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História Imprevisível - Uma noite com a nova família


Escrita por: biagw

Notas do Autor


Olá gente!!! Demorei mais q o normal dessa vez né, mil perdões
bom, pra compensar, esse cap ficou bem grandinho
espero que gostem!

beijos

Capítulo 27 - Uma noite com a nova família


“E então, como foi com Kakashi-sensei?” - Naruto olhava pra cima, encarando o garotinho sentado em seus ombros. Sasuke caminhava ao lado deles, encarando o sol que terminava de se por 

“Foi muito legal!” - Katsuo realmente parecia ter se divertido durante a tarde. Quando seus pais chegaram pra buscá-lo, ele estava terminando de dividir um sorvete com o rokudaime, calmamente sentado num dos campos de treinamento onde tinha passado a tarde. Infelizmente o sorvete não ajudou os dois shinobis a terem uma visao do rosto de seu antigo sensei, embora Katsuo dissesse que tinha visto por baixo da máscara e deixasse seus pais mais curiosos ainda - “Nós tomamos sorvete, jogamos shurikens e visitamos o tio Gai” 

“Tio Gai?” - Naruto riu um pouco, feliz e encantado por ver seu caçula conhecendo pessoas que foram importantes pra sua vida. Definitivamente, Katsuo era uma criança fácil de lidar e que se dava bem com todo mundo, algo parecido com ele quando era menor. Também era engraçado e quase impossível imaginar Kakashi sendo babá por um dia e fazendo coisas além de treinar - “Deve ter sido divertido” 

“Hm!” - o menor assentiu, ainda animado. Sua tarde realmente tinha sido interessante e movimentada, ele tinha se divertido bastante mesmo longe de seus papais e gostado muito das pessoas que conheceu. No entanto, mesmo depois de gastar tanta energia com seus novos conhecidos, o menino ainda não estava cansado, pelo contrário, parecia ainda mais animado pelo que poderiam fazer depois - “Onde vamos agora, paizinho?” 

“Vamos buscar seus irmãos pra jantar” - Naruto também parecia animado com a resposta, ainda que não tivesse tanta certeza se conseguiria sucesso com seu filho mais velho. Dizer aquela frase já era animador e o enchia de orgulho. Quanto mais a família crescia, mais feliz ele se sentia, apenas por se lembrar o quão difícil tinha sido chegar até ali. Se Boruto se recusasse a participar, ele  ainda tentaria passar um bom tempo com Himawari e o convenceria da próxima vez.  

“Eba!” - Katsuo comemorou, soltando os braços do pescoço de seu pai e quase caindo pra trás, não fosse a atenção e o reflexo rápido de seu outro pai tê-lo segurado no lugar 

“Tome cuidado” - Sasuke o repreendeu um pouco sério, mas sem alterar a voz serena, recebendo um sorriso sapeca em troca. Naquele tipo de ocasião o menino se parecia tanto com Naruto que chegava a ser irritante. Os dois eram descuidados e sorriam mesmo depois de receber uma bronca (e não deixavam de serem descuidados).  

“Vamos comer ramen?” - o garotinho apoiava o queixo na cabeça do papai, aproveitando sua visao panorâmica de tudo que conseguia lá do alto. A pergunta fez com que Sasuke torcesse o nariz por perceber que o péssimo hábito de alimentação de Naruto estava se tornando hereditário. 

“Sim! Você gostou de lá, não gostou?” - o loiro parecia querer a confirmação só pra usá-la contra o moreno ao seu lado e funcionou bem quando Katsuo assentiu e ele pode encarar Sasuke com um ar de superioridade como quem diz ‘só você é o chato daqui’.  

“Vou falar com Sarada” - o Uchiha o ignorou, parando na frente da antiga casa, que ainda mantinha o símbolo do clã em sua fachada (Sakura poderia ter se livrado dele, mas quis mantê-lo pela filha, que nunca deixaria de ser parte daquela família também)  

“Vamos esperar aqui” - Naruto respondeu, sem nem pensar em entrar. ele ainda tentava evitar Sakura ao máximo, não tinha muita coragem pra enfrentá-la, ainda menos em uma situação como aquela. Sasuke assentiu e entrou sozinho.  

