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História Imprevisível - Semelhanças - Naruto POV


Escrita por: biagw

Notas do Autor


Olá amiguinhos
Espero que gostem desse cap mesmo depois de esperarem tanto tempo ksks
A fanfic parece estar um pouco enrolada agora, mas juro q n vai durar mto, só precisamos encerrar esse arco e isso vai ser logo
Alias, acho q logo vem os últimos caps...

Bom, aproveitem!

Beijos

Capítulo 49 - Semelhanças - Naruto POV


Naruto POV 

 

 As pessoas tendem a dizer que eu e Sasuke somos opostos, por isso acabamos como rivais no passado – e por isso não teríamos a opção de ser um bom par no presente. Eu acho que já cheguei a pensar da mesma forma um dia. Mas a verdade é que ninguém entendia o Sasuke, nem eu. Ele não é meu oposto, somos bem parecidos se você realmente souber quem ele é.  

 Tudo que as pessoas pensam dele é errado. Bom, quase tudo e quase todas as pessoas, talvez com a exceção de nossos amigos. Eu me pergunto como eu, logo eu, demorei tanto pra perceber algumas coisas. Quando éramos crianças, eu implicava com ele, talvez por querer chamar sua atenção ou talvez por querer a atenção de outras pessoas e, por isso, as vezes eu mesmo me esquecia de quem ele era realmente, de como éramos parecidos.  

 Todos os outros desistiram dele. E, talvez por amor, eu não desisti, muitas vezes tentando me convencer de coisas que nem eu tinha plena certeza sobre. As vezes eu me negava a pensar na realidade em minha frente, pensando em apenas resgatar o Sasuke que eu conhecia – e que não era aquele cara criminoso e sem escrúpulos com quem eu era obrigado a lutar pelas circunstâncias. Mas, aquele era o Sasuke que eu conhecia, carregando os fardos de sua vida.  

 Somos muito parecidos, em processos inversos.  

 As pessoas se recusavam a pensar nos motivos que o levavam a fazer isso ou aquilo e até eu, preso no ideal de recuperar o amigo antigo, as vezes ignorei isso. Os meus fardos, quando eram pesados demais, se dividiam entre as pessoas que conquistei. Depois de crescer sozinho por alguns anos, eu realmente aprendi a amar e cuidar dos laços que fazia, cada um deles. Iruka sensei, ero sennin, o time 7, os outros novatos, cada kage, cada ninja, a cada dia eu conhecia novos deles. E foram esses laços que me curaram por dentro, que me permitiram sair do provável caminho pra que a solidão me levaria.  

 Mas, enquanto eu me reconstruía, Sasuke se despedaçava do meu lado sem que ninguém notasse. O caminho dele era o inverso. Quando eu era criança, achava que podia entendê-lo sem problemas, achava que todas as coisas eram óbvias e que sentimentos eram faceis de entender ou explicar. Definitivamente, só entendia um pouco do que ele sentia quando perdi alguém próximo.  

 Eu me pergunto como todos ao nosso redor deixaram que ele crescesse daquela forma, no meio de suas dores, sozinho. Eu sabia que ambos experimentávamos o mesmo escuro, mas a minha luz começava a se acender, enquanto a dele se esvazia cada vez mais. Por que, quando brigamos no telhado do hospital aquela vez, eu não o consolei de alguma forma? Por que eu nunca tentei entender de verdade o que se passava em seu coração mais cedo? Por mais que ele me diga que nunca estive errado, não posso deixar de me culpar.  

 E, mesmo sabendo que não deveria, ressentir à Vila também.  

 Sasuke perdoou a todos que já o machucaram um dia, mas ele nunca foi perdoado de verdade. Pensar nisso me deixa irritado. Quando Sasuke tinha planos de destruir Konoha ou qualquer coisa relacionada à Konoha, as pessoas diziam que estava maluco, que tinha perdido a sanidade e que deveria ser punido por isso. Bom, eu não me surpreenderia se eu mesmo perdesse a sanidade estando em seu lugar. Mas as pessoas não se importavam com as circunstancias.  

 Quando penso nas decisões que Konoha tomou no passado em relação a ele, meu único arrependimento é nunca ter feito um pedido oficial de perdão ao clã Uchiha em nome da Vila. Nós, que éramos as crianças, ignorávamos a situação porque Sasuke era bom e popular demais. Os adultos provavelmente ignoraram pelo mesmo motivo. As vezes me pego imaginando o quanto ele sofreu sozinho antes que tudo explodisse.  

