História Impossível fugir desse amor - Friamente

Ladybug não pode deixar de ficar surpresa. É verdade que ela julgou Christian por ser um mulherengo pela sua aparência e suas atitudes. Talvez aquilo fosse uma faixada.

-Isa...Me desculpa, mas por favor vamos conversar num lugar mais reservado... – Aquele menino que parecia ser tão irônico, sem ligar para o que os outros pensam, estava parecendo mais vulnerável agora.

-NÃO QUERO! Por que você estava comigo esse tempo todo se não gosta de mim? – A discussão cada vez mais atraía olhares.

-Eu gosto de você. É só que..

-Mas não gosta como deveria! – berrou – Você preferiu ficar se esfregando com outros homens em vez de ser sincero comigo?

-Eu não fiz isso, e-eu só estava conversando com o Matt. – Nesse momento que Ladybug reparou que havia um menino com cabelos castanhos atrás de Christian.

-VOCÊS ESTAVAM QUASE SE BEIJANDO! Eu já estava desconfiando que você não gostava de mulheres, mas agora tive a prova completa! – A tal de Isa parecia completamente descontrolada. – Vocês dois se fazendo de amiguinhos, devem ser é namorados! Eu fui só faixada né? Fala a verdade Christian!

-Eu vou te contar tudo, mas por favor...Vamos pra outro lugar! – O moreno parecia completamente perturbado.

-Não vou pra lugar nenhum com você! Seu nojento! Como pude namorar uma pessoa com você, que se esfrega com homens? Homem com homem não é certo! Seu estranho. – Ela exalava ódio. Ladybug se espantava cada vez mais com a menina.

O garoto ficou sem reação. Não sabia o que dizer, ficou calado olhando para a menina, sem se defender.

A ruiva sem pensar duas vezes, partiu para cima do moreno, o dando um tapa no rosto e um soco no peito, que pareceu doer. Ladybug, achou melhor intervir naquela discussão, já estava ficando mais sério do que uma discussão de relacionamento.

-Ei! – Disse a joaninha, afastando Isabella de Christian. – Nojenta e estranha é você por ser homofóbica! – Falou sem nem pensar duas vezes. – Você está fazendo a maior bagunça no meio da rua senhorita! E ainda agrediu o garoto. Se é pra discutir sobre a relação, que vão para um lugar mais reservado. E você ainda berra palavras horríveis e que incitam ao ódio no meio da rua. Se acalme e reveja seus conceitos!

Isabella não acreditava que estava vendo Ladybug na sua frente lhe dando lição de moral. Ela sempre adorara a heroína mas agora só teve vontade de lhe agredir também. Quando ela se preparou para machucar a garota, que estava distraída perguntando se o moreno estava bem, alguém segurou a sua mão.

-O que você pensa que está fazendo levantando essa mão para minha lady? – Chat Noir disse.

-Chat? O que você está fazendo aqui? Hoje não é o dia de você patrulhar. – Indagou a joaninha confusa.

-Bom, é...eu estava passando por aqui quando vi essa situação. – Na verdade o gato estava indo encontrar Marinette. Tinha perguntas para fazer a ela, sobre o assunto de ela querer esquecer Adrien, mas Ladybug não precisava saber disso.

A joaninha ficou um pouco sem reação. Não estava preparada para ver Chat Noir como Ladybug naquela noite. Eles não se viam transformados desde o dia anterior na batalha contra o akuma que fez a garota ficar muito confusa e precisou que o gato preto lhe desse um “choque de realidade”. E sem estar transformada, Mari não via Chat desde noite, quando eles se beijaram no armário. Só que ela já estava mais acostumada e mais à vontade de conversar com Chat como Marinette, mesmo depois de eles se beijarem. Agora, ela teria que encarar o fato de que não se controlou e cedeu aos encantos dele como Ladybug também, e que talvez ele estivesse achando isso uma loucura, visto que a joaninha nunca exatamente lhe deu bola.

-Ah, Claro... De qualquer jeito vamos sair do meio da rua. – Disse Ladybug. Depois passou seu olhar para o ex-casal. – Vocês dois, venham com a gente.

-Eu não vou paraa nenhum lugar com pessoas que tentam me dar liçãozinha de moral! Sejam heróis ou não, não me importo! Só não quero mais olhar na cara desse...desse nojento do Chris. – A ruiva simplesmente se virou, sem nem esperar algum tipo de resposta de nenhum ali presente.

Christian parecia abalado. Se virou para o menino que permanecia atrás de si, com um olhar desconcertado.

-Matt acho melhor você ir embora, nos vemos depois. – O garoto de cabelos castanhos apenas assentiu com a cabeça e se retirou.