 Sarada o esperava ansiosa e pronta. Já tinha sido avisada pela mãe mais cedo que seu pai a levaria pra jantar junto do irmão e não poderia estar mais animada. Ela era do tipo que não deixaria nada atrapalhar um bom momento em família, nem suas próprias mágoas, dúvidas ou desconfortos. Fazia um bom tempo desde que não fazia nenhuma atividade ’normal' com seu pai e aquela seria uma boa oportunidade.  

“Já está pronta?” - Sasuke se surpreendeu um pouco ao encontrar a menina o esperando perto da porta e viu suas bochechas corarem um pouco 

“Mama já tinha me avisado” - Sarada respondeu, terminando de calçar os sapatos e gritando uma despedida rápida pra mãe antes de sair e fechar a porta - “Boruto e Hima vão com a gente?” 

“Ainda precisamos buscá-los” - Sasuke retrucou, seguindo-a até a rua onde Naruto e Katsuo esperavam. Os dois também se surpreenderam com a rapidez e logo os irmãos sorriram um pro outro, animados 

“Oi, Sarada, estou feliz que venha com a gente hoje” - Naruto sorriu pra garota, tentando se manter calmo e melhorar o clima. Não que estivesse estranho pras crianças, mas pra ele parecia um pouco estranho. Os adultos sempre ficam mais desconfortáveis que as crianças na maioria das ocasiões 

“Nanadaime, pode deixar, eu cuido do Boruto” - Sarada podia ler na cara dos dois mais velhos o quanto estavam preocupados com a personalidade forte de seu amigo. E, sabendo bem como lidar com ele, ela poderia ajudar.  

“Ah, obrigado, Sarada” - Naruto respondeu sem graça enquanto coçava a nuca e exibia um sorriso amarelo. As vezes o melhor é deixar o orgulho de lado e permitir que uma criança tome as rédeas da situação. A pequena Uchiha provavelmente saberia lidar melhor com seu filho que ele próprio - “Aliás, pode me chamar de Naruto, não precisamos das formalidades” - ele sorriu pra mais nova, recebendo sua aprovação em seguida.  

 Sarada gostava de observar a nova família que seu pai estava criando assim como gostava de estar por perto do hokage e aprender com tudo que ele fazia – afinal, também queria ser hokage um dia. No entanto, o sorriso que ocupava seus lábios e também seus olhos enquanto caminhavam não durou muito. Enquanto Naruto se distraia com as brincadeiras do garotinho pendurado em seus ombros e Sasuke fingia ignorar o entorno, Sarada percebia bem como as pessoas pareciam ter mudado.  

 Nunca sofreu com olhares estranhos antes, nem por ser filha de quem era, nem por estar sempre sem o pai por perto – coisas que achava que tavez pudessem atrair comentários pra si. Mas agora sentia os olhos estranhos pesarem em suas costas enquanto caminhava, uma sensação realmente ruim. As vezes via outras crianças rindo e parecia que ela era o alvo daquelas risadas, assim como sua família.  

 Mas é óbvio que Sarada não era a única a perceber tudo aquilo. Naruto insistia em brincar com Katsuo e rir a todo minuto como forma de se proteger dos comentários que não queria ouvir; distrair o menino dos olhares das pessoas; e ainda mostrar a todos que estava bem e que não desistiria tão fácil daquela vida. Ele já tinha passado pela experiência de ser observado daquela forma antes, já tinha lidado com maus comentários e com olhares rancorosos e raivosos, tudo que menos queria era passar por tudo outra vez e ainda ver seu filho na mesma situação.  

