- Como é!? - eu gelo.
Um grande silêncio se instala enquanto ele analisa novamente o monitor, Madara está pálido, Mito está de boca aberta e Hashirama parece não entender, sinto minha garganta fechar e minha respiração falhar, minhas mãos soam e começo a chorar descontroladamente.
Dr. Yamanaka: Droga! Saim da sala.
Madara: Olha pra mim! Tá tudo bem... - sua expressão é de pânico.
Enquanto Yamanka acompanha Mito e Hashirama pra fora, Madara sobe na maca e se senta atrás de mim.
Madara: Kaori, eu quero que fique aqui, preste atenção na minha voz, ouviu?
- Não consigo respirar... - não consigo prestar atenção em mais nada
Madara: O que é isso!?
Dr. Yamanaka: Só pra ela ficar mais calma, não se preocupe, não tem reações... - sinto uma picada no braço e meu corpo adormece aos poucos.
(...)
Quando abro os olhos Madara está me encarando tranquilamente, estou em volta em seus braços em uma cama bem maior.
Madara: Oi - sussurra baixinho
- Oi...
Madara: Como se sente? - acaricia meu rosto
- Grogue, então não foi um sonho?
Madara: Vai dar certo, você confia em mim?
- Não confio é em mim, são meninas? - ele está sério
Madara: Não deu pra ver, segundo o médico um está de frente pro outro - sorrio.
- Porque tá com essa cara?
Madara: Me perdoe - parece estar distante.
- Não tá feliz?
Madara: Você não tá... - me levanto e me sento de frente pra ele.
- Na verdade eu estou apavorada, não sei se porque sou nova ou não tenho nenhuma experiência, as vezes fico pensando se realmente forem meninas... sabe como a sociedade é, não quero que sofram, e se eu não for uma boa mãe? E se eu morrer no parto? E se entrarmos em guerra? E se nos dois morrermos? E se a dor do parto for realmente insuportável? - ele arregala os olhos.
Madara: Kami Sama! Calma... sua mente tá tentando te sabotar, como você disse é jovem, saudável, não tem como dar errado. E se formos ainda mais felizes do que já somos? É a prova do vínculo do nosso afeto, não imagina como me deixa feliz, você juntou os pedaços do meu coração e me preencheu de alegria, vocês, Yuki e Izuna são tudo que eu tenho, e sim eu continuo achando que são meninas. - o ar de orgulho toma conta e eu sorrio e pulo em cima dele o abraçando.
- Eu te amo!
Madara: Eu sei que vai perder totalmente a graça, mas vou te mostrar uma coisa.
- O que? - olho pra ele
Madara: Vou te mostrar uma lembrança, apenas olhe nos meus olhos - ativa os sharingans. E parece que voltei no dia em que Jaya tomou conta do meu corpo pela primeira vez, estou deitada nos braços de Madara e tenho a mesma visão que ele, meus olhos abrem e algumas escrituras aparecem na minha pele, não conheço essa língua, abro os olhos e sou puxada mais uma vez pra outra sala, não é a nossa casa, do lado de fora ele entra e pelo corredor vejo duas meninas que não devem ter mais de quatro ou cinco anos e elas são iguais exceto pela diferença no tom do cabelo, a de cabelos castanhos corre de olhos fechados sorrindo, a de cabelos negros pula em cima dele seguida da outra, e é possível ouvir as duas gritarem em uníssono
~ Papai, papai! Bem - vindo papai! - ele coloca uma de cada lado debaixo do braço e anda pelo corredor até virar na direção da sala, quando me vejo sentada tricotando algo e minha barriga está bem maior do que agora, Yuki está sentado ao lado lendo um livro e quando noto a sua presença sorrio, e consigo sentir o amor que ele sente todos os dias quando chega em casa. Pisco e volto pra sala do hospital. Ele enxuga algumas lágrimas do meu rosto e desativa os olhos.
- Eu te odeio - ele ri.
Madara: Não tem como dar errado. - sorri e me dá um selinho
- Isso é o futuro?
Madara: Parece que sim...
- Posso ver de novo?
Madara: Claro - sorri
(...)
Ao chegar em casa dou de cara com meu pai e minha mãe que se quer avisaram que viriam.
Kyumi: Minha bela - sorri
- Oi, mãe.
Madara: Não sabíamos que vocês viriam...
Kai: Oi, Kaori.
- Oi - continuo entrando em direção a cozinha onde Ota faz biscoitos pro Yuki.
Yuki: Kakai - vou em sua direção e o abraço.
- Tudo bem? - sorrio
Yuki: Sim, papai Izuna tá me ensinando um Jutsu novo - finalmente
- Que incrível, me ensina depois?
Yuki: Tá, mas você não pode contar porque só o nosso clã pode usar.
- Vai ser nosso segredo - sussurro
Ota: Como foi, hime? - me abraça e acaricia minha barriga.
- São gêmeos...
Ota: D-dois!? - leva a mão a boca
- É.
Yuki: Dois o que? - me olha confuso.
- Dois irmãozinhos, quer dizer, a gente ainda não sabe se são meninos.
Ota: Meu Rikudou... que venham cheios de saúde! - me abraça forte
- Amém! - beijo sua testa
Yuki: Que legal!
Kyumi: Ouvi bem? - entra na cozinha.
- Não, são dois bebês - vem em minha direção e me abraça, retribuo meio sem jeito.
Kyumi: Que sejam abençoados - toca a barriga.
- Amém... se me dão licença preciso de um banho, estou com cheiro de hospital, e o Madara?
Kyumi: Esta no escritório falando com seu pai, estão tentando invadir o nosso país, Kai espera que como aliado Madara ajude.
