Rebecca Sullivan POV’s
Quando estiquei meu braço esperava encontrar um corpo quente, gostoso e tatuado ao meu lado. Infelizmente não aconteceu. Tudo o que minhas mãos conseguiram sentir foram os lençóis embolados e o travesseiro vazio, até mesmo seu calor se dissipara da cama. Dormir até tarde nunca foi do feitio de Zayn e nem em um milhão de anos ele ficaria deitado ao meu lado até o meio-dia, esperando que eu acordasse.
Quer dizer, estava mais para às quatro da tarde. Seja como for, Zayn não perderia um segundo do seu precioso tempo fazendo nada.
Rolei na cama, afundando meu rosto no travesseiro de plumas. Eu estava exausta, queria mais do que tudo poder dormir por horas a fio. Pelo jeito ficaria só na vontade porque os gritos de Zayn ao telefone vindos da cozinha impediam qualquer um de relaxar. Gritava palavrões, o que é o alerta vermelho, Malik é exageradamente rigoroso com o seu vocabulário não sai por ai falando merda igual eu, se o está fazendo agora é porque está muito puto.
E como a mulher racional que sou não me atrevo a chegar perto de alguém puto. Exceto quando ele quiser extravasar a raiva transando bastante.
Essa era a minha parte predileta.
A contragosto puxei os lençóis que cobriam meu corpo e levantei-me com certa dificuldade. Ainda estava tonta pela alta dosagem de álcool ingerido na noite passada, cambaleei até o banheiro, torcendo para não cair e quebrar alguma coisa — Zayn parecia uma tia velha com aquele apartamento. Liguei o chuveiro e tomei um banho gelado no intuito de enfim despertar e curar de vez aquela ressaca irritante. Por sorte, obtive resultado e aquela malemolência me abandonara.
Saí do banheiro, ainda secando os cabelos úmidos e avistei o hobby dela jogado em sua poltrona. Devia tê-la trazido na ocasião que estive em Malibu.
Franzi a testa, pegando a peça e decidindo se queimava ou rasgava, meus dedos sentiram a textura macia da seda negra e resolvi vesti-lo. Batia pouco abaixo da coxa, mangas abertas, com uma ponta ao lado dos cotovelos, me virei diante do espelho, era impressionante que a gordinha tivesse a audácia de vestir uma roupa tão sensual. Pobre Gemma, deveria ficar parecida com um botijão encapada, melhor dizendo, pobre Zayn por ter que..
Senti meu estomago revirar só de pensar nos dois deitados naquela mesma cama, nas suas mão imundas tocando a pele macia dele, beijando seus lábios carnudos ou o tendo inteiro dentro dela. A imagem me deu arrepios. Sei que não tenho direito de reclamar, mas eu quero morrer quando sei que tem alguém além de mim.
Por que ele não pode ser só meu?
Enrolando a fita do hobby em meus dedos sigo até a sala, ainda sonolenta e a visão que me recepciona soa como um despertador. Encosto na parede, pois perdi a capacidade de respirar e ficar em pé por mim mesma. Puta que pariu, o que é isso?
Conforme levanta a barra de musculação, os músculos de sua barriga vão saltando, assim como nos braços e o peito enrijece, suas costas estão apoiadas na cadeira e as pernas abertas, uma de cada lado e toda a sua roupa se resume aquela boxer preta que me dá uma visão maravilhosa de suas coxas grossas. Sua atenção está totalmente voltada para o exercício, uma linha de suor percorre desde sua testa, até a barriga, eu a inveja. Queria poder beijar aquele corpo todo.
— Se eu fosse um homem estaria de pau duro agora. — disse, mordendo o lábio inferior e me abanando com a mão. O lugar tinha ficado literalmente quente. Zayn devolveu a barra ao seu lugar habitual e se sentou, ofegante pelo exercício.
— O que eu disse sobre falar desse jeito, Rebecca? — mesmo cansado a sua voz soava autoritária e repleta de domínio sob mim.
Revirei os olhos e fui até a suíte, pegando uma toalha, retornei até ele lhe entregando. Zayn acenou e secou o suor do rosto e do peito. O que era uma pena, ficava ainda mais sexy suado.
— Ser educada não faz parte do meu DNA, amor.