“Tem certeza que quer fazer isso?” - Sasuke rompeu um breve silêncio, sem desviar o olhar pra Naruto e tentando ser discreto na fala. O loiro o encarou, entendendo bem do que ele falava - “Não precisa passar por todo esse desconforto pra provar algo, a gente pode só comer algo em casa com as crianças” 

“Não, eu preciso fazer isso” - Naruto retrucou, com um olhar sério, enquanto não deixavam de caminhar e atrair os olhares curiosos. O clima era estranho, parecia que muito tinha mudado em pouco tempo. Antes, ele com certeza recebia todos os olhares que podia, mas eles vinham com sorrisos e orgulho, agradecimentos pelo que fazia como hokage, reconhecimento por seu trabalho Agora as pessoas pareciam evitá-lo, fugir dele ou encará-lo com desconfiança - “Não vamos nos esconder só porque algumas pessoas querem” - irritado com o que recebia, ele tomou a mão do Uchiha como numa vingança pública. Não esconderia nada, não agiria da forma como as pessoas queriam. Sasuke se surpreendeu, mas não insistiu, nem fugiu - “É só um jantar, não podem me impedir de fazer isso” 

 Sasuke podia entender o quanto o medo de Naruto estava reascendendo por causa de toda aquela confusão. O medo de ser rejeitado outra vez, de receber só os maus sentimentos da Vila toda, se voltar a ser visto como uma presença indesejável e indiferente. E saber daquilo doía mais no moreno do que o Uzumaki poderia imaginar.  

“Eu não volto atrás na minha palavra, Sasuke” - aquele assunto começava a deixar o nanadaime mais sério que o de costume e aquela sua frase saiu num tom quase ameaçador. Obviamente não contra o Uchiha, mas contra as outras pessoas. Ao mesmo tempo, era como uma promessa pessoal. Naruto sabia o que tinha prometido a Sasuke, a Sakura e à sua família; e ele não deixaria de cumprir nenhuma de suas promessas.  

 O restante do percurso até a casa dos herdeiros Uzumaki foi silencioso e, felizmente, curto. Por mais que os adultos se esforçassem, o clima ainda era pesado e estranho, talvez por ser a primeira vez depois de todo escândalo que os dois eram vistos juntos por aí. Sarada e Katsuo trocavam algumas brincadeiras e essa era a única forma de deixar tudo um pouco mais leve.  

 

“Papai!” - Himawari abriu a porta cheia de ânimo e brilho nos olhos. Antes já não era comum que seu pai voltasse cedo pra casa e agora ela tinha medo de que ele nunca viesse. Ver Naruto por ali tirava um grande peso do peito da garotinha. Ela sorriu receptiva pra todos que avistava, incluindo o homem atrás de seu pai que parecia um pouco tímido e que ela se lembrava de ter visto poucas vezes - “Mamãe, papai está aqui, meu irmãozinho também” - Hima fez questão de contar a novidade animadamente pra sua mãe, claramente sem entender bem o quanto os adultos podiam ficar desconfortáveis com aquela reaproximação 

“Hinata...” - Naruto cumprimentou a ex-mulher ainda da porta, mais tímido do que poderia imaginar sobre si mesmo. Katsuo, pelo contrário, acenava pra todos com um sorriso enorme - “Eu... Pensei em jantar com as crianças hoje. Se não for um problema pra você, claro” 

“Claro que não seria um problema, Naruto-kun. É uma ótima ideia” - Hinata o respondeu, com um sorriso pequeno e simpático. Encarar Naruto e Sasuke juntos ainda fazia surgir um nó em sua garganta, mas ela podia disfarçar bem, mesmo depois de vê-los de mãos dadas. O loiro percebeu que o olhar da Hyuuga se encontrou com sua mão e só aí se lembrou que ainda segurava a do Uchiha consigo, soltando-a com pressa. Sasuke não se importou, ele sabia que a cena poderia ser desconfortável pra ex-mulher e não queria incomodar ninguém, nem se considerava ciumento a esse nível  

“Vamos jantar juntos?” - a voz animada de Himawari disperçou os olhares estranhos e ela sorriu ainda mais largo quando seu pai assentiu 

“Posso falar com Boruto?” - Sarada perguntou antes mesmo que alguém pedisse por sua ajuda. A Uchiha achava o colega de time muito previsível e já podia prever que ele seria teimoso e não sairia do quarto por mais que sua mãe insistisse. Então, se fosse o caso, ela o arrastaria pra fora. Hinata se surpreendeu com a pergunta, mas permitiu, dando espaço pra que ela entrasse.  

