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História In My Heart - Estrela Maior


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Adivinha quem voltou? Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer a todas vocês pelo apoio, pelas palavras e por não desistirem de mim. Muito obrigada! Vocês sempre sendo as pessoas mais lindas e compreensíveis que existem nesse mundo todinho <3

Atenção nas notas finais, por favor.

Ótima leitura!

Capítulo 35 - Estrela Maior


É tão bom viver com você
Eu só posso agradecer
O presente mais lindo
Que a vida me deu
A estrela maior
Uma benção de Deus

É tão bom viver com você
Teu amor me fez perceber
Que a palavra mais bela
O mais belo lugar
É tão pouco pra te presentear

- Estrela Maior (Sorriso Maroto)

O quarto estava todo escuro. A única luz que trazia um pouco de iluminação para o cômodo era a do despertador em cima do criado-mudo que marcava 3:47 da manhã.

Piper dormia toda estirada na cama. Essa era a forma que dormia sempre que Alex estava em plantão. Ela pegava toda a cama para si, com o intuito de ser acordada sempre que Alex chegasse de madrugada. No começo isso não funcionou muito bem. Alex simplesmente não conseguia acordá-la para liberar espaço na cama por sempre se perder naquela expressão angelical de quem estava em um profundo e sereno sono. Ela sempre optava por dormir no outro quarto ou no sofá. Até que um dia Piper descobriu o motivo de dormir algumas noites sozinha, mesmo com Alex chegando de madrugada e explicou para a namorada que ocupava todo o espaço da cama de proposito, que essa era sua forma de vê-la no instante que chegasse em casa após um longo plantão.

Alex adentrou no quarto fazendo o mínimo de barulho possível. Nas mãos ela carregava um hambúrguer com uma vela branca em cima. Ela acendeu a vela e caminhou lentamente até a cama, cantando:

- Parabéns para você, nessa data querida – ela subiu na cama, observando Piper despertar. – muitas felicidades, muitos anos de vida.

- Que porra... – Piper acendeu a luz. Péssima ideia. A claridade incomodou a sua visão, então seus olhos automaticamente se fecharam, tornando mais difícil descobrir o que estava acontecendo.

- Feliz aniversário, Pipes! – Alex desejou com um sorriso animado e ao mesmo tempo divertido por causa da expressão mal humorada da namorada.

Piper esfregou os olhos, torcendo para que toda a sensibilidade com a luz passasse logo. Assim que conseguiu abrir os olhos, um sorriso se formou em seus lábios por ver Alex em sua frente segurando um x-bacon com uma vela branca em cima.

- Faça um pedido.

Algo que todo o término dos pais de Piper não estragou foi ela acreditar em um pouco de magia. Ela acreditara que se deixasse isso se perder, da mesma forma que deixou com que o amor se perdesse, não conseguiria seguir com o mínimo de felicidade que a vida pedia para que as pessoas não acabassem enlouquecendo. Piper fechou os olhos, colocando todo o seu coração ali, acreditando – e torcendo - que dessa vez seria atendida, ela fez o pedido e, logo em seguida, apagou a vela.

- Minha médica vai ficar sabendo que você cantou parabéns para mim em um x-bacon. – Piper selou os seus lábios com o de Alex, agradecendo pelo “feliz aniversário”.

- Sua médica o que eu tenho a ver? – Alex avançou nos lábios de Piper, fazendo com que a namorada deitasse de volta na cama. Piper puxou-a pela gola da blusa social, trazendo-a para mais próximo de si, preparando-se para começar o seu aniversário muito bem, mas sem querer caiu na gargalhada ao perceber que Alex estava equilibrando o lanche em uma mão, somente para não deixa-lo cair. – O que foi? – ela questionou um pouco incomodada, abrindo um pouco de distância entre ela e Piper.

- Você é um caso raro, sabia disso? – Piper voltou a se sentar na cama e pegou o hambúrguer da mão de Alex.

- Isso é ruim? – Alex franziu o cenho, temendo um pouco a resposta que iria receber.

- De jeito nenhum. – Piper respondeu com a boca cheia por causa da mordida que havia dado no lanche. – Isso está bom para porra. – Alex ajeitou os óculos, um pouco impaciente por causa da resposta da namorada. – É por causa disso que eu te amo. – deu um rápido beijo em Alex, arrancando um riso da morena. – Isso está realmente bom. – apontou para o lanche em sua mão.

