História Impossível fugir desse amor - Não irá fazer mal

A menina voltou para seu quarto segurando uma bandeja com uma torta de espinafre com salmão e um suco para Chat Noir repor suas energias. Quando o Gato viu o alimento esboçou um enorme sorriso. Já havia comido aquilo uma outra vez, quando foi treinar com Marinette para o campeonato de vídeo game da escola, na casa dela. E ele tinha adorado aquela comida. Marinette era realmente gentil de trazer aquilo para ele e por cuidar do mesmo.  

-Então, trouxe isso pra você da padaria, espero que goste gatinho. - Marinette disse e encarou as orbes esverdeadas dele. 

-Eu adoro isso princesa, se alguém me traz comida me traz felicidade. - Abriu mais ainda aquele sorriso de quando viu a comida. 

Ela deu risada e entregou a bandeja a ele. O menino praticamente atacou a comida, é, ele estava fraco e com muita fome mesmo. A menina ficou observando o Gato comer e dava umas risadas em alguns momentos devido ao aparente desespero dele de se alimentar.  

-Por que está rindo? - Ele perguntou arqueando as sobrancelhas. 

-Você está tão desesperado pra comer, está parecendo um verdadeiro felino desse jeito. -Continuava rindo. -Mas assim que é bom, você precisa recuperar as energias e forças 

Ele apenas sorriu de canto e continuou comendo. Estava saboreando aquela torta saborosíssima, os pais de Mari realmente eram bons nisso. Enquanto o garoto descansava e se alimentava, Marinette começou a guardar as coisas que tinha pego para cuidar dos ferimentos de Chat. Ele começou a segui-la com o olhar. 

-Era hora da mocinha estar no colégio não é mesmo? - Perguntou sarcástico. Ele sabia que também deveria estar, mas tinha se machucado, estava sem disposição alguma para voltar à escola. Mas ele precisava. 

-É, mas resolvi cuidar de um certo Gato Preto que me salvou de um akuma. - Deu um sorrisinho. 

-Era o Nathanael não é, o menino que você me contou aquela história do namoro e tal...? -Perguntou, mas já sabendo da resposta. - Ele não desiste de você... 

-Fiquei realmente triste de vê-lo assim. Da outra vez ele queria se vingar de Chloe por ela ter humilhado ele e dito pra todos que ele gostava de mim, mas dessa vez, estava diferente, com mais raiva. Ele me queria e queria também deixar todos os garotos longe de mim, inclusive desejava se vingar de Adrien, ainda bem que ele não o achou... 

-De Adrien, mas...Por quê? - "Ciúmes, só pode ser ciúmes" ele pensou. 

-A-Ah, vai saber. 

A garota corou um pouco, mas Chat Noir nem percebeu pois teve seu olhar voltado para a comida. Ele se sentia Plagg com seu Camembert. Era tão bom recuperar-se depois daquelas dores e melhor ainda ser cuidado por Marinette. Ele estava em dúvida do que faria. Continuava encontrando a garota e fazê-la ficar caidinha por ele e assim ele ganharia a aposta, ou parava um pouco pois senão ele acabaria se apaixonando por ela, e ele já estava nesse caminho. 

-Eu preciso ir embora princesa. - Chat disse tentando se levantar mas ainda sentia dores, era um pouco difícil. Ele precisava voltar para a escola senão poderia ter sérios problemas. E o menino precisaria disfarçar as dores. 

-Mas você está um pouco fraco e com dores ainda...Como vai sair pulando entre os prédios assim? - A menina o lançava um olhar de preocupação. Desde quando ela passou a se preocupar tanto com ele? Sim, ela ficava preocupada com o Gato quando ele era atingido por akumas, etc, mas agora esse sentimento crescia quando via ele nesse estado. Por exemplo, outro dia se preocupou se ele pegaria chuva na volta pra casa. "Deve ser normal né?" Ela se perguntava. 

-Eu posso dar conta disso. -Deu um sorriso e se levantou da cama com um pouco de dificuldade.  

Quando o garoto se levantou de uma cambaleada e a menina foi prontamente tentar ajudá-lo. Passou o braço dele pelo pescoço dela e sua mão pela cintura dele. Nesse momento Chat Noir deu uma pequena risada. 

-O que foi agora? - Ela perguntou um pouco confusa. 

-Não deveria ser o contrário? Eu te segurando? A mocinha fraca e o herói aqui ajudando... - Ele encarou os olhos azulados da garota. 

-É, parece que o jogo virou. -Riu, também encarando os olhos dele. Ele já ia se aproximando dos lábios dela mas ela logo recuou. - V-Você já teve seu beijo de hoje gatinho... - Se soltou dele e viu que ele já conseguia ficar de pé direito. - Já consegue andar não é? 