 Enquanto Sarada ia até o quarto onde Boruto estava, Hima ia se preparar pra sair pro tal jantar. Os olhos azuis da menina tornavam-se brilhantes toda vez que o assunto era família e ela sempre ficava feliz quando tinha o pai por perto. Podia ficar ainda mais animada com o fato de poder cuidar do irmão mais novo. E demorou menos que o imaginado até que Sarada reaparecesse, arrastando Boruto pelo pulso até o lado de fora.  

 O garoto não parecia muito animado com a ideia e ainda se recusava a encarar diretamente seu pai, o irmão ou seu mestre, mas, mesmo assim, estava lá. Sasuke e Naruto mal conseguiam imaginar o que Sarada tinha dito, mas o discurso dela era poderoso o suficiente pra convencer o loirinho cheio de birra a ceder um pouco.  

“Pronto, podemos ir” - a Uchiha sorriu vitoriosa ao ir pro lado de seu pai acompanhada de seu colega de time. Ela não tinha falado muita coisa, na verdade, só algumas ameaças e palavras duras contra o jeito mesquinho de Boruto já foram suficientes (além de tentar convencê-lo de que a família precisava dele de verdade).  

 Naruto estava bem surpreso com a presença ilustre de seu filho mais velho, mas isso também o deixava feliz e mais apressado por não perder a oportunidade. Se despediram rapidamente de Hinata e voltaram a caminhar, agora na direção do Ichiraku, único lugar possível pra conseguir fazer o Uzumaki jantar fora. Katsuo e Himawari iam conversando alegremente por terem idades semelhantes, enquanto Boruto e Sarada se concentravam em conversas típicas de genins que dividem o mesmo time.  

 O fato de ter toda a família reunida daquele jeito e sem grandes problemas acabava diminuindo a importância dos outros obstáculos. Não tinham mais olhos pras atitudes das pessoas em sua volta, nem ouvidos pra prestar atenção em seus sussurros desnecessários. Com certeza era bem melhor poder se atentar apenas às vozes das crianças e aos seus sorrisos.  

 

“Oi, Naruto, sua mesa está reservada!” - o velho conhecido dono das melhores receitas de ramen da cidade acenava calorosamente ao seu melhor cliente, apontando uma das mesas guardadas no fundo do que agora era um grande restaurante.  

 Antes de qualquer um, Katsuo correu até o lugar escolhido e Hima o seguiu. A garotinha costumava ser muito quieta, obediente e calma, mas a presença de seu irmão menor a induzia a parecer um pouco mais pestinha. Não que fosse incomodo, na verdade era bem fofo. Naruto retribuiu o cumprimento de seu velho conhecido com um sorriso enorme, cheio de orgulho. Finalmente estava num encontro de família, com a família toda, completa. Não poderia estar mais feliz.  

 Sasuke estava calado como sempre, mas também estava feliz. Era um momento em que não ficaria pensando em possíveis tragicidades e podia apenas observar como sua filha cresceu, como seu filho estava bem e como seu pupilo poderia aprender ainda mais. Além de ter Naruto por perto, claro. Tudo era tão pacífico que era difícil de acreditar.  

“Querem fazer os pedidos?” - Ayame surgiu ao lado da mesa, enquanto Naruto se sentava por último, ao lado de Sasuke. Era engraçado, mas até ela se sentia feliz em ver a cena. O nanadaime era mais que um cliente naquele lugar, ela e seu pai o viram crescer e conquistar cada coisinha de sua vida, inclusive aquele novo amor e seus filhos 

“O mesmo de sempre pra mim” - Naruto a respondeu, sendo seguido por todos os pedidos dos outros. Boruto também já tinha seu pedido decorado, mesmo que fingisse não gostar dali, enquanto Sarada lia o cardápio com calma e Hima ajudava seu irmãozinho a escolher pelos desenhos. No fim, até Sasuke pediu um dos pratos, mesmo sendo sempre relutante com sua alimentação super regrada. Ayame saiu em seguida, com um sorriso leve no rosto. 

