História (reescrevendo) Imagines - BTS - J-hope (Jung HoSeok) - A gente sabe.

— Eu acho que... — Olhei pra ela e a Lét soltou um riso. — Nada, esquece. 

— Você achava alguma coisa e agora não quer me contar é? Hum. — Continuei escrevendo o relatório do paciente da porta do número doze. 

— Não, é besteira. — Letícia alisava seu pescoço com um sorriso sem graça e eu sorrio. 

— Está bem, eu não posso me desconcentrar agora. Tenho que buscar Eloá na escola daqui a pouco. — Afastei a cadeira da mesa e levando rapidamente, e pego a folha imprimida da máquina e saio da sala fechando a porta calmamente. Caminho apressada pelo corredor do hospital e olho ao meu lado, sorrindo timidamente pra ele enquanto subia as escadas. 

— Oi doutora ______, você está linda hoje. — Hoseok sorriu alegremente e eu desvio os olhos pra ficha e respondo: Obrigada. — Olhei pra ele e depois para frente, chegando no andar do quarto. — Te vejo por ai. 

Dei as costas ao vê-lo passar por mim antes de piscar e vai para a direção contrário do meu. Comecei andar, ouço o meu nome sendo chamado então eu viro para ele. 

— Oi. 

Com as mãos no bolso ele perguntou: — Posso te levar pra almoçar hoje de novo? Se não for incomodo, claro. — Ele riu levantando as mãos me fazendo sorri. 

— Tudo bem. — Hoseok acenou sorridente e eu acenei rindo da sua cara de bobo, e dou as costas pra ele de novo voltando pro caminho. Abri a porta e peço licença ao paciente me sentando na cadeira. 

— Eu não tenho boas notícias como eu já previa pelos sintomas. Os seus exames estão aqui, tudo indica que seja anemia. — Olhei pra mãe dela que olhava pra mim tirando sua expressão de preocupação. 

— Que alívio, menos mal. — A mãe da minha paciente comentou dando um leve sorriso. 

— Mas isso é sério, estar na classificação aplástica, e também chamada ablástica. — Disse tirando os óculos do peito vendo ela e Alexia se abraçar. Comecei a digitar os códigos e o nome dos medicamentos que ela teriam que pegar lá na farmácia. — Eu recomendo que você procure alimentá-la bem já, e marcar um transplante de células-tronco pra Alexia. É pro bem dela. Você vai levar esses medicamentos pra casa, e espero que cumpre todos os horários deles. 

— Mas ela precisa fazer o transplante? — A mãe dela questionou e eu concordei com a cabeça olhando pra ela agora. 

— A Alexia vai ter que fazer transfusão primeiro e depois marcaremos os transplantes, anemia ablástica é grave, corre risco de vida sim. 

— Pode deixar que eu vou fazer tudo pra ver minha filha comigo, doutora. — Alexia era quieta, e mas ela me olhava curiosa. 

— Ela vai, não é princesa? — Sorri para a criança de sete anos que sorriu abaixando a cabeça. Ao fim das consultas, fui pra minha sala e no meio do caminho, Hoseok estava em pé na frente da minha porta. O barulho dos meus saltos no piso trazem seus olhos pra mim e ele passa as unhas nos cabelos pretos. 

— Vamos? — Perguntou sugestivo. 

— Vou só guardar o estetoscópio e já volto. — Entrei na sala tirando o negócio do pescoço e a porta se abre e fecha enquanto que guardo a minha ferramenta na maleta. 

— Hoseok está aí fora, ele te chamou pra almoçar é? — Ela riu e eu mexi no cabelo ao desligar o computador. — Ah, eu vou indo também. 

Letícia pegou a mochila e colocou nas costas e começa a arrumar a sua mesa. Fechei a porta encontrando Hoseok ali, com sua mochila nas costas. 

— Vamos? — Falei ligando o celular pra ver pro horário, Eloá vai ser liberada daqui a dez minutos. Ele caminhou em silêncio até a saída do hospital. — Como foi o seu dia hoje? 

Ele e nos sentamos no ponto de ônibus e olho pra ele. 

— Foi bom, muito bom... — Ele disse e me pareceu que se lembrou de algo muito bom porque ele sorriu. — E o seu? 

— A parte da manhã não é tão estressante quanto da tarde e noite. Quando é de noite, eu já quero pular da janela. — Gargalhamos e ele mordeu os lábios, e se atrapalhou um pouco pra pegar o celular que tocava na bolsa lateral da sua mochila. 

