1. Spirit Fanfics >
  2. (reescrevendo) Imagines - BTS >
  3. Suga (Min YoonGi) - A espera.

História (reescrevendo) Imagines - BTS - Suga (Min YoonGi) - A espera.


Escrita por: Lovelysugaz

Notas do Autor


Oi, pessoal. Esse texto é primeiro maior que temos no baú, bom, nele trato sobre traição e maternidade.

Pra quem não gosta dos temas citados, peço carinhosamente para pular, porque se tiver comentários, eu vou apagar todos. Um por um.

É bem fácil: não gosta do tema? Pula pro próximo. Não sejam chatos.

Tenham uma boa leitura.

Capítulo 9 - Suga (Min YoonGi) - A espera.


Fanfic / Fanfiction (reescrevendo) Imagines - BTS - Suga (Min YoonGi) - A espera.

                                                                             

 Eu já sabia que criar duas crianças não seria tão fácil. Viver do jeito que eu vivo agora tem sido muito árduo, trabalhar com as crianças era complicado. 

Na minha gestação dos gêmeos não foi nada fácil, eu surtei algumas vezes. A minha mente ficava gritando sem parar. 

Não estou falando que me arrependo de ser mãe, só queria desabafar e dizer o quão chato era ter que lidar com as pessoas dando pitaco de como devia criar meus filhos.

A maternidade foi meu pior pesadelo até os bebês completarem 3 anos. Hoje não tenho tanta certeza de que sou uma péssima mãe.

Já li na internet pessoas chamarem o meu marido de frio, insensível e apático. E por mais que eu não queira admitir certas vezes, ele era sim um pouco frio. 

Mas nessa competição de quem era mais frio, provavelmente eu ganharia.

Mais uma semana de trabalho em casa, cuidando das crianças enquanto o Yoongi estava no estúdio. Eu estava no computador, assistindo o arquivo sendo enviado para o pessoal do hospital particular que eu administro. Minha função era planejar, organizar e gerenciar o hospital, mesmo longe, eu não deixava uma questão de fora.

Omma

Levantei da cadeira me preparando para resolver mais uma birra, e fui andando rapidamente para o quarto no final do corredor. Ao entrar, encontrei os dois puxando uma boneca para cada lado. 

— A Minah não quer me emprestar a boneca dela. — A menina chorava olhando pra mim, fazendo o biquinho. 

— Mas é minha, mamãe! O papai me deu pra mim! 

Me aproximei dos pequenos e peguei a boneca. 

— Mesmo que seu pai tenha dado pra você, o seu irmão pode também brincar com ela, bebê. 

— Não. — Cruzou os braços emburrada, igualzinha ao pai. 

— Ok. Ninguém vai brincar com ela. Vai ficar comigo agora. 

Saí do quarto, ouvindo os dois brigando e jogarem a culpa um no outro. Não era a primeira vez que eles brigavam por um brinquedo, era normal, coisa de criança. 

Voltei ao meu trabalho, eu ainda não tinha terminado a minha escala. Só larguei o serviço depois das seis, hora que o meu marido costuma chegar. Aliás, ele já deveria estar aqui. Por coincidência da natureza humana, ele começou a me ligar. 

— Pensei em você agora. Que foi?

— Ah… Eu queria te avisar que vou chegar um pouco tarde hoje, mas a gente vai na casa da minha mãe. Como vão as crianças? 

 — Bagunceiras como sempre. Yoongi, aquela boneca nova tá me dando trabalho. Enfim, não vai ficar muito tarde pra ir lá? 

— Não, amor. Chamou a babá pra cuidar das crianças? 

— Uhum.

Merda, esqueci de fazer isso. Fiquei tão atolada de reunião que me deu um branco.

— Beleza então. Deixa eu desligar pra chegar mais rápido aí. Te amo. 

— Também te amo. 

Deixei o meu celular em cima da cama e fui em direção ao banheiro, para tomar um banho quente. 

Alguns minutos depois, vi Mina no quarto e inquieta na beira da cama. Me observando a me arrumar. 

— Cadê seu irmão?

— Ele mimiu. 

— E você, por que não foi dormir também? — Eu e o Yoongi não tínhamos regras para eles dormirem, mas a Mina assim como Gael, eram completamente grudados. Para onde for Gael, ela também estava.

— Eu tô sem xono.  

Cheguei mais perto do espelho e analisei aquele vestido preto. Fazia um tempo que não me arrumava para sair casualmente, era estranho me ver tão vestida. 

