História Imagine Taehyung (V) BTS - Capítulo 41

Nos braços de minha irmã eu chorei por minutos incontáveis que mais pareciam uma eternidade, a dor sem fim predominava meu peito de uma forma que eu não estava mais aguentando esconde-la de ninguém. Eu estava gritando por socorro.

Eu poderia ter todo o luxo do mundo, pais ricos que me dão e deixam eu fazer o que bem entender, "amigos" que tem o mesmo meio social e até garotas que se interessa por um babaca igual a mim, uma vida perfeita para um adolescente egoísta e mimado. Mesmo tendo de tudo e do melhor, frequentar as melhores festas, beber o quanto quiser e virar a noite completamente alucinado, eu continuava sozinho; sem uma família pra me acolher de verdade, pra me esperar preocupados em casa, levar bronca de ter feito burrada... Isso faz falta demais de uma forma que nunca pensei que sentiria.

Afinal qual é o significado de família realmente? Eu poderia descobrir isso um dia?

Ou eu já tive e apenas pedir por agir errado? Por me expressar errado...

– Está assim por causa do papai? – ouvi Sulli perguntar e rapidamente tratei de cessar as lágrimas.

– Não... – respondi pousando o queixo em seu ombro pequeno – Foi nada demais.

– Você não me engana Tae, está se perdendo ainda mais.

Ela tem razão, mas o que devo fazer?

Me afastei da mesma e fitei seus olhos, esbouçando um sorriso falso.

– Eu estou bem, já passou. – tentei soar firme em minhas palavras – Obrigado maninha. – mostrei meus dentes em um sorriso largo quanto empurrei de leve o queixo pequeno de Sulli.

– Sabe que eu te amo né. – soltou do nada me surpreendendo –  Mesmo sendo chato na maioria das vezes, eu sempre vou te ajudar quando precisar.

Sem querer mais uma lagrima escorreu por minha bochecha, na qual tratei de limpa antes que caísse completamente, alarguei mais o canto de meus lábios:

– Eu vou estar aqui também para te proteger, ok.

– Vou te cobrar por isso, pode deixar. – brincou e gargalhamos em seguida.

Em meio as risadas senti meu estomago se apertar de fome, fazendo-me circular um braço em volta de minha barriga:

– Eu preciso comer. – ri.

– Vem... – se levantou – Vou preparar algo pra você.

Ergui a sobrancelhas confuso:

– Desde quando faz isso pra mim? – debochei achando estranho a mesma se oferecer a fazer comida logo a mim.

– Estou sendo boazinha contigo hoje, por isso relevo. – falou decidida e logo fiquei de pé ao seu lado também – Mas não se acostume com isso. – avisou séria.

Passei um braço em volta de seu pescoço, bagunçando com a mão livre seus cabelos, ganhando um tapa no peito da mesma aos resmungos; saímos de seu quarto para o corredor com papos aleatórios que cessaram completamente ao descer o último degrau da escada, tudo por causa de uma conversa suspeita bem no local aonde iriamos comer.

Percebi que era ambos nossos pais que conversavam, isso se eu considerasse que aquilo fosse uma conversa pois parecia mais uma briga, pequena talvez, mas não deixava de ser:

– Mamãe está em casa? – soltei estranhando.

– Pelo visto sim. 

– Sabe meus motivos por odiar aquele moleque!

– Estão falando sobre quem? – peguntou Sulli baixo e eu neguei com a cabeça.

Encostei na parede aproximando mais na borda da porta pra escutar melhor o que tanto falavam, e, acabei sendo surpreendido:

– ...Ele não tem culpa de meus erros, ele é apenas uma criança.

– Ainda acha que ele é um bebê? Acorda! 

– Taehyung é meu filho e eu sempre vou pensar desta forma dele... 

– Estão falando de mim? – franzi o cenho chocado.

– Que? – disse Sulli se aproximando mais de meu lado – O que eles estão falando de você?

Dei de ombros em sinal que não sabia  voltando a atenção para os dois:

– Você nunca o tratou bem... Eu sabia de todas suas traições e toda sua sujeirada mas mesmo assim cumpri o que sua mãe havia pedido antes de morrer.

– Fez por que quis, nunca te prendi à mim. Na verdade deveria ser grata isso sim!

Grata?!

– Não sabe o que diz...

– Não sei mesmo? Fui eu que aceitei seu filho em minha família.

– Nosso filho!

Minha cabeça estava a mil por toda a situação, eu nem ao menos deveria estar ouvindo aqui ou dando a miníma para as besteiras que diziam sobre mim, afinal não valeria apena ser ofender com aquilo; mesmo pronto pra dar meia volta pro andar de cima novamente eu ouvi cada palavra daqueles dois até o fim, e isso foi a pior coisa que eu deveria ter feito naquele momento:

– Ele não é meu filho! E você sabe muito bem disso. – ergueu o tom de voz – Eu aceitei você com aquele bebê chorão quando aquele mariquinha te largou lembra? – riu soprado.

– Não ouse falar dele. – retrucou a mesma. 

– Então pare de dizer que Taehyung é nosso filho, pois ele carrega apenas seu sangue e não o meu!

Meus olhos estava tão arregalados que juraria que saltariam de minhas orbitas a qualquer  momento, minha boca se formou em um perfeito "O" e tive que me agachar ao chão estando completamente em choque do que tinha acabado de ouvir. Sulli se ajoelhou ao meu lado estando pasma também do que tinha acabado de ouvir, segurou firme a mão que tampava sua boca pra depois negar com a cabeça desacreditada.

Uma coisa era certa, eu tinha descoberto outro motivo pelo ódio gratuito por mim.

– Sabe o que é pior... Meu pai penso mesmo que ele era seu neto e o amou tanto que deu a maior parte de sua fortuna para o mesmo – continuou – Então me diga, isso é justo comigo?

– Taehyung nunca pediu pra ser amado pelo avó, você sabe o quanto os dois se gostavam...

– E eu tenho que perde grande parte do que é meu por um intruso? Faça-me um favor! – reclamou.

Por que eu ainda estava ali ouvindo aquilo tudo?  Minhas pernas são as culpadas... 

Estava tão perplexo que nem ao menos conseguir me mexer eu conseguia, o pior de tudo é que eu podia evitar de olhar cara a cara para minha irmã agora, mas não poderia deixar de ouvir seus soluços fracos.

Então era isso... Eu descobri mais verdades, desta vez novamente por minha "família".

Por um momento a raiva tomou conta de meu corpo todo, de um modo que eu precisava sair daquela casa o mais rápido possível antes de descontar em quem não tinha nada a ver com o caso. Me levantei com pressa e andei em passos largos em direção a saída:

– Tae... – Sulli me chamou em tom baixo mas eu ignorei por estar fora de mim, passei por aquela porta e corri em direção a rua.

Sem rumo aparente, apenas queria ter de volta meu momento de paz. 

No meio do caminho surgiu uma ideia estúpida que me fez correr ainda mais rápido mesmo sentindo as pernas fracas a cada segundos que se passava, quando precisei tomar folego a contra gosto eu fui cessando os passos de pouco em pouco até parar aonde queria.

Isso mesmo... Estava de frente do parque... Queria ter entendido o porque de escolher aquele lugar mas nem ao menos estava pensando direito no momento. 

Precisava pensar em um ponto final disso tudo.