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História Imprudência e Serenidade - Adeus a Um Velho Amigo


Escrita por: AmandaMoDom

Notas do Autor


Eu queria postar esse fim de semana ainda, e postay *-*

Capítulo 23 - Adeus a Um Velho Amigo


Fanfic / Fanfiction Imprudência e Serenidade - Adeus a Um Velho Amigo

_Desfibrilador! – Ukitake tentava manter a calma enquanto tentava manter Oguni vivo, depois de uma parada cardíaca agora. – Afastar!

“Ele não vai voltar” já sem esperanças, ele olhou para Yukiji que estava ao seu lado, e lhe entregou o aparelho, fazendo seu trabalho para ajudar. “Ela está pálida, nem sei como consegue obedecer meus comandos” então o pior som depois de mais uma tentativa com o desfibrilador deixou todos paralisados.

“Não” Yukiji levou as duas mãos à boca, sem conseguir segurar suas lágrimas.

_Oguni-san. – Ela pegou a mão dele, e um som vindo do aparelho medidor de batidas cardíacas, fez renascer uma esperaça nos olhos de todos presentes. – Oguni-san?

_Yuki-chan? – O velho abriu os olhos respirando calmamente, através de um pequeno aparelho.

_Sim, sou eu sim. – Ela apertou a mão dele. – Achei que iria me abandonar.

_Entendo. – Então ele passou a olhar para o teto. – Não posso te deixar assim.

_Não, realmente. Oguni-san não pode. – Yukiji soltou um riso feliz de ver o velho a olhar nos olhos.

_Eu tenho que me despedir direito da minha noiva. – Então Yukiji fechou os olhos mordendo os lábios, segurando o choro.

_Então hoje Oguni-san se lembra que me pediu em casamento. – Ela apertou ainda mais os lábios.

_Claro que lembro sim, lembro de todos os dias, desde o dia que te conheci, quando saiu daquele elevador com Unohana. – Então dois olhos azuis acinzentados passaram a expressar surpresa.

_Como assim? O senhor lembra? Impossível. – Ela sorriu tentando descontrair.

_Lembro que aceitou todos os meus pedidos. – Finalmente ele conseguiu sorrir. – Mas eu sinto muito. Não vou conseguir cumprir com a minha palavra.

_Como assim não? – Ela parou de sorrir tentando animar o velho. – Oguni-san está bem, agora podemos casar.

_Não. Você está bem, e você pode se casar. – Yukiji seguiu o olhar do velho que agora olhava para Ukitake. – Eu sei do seu segredo, e é estranho dizer isso assim, mas vou levar para o túmulo comigo.

_Não fala assim. – O queixo dela tremeu sem controle pelo choro.

_Infelizmente é assim. A vida é curta e temo que curtir cada momento, então curta bastante sua ao lado de quem realmente ama. – Ele passou a pegar a mão dela com as duas mãos. – E eu vou curtir agora com minha falecida esposa.

_Entendo. – Ela baixou a cabeça, deixando sem conseguir se segurar mais o choro.

_Não fica assim. – O velho esticou o braço para enxugar o rosto dela. – Eu preciso ir, e não quero partir assim. Por favor sorria.

Então Yukiji ergueu o rosto, respirando fundo e sorriu conforme ele pediu. E olhando o sorriso de Yukiji o velho começou a perder  visão enquanto o aparelho voltava a apitar contínuo.

Como se não tivesse coração, Yukiji se levantou com um rosto sério, quase inexpressivo, saindo do leito do velho senhor, andando depressa, sem destino. Ela só parou quando notou estar na sala de descanso dos enfermeiros, então se ajoelhou no chão, se sentindo muito mal.

“Oji-san, Oba-san, como eu sinto a falta de vocês!” ela apertava o peito lembrando dos avós, “Isso dói!”

_Yukiji. – Ukitake entrou no quarto.

“Nunca achei que fosse doer tanto ver alguém sofrer assim” ele foi até ele sem conseguir falar nada, e se agachou junto a ela a abraçando, querendo consolá-la. Acabou se sentando no chão, encostando na parede, para segurá-la mais firme.

_Por favor não chore assim. – Ele apertava Yukiji em seus braços, enquanto beijava o topo de sua cabeça. – Eu não aguento… dói em mim.