— Onde você vai? 

— Vou na casa da sua vó. 

— Eu posso ir? Tô com saudade da vovó. — Olhei para ela desconfiada, essa menina não era tão carinhosa assim. A não ser que queira alguma coisa. 

— Não, bebê. Mas prometo que vou levar vocês em outro momento, ok? 

— Tá bom… Mamãe.

— Hum.

— Faz chocolate quente pa mim? 

Eu sabia. Aquele jeito sem graça, aquela perninha balançando e a carinha de anjo não vinha sem motivos. 

Larguei o que eu estava fazendo e fui fazer o chocolate quente para a Mina. De repente, alguém tocou a companhia. 

— Que bom que você veio! Você vai me salvar hoje. 

— Você sabe que eu amo cuidar deles. Fico muito feliz por ter me chamado de volta, senhora Min.

Acompanhei a Miyazaki, uma babá que me ajudou muito durante os primeiros meses da chegada dos gêmeos. Eles adoram ela, não conseguia pensar em outra pessoa para cuidar deles.

— Fique à vontade, Miyazaki. O Yoongi ainda não chegou, e eu não terminei de me arrumar, mas a casa é sua. Aliás, a Mina tá acordada, o Gael dormiu na sala e se puder levar ele até o quarto, por gentileza, eu ainda não fiz isso.

— Ok, senhora Min. Fica tranquila.

Terminei de me arrumar, e o Yoongi ainda não chegou, peguei o celular e mandei uma mensagem.

Eu: Amor, você tá atrasado. 

— Omma… — Mina entrou choramingando pelo quarto, e eu continuei olhando o “Online” debaixo do nome do Yoongi. Ele visualizou, mas não respondeu. Que porra tá acontecendo? 

— Omma, o papai não vai vim pra casa? É tão chatlo esperar ele chegar pra bincar. — A menina se jogou na cama, e forçou um choro arrastado. 

— Cadê a tia Miyazaki? 

— Na sala. Cadê o papai?

— Também tô querendo saber. — Respirei fundo e fui ao banheiro. Eu me encostei na pia pensando em tudo que podia estar acontecendo. 

Só pode estar em uma reunião importante, ocupada com algum produtor, um convidado que chegou atrasado. Seu celular estava na mesa, e ele não respondeu. Ou talvez esteja comendo alguém. 

Me olhei no espelho e revirei os olhos. Que idiota que eu sou, por que estou pensando nisso? 

Alguém então bateu na porta do quarto, e escutei a Minah responder a Miyazaki de forma rude. Mas não consegui ouvir muito bem o que ela disse.

— A mamãe tá no banheiro, eu quero ficar com a minha mãe.  

— Minah. — Essa garota ainda vai me envergonhar muito nessa vida. — Desculpa, Miyazaki. Ela tá grudenta comigo hoje, ignora. 

— Tudo bem. 

— A propósito, pode ficar com o Gael? Eu vou levar a Mina comigo ali, não vai ter mais o jantar. — A babá voltou para o quarto dos gêmeos, e eu peguei a chave do carro e arrumei Minah o mais rápido que eu consegui. 

— Vamo encontrar o papai? — Segurei sua mão e desci as escadas da nossa casa até a garagem. 

Coloquei a criança na cadeirinha e respirei fundo, se for para fazer um barraco, pelo menos eu queria ver com os meus próprios olhos. 

Antes de entrar no elevador, deixei a Mina com a segurança de confiança que tínhamos.

— Você vai aqui com o tio Lee. 

A pequena segurou minha mão enquanto fazia beicinho em seus lábios, a cena era realmente fofa. 

— Eu já volto, meu bebê. É rápido, prometo. — Alisei o seu cabelo liso e puxei mais o vestido, deixando um beijo na sua bochecha.

 — Não demoro. — O senhor mais velho acenou com a cabeça e foi levando ela pela mão.

Apertei o botão e logo cheguei no andar que ficava o estúdio. Como muita pressa, quando me aproximava do corredor, vi uma moça saindo junto com Yoongi. 

Assim que a moça simpática atravessou o meu caminho, ele me viu. 

— S/N, amor, o que tá fazendo aqui? 

— Você demorou, então eu vim te buscar. — Sabe aquela vontade de bater em alguém quando surge do nada? Era tudo que eu sentia agora.

— Não, não… você não veio aqui por isso, né? 