 Mas, no final das contas, mesmo estando em lados opostos, sempre fomos parecidos. Perdoamos tão fácil, nos arrependemos, queremos viver nosso melhor pelos outros e precisamos da nossa família. E por isso eu tenho medo. Como Sasuke já explodiu um dia, eu tenho medo de explodir também. Eu arrisquei tudo, se eu perder... Se eu o perder e todo o resto desmoronar, eu não sei o que faria. Não mais.  

 Minha cabeça não é mais a mesma, não funciona mais da mesma forma. Meu coração não é o mesmo, eu me joguei tanto de cabeça que me esqueci de qualquer barreira que havia me colocado. Não sei mais se meu lado ninja é maior que meu lado humano, devo chutar que não. Eu me sinto zonzo, minha cabeça doi, meu peito aperta; eu não ignoro mais meus sentimentos. Me afastei da família que eu tinha, fui contra antigos aliados, perdi meu cargo e talvez perca até minha permissão como ninja. Se eu perder Sasuke também, se eu perder tudo de novo... 

 

“Pensando em possibilidades ruins?” - a voz de Orochimaru me assustou, eu estava tão distraído que sequer o percebi se aproximando. Não pude deixar de apertar um pouco mais Katsuo em meu peito, sentir a presença dele comigo era a única coisa que me acalmava - “Suas apostas foram altas, Naruto-kun, eu espero não decepcioná-lo” 

“Por que está fazendo isso?” - eu não entendia a cabeça de Orochimaru, mas ele era meu último recurso, por mais ridículo que pudesse soar. Enquanto Kat já estava nos meus braços, se recuperando bem num sono necessário, Sasuke estava em nossa frente e a visão era assustadora. Ele era como um dos experimentos, seu corpo flutuava naquele enorme tubo regado ao líquido que eu desconhecia. E, mesmo assim, tudo que eu podia fazer era confiar nos métodos de Orochimaru - “Por que ajuda sabendo que dificilmente te darei algo grande em troca depois de tudo?” 

“Já é realmente óbvio que seu cargo de hokage não é algo que eu possa contar daqui pra frente” - seu olhar era indecifrável, como sempre, embora parecesse menos carregado de ódio que no passado. Orochimaru é realmente um cara estranho, ninguém sabe seus objetivos - “Eu não tenho motivo algum, talvez seja só uma singela gratidão por ter cuidado de Mitsuki, talvez um presente a Sasuke-kun, ou talvez porque será interessante ver como as coisas sairão daqui pra frente” 

 Ver o circo pegar fogo, esse deve ser seu objetivo.  

 De qualquer forma, eu não tenho como julgar suas metas, muito menos exigir qualquer coisa. Não tenho poder algum agora, nem me arriscaria a perder a última esperança de salvar Sasuke de vez, meu último recurso.  

“De minha parte, tudo será garantido” - Orochimaru agora tinha um sorriso misterioso no rosto, ele realmente parecia interessado em seus resultados. Bom, talvez seu outro grande objetivo seja descobrir mais formas de ludibriar a morte - “Se seu jutsu funcionar como espera, Sasuke-kun ficará bem” 

“Eu espero que sim” - retruquei, sem muitas forças. Estava exausto, de todas as formas possíveis.  

 Eu tinha sentido o coração de Sasuke parado, eu quase via com meus olhos sua vida indo embora, sentia seu chakra sumindo. A sensação era assustadora demais pra esquecer. De alguma forma, usando seus métodos ilegais ou o que fosse, Orochimaru pode colocá-lo numa espécie de coma, na linha tenue entre vida e morte – segundo ele, algo comum pra humanos sintéticos como Mitsuki e Katsuo. Eu trouxe comigo todos os estudos de Tsunade baachan e Sakura-chan, tudo que poderia ser de ajuda, mesmo que Orochimaru insista em dizer que não precisa deles.  

 O plano é que ele elimine a doença do Sasuke da mesma forma que fez quando criou Katsuo, recupere seus órgãos e deixe seu corpo pronto pro jutsu da vovó Chiyo que pretendo usar. É tudo ou nada. Se isso não der certo, é fim de linha.  

“Fique a vontade, Naruto-kun" - Orochimaru se virou, nos dando as costas, ele não estava tão apressado quanto eu, mas não adiantaria insistir, essas coisas não acontecem de uma hora pra outra - “Pode usar o quarto de Mitsuki se quiser; Karin e Suigetsu estarão por perto” - e sumiu sem mais explicações, como sempre 

 

(...) 

 Encarei o cômodo em silêncio. Tudo naquele lugar parecia frio, dava arrepios. Sasuke deve ter vivido em lugares parecidos, não é? Deve ter sido ruim. E eu realmente não queria sair da sala onde ele estava, mas Katsuo precisava de um lugar melhor pra quando fosse acordar e, mesmo sem querer, eu precisava pelo menos me sentar antes que minhas pernas cedessem por falta de forças.  