_Shiro… eu não consigo… parar de chorar. Desculpe. – Ela apertou o jaleco dele em seu peito, tentando se segurar.

_Tudo bem, tudo bem. – Ukitake esfregava o braço dela, tentando acalmá-la. – É que eu te amo muito, me dói demais ver você assim, mas acho que chorar vai te fazer bem.

Então ele começou a deixar vários beijos no rosto de Yukiji, carinhoso. “Eu a amo muito… não ficamos juntos assim a tanto tempo” ele pensou olhando para a boca dela, que o olhava de volta para sua boca. “Impossível resistir” sem se segurar, Ukitake pegou a nuca dela com as duas mãos, dando início em um beijo sedento que logo ficou molhado ao encontro de suas línguas.

_Hana…. – Uma voz conhecida fez os dois cortarem o beijo, num susto.

“O que está acontecendo aqui?” a diretora do hospital ficou encarando os dois, sem reação. Sem falar nada, ela voltou-se para trás e saiu do quarto.

“Droga, mais essa agora?!” Yukiji se levantou com pressa e quase caiu, correndo atrás da diretora.

_Unoha-. – Ela foi chamar a diretora quando a viu, mas parou ao notar que ela estava na companhia de Saeko.

_… mas está lindo seu cabelo assim. – Seako falava pegando a transa de Unohana, demonstrando ter uma certa amizade com a diretora que sorria.

_O que foi, Hananoi-san? – Então Unohana notou Yukiji, e ela que nunca pôde deixar de ser gentil, fez Yukiji sentir um arrepio com seu olhar frio.

_Não, nada – Yukiji deu um passo atrás, e em seguida virou-se sem saber para onde ir.

_Hananoi-san. – Unohana chamou fazendo ela paralisar e olhar para trás. – Não sei se já conhece, essa é Saeko. Esposa do Ukitake-san.

“Ela realmente não gostou de saber sobre mim ele Ukitake” O olhar ainda sério de Unohana, fez Yukiji engolir seco, “E parece serem bem conhecida, talvez até íntimas”

_Ah! Eu vi ela mais cedo, me ajudou no elevador. – Saeko dizia sorrindo para Yukiji. – Hananoi-san, que nome bonito.

_Obrigada, bom, eu vou indo. – Yukiji virou as costas, mas ainda pôde ouvir a voz de Saeko a chamar de mau educada.

“Não estou com cabeça pra isso, e não serei gentil com quem fez Shiro sofrer” ela olhava para o chão enquanto andava.

No caminho encontrou Ukitake, que havia assistido a cena de longe, mas agora ele cuidava dos tramites para registrar o óbito de Oguni-san, e não pôde dar atenção à ela.

~~~

No dia seguinte, todos se encontravam num cenário bastante diferente. Os cemitérios no Japão, em geral, são diferentes dos que conhecemos ou vemos em filmes. Eles são menores por se tratar de um cemitério de urnas com cinzas dos falecidos.

_Tanta gente no velório, e eu nunca vi ninguém ir visitá-lo no hospital. – Yukiji comentou, enquanto observava as pessoas irem embora do cemitério.

_O que ele deixou em morte os chama mais atenção. – Luna respondeu olhando na mesma direção que a amiga. – O que é triste, Oguni-san tinha histórias mais ricas que o dinheiro q deixou.

_Sim, ouvi dizer que ele é dono de uma grande fortuna. – Yukiji voltou a olhar para a urna de Oguni-san. – E concordo com você, as histórias dele, têm muito mais valor. – Então Luna passou o braço por cima dos ombros de Yukiji, vendo que a amiga voltaria a chorar novamente.

_O que foi? – Luna apertou o ombro de Yukiji até que se surpreendeu ao ver a amiga sorrir.

_Olha. – Yukiji apontou para a urna ao lado de Oguni. – Não é que a esposa dele se parece mesmo com Hanataro?

_É mesmo. – Luna sorriu observando a foto. – Agora ele está com quem desejava, como o último pedido dele.

Então como uma despedida, mas não a última, Yukiji deu um beijo nas pontas dos dedos, e o deu na urna. Em seguida ela e Luna se voltaram para a saída do cemitério.

_Falando em estar com quem queremos. – Luna comentou ao ver Ukitake parado ao lado de um carro, quando já estavam na rua.

Yukiji sorriu ao acompanhar o olhar de Luna, mas no mesmo minuto seu sorriso fechou.

_Ele está com a Unohana. – Yukiji abaixou a cabeça, e seguiu o caminho adiante, para atravessar a rua.

“Ela está me evitando desde ontem, quando Unohana nos pegou…” Ukitake estava pensativo. Ele também estava na companhia de outros colegas do trabalho, como Kyouraku e Nanao. “Ela tem razão, isso pode prejudicar a carreira dela aqui, e tudo que eu menos quero é que ela vá para a marinha.

_O que está havendo aqui? – Luna apressou o passo para alcançar Yukiji. – Por um momento tive a impressão de que está evitando Ukitake.

“Se eu te disse que está certa, com certeza me dará um sermão” Yukiji olhou para a amiga, sorrindo tentando disfarçar.

_É que eu estou com um problema com a Unohana, não quero chegar muito perto. – Yukiji tentou não mentir, mas não queria falar sobre o assunto.

_Entendo. Ainda estou me acostumando com o trabalho que esses Kuchiki dão. – Luna tentou descontrair a amiga.

_Vamos pra casa tomar um ‘chá’? – Yukiji estava querendo querendo fujir mais da conversa.

_Chá? – Luna arqueou uma sobrancelha, estranhando a amiga. – Você não é de chá.

_Não dá pra te enganar, ein. – Yukiji disse oferecendo o capacete para a amiga. – Vamos para um lugar diferente.

_Ok. – Luna ficou pensativa enquanto colocava o capacete. “Mas eu vou confiar nela”