 A mesa era um tanto barulhenta, mas no bom sentido. As crianças queriam trocar ideias e contar sobre seus dias e era a primeira vez que todas elas se encontravam com tempo pra isso. Mesmo ficando emburrado por alguns minutos, até Boruto se soltou e começou a se divertir com os irmãos. No fim, os quatro eram como todos irmãos se contassem a união de seus pais. E, por mais que pudesse ser estranho pra quem era de fora, não era nada estranho praquelas quatro crianças. Pelo menos não mais.  

 Boruto e Sarada eram os mais velhos e relutaram por mais tempo, mas agora começavam a ver tudo com normalidade. Não era mais tão incômodo ver seus pais trocando carinhos discretos no meio de um restaurante, ao contrário, era até fofo. Katsuo, por sua vez, se dava bem com todo mundo e gostava de todos eles. Seu irmão mais velho podia até tentar evitá-lo, mas era derrotado por sua insistência fofa no final. No fim, Naruto e Sasuke eram quase como meros espectadores da diversão das crianças - e isso era mais que suficiente pra deixar dois pais felizes.  

 

“Eu ainda não esqueci da sua promessa” - furtivamente, Naruto sussurrou perto da orelha do moreno ao seu lado, com um sorriso que certamente tinha aprendido de seu mestre Jiraya. Foi logo empurrado de volta a sua postura original 

“Eu disse que te mataria se ficasse só pensando nisso, usuratonkachi” - Sasuke retrucou, sem demonstrar muito, concentrado no cardápio sem nenhum motivo aparente. Na verdade, ele estava percebendo que sabia exatamente quais eram os sabores preferidos de Naruto e aqueles que ele menos gostava, mesmo que nunca tivesse parado pra aprender exatamente. Largou o papel em seguida, ouvindo o chamado de Ayame - “Vamos buscar os pedidos” 

“Papá, preciso ir pro banheiro” - Katsuo os interceptou antes que saissem, com uma expressão que dedurava sua enorme vontade.  

“Eu levo você, baixinho” - Boruto o interrompeu, sabendo que seu pai estava ocupado com os pratos. Aquela também era uma oportunidade ótima pra pedir desculpas ao mais novinho por tê-lo tratado mal nas últimas semanas. Ele tinha conversado muito com Hinata e se convencido de que, por mais que se irritasse com seu pai, não podia descontar nenhuma raiva em outra criança que só queria tê-lo por perto como irmão mais velho. Além disso, Hima gostava muito dele e esse era um grande ponto positivo pra seu lado - “Vem comigo” - Boruto encarou seu pai de relance antes de tomar a mão do irmãozinho, vendo um sorriso leve surgir no rosto do loiro, mas ignorando-o. Ele ainda daria certo trabalho ao pai até assumir de verdade que estavam bem outra vez.  

 Por fim, Sarada e Himawari ficaram na mesa; Boruto e Katsuo sairam em busca de um banheiro; e Naruto e Sasuke foram até o balcão receber seus pedidos. Foi a primeira vez em que todos repararam em como o lugar parecia mais cheio que o de costume e perceberam que era dia de promoção especial. Naruto se arrependeu por não ter escolhido outra data, mas não desistiu de continuar por ali. O jantar ia bem apesar das fofocas e olhares suspeitos.  

 As pessoas pareciam querer falar com ele, mas não ter coragem, como se quisessem confirmar suas suspeitas ou perguntar se as notícias do jornal eram verdadeiras. Por mais que parte da população cedesse facilmente à visão das mídias, parte dela ainda confiava muito em seu hokage e queria que as fofocas fossem inverídicas. No entanto, o fato de Sasuke estar com ele num jantar parecia confirmar tudo e isso causava surpresa e desanimo aos ali presentes.  

 Falando de modo geral, eram poucas as pessoas que aceitavam uma criança gerada de forma não natural como Katsuo, eram poucas as que aceitavam o término do casamento do hokage e eram ainda menos aquelas que apoiariam um relacionamento de seu líder om outro homem. O assunto ainda era um tabu e não só em Konoha, como em outras nações também. Viajando muito, Naruto e Sasuke já tinham visto casos como o seu por aí, mas a maioria dos cidadãos que nunca saiu da Vila achava tudo uma grande e estranha novidade. Uns estavam dispostos a se acostumar, outro abonivam a ideia como se fosse um crime.  