— Vamos.

Dei as costas, mas ele me segurou pelo braço. 

— Eu preciso trancar o estúdio primeiro. A gente tem que conversar antes de você achar que alguma coisa aconteceu. Vou lá, é rápido. — Desvencilhei suas mãos de mim, e ele correu para o estúdio. Eu fui andando tranquilamente de volta para o elevador.

Não consegui acreditar no que eu tinha acabado de flagrar. Ele estava conversando, rindo com outra enquanto eu esperava em casa igual uma idiota. Só poderia ser piada.

Entrei no carro sem esperar ele, depois de pegar Mina no segurança, e fui para casa chorando no volante escondido da minha filha. 

Tirei os saltos no tapete do quarto lembrando da cena, suspirei voltando a chorar. Ele não vai me fazer de boba. Não vai! 

Tirei a roupa toda, coloquei outra e tentei dormir. Não estava com sono, não conseguia dormir de jeito nenhum com aquela coisa na mente. 

Peguei um vinho e fui para a varanda da casa. Bebi mais um gole ao ouvir seu suspiro. Yoongi que tinha chegado. 

— Por que você não me esperou? 

— Não encosta em mim. — Levantei da cadeira e fui para o outro lado da varanda, e ele veio devagar. 

— Você acha mesmo que aconteceu alguma coisa? 

— Eu não acho, eu vi. Vi… você com outra pessoa. Pensa que eu sou burra? — Yoongi foi até a porta da varanda e fechou, e eu abaixei a cabeça. 

Ele sabe muito bem o quanto eu sou traumatizada com essas coisas. O Yoongi não deveria ter feito isso comigo. 

— Olha pra mim, eu não te traí, S/N. Pelo amor de deus, cara, você tá entendendo errado! Eu estava trabalhando em uma collab e perdi a noção do horário, só isso! — O meu mundo ficaria mais difícil sem ele, não sei o que eu vou fazer. 

— Você tá falando a verdade? — Solucei e escondi o rosto no seu ombro. 

— Óbvio, amor! Eu nunca menti pra você! — O meu marido encarou bem para mim, enxugou os meus olhos e depois me abraçou. — Que bobeira, amor. Não pode sair daquele jeito, a gente tem filhos, uma… família linda. 

— Desculpa, eu fiquei desesperada. 

— Tudo bem. Você tá bêbada, tá cansada e eu vou cuidar de você, ok?

Yoongi me pegou pela mão e me guiou ao chuveiro. Fomos dormir agarrados depois que passou minutos me deixando sóbria e sonolenta.

No dia seguinte, depois do trabalho, recebi uma mensagem da minha amiga. Ela pediu para olhar urgentemente o Twitter.

Estava todo mundo falando que ele e a moça de ontem estavam juntos. Os comentários eram horríveis e maliciosos. Cliquei em algumas das fotos que estavam em todos banners. 

Eles estavam no estacionamento da Hybe, e ele estava vestido com as mesmas roupas que saiu hoje pela manhã. 

Passei horas lendo os comentários, ficavam questionando sobre como a esposa dele está nisso tudo. A internet sempre foi um campo muito ruim para mim, principalmente depois que me relacionei com o Yoongi. 

Nas redes sociais, tem muita gente que acha que pode falar qualquer coisa para outras pessoas. Toda vez que eu entrava na internet eu me sentia pisoteada. 

Só que agora, eu me senti 13 milhões de vezes pior. 

Precisei de 5 horas para arrumar as minhas coisas e das crianças, e de 20 minutos para convencer Gael e Minah que iriamos viajar para outra cidade.

Enquanto deixava tudo pronto para voltar para minha cidade antiga, Jeonju, o Yoongi me ligou algumas vezes. 

E como ele mesmo disse em umas das mensagens, ouvi o carro dele chegando em casa. 

— Papai! — Vi Minah correr nos braços do pai dela, e ele me olhava assustado. — Vamos viajar! 

Viajar foi a única desculpa que eu achei para enganar os meus filhos. Eu não poderia simplesmente dizer “Vamos para outro estado da Coreia porque o pai de vocês me traiu”.

— Minah, dá um beijo no seu pai e vai pro carro. — Yoongi balançou a cabeça desacreditado, descendo ela do colo. 

— S/N.  

— Gael, leva sua irmã pro carro e me esperam lá. — O garoto, de mochila nas costas igual a irmã, pegou na mão de Minah cuidadosamente e saiu em direção a garagem. 