~~~

“Que lugar é esse?” Luna não pôde deixar de franzir o cenho, enquanto entrava num lugar com luza baixa e várias mesas de madeira espalha pelo pequeno salão.

_Fazem anos que não entro aqui. – Yukiji respirou fundo entrando no local.

Enquanto elas se divertiam, atirando dardos no alvo, muitos rapazes olhavam sorrindo para elas, e vez ou outra, um se oferecia para pagar uma bebida, mas nenhuma aceitava.

_… e teve aquela vez que eu peguei ele abraçando Hanataro, enquanto estava pelado, chamando pela esposa. – Luna disse enquanto ela e Yukiji relembravam das gargalhadas que davam com as travessuras de Oguni.

_Ele fazia isso direto. – Yukiji soltou uma gargalhada, enquanto pegava um dardo de Luna no chão.

_Amiga, eu não sei qual dos dois alvos tenho que acertar. – Luna mirava o alvo com um olho só. – Antes era mais fácil, só tinha um, mas acabou de surgir outro.

_Amiga, vamos embora antes que surja um terceiro, que eu também não sei qual tem que acertar. – Yukiji pegou o dardo da mão dela, a puxando para a saída do local. – Nossa já é noite…. Luna, eu ia te chamar pra republica, mas… não tem uma grávida que tem que cuidar?

_Ê! – Luna saltou. – Tenho que ir pra casa. – Ela pegou sua bolsa e fuçou até achar o celular.

_Onde você está?! – Uma voz masculina vinda do celular, foi audível até para Yukiji.

_Rukia, você está com a voz esquisita, pegou um resfriado? – Luna, falava sem entender. – Eu disse pra não pegar friagem! Faz mal pro bebê.

_Luna Gabiacci. – Então Luna levou a mão a boca depois de engolir seco, pois só aí ela reconheceu a voz de Byakuya. – Não tenho o costume de perguntar duas vezes. Onde você está? – “Mas eu liguei para Rukia” A loira tirou o celular da orelha para o olhar o número, e o colocou de volta. – Não sei. – Novamente a loira levou a mão a boca, dessa vez mais rápido.

“Puts, eu só pioro a situação falando isso” ela pensou ao ouvir a respiração funda de Byakuya no celular.

_Me dá aqui esse celular. – Luna passou a respirar mais aliviada ao ouvir Rukia falar. – Luna, liga o GPS do celular. – A grávida pediu gentil.

_Ok. – Luna respondeu e em seguida tapou o fone do celular. – Amiga me ajuda, onde que fica o GPS?

_Mas amiga, sua família não fabricava celular? – Yukiji perguntou já pegando o aparelho de Luna. – Acho que o seu fica aqui.