“Oi, Naruto” 

“Ino?” - uma voz calma invadindo minha mente, era bom ouvi-la. Era bom ouvir qualquer pessoa conhecida naquele momento 

“Como estão?”  

“Bem, eu acho” - era uma pergunta meio difícil de responder, eu nem sabia mais como estava.  

“As coisas se acalmaram um pouco por aqui” - ela continuou, me dando um pouco mais de alívio, no entanto, o clima ainda não era bom - “Shikamaru conteve as pessoas que estavam no hospital e conseguiu convencer Susumo a recuar... O Conselho vai se reunir ao Senhor Feudal pra decidir sobre sua posição por ter ido atrás do Orochimaru, mas já ficou claro por toda Vila que você não é mais o hokage, isso está causando certa comoção” 

 Não ser mais o hokage... 

 Parecia mais fácil de engolir quando eram só planos. Suspirei, eu também não sabia mais sobre os rumos da minha vida dali pra frente. Eu vivi tantos anos pra alcançar e manter esse cargo que me perdi em meus próprios objetivos.  

“Hinata lidou com os Hyuuga por você e, acredite, Boruto foi seu maior defensor” - sorri de leve, eu ainda os amava e era tão bom tê-los do meu lado. Me preocupava por eles e por seus futuros, queria estar por perto, tenho medo do tipo de sentença que posso receber - “Shikamaru e Sai vão tentar limpar sua barra junto do Conselho, isso além de Tsunade-sama, Sakura e Kakashi sensei. O restante vai tentar lidar com os temores da população quanto à sua saída e com os rumores espalhados pela imprensa. Ainda não sabemos se Kakashi sensei vai reassumir o cargo de hokage temporariamente ou se o próximo vai ser escolhido, estão especula sobre Konohamaru” 

 Konohamaru... Então ele finalmente se tornaria hokage? Era bom saber, ele seria um bom substituto.  

“Entrarei em contato outra vez em breve, Sai e a ANBU também estão lidando com o fugitivo e o cara que você encontrou”  

“Tudo bem, obrigado, Ino” - respondi por último, dando um suspiro longo em seguida. Eu deveria me aliviar ou ficar com mais medo? Estava tão anestesiado que não conseguia ter reações de forma normal.  

 

“Paizinho...” - a voz de Kat me tirou dos meus devaneios. Depois de tantas horas, ele estava finalmente acordado.  

“Kat? Está bem?” - o observei enquanto abria os olhos devagar. Era um alívio vê-lo melhor e ainda mais saber que estava bem, nada de ruim tinha acontecido além de um uso exagerado de chakra (que mal tive tempo de descobrir como aconteceu) 

“Paizinho” - Kat parecia confuso, enquanto encarava o quarto em que estávamos e coçava os olhos. O lugar não era lá muito aconchegante, como é de se esperar de um esconderijo de Orochimaru, mas eu torcia pra que ele se acostumasse - “Estou cansado” 

“Você usou chakra demais, não pode exagerar assim” - me aproximei, tomando-o no colo assim que ele se sentou. Katsuo era meu único lugar de paz, meu único suspiro calmo no meio de toda aquela tormenta 

“Cadê o papá?” - seus olhos pareciam preocupados, ele sabia o que tinha acontecido e tinha visto demais. Eu e Sasuke vimos coisas pesadas demais quando éramos crianças, tudo que menos queríamos era que nossos filhos passassem pelo mesmo tão cedo  

“Orochimaru está cuidando do papá em outro lugar” - respondi, tentando parecer calmo e não esconder nada ao mesmo tempo. Eu não queria assustá-lo, mas também não podia esconder o que ele já sabia - “Vai ficar tudo bem, não sinta medo” 

“Aquele homem era muito mau, paizinho, ele era muito mau com o papá” - Katsuo tinha uma fala triste e isso me deixava chateado. Na verdade, isso é só o normal da vida de um ninja, mas só percebi o quão difícil é aceitar quando vi meus filhos metidos em tudo isso. Eu não tinha medo de me arriscar, mas colocar meus filhos em risco ainda me assusta 

“E você o acertou pra proteger seu pai, não é?” - ainda era inacreditável o que ele tinha feito, um chidori, nessa idade - “Com quem aprendeu a fazer aquele jutsu?” 

“Eu vi irmãzinha Sarada treinando” - respondeu, com um sorriso sapeca. Continuo me assustando com sua capacidade.  

“Ei, pestinha” - uma terceira voz surgiu no quarto, atraindo nossa atenção. Katsuo sorriu e pulou do meu colo, correndo animadamente até o visitante 

“Tio Suigetsu! Tia Karin!” 



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