Assim que eles saíram, Yoongi se aproximou desesperado. 

— O que pensa que tá fazendo, S/N? 

— Toma aqui minha aliança, dê a ela. — Tirei a aliança de casamento e coloquei na mão dele. 

— Não acredito que você tá acreditando mesmo que eu te traí com a Suran. Amor, aquilo é montagem! Não acredita em mim?

— Eu tô indo embora. Não acredito em nenhuma palavra que sai da sua boca. — Ele me barrou, balançando a cabeça. 

— S/N, não vai embora, não. Vamos conversar, olha… eu explico tudo o que você quiser saber. Eu não tenho nada pra te esconder, só não vai embora, amor. 

— Você já leu tudo que tão falando? As pessoas estão rindo de mim, Yoongi! — Fechei os olhos e abaixei a cabeça, não conseguindo segurar o choro. 

Deixei a porta aberta ao correr para fora e entrei no carro, e ele veio rapidamente até a janela e bateu no vidro.

— Pra onde você vai?

Levei meus olhos até as minhas mãos, que apertavam o volante e puxei todo ar, deixando mais lágrimas caírem. 

— Pra casa da minha madrasta. — É na mesma casa onde eu morava, antes de vir para Seul estudar medicina. Já fomos uma vez para levar as crianças para conhecerem a Yuno e o novo namorado dela. 

— Deixa eu pelo menos me despedir deles. 

— Não tô te impedindo. — O Yoongi me olhava sem saber o que fazer. Aquilo me machucava demais.

Ele beijou as crianças, prometeu um monte de coisas e tentou falar comigo, mas eu liguei o carro e dei a ré. 

Passamos um ano na casa da minha madrasta, eu não esperava por isso, mas aconteceu. O Yoongi não veio atrás de mim, não me mandou mensagem ou me ligou, então levei isso como um sinal para não voltar para lá.

Precisei fazer algumas mudanças, pedi um substituto temporário no meu lugar. Eu não iria conseguir viver resolvendo problemas do hospital só pela internet. 

Eu gostava de ir até lá, acompanhar as entrevistas, ver as pessoas de perto, mas como estou em outro lugar isso não será possível. Então tomei a decisão de me afastar.

Era tão estranho viver sem o meu marido, eu estava tão acostumada com sua presença que às vezes eu tinha sonhos com ele. Alguns pesadelos também. Eu não conseguia me conformar que o meu casamento acabou daquele jeito. 

Até que conheci o Jiwoo, um cara de cabelo curto que conheci pelo Instagram. Ele me ajudou a acalmar os meus dias amargos, e nós acabamos nos apaixonando. 

Ele adorou as crianças, mas elas não conseguiram se acostumar tão rápido com a ideia da mãe delas estar namorando. 

Eu estava entregue em seguir a vida, mas isso foi por água abaixo com uma ligação do Yoongi no dia 18 de novembro. Ele estava aqui, em um hotel, e queria ver as crianças. 

Por mais que eu não quisesse vê-lo, as crianças não poderiam viver sem o pai.  

Nunca tiraria isso dele, as crianças são importantes para ele, e a minha pequena consideração de anos de amizade, namoro e casamento não me deixou que usasse as crianças para punir ele pelo que fez.

Então, aceitei o acordo de deixar o Gael e a Minah com ele no final de semana. Era a primeira vez que eu me sentia solitária, mesmo com o meu namorado dormindo do lado da cama.

Na segunda-feira, às nove horas, eu fui buscar, mas Jiwoo foi comigo. 

— Não demora muito lá, viu? 

— Relaxa, Jiwoo. É só o meu ex marido. — Quer dizer, não no papel, porque o Yoongi ainda era meu marido segundo a justiça. 

Ele abriu a porta do quarto do hotel, inacreditável com a minha presença e depois olhou para as crianças que estavam lado a lado.

— Mãee! 

Lá veio ela, quebrando o clima pesado que começou a nos rondar, e o outro também. 

— Oi, amor. Sentiu saudade da mamãe? — Meu menino de 4 anos me agarrou fortemente, junto com a irmã dele. 

— Muita. — Gael logo me encheu de beijo, e Minah segurava a minha mão me olhando como se nunca tivesse me visto.

Peguei ela no colo e gentilmente segurei na mão do Gael. Jimin que estava com o Yoongi me comprimentou e entregou as bolsas dos dois.

