Regina estava ali, de pé, encarando a enorme parede a sua frente. Uma teia de toda a vida do homem que destruiu ela de todas as maneiras.
— Regina ? — A voz de Ruby se fez presente no escritório.
— Já disse que não gosto que venha aqui.— A morena falou sem nem se virar, continuava apoiada na mesa tomando seu whisky enquanto encarava as fotos, horários, locais, todos pregados na parede formando uma linha cronológica de muitos anos da vida de Killian Jones.
— Eu sei. Mais você estava demorando mais do que o normal para voltar pra cama.
— Ruby, não somos um casal de namorados apaixonado.
— Pelo jeito já está amarga novamente.
— Ruby. Você é apenas meu contato e sabe disso.
— Eu sei, te trago armas, granadas, colete. Mais enquanto está com a boca no meio das minhas pernas não sou só seu contato.— Ruby falou ficando de frente pra ela e abrindo o próprio roupão. Regina deu risada, e o fechou.
— Não mesmo. Quando estou com a boca no meio das suas pernas, você é meu passa tempo.— Ruby bufou e ameaçou dar um tapa em Regina que em um único golpe puxou a garota e a segurou em um mata leão.— Ruby. Acho que sabe a quantidade de pessoas que matei pra chegar até aqui. Não teste minha paciência. Porque eu não vou ser a mercenária de aluguel que se apaixona e muda de vida.
— Me solta.
— Estamos entendidas? Ou vou precisar pedir pra vovó mudar meu contato?— Ruby bufou.
— Não precisa dizer nada pra velha, eu entendi. Desculpa.— Ruby falou e então a morena a soltou a empurrando para longe. Ela logo terminou sua bebida e pegou o telefone e ligou para a vovó. — Você ainda vai me pagar por isso Regina.— Ruby ameaçou e a morena já esperava por isso. Já havia advertido a vovó que a garota não servia para o serviço, que não era de confiança.
— Regina? — Grannys falou ao atender o telefone.
— Preciso de alguém para retirar um corpo da minha casa.
— Eu já estava esperando querida. Logo estarão aí.— Grannys falou e desligou e nisso Regina foi para perto de sua gaveta e a abriu.
— Que corpo? — Ruby perguntou. E Regina apenas pegou uma das muitas armas escondidas pela casa e apontou para garota que deu risada em descrença.
— O seu corpo.— Regina disparou apenas uma vez. Certeira. Direto no peito da garota que foi ao chão.— Ninguém mais me ameaça nessa vida. Eu tenho sangue demais nas mãos para aceitar que alguém me ameace. — A morena caminhou até o corpo da jovem que gemia de dor no chão.
— Regina espera, eu posso mudar, vamos conversar.
— Seu contrato acaba de ser encerrado, e a vovó agradece seus serviços até aqui. Mas precisamos de pessoas mais comprometidas com a causa. O que é uma pena, porque o sexo realmente era bom Ruby. — Ela falou e antes a garota implorar ela acabou com aquilo com um único tiro na testa dela.
—Odeio manchas de sangue. Dão um trabalho para sair de tapetes.— Belle falou atrás de Regina.
— Estavam por perto pelo visto?
— Eu sempre disse pra vovó que Ruby não servia pro serviço. — Belle passou por Regina com mais duas garotas.— Essas são Violet e Zelena. Novas aquisições da vovó. O contato delas será passado para você. Se precisar Zelena é muito boa com facas, e tem um amplo conhecimento com veneno, matou o marido abusivo e a vovó deu um jeito de tirar ela da cadeia.— Regina observava e estava intrigada com Violet, era apenas uma garota, não devia ter mais que quinze anos.
— Todos sempre me olham assim.— Violet falou olhando Regina enquanto ela ia colocando um plástico envolto na cabeça de Ruby.— Eu realmente sou nova. Vou fazer treze anos. Vivia mudando de lares adotivos, até um último casal decidir me adotar de vez, e eles pra minha sorte queriam me vender, pra vários amigos ricos. A Belle me achou antes que isso acontecesse, matou os dois e me trouxe e a vovó gostou de mim.
— História triste, mas no que você é útil?
— Limpeza.— Belle falou.