- Eu tenho um presente para você. – Alex levantou-se da cama.

- Outro? – Piper ajoelhou na cama, acompanhando com o olhar Alex pegando um pequeno embrulho na parte de cima do guarda-roupa. - Que presente pode ser melhor do que um x-bacon para alguém que tem que evitar comer x-bacon?

- Provavelmente nenhum, mas... – Alex pulou de volta na cama e estendeu o embrulho para Piper.

Piper deu uma última mordida no hambúrguer, o entregou para Alex e pegou o embrulho da mão dela. Ela parecia uma criança de cinco anos rasgando todo o papel de presente com muita animação e curiosidade, mas sem nenhuma delicadeza. Um caderno de capa dura encapado com recortes de jornal foi o que Piper encontrou quando terminou de rasgar todo o embrulho. O sorriso animado em seu rosto transformou-se em um confuso, juntamente com sua expressão enquanto segurava o caderno.

- Você não acha que eu estou muito velha para escrever em um diário não?

- O que? Não. – Alex riu. Ela olhou para aquela metade de hambúrguer em sua mão, perguntando-se o motivo de ainda estar segurando aquilo e o colocou em cima do criado-mudo. – Isso não é um diário. – aproximou-se mais de Piper na cama. – Isso é um caderno para você escrever as suas ideias. Toda vez eu vejo você fazendo alguns rascunhos a mão em papéis bem aleatórios, então eu pensei... – gesticulou apontando para o presente.

- Às vezes me da umas crises, sabia? Todo mundo acha mais prático ligar o computador e escrever todas as suas ideias lá. Eu acho mais simples...

- Escrever no computador quando já tem as ideias. – Alex completou, surpreendendo a namorada. – Eu sei. Eu vejo o quanto você fica nervosa quando tenta escrever suas ideias diretamente no computador.

- Com essa era tecnológica eu acho que ninguém nem sabe mais o que é escrever um rascunho a mão. – Piper olhou para o presente em sua mão novamente, agora com mais carinho pelo que ele significava. – Quem sabe daqui não sai mais um Pulitzer, não é mesmo?

- Ou uma coluna que seja você. Nunca se sabe.

- Que vai me render um Pulitzer. - ela insistiu, arrancando uma risada de Alex. - Você é realmente um caso raro. – ela tirou os óculos de Alex, colocando-os em cima do criado-mudo, entrelaçou seus braços em volta do pescoço da morena e lhe beijou. – Obrigada.

Alex sorriu, feliz por seu presente ter agradado Piper e voltou a beijá-la, iniciando oficialmente aquele aniversário.

***

Piper Chapman não odiava o seu aniversário, ela simplesmente tinha perdido o prazer em comemorá-lo. Sempre ficava mal humorada na semana em que completava mais um ano de vida e todos os planos que faziam para comemorar a data, ela respondia com um “tanto faz”. Ela realmente não fazia muita questão em celebrar o aniversário e, caso ninguém quisesse fazer nada, para ela estaria tudo bem também. Isso não significava que era um martírio leva-la para sair no dia de seu aniversário. Embora todo mundo tivesse que lidar com dezenas de piadas e o mal humor excessivo da loira durante o dia inteiro, ela ainda era uma ótima companhia para qualquer lugar.

Piper gostava de sempre chegar no jornal e encontrar sua mesa cheia com os presentes mais bestas que toda a redação poderia dar. E, caso ela odiasse a data, teria sérios problemas com seus colegas de trabalho, pois a forma que encontraram de vingar todas as reclamações, mal humor e piadas, foi sempre que ela passasse, todo mundo puxava um coro de parabéns. Para eles, isso nunca perdia a graça por causa das caretas que a loira fazia.

- Escolha uma. – Gloria colocou três caixinhas em cima da mesa de Piper.

- Não. – ela afastou as caixinhas para longe. – Meu presente de aniversário é o meu fim de semana de folga para eu poder comemorar o meu aniversário com a minha família como todos os outros anos.

- Eu sei. – Gloria revirou os olhos, todo ano ouvia a mesma coisa. – Pode escolher uma caixinha, por favor? Isso é outro presente de aniversário.