— Deram tchau? — Minah e Gael correram imediatamente aos braços do Yoongi. Ele me encarou sobre os ombros da Minah, e eu bufei desviando a minha visão. 

Depois disso, pegamos o elevador e descemos para o estacionamento, onde estava o meu carro. 

Eu me sentia muito incomodada quando ele me olhava, parecia viajar no tempo e se perdia na conversa. Meu coração gritava para não dar bola para os seus sinais indiretos de que ainda se sentia arrependido pelo que fez.

Guardei as bolsas das crianças no porta-mala, e depois peguei o volante. 

— Como foi lá? 

— Tranquilo.

Não estava tranquilo. O meu corpo pegava fogo, meus olhos queriam derreter e eu estava prestes a largar toda angústia que eu guardava no peito. 

Para distrair a mente, eu levei todo mundo para um restaurante. Tudo parecia mil maravilhas, viver a minha nova vida era nadar em um mar de incertezas. 

Ver o Yoongi de perto mexeu comigo, os olhos eram os mesmos, doce e gentis, e por um momento eu pensei em perguntar se estava bem. Mas meu orgulho não deixou.

Após o passeio, eu fiquei no quarto do Gael, rebobinando as memórias que eu tive com o Yoongi. 

Eram lindas, simplesmente as melhores que eu tinha. Eu sentia falta dos beijos dele, sentia falta de seu cheiro, tudo. 

— Não pense que vai fugir da nossa conversa. — Jiwoo ficou enciumado desde o momento que o Yoongi voltou. Era uma coisa boba, mas já estava começando a me encher de raiva.

— Estou cansada. Não pode ser outro dia, não?  

Fechei a porta do quarto de Gael e depois a de Minah. As crianças dormiam em quartos separados agora. Pensei que as brigas acabariam, mas não mudou quase nada.

— Ainda não acredito que você levou eles pra casa daquele cara, depois de tudo que ele te fez.

— Você não consegue entender que os meus filhos não tem nada a ver com isso? 

Ele parou no meio do quarto, e eu andei até ele. 

— Não tá fácil pra você, não tá fácil pra mim. Não faço isso pra te magoar, ok? Jiwoo. Eu amo você, tô aqui com você e pronto. — Levei a mão até o seu queixo largo. 

Jiwoo ficou obcecado pelas crianças, mas queria muitas outras coisas além do respeito delas. Foi mais fácil do que eu pensei quando o conheci, porque nunca sabemos quando um homem vai te aceitar por completo.

Revirei os olhos e fui até a caixa de remédios, ouvindo ele murmurar o assunto de que as crianças não chamam ele de pai. 

— Eu os considero como meus filhos. 

Joguei o comprimido para dor de cabeça na boca e engoli após beber um pouco de água. Ele simplesmente parou e balançou a cabeça, desnorteado.

— Eu vou embora.

— Jiwoo, pra quê isso tudo? Calma, amor.

— Estou cansado disso. 

Ele andou de um lado para o outro, e depois, me olhou de um jeito desconfiado. 

— Você tá pensando em voltar pra ele, é por isso que não tá nem aí, né? 

Jiwoo agarrou meu rosto com toda sua fúria, meu maxilar parecia que ia se partir.

Ai, me solta… Jiwoo, isso dói.

Tudo ficou num completo silêncio, e lentamente, eu via ele falar um monte de coisa, mas não entendia nada. 

Ele, de repente, me empurrou contra a cama e saiu do quarto. Então escutei barulho da cozinha, provavelmente o Jiwoo foi para lá.

Caminhei até lá, deixando as lágrimas tomarem conta do meu rosto, e, vi ele sentado na mesa, com um copo de vinho. 

— Se você não quer que eu faça parte da sua vida, é melhor falar de uma vez. 

Parei na entrada, ao lado da porta, e ele riu, irônico, e continuou bebendo. 

— Não faça. Nunca na minha vida deixaria algum homem fazer o que você fez comigo agora, lá no quarto. 

Achei que Jiwoo fosse um homem decente, de boa postura, mas do jeito que me tratou era o suficiente para deixar tudo para trás. É uma pena, porque eu estava disposta para dar certo.

— Vai ficar me olhando aí, igual uma imbecil? 

— Sai da minha casa, eu vou falar isso uma vez. 

Ele levantou as sobrancelhas, e largou o copo na mesa ao caminhar até mim.

— O que você disse?

— Vai embora, Jiwoo! 