— Vai buscar sua sobrinha? — Ele veio na minha direção colocando o aparelho no bolso e eu levanto do banco ao ver o ônibus parar por meu acenar de mão. Entramos no ônibus, Hoseok e eu sentamos lado a lado, ele ficou na janela por causa do sol. Olhei de relance pra sua mão que enrolava nos cachos e ele ri. — Eu não me canso de fazer isso, que viciante. 

Ele riu e eu tirei sua mão vendo as pessoas do ônibus que estava em pé olharem pra gente. 

— Eles ainda implicam com você? — Perguntou assim que nós descemos do ônibus, viramos pro asfalto para atravessar. 

Balancei a cabeça negativa. 

— Não, eu acho que acostumaram com a minha presença. Eu sou a rainha daqui, não vê? — Falei debochada jogando o cabelo para os meus ombros depois caindo na risada com ele. — Mas é sério. 

— Eu sei que você é uma rainha. — Ele disse me fazendo ri e nós entramos por uma rua que dava pra ver a escola. E mais uma vez o silêncio reinou entre nós. 

— Como vai a Wausa? — Virei pra ele confusa e Hoseok sorriu fraco. — Eu não posso perguntar pelo seu gato de estimação? 

— Só você mesmo. — Olhei pra frente e pela calçada vejo Eloá abaixada na porta do colégio com uma professora, eu acho. A garota se levantou e veio correndo, me abraça e eu olho pra professora rapidamente. — Você está bem? 

— Sim Unnie. — Eloá se afastou com um passo pra trás e levantou a cabeça e seus olhos param no Hoseok ao meu lado. — Eu conheço você. 

Hoseok se abaixou e ela sorriu, indo abraçar ele. 

— O amigo da minha Unnie. — Ela falou e ele se levantou, ela me deu a mão e a gente começou a andar. — Ele vai pra nossa casa? 

— Não, eu vou almoçar com ele, você que vai pra casa bonitinha. — Eloá voltou a olhar pra frente. — Sua mochila está pesada? 

— Não Unnie. — Ela sorriu pra mim e nós entramos em outra rua. 

— Você vai ser uma ótima mãe. — Ele comentou assim que deixei Eloá na casa da minha irmã. Estávamos pegando outro ônibus, agora eu estava na janela e eu sorrio pra ele. — Eu tenho um amigo que adoraria te conhecer, o nome dele é Jungkook. 

— Sério? 

— Ele gosta de pessoas estrangeiras também porém, eu não vou falar pra ele de você porque eu tenho medo de você gostar mais dele do que de mim. — Ele fez sua cara de zangado e sorriu logo depois. 

— Eu nunca vou deixar de ser sua amiga. — Ele me encarou e seus olhos caíram e seu sorriso também. Me levanto do banco e ele também, saímos do ônibus e ele parou de caminhar soltando um suspiro. — Está se sentindo bem? 

Perguntei indo na direção a ele. 

— Não. — Ele respondeu e me olhou desinquieto. 

— O que está sentindo? Dor? — Toquei seu ombro e ele pegou a minha mão e leve-a até seu peito coberto por sua blusa azul marinho. 

— Aqui. — Hoseok disse com seus olhos lacrimejando e eu maneio a cabeça com receio pro lado, não entendendo o que estava acontecendo. — _______... eu amo você. 

Seu rosto se aproximou e eu recuo com a mão no seu peito dei um impulso de leve. 

— Você só me enxerga como amigo? — Sua pergunta fez as lágrimas caírem do seu rosto. E eu fiquei sem reação. — Eu sempre te amei, desde do dia que tive no hospital eu sentir o que era amor de verdade, o seu jeito engraçado de bagunçar o cabelo, de sorrir para os pacientes e o seu sotaque brasileiro... 

Meus olhos ardem e as lágrimas eu não consigo segurar deslizam sobre o meu rosto. 

— Eu quero você pra mim, só pra mim. — Ele me beijou, com suas mãos agarradas nos meus braços que logo entrelaçam seu pescoço. O abracei sorridente, e ele beijou a minha cabeça. Fomos pro restaurante, comemos juntos e ao chegar no hospital, entrei na sala vendo Letícia no computador. 

— Demorou muito... — Ela resmunga e eu ri. — Como foi? 

— Foi ótimo. — Me sentei na mesa e ela me olhou surpresa. 

— Eu sempre achei! 

A gente riu.