- Outro presente de aniversário? – Piper passou a se interessar. – Se é assim... – ela pegou a caixinha do meio. Por causa do sorrisinho animado que Gloria esboçou, causando um pouco de estranheza na loira, ela abriu a caixinha fazendo um pouco de suspense. Dentro da caixinha encontrou um papel dobrado, Piper fez mais um pouco de suspense para abri-lo. Gloria acompanhava todo aquele suspense com tanta ansiedade que parecia que daqui a pouco ia acabar tendo um troço, algo que motivou Piper a abrir o papel mais rápido, arrependendo-se logo em seguida de tê-lo feito. – Não. – devolveu o papel para a caixinha.

- Por que não? – Gloria perguntou um pouco decepcionada. – Qual o seu problema?

- Meu problema é que eu nasci para escrever as notícias, não para corrigi-las. Eu agradeço o presente de aniversário, mas eu não quero ser editora.

- Quando você vai parar de ter medo de crescer?

- Eu não tenho medo de crescer! – Piper exclamou, ofendida. – Talvez, no começo eu tivesse um pouco de receio por causa da coluna que era um sucesso, mas agora não mais. Eu sei o que quero e passa longe de ser ficar dentro de um escritório corrigindo tudo que esse povo escreve. Você sabe que eu não tenho a paciência da Maritza.

- Desde quando a Maritza tem paciência? – Piper inclinou a cabeça para o lado, fazendo uma expressão de “é o que eu estou dizendo”. – Eu preciso de outra editora, Piper. Daqui a pouco a Maritza vai enlouquecer ou vai enlouquecer os outros dois editores.

- Convide a Jess!

- Convidar a Jess para o que? – Jess perguntou um pouco perdida no assunto. – Pode me convidar, mas esse fim de semana eu não posso. – sentou-se em sua poltrona. – Estou de folga, você sabe... Comemoração do aniversário da Piper com a família.

- Então, você quer ser minha nova editora?

- Deus, não! – Jess respondeu com uma expressão de espanto. Como se aquele convite fosse o absurdo dos absurdos. – Qualquer convite, menos esse. Não que eu não esteja lisonjeada, mas eu não vivo sem escrever.

- Qual o problema de vocês duas? – Gloria estava realmente indignada. Não que a recusa das duas fosse uma surpresa, mas ela esperava que acontecesse algum milagre. – Qualquer pessoa nessa redação se mataria por esse emprego e vocês duas... – balançou a cabeça em negativo. As duas ergueram os ombros, despreocupadas. Não sabiam porque a chefe ainda se incomodava em tentar promove-las. – Eu vou pedir para a Maritza escolher, então.

- Sério mesmo que nas três caixinhas você colocou a mesma coisa? – Piper devolveu o papel para a última caixinha que havia aberto. – Cadê o meu presente?

- Seu presente é o fim de semana com sua família. – Gloria respondeu com um sorrisinho cínico. – Espero que a bebida hoje no bar seja de graça. – ela deu de costas, chamando por Maritza.

- Você não foi... – Piper não completou porque a chefe já havia sumido de sua frente. – Por que nós sempre a convidamos para as coisas?

- Por que você sempre faz essa pergunta? – Jess imitou a melhor amiga, fazendo uma careta no final da frase. Piper revirou os olhos. – Eu tenho um presente para você. – Jess tirou um embrulho da gaveta e o entregou para Piper.

Piper abriu um largo sorriso, sempre gostava de receber presentes em qualquer data de Jess, pois sempre tinha um significado especial para a amizade das duas. Dessa vez não foi diferente, quando ela terminou de abrir o embrulho, deparou-se com um porta-retratos com uma foto das duas quando eram crianças.

- Onde... Onde você conseguiu essa foto? – Piper perguntou sem tirar a atenção do porta-retratos em sua mão. Ela estava sem palavras para aquela foto em sua frente por não se recordar de tê-la visto algum dia. Na foto, ela e Jess estavam sentadas no chão da sala de casa. Elas não deveriam ter mais do que um ano de idade.

- Carol o mês passado resolveu fazer uma limpeza no porão e acabou encontrando essa foto. – Jess respondeu com um singelo sorriso. - Ela disse que foi a nossa primeira foto juntas.