_Ok.

Mesmo com Luna falando que não era necessário ir buscá-la, e que ela poderia ir embora com Yukiji, não demorou muito, e logo elas avistaram um carro conhecido. Byakuya fez um breve cumprimento a Yukiji, enquanto puxava a loira a o carro, que se despediu sorrindo e abanando a mão para a amiga.

“Queria que Shiro viesse me buscar assim também” Yukiji pensou olhando o cuidado que Byakuya tinha com Luna, no momento que ele abaixou a cabeça dela para não bater no carro. “Ela está muito grog”, Yukiji riu e no mesmo minuto saltou ao sentir o celular tocar. “Shiro…” era o nome no visor.

_Moshi moshi.

_Yukiji. – Uma voz feminina agiu como uma injeção dolorosa de ódio no coração de Yukiji, que trincou os dentes. – Quem é você que meu marido tanto liga? – Era possível sentir o sorriso de Saeko na ligação.

_Pergunte pra ele! – Foi a resposta que Yukiji pôde dar, antes de desligar o celular. – Aaahh.

Como se o berro de pura raiva fosse aliviar, Yukiji virou o rosto para o céu, assustando algumas pessoas que estavam por perto.

“Chuva?” algumas gotas começaram a molhar seu rosto, então ela se colocou a caminhar para a republica. “O que ela está fazendo com o celular dele? E a essas horas? Já passam das 23:00”

~~~

“Se não fosse por entrarmos no mesmo elevador essa manhã, acho que ela nem teria me cumprimentado” Ukitake pensava olhando Yukiji virar as costas para ele, e sair andando em outra direção, pela terceira vez no dia seguinte. “Eu deveria ter me segurado aquela hora. Ela deve estar me evitando porque Unohana nos viu… mas foi um momento, não somos de ficar se agarrando no hospital… quase, não muito. De qualquer forma, é melhor manter distância dentro do hospital mesmo, para Unohana não entender as coisas de forma errada”

_Ukitake-san. – “Só foi pensar nela…”. – Será que podemos conversar na minha sala um pouco? – Como sempre, Unohana tinha um sorriso gentil no rosto.

Ao chegarem na sala, Unohana se pôs a falar sobre o trabalho de Ukitake no sétimo andar, perguntando sobre cada paciente.

“Mas tenho a impressão de que esse não é bem o motivo pelo qual ela me chamou aqui” Ukitake procurava relaxar enquanto conversava.

_Sua esposa esteve aqui ontem. – Unohana comentou em meio a conversa. – Ela veio me visitar e nós conversamos um pouco.

_Eu já não considero Saeko minha esposa, tem algum tempo. – Ukitake comentou expressando seriedade.

_E a quanto tempo, tem se relacionado com a enfermeira daquela forma? – Ela perguntou séria, e um silêncio se colocou na sala, qual foi cortado por bip no celular de Unohana.

_Qual seu objetivo com essa conversa? – Ukitake não sabia ao certo o que dizer, então quis ir direto ao assunto, e Unohana passou a se levantar, indo em direção a porta.

_Só quero que compreenda que esse tipo de relacionamento pode ser prejudicial a todos. – Ela disse virando a maçaneta da porta, sem encarar Ukitake, que agora se levantou para acompanhá-la. – Você, Hananoi, até mesmo o hospital, se isso se espalhar. – Então ela passou a olhar Ukitake nos olhos, da forma mais fria que conseguia. – Não sou de dar opinião na vida dos outros Ukitake, mas não consigo evitar de pensar que seria melhor voltar com sua esposa. Ela me disse que o objetivo dela vindo aqui, era recuperar o casamento de 18 anos. Prefiro isso do que ter um dos meus médicos mais bem conceituados, de agarração com uma estagiária que, se você for estudar o caso, Hananoi será a mais prejudicada. Pense nisso.

“Ela realmente tem razão… Yukiji está no início da carreira. Seu histórico de trabalho pode ser prejudicado por isso” Ukitake arregalou os olhos e saiu da sala muito pensativo, “Yukiji tem um sonho. Entrar para a Marinha, é ruim pra mim, mas não posso me colocar em primeiro lugar”.


Notas Finais


Quem aí gosta de intrigas? Hehe ^^


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