-Essa menina, sinceramente, quantas coisas horríveis ela está dizendo. – Disse Ladybug.

-Ela é intolerante e preconceituosa. – Completou Chat.

As pessoas ao redor pararam de prestar atenção em Christian e começaram a focar nos heróis de Paris. Ladybug vendo que um tumulto poderia começar a se formar, se aproximou do moreno.

-Christian, não é? Você parece bem abalado, se quiser conversar eu sou toda ouvidos. Sei que meu trabalho como heroína não é exatamente de consolar alguém, mas mesmo assim. – A joaninha sorriu sinceramente. Queria entender o que se passava com o garoto, por mais que mal o conhecesse.

-Eu não preciso de consolo. - respondeu o garoto secamente. Sua expressão agora era amarga. Se preparando para ir embora como os outros, foi parado por Chat.

-Ei, espere aí, não vai nem nos agradecer? – O Gato Preto usou uma pitada de ironia na voz.

-Não. Essa intromissão de vocês só serviu para que vocês soubessem algo da minha vida que não precisavam saber. – Chris só queria sair dali. Já bastava Isabella ter descoberto algo sobre ele que ele tentou esconder dela por dois anos, pessoas desconhecidas também e agora os heróis também sabiam. Ele bufou e foi embora.

O moreno colocou as mãos nos bolsos de sua calça enquanto andava a caminho do hotel de seu tio, onde iria morar por um tempo. Nesse caminho, começou a pensar no que se passava consigo mesmo. Ele chegava a sentir raiva de si mesmo por ser como é. E agora pessoas sabiam de algo que ele tentava esconder e se privar. Raiva, decepção e tristeza o definiam no momento.

Outro problema de Chris, ele não se aceitava.

*

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-Só eu acho que ele foi mal agradecido? – Disse Chat observando Ladybug se sentar na borda do telhado de um prédio.

-Eu não sei, ele parecia bem estressado. Talvez tenha sido isso. Pessoas desconhecidas ficaram sabendo de algo que nem a namorada dele sabia. Ele pode não se sentir bem com tudo isso. Tente entender o lado dele Chat. – Disse a menina, sendo compreensiva.

-É, talvez você tenha razão... Mas você tem que concordar que evitamos que aquela discussão aumentasse de tamanho. – Disse o Gato enquanto se sentava ao lado da joaninha.

-Sim, mas ainda assim temos que entender o lado dele gatin- Se interrompeu, percebendo o que ia falar. Pigarreou e continuou. - Enfim, o que será que se passa com aquele garoto? Em um momento pareceu tão vulnerável mas em outro já era frio e seco, mudando de jeito tão rápido.

-Eu realmente não sei My Lady. Talvez ele tenha tentado esconder o que realmente estava sentindo. – Ele começou a olhar a menina, que olhava a cidade meio distraída.

-Faz sentido. – Ladybug estava se sentindo nervosa estando perto de Chat, mas se estivesse como Marinette ela tinha quase certeza de que não estaria assim. Incrível como uma máscara mudava tanto a situação. Só passava pela cabeça dela no momento o beijo que deram da última vez, estando como a heroína.

-Ladybug, posso te fazer uma pergunta? – Chat Noir, que continuava a encara-la, agora ganhou a atenção da mesma.

-Uhum... – murmurou.

-Por que você correspondeu aos meus beijos da última vez? Você nunca me deu alguma bola. No fundo nunca pensei que você sentisse algo por mim. – O garoto olhava para ela com uma expressão confusa, enquanto a garota arregalou os olhos por um breve momento, engolindo em seco.

-E-Eu não sinto nada por você. Foi só uma vez Chat Noir. E o selinho da outra vez foi somente algo do momento ok? Não confunda as coisas. O beijo não significou nada demais para mim, não está achando que eu estou apaixonada por você ou algo assim não é? - Soltou uma risada nervosa. – Chat, eu não quero que você fique imaginando coisas. – O olhou seriamente. - Eu acho melhor eu ir embora agora... – Ladybug se arrependeu de ter dito essas coisas assim que olhou para o rosto do menino. E consequentemente seu coração doeu. Enquanto ela pegava seu ioiô, ele a olhava com um pouco de raiva.

-Mas voc– foi cortado por um “tchau” de Ladybug. Ele só ficou ali, parado olhando a garota ir embora depois de dizer aquelas palavras. Enquanto ela sentia como se uma agulha tivesse sido enfiada em seu coração depois de ter dito aquelas coisas.

 Ela queria deixar o garoto menos confuso insinuando que não sentia nada de especial por ele, mas acabou o machucando. E se machucando.