-Sim princesa, não se preocupe. -Ele estava tão perto de beija-la, que maldade recuar Marinette! 

Começou a andar pelo quarto, já estava se acostumando com as dores, que diminuíam. Se aproximou da janela e botou a mão no seu bastão.  

-Até mais Chat. - Fez um sinal de "tchau" para ele. 

-Até mais, minha princesa. - Ele deixou escapar o "minha", sorriu e logo saiu do quarto da menina. 

-S-Sua? - Saiu de perto da janela e sentou em sua cama. Tikki saiu de onde estava escondida. - Quem ele pensa que é? 

-Um gatinho que está te enlouquecendo Marinette. - A kwami disse sorrindo. 

-Me enlouquecendo Tikki? Vejo que você está maluca que nem ele! - Fez biquinho e cruzou os braços. 

A kwami deu risada e pediu por biscoitos, a pequenina estava morrendo de fome mas teve que esperar o herói ir embora do quarto da menina. Depois que se alimentou resolveu ir descansar. Ela deitou na cama de Marinette e adormeceu. Enquanto isso a azulada estava olhando para o nada, somente pensando no dia que teve. Esses últimos dias estavam sendo intensos. E parou para pensar que passar tempo com Chat Noir estava realmente a ajudando a esquecer Adrien um pouco. Quando beijava Chat conseguia esquecer de quase tudo ao seu redor. Era realmente o melhor a se fazer? Seus pensamentos foram interrompidos pelo seu celular que começou a tocar. Era Alya. 

~Telefone (ON) 

-Alô, Alya? 

-Matinette? Cadê você menina? - Alya demonstrava preocupação e dúvida. 

-Estou em casa. O akuma tinha me pego, era Nathanael novamente, e as cenas que eu vi de Chat Noir sendo machucado me deixaram um pouco...Perturbada. - A garota respondeu num tom triste, se lembrando do estado em que o Gatinho ficou. 

-Ele fez alguma coisa com você!? E será que Chat Noir ficou bem depois dos golpes que levou? Vi Ladybug o levando para algum lugar... 

-Bom não deu tempo, Chat me salvou. A-Ahn...Acho que ele deve estar bem sim - Agora ela sorria. 

-Ufa, não me assuste desse jeito. Bom então você não vai voltar pra aula? 

-Não, acho melhor eu ficar em casa mesmo. 

-Tudo bem...Mas vai perder um tempo com Adrien... -Alya disse como que querendo apelar para que a menina fosse à escola. 

-Ai Alya...Você sabe que estou tentando esquecer ele! - Deu um suspiro sofrido. 

-Desculpa Mari, é que eu não me acostumei com essa ideia ainda...Enfim, preciso voltar para a aula, até.  

-Até Alya.  

~Telefone (OFF) 

Mari achou melhor ficar em casa pois realmente tinha ficado meio mal depois de ver Chat machucado. Já que não tinha nada para fazer resolveu desenhar uns designs em seu caderno de desenho. 

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Chat Noir se escondeu num beco para desfazer sua transformação. Já como Adrien, estava andando com um pouco de dificuldade até a escola. Ele iria ter que conseguir disfarçar essas dores, pois senão seria obrigado a responder muitas perguntas com respostas improvisadas, e o menino não era lá muito bom nisso. 

Quando chegou no colégio, não conseguia correr para a sala de aula por causa de seu corpo que doía, e principalmente por causa daquele corte de raspão em suas costas, mas por sorte, Marinette havia cuidado muito bem do mesmo. Ele havia perdido um tempo de aula e quando entrou na sala atraiu olhares. Estava agradecendo muito o fato de que não ficou com marcas de socos no rosto, aí não teria como esconder mesmo. 

Sentou-se em sua carteira ao lado de Nino.  

-Ei cara, por que demorou tanto? - Nino perguntou sussurrando. 

-Ah, eu perdi a hora depois daquela confusão com o akuma... - Respondeu sussurrando também e tentando não demonstrar que estava sentindo dores. 

-Ah sim. E sobre o que te falei mais cedo, antes do akuma aparecer...O que você acha...? - Ele estava um pouco corado, como tinha ficado quando chamou Adrien mais cedo. 

-O qu- Ele não estava se lembrando, estava com tanta coisa na cabeça, até que sua mente clareou. - Ah sim, eu acho uma ótima ideia você chamar Alya para sair. Ela também go- Parou de falar quando percebeu que já ia deixar sair o que Marinette acabou deixando escapulir outro dia... - Ela parece gostar da sua companhia... - Torcia muito para que seu amigo ficasse com a morena. 