— Esse é o problema. — arqueei uma sobrancelha, em completa confusão. Zayn bufou, se levantando e passando reto por mim, seguindo em direção a cozinha — Como vou saber se não falou do seu pênis imaginário para o Harry ou alguma das suas grosserias e graças a isso ele não quer saber de você?
Parei à porta da cozinha, cruzando os braços.
— Você é o único que sabe do meu pênis imaginário. — ri, com o quão idiota esse termo era, mas era verdade, eu gostava de falar essas coisas apenas para irritá-lo — E quem disse que ele não quer saber de mim?
Avancei, me sentando em umas das cadeiras do balcão e ficando satisfeita ao me deparar com um suculento prato de ovos com bacon e suco de laranja. Exatamente o que estava precisando, segurei o copo, dando um longo gole e logo em seguida mordendo um pedaço de bacon. Delicioso como sempre, Zayn era ótimo nessas coisas, as minhas habilidades culinárias eram inexistentes.
O ouvi pigarrear, ergui os olhos em sua direção. Ele segurava nas mãos algumas das minhas companheiras da noite passada.
— Bebeu depois que eu dormi?
— Um pouco. — hesitei, seu olhar endurecia, sabia que eu mentia bem na sua cara — Ok, eu bebi... bastante. Foi só dessa vez.
Zayn deu a volta, parando ao meu lado e colocando as garrafas a minha frente.
— Não foi só dessa vez, isso é um problema antigo que só tem se agravado. É um vício, você é alcoólatra.
Não pude deixar de rir, alcoólatra era um tanto quanto exagerado. Sim, eu tenho um costume muito grande de beber, eu o fazia com frequência, mas não ao ponto de ser dependente daquilo.
— Estou falando sério, meu pai tinha esse problema, assim como você ele não admitia. O vicio o matou, não vou deixar que aconteça o mesmo com você.
— Qual é, Zayn. Não tem vicio nenhum. — dei de ombros, mordendo mais um pedaço de bacon.
— Ah, é? — indagou, colocando as mãos no quadril. O olhei de soslaio, aquela pose, usando apenas cueca e com um corpo daqueles. Zayn Malik, definitivamente era a personificação do pecado. Oh, deus, eu quero muito pecar — E o cigarro?
Empurrei meu prato. Ao que parece sem chances de termos um café da manhã tranquilo. Eu poderia fazer a mesma pergunta sobre o baseado na cabeceira da cama, que era apenas um da grande coleção que se espalhava pelo apartamento. Se sou viciada, Zayn não fica muito atrás, mas eu fico não sou nem louca de acusa-lo. Acabou de perder o emprego, está preocupado e deprimido, não tenho o direito de me intrometer em nada.
— Estou certa de que o seu priminho não vai ligar se eu fumar ou beber. — inclinei a cabeça para o lado, dando um sorriso adorável. Foi a vez de Zayn revirar os olhos.
— Acontece que com você nada é de vez em quando. — bufou — Você extrapola, não tem limites! Te usar foi uma péssima ideia, em que mundo isso daria certo? Com certeza não nesse. Estamos só perdendo tempo enquanto ele... — o rosto dele começou a ficar vermelho, estava prestes a ter um ataque de fúria. Abaixei a cabeça e voltei a enrolar a fita de seda em meus dedos. Poderia me considerar a pessoa mais corajosa do mundo, mas eu tinha medo de um coisa e essa coisa era: Ele. Zayn tinha o dom de me desarmar e me fazer sentir acuada, nunca consegui enfrenta-lo — Liam me ligou, disse que Harry quis a minha sala. Mandou fazer algumas mudanças, redecorar ao seu gosto, como se fosse o seu quartinho de brincar. Aquele desgraçado!
Fechou o punho e eu dei um pulo, quando o chocou contra a pedra do balcão. Deve ter doido, porém ele não pareceu sentir nada. Correu os dedos nervosamente pelos fios negros e respirou fundo.
— O plano dele de disseminar a Ross está indo bem, já tem os compradores, irá ter uma reunião com eles hoje. É o fim, eles vão vender e todo o meu trabalho terá sido em vão.
— Acalme-se, Zayn. Eu estou aqui, não vou deixar isso acontecer. — falei, tentando tranquiliza-lo.
— Tem mais de uma semana que você o viu e até agora nada. Você não faz nada, só fica aqui esperando sei lá o quê, ficar se fazendo de difícil não vai tirar o maldito do meu caminho. Se quer me ajudar faça alguma coisa, liga pra ele ou transa de uma vez, só o faça parar com esse projeto estupido. — gritou exasperado. Essa foi a minha deixa, para estender os braços e enlaçar sua cintura, o trazendo para junto de mim.