— Pode me chamar de nerd se quiser. Mas sou capaz de limpar uma cena de crime com mais de vinte corpos e ninguém nunca saberá o que aconteceu ali, nem se querer se teve uma discussão mais acalorada.
— Parece que a vovó está voltando a ter boas aquisições.— Elas seguiram conversando enquanto as garotas limpavam o chão e retiravam o corpo de Ruby. A vovó. Sempre foi uma espécie de justiceira, acolhia mulheres que foram vítima de homens abusivos, crianças vendidas, tráfico de pessoas. E ela as treinava, para serem mercenárias, para serem assassinas perfeitas. E Regina era uma dessas. Que foi enganada, e machucada por Killian, e foi acolhida pela vovó com dezenove anos. E soube esperar pacientemente por vinte anos para ter sua vingança. E claro ao longo do tempo, se tornou uma das melhores assassinas de aluguel da vovó.
— Regina.— Belle chamou e fez sinal para que fossem mais pro canto. As duas entraram pra organização da vovó na mesma época, tinham praticamente a mesma idade e se tornaram melhores amigas. Regina tinha um coração, mas o mantinha bem longe da maioria das pessoas.
— Você está com algum problema?— a morena logo perguntou pela cara que Belle estava.
— Eu, na verdade, lembra da garota que comentei com você da outra vez ?
— A que você estava gostando?— Ela perguntou a Belle que olhou para trás para se certificar que as duas não escutariam.
— Sim.
— Você sabe que num meio como nosso isso é bem complicado. Mesmo que você saia, não é qualquer pessoa que vai entender e aceitar quem você era ou foi. E sair não significa que nunca mais a vovó precise de você.
— Eu sei. E eu devo minha vida a vovó e a você também. Nos fomos as primeiras praticamente. Mas enfim não é disso que quero falar. Quero falar da garota. Da mulher aliás.
— Então fala.— Regina olhou para as duas que estavam começando a limpar o chão.
— Lembra que te falei que conheci ela através de cartas certo?
— Sim, e eu achei um pouco antiquado para 2021 mais ok, quem sou eu para julgar seu lado romântico.
—Regina porra.— Belle repreendeu virando os olhos.— Eram cartas porque ela estava presa.
— Safadinha.— Belle deu um empurrão na amiga.
— Ela, é a Zelena, foi assim que a vovó chegou até ela. Só que agora eu estou com receio. Porque a Zelena não sabe que eu sou a pessoa que trocava cartas com ela.
— Mas como você manteve isso?
— Na última carta, eu mandei meu número pessoal pra ela. E nos temos conversado por lá. E eu tenho enrolado por lá.
— A vovó?
— Ela sabe de tudo. Já disse pra eu parar de ser besta e falar a verdade pra Zelena, que dá mesma forma que quer que um dia você tenha uma vida ela também quer que eu tenha. Quer apenas que terminamos o serviço com a senhora Swan e o senhor Jones.
— Porque você não fala logo então porra?— Regina falou sem entender porque a enrolação.
— Eu falei pra ela que eu era professora de uma escola infantil, solteira a muitos anos que nunca me relacionei com mulheres. — Regina deu risada.
— A parte do solteira eu sei que é verdade. Agora você hetero ? Bels conta outra, você é mais sapatão que eu.
— Fala baixo inferno. Meu Deus do céu.
— Ta calma. Vou pensar em algo para fazer a senhora ruiva quente ali olhar pra você de outro jeito e você poder contar toda a verdade pra ela okay ?
— Como ?
— Essa semana vou me mudar pra cidade do Killian, minha casa lá está quase pronta. Tem muitos quartos. E eu quero uma equipe lá, e gostei da criança e da ruiva. E você é sempre meu apoio. Então vamos ser uma família feliz.
— No que está pensando?
— Não quero incesto na minha família. E você é a Violet se parecem. Vou cuidar dos documentos, e vou dar meu sobrenome pra ruiva. Acredito que ela precise de uma nova identidade se quiser ter uma vida longe do título de viúva negra. E você precisa de responsabilidades e aquela garota de uma mãe.
— Sério Regina ?
— Você sabe que eu sempre tenho razão.—Belle bufou e saiu andando.
— Só faça.
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