-Sério? Então depois da aula irei chamá-la...Mas...para onde posso levar ela? Sou tão horrível nessas coisas, Adrien você tem que me ajudar! - O loiro riu ao lembrar-se de quando tentou ajudar o moreno com Marinette. Nesse tempo ele mal imaginava que algum dia iria beijar a menina. 

-Tudo bem Nino. - Sorriu. Nesse momento a professora chamou a atenção dos dois garotos para eles prestarem atenção na aula. 

A aula estava indo normalmente, a professora falou sobre o trabalho o qual Adrien e Marinette já haviam até feito, e pediu para que os alunos acrescentassem algumas coisas na tarefa. Teria que falar com Mari depois. Quando as aulas terminaram o loiro deu umas dicas para o amigo, de para onde ele poderia levar Alya, das coisas que poderia falar, etc. 

-Adrien, você é bom nisso hein! - O garoto deu tapinhas no ombro do de olhos verdes. 

-Não exagera cara. - Riu.  

Nino então foi em direção de Alya que já estava na saída do colégio. Adrien nem queria ter voltado para a escola, queria ter ficado mesmo na casa de Marinette, mas iria acabar tendo problemas. Seu carro chegou e ele entrou, ia para casa. Quando estava no automóvel se lembrou de que tinha ensaio de fotos. Droga, estava cheio de dores e ainda teria que tirar fotos para a marca de seu pai. Ia ser complicado. 

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Ele estava nervoso. Estava realmente gostando da morena. Ia seguir as dicas que Adrien havia lhe dado, mas ainda sim estava com medo. E se ela não aceitasse? E se ela não sentisse a mesma coisa por ele? Essas dúvidas rondavam a cabeça de Nino, o enlouquecendo. Avistou Alya na saída da escola e foi até ela decidido. 

-O-Oi Alya, posso falar c-com você? - "Pare de gaguejar!" Pensava consigo mesmo. 

-Nino! - Se surpreendeu ao ver o garoto. Ela já estava quase indo embora, não esperava que ele fosse falar com ela. O moreno estava um pouco estranho com ela nos últimos dias, o que a deixou triste, já que ela gostava do mesmo. - C-Claro. 

-Então, você quer ir comigo ao cinema? Tem um filme novo que parece ser bem legal... - Desviou o olhar para qualquer outra direção que não desse nela. 

-Cinema? Pode ser, já faz algum tempo que eu não vou! - Ela abriu um largo sorriso. Isso estava mesmo acontecendo?  

-Ótimo! Então amanhã depois da aula podemos ir? - Ele ficou realmente feliz. 

-Tudo bem. - Sorriu. Se aproximou de Nino e o deu um beijo na bochecha. Começou a encarar os olhos do menino e ele fez o mesmo com os dela. Os dois coraram e desviaram o olhar. 

-B-Bem, nos vemos amanhã. Até. - Disse com a mão na nuca. 

-Até Nino. - Ainda sorria. Ah, aquele sorriso o deixava caidinho. Estava apaixonado por Alya. 

Assim, os dois seguiram para suas respectivas casas. 

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  Em sua casa, Marinette terminava seu desenho e já ia descer na padaria para pegar algo para comer, quando seu telefone apitou. Ela olhou e viu que era uma mensagem de Adrien.  

"Marinette, sabe o trabalho da escola, em dupla, que já fizemos? Então, a professora pediu para acrescentar mais algumas coisas nele. Você acha que pode vir na minha casa amanhã? Hoje não dá, tenho sessão de fotos...ok?" - Adrien às 15h31. 

Outra vez tendo que ir na casa dele? Como poderia esquecê-lo? Era difícil tentar tirá-lo de seus pensamentos quando está o tempo todo do lado do mesmo. Mas ela não podia recusar. 

"Tudo bem, posso sim. Amanhã depois das aulas?" - Marinette às 15h33. 

"Ótimo, até amanhã então. Beijos. - Adrien às 15h34. 

Ele realmente queria dar o beijo...Só não ia admitir tão facilmente. 

"Beijos." - Marinette às 15h34. 

A garota corou quando leu o "beijos'. Só daquilo vir do menino já era um motivo para ela corar. 

O loiro estava indo para sua sessão de fotos quando mandou a mensagem para Mari. Esse trabalho da escola estava sendo uma ótima oportunidade para ele passar mais tempo com ela e conhecê-la melhor. Ele iria até a casa dela à noite, se não fosse pelas dores que sentia...Mas pensando bem, ela poderia cuidar dele novamente não podia? Ficou com essa pergunta na cabeça enquanto olhava pela janela do carro. 

É, ele iria lá sim, não iria fazer mal algum não é?