— A pressa é inimiga da perfeição. — dei um beijinho em sua barriga e ele suspirou em resposta, apoiei meu queixo sob o mesmo, o observando por cima dos cílios — Você quer que ele saia momentaneamente do seu caminho ou quer derrota-lo definitivamente?
— A segunda opção, obvio.
— Foi o que eu imaginei. Apesar de o ter visto poucas vezes eu posso dizer que aquele garoto é frágil demais, ele não aguentaria sofrer e é isso o que eu lhe darei, primeiro, muita felicidade e amor, e depois, dor e sofrimento. Eu vou pegar o coração do seu priminho e espreme-lo até que se torne pó entre os meus dedos e então o derramarei aos seus pés, meu amor. Vou acabar com ele pra você, mas precisa ter calma.
Ele assentiu, parecendo bem mais calmo e voltou a passar a mão por seus cabelos.
— É que tem essa reunião, não paro de pensar que...
— Onde o Harry vai estar, antes de ir para a Ross?
— Quer dizer que..? — me encarou com uma expressão curioso — Liam disse que eles tinham um jogo de basquete.
— Seria muito ruim se o Harry faltasse nessa reunião? — rocei os lábios por seu abdômen e o senti se arrepiar.
— Péssimo, mas Niall e Louis jamais permitiriam que ele faltasse, iriam infernizá-lo sem parar. — Zayn coçava a nuca quando a ideia brotou em sua mente — A menos que os dois estivessem ocupados.
Sorri maliciosamente, sabendo que nossos pensamentos estavam sincronizados naquele momento.
— Ele tem uma filha...
— A garota pode ficar doente, de repente. — sugeri. Ele assentiu veemente.
— E Louis?
— Poderia passar o dia todo consolando uma certa gordinha.
Zayn deu um passo para trás, se afastando, com um olhar severo assombrando seu rosto bonito. Levantei e tornei a me aproximar, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço.
— Harry Styles está prestes a se tornar uma ameaça controlada. A presidência da Ross será sua, não precisa bancar a babá de uma garota mimada. Dispensa ela, amor. — estava relutante quanto ao meu pedido, aproximei meus lábios de seu pescoço, o beijando lentamente, o senti arfar e mordisquei sua pele, subindo até a orelha — Por mim. — gemi, passando a língua por seu lóbulo.
Suas mãos agarraram minha cintura e num piscar de olhos estava sentada no balcão, com o corpo de Zayn entre minhas pernas, desamarrando o hobby e o puxando para fora de meu corpo, me deixando completamente nua.
— Certo. Vou mandar a Gemma pro inferno, estou louco por isso faz tempo. E com isso teremos Horan e Tomlinson fora da jogada o dia todo, Liam é meu amigo, não vai se intrometer. Claro que vai tentar controlar Styles, mas sozinho será impossível, então ele vai faltar e o homem não irá querer fechar negócio de jeito nenhum, não depois de levar um bolo. — disse cheio de excitação. Adorava vê-lo tão animado.
Enrosquei minhas pernas em sua cintura e deslizei minhas mãos por seu peito. Minha mente estava bem longe de Harry. Nesse momento o garoto pouco me importava, estava diante de um homem e era tudo o que eu via.
— Hey. — Zayn segurou meu queixo, firmemente, fazendo com que eu encarasse suas orbes castanhas — Harry tem ficar o dia inteiro fora, entendeu? Não importa o que tenha que fazer, apenas o mantenha longe daquela empresa. Estou apostando todas as minhas fichas em você, Rebecca, se me decepcionar pode ter a certeza de que eu vou me vingar.
— Eu não vou. — murmurei, comprimindo um gemido ao sentir sua mão livre deslizando por entre minhas coxas e se aproximando da minha intimidade — Mas eu vou precisar da chave daquele seu apartamento do subúrbio.
— Vai transar com ele? — o fato dele parecer feliz com isso me deixou furiosa, mas ciúmes nunca foi um aspecto de Zayn, por isso preferi engolir em seco.
— Você disse que valia tudo, então, quem sabe.
— É por isso que eu te amo.— rosnou, colando seus lábios nos meus ao me deitar sob o balcão e me fazer a mulher mais feliz do mundo.
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