- Ah... - e eu pensando que tinham vindo por minha causa.
(...)
Depois do banho, visto uma camisa de Madara e fico confortável lendo um livro, quando vejo alguém entrar pela janela.
- Idiota!!! - joga uma almofada na direção dele que por sua vez segura
Tauz: Fiquei sabendo que tá grávida de gêmeos... - analisa minha barriga
- É. - volto a atenção pro livro
Tauz: Que bom que tem duas tetas - ri
- Idiota! Lanço o livro que acerta em cheio sua cara. - Não tem graça!
Tauz: Relaxa, eu quero te contar uma coisa pra depois não reclamar que não te falo nada.
- Porque parece que não vou gostar?
Tauz: Sabe a Ya? - por favor, não
- Cínica, nojenta, desequilibrada e fútil? Sei... - ele arregala os olhos.
Tauz: Estamos se envolvendo, e sei que a odeia e que depois que não deu certo com a última moça, eu só tô tentando... mas eu acho que estou gostando mesmo dela...
- Você quer me matar de desgosto, só pode! Tomara que quando beijar aquela boca, pegue sapinho!
Tauz: Tenta entender...
- Tudo bem, mas ela não presta e não diga que eu não avisei - jogo outro travesseiro - agora sai antes que Madara te pegue aqui - ele vai em direção a janela sorrindo e pula, em questão de segundos Madara entra no quarto abrindo a porta.
Madara: Seu pai, quer a minha ajuda, o que você acha? - fecha a porta, se aproxima e deita ao meu lado.
- Não sei, vai precisar voltar com eles?
Madara: Não vou sair daqui, pensei em mandar algumas tropas comandadas pelo Izuna. - Não sei, mas quando ele diz isso sinto um mal pressentimento.
- Não deixe ele ir sozinho - ele me olha sem entender
Madara: Tudo bem, nunca achei que fosse gostar do idiota do meu irmão. - sorrio. - Partimos amanhã.
- Mas já!?
Madara: Pelo que entendi eles são fortes o suficiente pra quebrar a barreira que seu pai colocou lá, acredito que sua mãe fique aqui, mas vou pedir pra Hashirama levar vocês pra lá...
- Ou... - ele fecha a expressão
Madara: Sem chances! - faço um biquinho - É perigoso.
- Vai demorar? - me deito de lado com a cabeça em seu peito.
Madara: São duas semanas só pra ir e voltar e - sinto algo mexer na minha barriga - Que foi? - me levanto fazendo ele se levantar junto, começo a rir, que sensação estranha.
- Fala mais... - levanto a camisa e coloco as mãos dele em cima da barriga.
Madara: Não sei quantos são, mas farei o impossível pra que não demore... Não estou entendendo. - quando mexem novamente ele parece sentir e fica imóvel.
- Acho que elas gostam de ouvir você... - ele sorri lindamente se deitando e encosta a cabeça dando um beijo na minha barriga.
Madara: Não é justo, como querem que o papai saia de casa agora? Trapaceiras iguais a mãe! - ri como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
- Isso não é verdade!
Madara: Agora sou completo.
(...)
O dia já raiou e do lado de fora todos estão se reunindo pra partir, ao longe observo meus pais vindo e junto deles Ya, quando nota minha mudança de expressão Madara me chama pra o canto do jardim.
Madara: Quando eu voltar, vamos tirar umas férias daqui, mas preciso que adiante umas coisas do escritório pra mim, tudo bem? - tá brincando...
- Quer que eu substitua você!? - ele ri
Madara: Tente não ameaçar ninguém. - tira um anel que sempre carrega com o símbolo do clã e coloca na minha mão.
- Não pode tá falando sério...
Madara: Isso lhe da poder, Sra. Uchiha. Confio em você. - sorri
- Você é doido?
Madara: Por você... já conversei com o Yamanaka, enquanto eu estiver fora você está dispensada do hospital, Tobirama vai te dar suporte, essa parte é insuportável, mas sei que ele daria a vida pra proteger você.
- Ainda da tempo de desistir... - ele se aproxima e me beija, suas mãos envolvem minha cintura e intensifico ainda mais o beijo enrolando nossas línguas quando ele nos separa.
Madara: Não faça ser mais difícil do que já está sendo... - beija minha testa
- Você sabe, sempre tem a opção de me levar junto. - sorrio
Madara: Acho que não... - faz uma careta e se abaixa beijando a minha barriga - Cuidem da mãe de vocês. - vejo alguém se aproximar e quando noto é Ya.
Ya: O Kai está te chamando, Madara Sama. - Kai!?
- Pra você é Sr. Kai. - corrijo
Ya: Ele mesmo ordenou que o chamasse pelo primeiro nome, que assim se sente mais jovem - debocha, que o meu pai é idiota não é nenhuma novidade, mas isso é demais, ela se vira e volta pra frente da casa.
- Vai ser impossível não ameaçar ninguém. - ele ri
Caminhamos para frente e todos já estão lá, minha mãe está abraçada se despedindo do meu pai e Tauz e Ya estão de mãos dadas, eca. Aos poucos todos sobem em seus cavalos e começam a sair, Madara me olha e me dá um selinho e me abraça.
Madara: Voltarei antes que perceba, amo vocês! - Yuki corre e abraça a cintura dele que por sua vez o ergue e se despede. - Cuide da Kakai por mim, tudo bem? - o garoto tenta balançar a cabeça - Amo você! - se dirige até o cavalo monta e sai sem olhar pra trás.
- Tente voltar inteiro dessa vez.
Ya: Talvez ele nem volte...
Continua
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