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História Improvável - Capítulo 22


Escrita por: Hisanars

Capítulo 22 - Capítulo 22


RUKIA

Talvez eu possa classificar este como o momento mais triste de toda a minha curta vida.

A imagem de meu amado pai sendo velado atormentou-me durante dias, tive inúmeros pesadelos e a insônia me perseguiu, o medo de fechar os olhos era tamanho, que as olheiras chegavam a cobrir parte de minhas bochechas.

            Sua pele branca e fria sem vida vinha a minha mente toda vez que eu mesma me encarava em frente ao espelho. A cada vez notava mais semelhanças físicas entre nós, coisas que passaram despercebidas durante toda a minha vida, mas que agora, talvez pela grande saudade que me acompanhava todo momento, eu comecei a notar. Traços simples, como o desenho dos olhos e o formato fino do rosto, o tom de pele e um pouco do jeito de lidar com as situações inusitadas além do tom carmim que a pele adquiria toda vez que ficávamos constrangidos.

            Naquele triste dia, o céu também chorou.

Mas eu sabia. Sabia que devia seguir em frente de cabeça erguida, como uma verdadeira rainha. Como uma Kuchiki.

Estava na hora de voltar a viver, de deixar o preto de lado e trazer a cor de volta para meus dias, deixar o sol brilhar novamente como minha mãe faria. Ser, e honrar meu lugar no mundo. Já haviam se passado trinta dias, os mais difíceis que tive.

Foi declarado luto durante uma semana no reino todo. Dei curtas caminhadas durante esse tempo pelo vilarejo junto a Ichigo, ele acreditava que me ajudaria a me sentir melhor, mas eu sabia e ele também, que seus esforços eram em vão, porém ele nunca desistiu.

Assim como meu espirito, o de todos estava negro, não existia mais riso, nem cânticos pelas ruelas, a música não tocava e nem os pássaros cantavam mais, tudo estava de luto. Mas o tempo foi passando, os dias correndo, e as pessoas voltando a suas rotinas, menos eu.

Dizem que o tempo tudo cura. Mentira!

Não cura, e nunca é esquecido, apenas ameniza minimamente,  foi isso que aconteceu, não passou e muito menos foi esquecido, mas eu sabia que não podia ficar mais tempo amargurada, que eu devia reagir e que não era a única sofrendo, devia deixar o coitadismo de lado e seguir com a minha vida, começar a orgulhar quem me olhava lá de cima.

E foi o que eu fiz.

ICHIGO

Após dias de luto e sofrimento, era bom finalmente ver Rukia reagir, tomar coragem para voltar a viver. Eu sabia que não era fácil e que devia respeitar o tempo dela, mas estava realmente preocupado com o rumo que as coisas estavam tomando.

Sua pele estava mais pálida e acredito que neste tempo perdeu uma quantidade exagerada de peso, parecia uma pena de tão leve, não dormia mais a noite, e quando finalmente fechava os olhos, tinha pesadelos terríveis, pensei em chamar um médico, mas meus pedidos foram vetados todas as vezes, só pude esperar.

Finalmente após um mês de dor, a vida e talvez um pouco de alegria começou a desenhar novamente em seu rosto e olhar, meus dias tornaram-se mais leves desde que notei um singelo progresso de sua parte, eu queria fazer minha parte e alegrar mais e mais sua vida. Fazer cumprir minha promessa a seu pai.

Estávamos começando nossa mudança para o palácio, o reino não podia ficar sozinho, seriamos coroados no próximo fim de semana e eu sabia que faria o melhor para seguir os passos de um grande rei e homem que Byakuya foi.

Algumas reformas estavam sendo feitas e nossas malas sendo levadas com todos os pertences para o novo lar. Foi difícil a despedida de minha família, o drama de meu pai era imenso, parecia que nunca mais nos veria. Minha mãe e irmãs nos desejaram sorte na nova caminhada e deixaram o apoio para qualquer necessidade que precisássemos.

Agradecemos e saímos prometendo vir visita-los logo que ajeitássemos tudo.

Foi bom dormir abraçado com ela novamente, sentir seu corpo quente junto ao meu de novo retribuindo calor, aquela foi a primeira noite que senti que Rukia finalmente descansou.

- Bom dia meu amor! – Sussurrei cedo da manhã em seu ouvido,  tínhamos um dia cheio pela frente. Rukia remexeu-se ao meu lado resmungando sem abrir os olhos. – Esta na hora de levantar preguiçosa! – Cutuquei suas costelas com a ponta dos dedos vendo-a pular e abrir os olhos assustada.

- Só mais cinco minutos Ichigo, o sol nem nasceu direito ainda.- Seu rosto inchado, o cabelo desgrenhado e os olhos ainda pequenos de sono, fizeram meu sorrido alargar mais ainda. Puxei-a beijando-lhe a boca, ela se esgueirou por meus braços com o beijo súbito, mas logo lançou os braços ao redor do meu pescoço sentando em meu colo.

- É bom ver que esta melhor querida. – Rukia não respondeu, só apertou os braços ao redor de mim e beijou de leve meu pescoço, vi um sorrisinho singelo em seus lábios, e me aproximei apertando o abraço sentindo o perfume floral de sua pele e cabelos.

Ficamos assim por vários minutos, sem dizer uma palavra se quer , só aproveitando o momento, sentindo os primeiros raios de sol, invadirem nosso quarto e começar a esquentar nossas peles.

- Obrigada! – Puxei seu rosto para vê-la, suas mãos acariciaram minha face e seus olhos não desviaram dos meus por um instante se quer.

- Pelo que? – Fiquei confuso já que Rukia não falava mais nada.

- Por não desistir de mim, por trazer de volta a cor dos meus dias.

- Eu nunca deixaria você sozinha em um momento desses Rukia, alias, em momento nenhum. É meu dever tomar conta de você, cuidar de você.

- Ichigo.

- O que?

- Eu te amo tanto.

Seus olhos brilharam e seus lábios tocaram os meus vagarosamente em um beijo silencioso, suas mãos acariciaram meu rosto e aninharam-se em meu cabelo. Puxei seu corpo para mais perto e senti as batidas de seu coração batendo tão fortes quanto as minhas.

- Eu te amo mais Rukia.

 

 


Notas Finais


Acho que depois de tanto tempo eu fiquei enferrujada, mas enfim, esta aí mais um capítulo feito com muito carinho acreditem. Espero sinceramente que gostem!
Grande beijo.


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