Ignorei seus argumentos fracos e mandei ele ir novamente para casa dele, que ficava algumas ruas daqui. Mas nessa altura da noite, era bem perigoso alguém bêbado sair desse jeito.

Meu pescoço virou com o pacto do tapa que ele me deu como resposta, foi então que eu perdi o controle. 

Jiwoo passou por mim, agarrou o copo de vidro e saiu, me deixando ali no meio da cozinha, desorientada e com soluços. 

Nessa mesma noite, o meu namorado me levou ao quarto em silêncio e me cobriu com seus braços, e eu não fechei os olhos para nada. Só tendo repetidas vezes a sensação de ter sido desrespeitada. 

✰ 

A violência passou a ser a minha atração principal do meu relacionamento com Jiwoo. Depois daquela noite marcante, ele me deu café na cama e passou os dias fingindo que nada daquilo aconteceu. 

Senti que ele quis pedir desculpas com as flores que me mandou repentinamente no meio da semana, com o bilhete carregado de aroma adocicado atraente de lavanda, escrito “Te amo pra sempre”. 

Recusei todos os beijos que ele me dava, e os que ele recebeu foram todos forçados pelas mesmas mãos que me bateu naquela vez. 

Eu me sentia enrolada em milhares de cordas enormes com toda a pressão que ele colocava sobre mim e meus filhos. 

Gael e Minah começaram a reparar mais o meu semblante, como se soubesse de tudo que estava acontecendo. Eu orava todo dia para que eles não tivessem escutado nada.

Comecei a viver uma vida dolorosa e amarga pelo cara que eu achava que queria o meu bem. 

— Isso mesmo, é a florzinha.

Já eram quase seis da noite, e eu estava na sala com Minah, ajudando ela com a atividade da escola. Gael brincando estava do meu lado, e o Jiwoo no quarto.

Até que alguém tocou a campainha.

— Yoongi? O que faz aqui uma hora dessas? 

— Eu queria conversar com você. Desculpa vir sem avisar, é que era algo importante. 

Minah e o Gael correram para ele, o abraçaram e começaram a perguntar várias coisas bobas. 

Oppa, vamos sair? 

A garotinha que já estava agarrada no pescoço dele, interrogou diretamente como sempre fazia.

— Não, meu anjinho. Eu vim falar com a mãe de vocês. 

Meu coração acelerou subitamente, minhas pernas tremeram, e eu gaguejei. O que será que ele quer falar comigo? Ele ficou sabendo de algo?

— Pode, fica à vontade.

— O seu namorado tá aí?

Foi como um ímã, Jiwoo apareceu quando o meu ex marido o citava de forma maldosa.

Os dois encararam, o clima da casa ficou baixo, e eu não conseguia formar uma frase diante dos dois. 

— Então é esse o cara que te largou com duas crianças? 

— Não foi isso que aconteceu. 

— Ah, não? Então me fala, porque foi desse jeito que encontrei ela. Largada!

Os dois começaram a discutir com frases irônicas e ácidas, até que o Yoongi foi para cima dele, e Minah começou a chorar muito.

— Nunca mais você vai encostar um dedo nela, tá entendendo? 

Yoongi segurava o pescoço de Jiwoo, enquanto o meu namorado tentava acertar ele com socos.

— Gente, por favor, temos crianças aqui. 

Peguei a Minah no colo, e agarrei na mão do Gael, levando eles até o quarto. 

Eu conseguia escutar todos aqueles gritos descontrolados do Jiwoo e do Yoongi, cada palavra me deixava mais aflita. 

Me sentei na cama, com a Minah sentada no meu colo que choramingava, e Gael me abraçou implorando para não chorar, não aguentando as próprias lágrimas. 

— Tá tudo bem, a mamãe tá aqui. Não vai acontecer nada com vocês. 

Senti o peso sair das minhas costas ao ouvir Yoongi me defender das agressões que eu recebia.

Dava para escutar pelas paredes ele falando fervorosamente que eu era uma mulher de respeito, que não merecia passar por nada daquilo. Tudo isso preenchia meu coração de gratidão. 

— Fiquem aqui. 

Enxuguei o rosto e saí do quarto, encontrei Yoongi discutindo com Jiwoo na sala. Assim que os dois colocaram os olhos em mim, Jiwoo hesitou em chegar perto de mim. 

— Meus dias ao lado do Jiwoo foram horríveis, eu nunca mais quero passar por isso de novo.

