porque era o mais fortes dentre os anciões (Um ancião jovem por sinal), e Tajima Uchiha por ser o líder -
- Aí aconteceu amor à primeira vista... - Nani faz cara de boba apaixonada.
- Sim. Mas como a mamãe era uma empregada, o papai a negociou na maior cara de pau. E deu certo.- Uma risadinha de minha parte - Mas, Tajima Uchiha não poderia ficar quieto na dele, e disse que na verdade o meu pai devia se casar com uma legítima Uchiha da família deles, assim ia unir verdadeiramente o nosso Clã. Acabou que nem meu pai e nem a moça que seria escolhida queriam este casamento, no fim sobrou pra mim. Quando Tajima teve seu primeiro filho, já avisou ao meu pai, de que a filha menina que ele tivesse deveria se casar com um dos seus filhos. E aqui estou eu, casada com o líder do Clã -
- Também, só sobrou ele mesmo, - Nani sem noção.
- NANI - Mito adverte.
- Ai, desculpa S/n, eu esqueci, da sua ex- paixão pelo Izuna -
- Não foi só paixão... Mas já passou. -
Flashback*
- Oi Izuna, tava com saudades - Digo um pouco apreensiva de confessar saudades.
- Eu também senti saudades suas - Ele me lança um olhar bobo e fofo.
- Vai ter prova amanhã já estudou? Eu trouxe o meu livro. -
- Hum ótimo, não entendi nada lendo sozinho.-
Izuna sentou-se ao meu lado e parecia prestar bastante atenção no que eu explicava, mas meu forte nunca fora matemática, odiava rotação de polinômios, criação de gráficos, incógnitas... Essas porcarias que aprendemos no fundamental e só usamos no segundo grau, pra nunca mais lembrar.
Mas quando virei em sua direção, percebi que ele não prestou atenção em nada, pois segurou minha cabeça e me beijou.
Um beijo de língua, quente e bom, mas para mim um mundo novo. Ele mal separou seus lábios dos meus...
- Por que fez isso? - Perguntei ainda incrédula.
- Me desculpe se você não queria - Ele já levantava.
- Não, eu... - Segurei sua mão.
- Você quis? - Izuna sorriu.
- Se eu não quisesse, teria força para desviar, não acha? - Corei - Eu só não entendi o porquê.-
- Não entendeu? Você nunca percebeu? Eu sempre fui apaixonado por você, sua baixinha. - Izuna voltou a se sentar ao meu lado e acariciou meu rosto. Seu sorriso denunciava que era verdade. - Desde que te conheci.
- Eu.. Eu também gosto de você, Izuna - Corei novamente com a confissão.
Izuna me beijou novamente, e a cada beijo ia ficando melhor.
Ele foi o meu primeiro amor.
Flashback*
À tarde eu apenas ajudei em tudo oque precisassem. Chatice total. Nenhuma consulta pra mim.
No fim da tarde despedi-me das colegas e fui pra casa do meu pai. Lá estava a minha moto com pneu 280/35-18 preta.
- Pai eu só vim pegar a minha chave da moto e já vou indo -
- Poisé depois que cresce não quer nem saber dos pais -
- Não faz drama pai - Lhe dou um beijo rápido e me despeço com dificuldade. Papai ficou muito sentimental, depois da mamãe.
No caminho pra casa, não consegui tirar Izuna da cabeça, não que eu não o tenha superado, ou sinta algo por ele, mas eu sentia saudades dele.
Cheguei em casa, tomei um banho e fiz o jantar, fazia tempo que eu não cozinhava.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.