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História In-Desejável - Eu nunca desejei você


Escrita por: ana_cappu

Notas do Autor


HEEEEEELLLOOOOOOW MEUS CHUCHUS

ESTOU MUITO FELIZ COM TODA ESSA POSITIVIDADE E CARINHO SZSZ

OBRIGADA INFINITAMENTE.

Capítulo 11 - Eu nunca desejei você


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Estava nervoso e não só por tudo que vinha acontecendo, não só pela declaração de Jungkook ou pelo beijo, mas também pelo fato de ter retribuído a tudo.

Atravessou a casa rápido demais, tanto que quase caiu da escada ao tropeçar em um dos degraus, mas isso não o impediu de continuar até finalmente estar longe o suficiente para conseguir respirar.

Caminhou por algum tempo enquanto sua mente vagava completamente vazia e turva. Parou algumas horas depois em uma pracinha pouco movimentada, se deixando sentar em um banco embaixo da sombra de uma grande árvore.

Suspirou encarando as próprias mãos postas em seu colo, de forma despreocupada. Os dedos pareciam tremer, na verdade todo o seu corpo parecia assim. O peito também doía e não tinha certeza se era falta de ar pela corrida ou medo pela situação. Passou os dedos, mesmo que trêmulos, por seus cabelos livrando a testa suada.

— O que está acontecendo? Porquê? — Perguntou a si mesmo antes de pender a cabeça para trás no encosto do banco, o braço direito tapando-lhe os olhos.

Queria sumir, não queria ter que voltar para casa e encarar Jungkook. Na verdade não sabia como faze-lo. Como alguém poderia agir normalmente após ter sido beijado a força... na verdade nem Taehyung tinha certeza se havia sido realmente forçado.

Trincou os dentes incomodado com os próprios pensamentos, não poderia se deixar abalar por aquilo. Talvez tudo fosse só um sinal de sua recente decepção com Yuna.

Era isso, o beijo com Suga, com Jungkook, tudo não passou de uma desculpa para esquecê-la. Ao menos queria que fosse isso, mas estranhamente havia sido completamente diferente.

Havia se sentido atraído por Suga, mas era algo mais de momento e mais físico. Com Jungkook não pareceu ser só isso, estava desestabilizado e de alguma forma acabou se rendendo e... gostando.

Esmurrou o banco com a mão livre, enquanto grunhiu xingamentos inaudíveis. Ouviu quando alguém parou ao seu lado, o estranho tinha a respiração ofegante, realmente cansada e Tae ainda assim não havia se dado ao trabalho de olhar quem era.

— Finalmente, encontrei. — A voz familiar de Jungkook ressoou em seus ouvidos lhe fazendo encolher ao virar o rosto para o lado oposto àquela voz. Estava cansado demais para correr e estavam em público, ele não poderia fazer nada ali.

Ficou em silêncio enquanto mantinha seus sentidos em alerta máximo. O outro havia se sentado no mesmo banco, mas Jeon não parecia perto o suficiente para lhe encostar.

— Desculpe. — Ele soltou o pegando de surpresa. — Não quero que as coisas fiquem estranhas de verdade. Não quero que você se afaste. — Seu tom ainda era falho, graças a sua respiração instável. — Eu achei que... bom achei que você pudesse...

Ele hesitou fazendo Tae trincar os dentes incomodado com toda aquela conversa.

— Tsc... — Soltou irritado. Conseguia ouvir um suspiro pesado do outro.

— Eu vou embora Taehyung. — Continuou rapidamente, deixando o outro completamente tenso. — Acho que é a melhor maneira de lidar com isso. Me afastando.

Aquelas palavras o incomodavam mais do que gostaria, mais do que esperava. Apertou os lábios fortemente ao ouvi-lo continuar.

— Eu não consigo te ver como um irmão e você até disse que iria tentar. — Ele riu ironicamente. — Mas eu não quero isso, não quero que tente.

Houve uma longa pausa, uma dolorosa pausa entre seus pensamentos e palavras. — Eu realmente gosto de você e não seria fácil para mim ficar tão perto se esse sentimento não é recíproco. Eu não quero atrapalhar sua vida e não posso simplesmente parar a minha. — Mais uma longa pausa antes dele finalmente rir sem graça ao esfregar o rosto. — Você nunca me desejou mesmo no fim das contas.

Escondido daqueles olhos, o rosto de Taehyung tomava uma coloração avermelhada. Toda aquela conversa o deixava não só irritado, mas realmente incomodado.

Queria conseguir lhe dizer algo, mas não sabia o que. Talvez fosse mesmo melhor que se afastassem, talvez fosse tudo por causa da convivência ou, não sabia... estava jogado em um mar de incertezas.

— Você está certo. — Soltou ironicamente. — Você sempre foi indesejável! — Completou friamente. As palavras soavam duras e distantes e incrivelmente contradiziam com o que estava sentindo no momento.

Jungkook estava em silêncio, só era audível o som de sua respiração pesada.

Ainda não tinha certeza se aquela conversa havia finalmente acabado e nem fazia ideia da expressão que o garoto tinha em seu rosto, mas não queria olhar. Alguns minutos em meio àquele silêncio torturante e ele finalmente se levantou.

— Adeus, Taehyung! — Era visível a tristeza embutida naquelas palavras, porém não teve tempo de reagir ou falar algo, mesmo que quisesse, seu corpo simplesmente se negava a reagir. Ele já havia ido.

Ficou ali na mesma posição que estava, por sabe-se lá quanto tempo até que, finalmente sentiu uma lágrima escorrer pelo canto dos olhos, lhe pegando realmente de surpresa. Talvez estivesse irritado demais ou apenas incomodado com tudo que estava acontecendo.

— EU NUNCA DESEJEI VOCÊ! — Soltou eufórico para si mesmo.

Já era noite quando finalmente voltou para casa. Não sabia ainda o que deveria fazer ou o que deveria pensar após tantas turbulências consecutivas.

A casa estava mais silenciosa que o normal, mas isso não chegou a incomodar realmente. Arrastou-se para o quarto sem muita vontade e deu de cara com um vazio do lado que deveria ser de Jungkook. A cama ainda estava lá, mas a maioria de suas coisas já não se encontravam mais naquele lugar.

Ele realmente havia ido embora e nem se quer sabia para onde, nem se quer havia dito adeus. Olhou mais atentamente ali até perceber um pedaço de papel rasgado sobre a cama, o detalhe o fez franzir o cenho por um momento.

Arrastou-se até a beirada da cama antes de se abaixar para pegar o papel que tinha algumas poucas coisas anotadas.

Notou a boa caligrafia que dizia: "Acabou, sem nem ter começado. Dói que eu não possa lhe chamar de meu."


Realmente havia acabado, tudo havia voltado a ser o que era antes de sua chegada. Mas ainda parecia errado, mesmo quando analisava com cuidado o papel que também tinha um número de telefone, pela primeira vez se tocou que nem isso havia trocado.

Não era normal se sentir tão incomodado com isso, tudo que Jungkook havia trazido com sua chegada eram coisas ruins e indesejadas. Não queria um irmão, não queria dividir suas coisas, seu quarto, seus amigos, sua vida, suas garotas...

Sentia um aperto no peito que o obrigou a engolir em seco ao que em seu interior passou a queimar. Apertava forte contra o próprio peito, tendo a mão em punho. Porque?

Porque parecia vazio e errado? Porque doía se não se importava? Porque incomodava se não o desejava ali? Porque queria chorar se não fez nada para impedir?

 



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