Suspirei ao deixar tudo sair da minha boca, eu vomitava tudo que eu guardava nesses dias todos. 

Jiwoo tentava justificar e inventar desculpas dando risada forçada, e o Yoongi ficava cada vez mais horrorizado. 

— Vai embora ou eu vou chamar a polícia. — Dei outro passo para trás quando ele tentou se aproximar de mim. Eu olhava para baixo, envergonhada e com medo dele tentar mais alguma coisa. 

Meu namorado, cambaleou em direção a porta, relutando com a ideia de saí da minha vida e da minha casa, mas cedendo ao meu pedido, ele foi embora. 

Cocei a cabeça, respirando fundo e coloquei a mão no peito. Sem acreditar que o inferno tinha acabado, o Yoongi me abraçou sem esperar sua hora de agir.

— Desculpa por não ter ido atrás de você. Não fazia ideia da merda que eu tava fazendo. 

Eu imaginava várias vezes essa cena na minha cabeça. Nada disso envolvia alguma discussão, mas era isso ou nada.

O garoto de pele mais clara que as paredes do quarto me pedia desculpas pelas más decisões que me fizeram se afastar e por um fim na nossa história de amor. 

Ele tinha total noção do estrago que tinha feito dentro de mim, e na cabeça das crianças, o Yoongi estava completamente arrependido. 

— Amor, eu não te traí. Se quiser ligar pra Suran agora pra confirmar, toma. — Estendeu o celular branco até mim, e me olhou profundamente magoado. 

Coloquei a mão na boca ao perceber toda a verdade que estava ali, seus olhos me mostravam que ele me amava demais para fazer o que eu pensei que ele tinha feito. 

Com medo de perder ele mais uma vez, agarrei seu corpo e beijei seus lábios secos até nos inundar de paixão e saudade. 

— Deixa eu te levar pra casa, não aguento viver sem você. Sem sua presença, a bagunça da Minah na sala, o Gael… eu quero a minha família de volta. 

Fechei os olhos e acenei levemente com a cabeça, abraçando ele de volta. 

Ouvi o suspiro baixinho por cima do meu ombro, e ele prometeu nunca mais me soltar, meu corpo estava tão confortável com o calor da sua pele. 

Topei o desafio que ele me propôs em arrumar as coisas das crianças e voltar para casa. O Yoongi me ajudou a guardar as coisas e algumas vezes me pegava observando suas ações. 

As crianças estavam agitadas e eu não conseguia parar de sorrir. Tudo parecia um simples sonho que eu estava tendo, mas me toquei que era real quando chegamos em Seul. 

Entrei nos corredores da enorme casa em que vivíamos e tudo estava igual, ele não tirou nada do lugar. Nem os quadros das crianças e nossos porta-retratos de casamento por cima das cômodas. 

Uau, você preservou todas as nossas coisas. — Ao entrar no quarto, deixando a mala no chão do quarto, vi que as minhas joias e perfumes estavam ali. 

— Eu não ia simplesmente jogar tudo fora as coisas da minha mulher. 

Não pude sorrir ao ouvir a forma que ele me chamou, e ele percebeu. 

— Isso dói? — Seu indicador apontou para o meu machucado na perna, Jiwoo me deu um chute tão forte na panturrilha que deixou um leve hematoma. 

— Não. Eu vou tomar um banho. 

Leveza de estar em casa me deixava abobalhada, e ter minha relação com o Yoongi de volta. O amor dele por mim me deixava em estado de entusiasmo. 

Prontamente cheirosa e limpa, caminhei pelo quarto, revendo as minhas coisas. Não fui capaz de levar quase nada naquela condição que eu estava. 

— Ei, preparei isso pra você. 

Virei para o Yoongi que estava na porta, e entrou, carregando uma bandeja de comida até a cama. Ele aparentava ansioso.

— Obrigada, amor. Não precisava. 

Sentei na cama, ao lado da bandeja, e ele se levantou. 

— S/N, vai achar que é rápido demais, mas… — tirou uma caixinha do bolso e se ajoelhou na minha frente —, eu guardei a sua aliança porque eu sentia que esse dia ia chegar. S/N… casa comigo? 




Notas Finais


O pedido dessa história foi alterado durante o processo da escrita dele, por favor, Kim (garota que fez esse pedido), não me odeie.

Espero que tenham gostado dessa história. Até! @Lovelysugaz


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...