“Isso te irrita?” - Naruto perguntou num tom que demonstrava um pouco sua chateação, sem encarar Sasuke, enquanto esperavam Ayame trazer mais de seus pedidos - “O ambiente estar desse jeito” 

“Eu não me importo comigo” - o Uchiha o respondeu, desviando o olhar pra mesa onde as duas meninas esperavam. O olhar de Sarada parecia um pouco triste e ele tinha certeza que ela estava percebendo o que acontecia por ali; aquele sim era um motivo pra irritação - “Me importo com vocês... Eu posso ter feito muitas coisas no passado, mas nenhum de vocês merece esse tipo de reação” 

“Não fale como se você merecesse” - Naruto retrucou, tomando a ultima tigela das mãos da moça e logo sendo surpreendido pela figura do dono daquele restaurante em sua frente. Estava tão distraído que não viu ele se aproximar.  

“Eu estou feliz que esteja bem, Naruto” - o homem sorria de leve, como sempre, encorajador - “E não ligue pros rumores, eles logo vão passar. Faremos questão de proteger vocês por aqui!” 

“Obrigado” - Naruto agradeceu sem graça, mas realmente grato. Podia parecer bobeira, mas aquele homem era como alguém de sua família, alguém que estava do seu lado na maioria das vezes em que precisava. Nunca se esqueceria de todas as vezes que foi salvo por ele e por sua generosidade - “Eu só espero não espantar seus clientes com minha nova má fama” 

“Se espantar meus clientes, pode vir jantar mais vezes e cobrir meus prejuízos” - respondeu, em tom brincalhão, antes de sair pra cozinha outra vez. Sasuke encarou o loiro ao seu lado e sorriu de canto, era bom pra ele ver como Naruto sempre estava cercado de boas pessoas.  

 Depois de algumas idas e vindas, os dois voltaram pra mesa com todos os seis pedidos prontos. Cada prato parecia delicioso e eram sempre feitos com muito cuidado e carinho, especialmente quando se tratava do cliente número um. No entanto, Katsuo e Boruto ainda não tinham voltado, o que era estranho pra uma simples ida ao banheiro. Naruto, Sasuke, Himawari e Sarada os esperaram por mais alguns minutos pois não queriam começar sem eles, mas estranharam sua demora.  

 Quando os dois mais velhos estavam prestes a se levantar e ir até o tal banheiro tentar descobrir o que aconteceu, todos foram pegos de surpresa com uma espécie de explosão do outro lado do restaurante. O surgimento de fogo no teto foi tão repentino que assustou todos os clientes presentes e causou um certo tumulto. Algumas telhas cairam ainda envoltas nas chamas e a dupla Naruto e Sasuke foi rápida em afastar qualquer pessoa que estivesse em local crítico. Os dois deixaram Sarada tomando conta do lado de dentro e correram pra fora, que era onde a explosão parecia ter acontecido.  

 Aliás, não parecia bem uma explosão e Sasuke conseguia perceber. Parecia mais que alguém tinha ateado fogo com um jutsu específico. Mas um ataque daquele, no centro da Vila, sem nenhum alarde ou vítima aparente era bem estranho. O lugar não seria muito típico pra ataques e não parecia existir mais nenhum outro problema na rua. Algumas poucas pessoas correram de dentro do restaurante até o lado de fora pra entender a situação e ficaram tão chocadas quanto aqueles dois ninjas quando descobriram.  

 A tal explosão nada mais era que um jutsu bola de fogo, um típico do clã Uchiha. E tinha sido usado por Katsuo do lado de fora. A expressão de total choque dedurava que Boruto tinha assistido o ocorrido sem entender nada e menos ainda sem esperar ver os olhos vermelhos que via em Sarada surgirem em seu irmão pequeno. Alguém tinha sido atingido pela fúria daquele menino pequeno de sharingans cobertos por lágrimas, mas seus pais não faziam ideia do motivo, nem como ele tinha aprendido algo daquele tipo.  



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