- Eu amei. Obrigada! – disse Piper com um sorriso, ainda encantada com aquele porta-retratos. – Da para acreditar que daqui uma semana vamos completar 30 anos de amizade? – ela colocou o porta-retratos ao lado do porta-retratos que tinha a foto dela com Alex em sua mesa. – Você é meu relacionamento mais longo, Jessica Lane.

- E espero continuar sendo. – Jess retrucou, voltando a sua atenção para o computador. – Isso melhorou o seu humor ou vou ter que te aguentar reclamando até a hora de irmos para o bar?

- Tinha melhorado – Piper ajeitou o teclado, virando-se para o seu computador também. – até você lembrar que eu estava de mal humor. Por que você tinha que fazer uma coisa dessas?

- Por que eu tinha que fazer uma coisa dessas? – Jess repetiu a pergunta em sussurro. Não era para que Piper ouvisse, ela só estava expressando a sua indignação em ouvir aquela pergunta. – Por que eu tinha que fazer uma coisa dessas? – ela riu. Piper não ia mudar nunca. Não que ela quisesse, essa era a melhor amiga que estava acostumada a conviver a quase 30 anos.

***

Normalmente os colegas de trabalho de Piper simplesmente entravam em consenso sobre qual bar fariam a comemoração da data – sempre com base em escolhas pré-definidas de Jess – e no final do expediente arrastavam a loira até lá. Entretanto, dessa vez, as coisas foram um pouco diferentes.

Com o intuito de deixar a comemoração mais “intima”, somente com o pessoal do New York Times – e outros convidados -, Alex sugeriu que alugassem um bar. Claro que ninguém se opôs a essa ideia. Quem iria ser o louco de ir contra a ter um bar somente para eles em plena quarta-feira?

O bar que Alex escolheu era bem mais aconchegante do que o que estavam acostumados a ir, mas ainda assim tinha algo em comum com o outro bar: o karaokê. Já era marca registrada deles se encontrarem em um bar com karaokê, então em comemorações, seja de quem fosse, não podiam ir a um lugar diferente.

- “... o estudo clínico da doutora Alex Vause e Marisol Gonzales continua tendo grandes avanços. Após dezenas de corações com insuficiência cardíaca serem salvos, pela primeira vez, em toda a história da medicina, um coração em estágio final de Cardiomiopatia Dilatada apresenta melhoras e o paciente não se encontra mais na lista de transplantes”. – Lucy encerrou a leitura de uma nota que havia saído sobre o estudo de Alex em dezenas de plataformas. – Agora você cura pacientes com Cardiomiopatia? Agora que eu tenho um coração novo?

- Você está muito esnobe desde que recebeu esse coração. Já te falaram isso? – indagou Alex.

- Devo estar mesmo. – Lucy sentou no largo sofá ao lado de Katie. – Quando eu tinha um coração defeituoso eu não ia a bares assim não. Esse bar aqui é mil vezes melhor do que aquele que marcou o começo do namoro de vocês duas.

- É a semana do aniversário da Pipes, - Alex deu um beijo na bochecha da loira. - então tem que ter de tudo do bom e do melhor. – Alex disse com um largo sorriso. Ela era a que mais se mostrava ansiosa em comemorar o aniversário da namorada.

- Eu já disse hoje que você é tão rica que não sabe mais mesmo como gastar todo o seu dinheiro? – Piper questionou com o mal humor que habitava o seu ser desde o momento que acordara pela manhã.

- No mínimo umas dez vezes. – Alex respondeu, esboçando um sorrisinho divertido. – Por que você tem que ser dessas pessoas que odeiam o aniversário?

- Eu não odeio o meu aniversário, eu só não consigo ficar de bom humor. – Piper respondeu com uma expressão emburrada. – Todo ano eu tento ficar de boa, mas eu não consigo. – esparramou-se no sofá do bar. – Eu odeio o meu pai. Tudo isso é culpa daquele embuste.

- Você quer mesmo que eu use a Jess como exemplo? – perguntou Nicky, entregando um copo de bebida para namorada. – Olha esse raio de sol... – apontou para Jess que esboçava um enorme sorriso iluminado. – Ela não tem pai, a mãe não está nem ai para ela e mesmo assim não fica de mal humor no dia do aniversário.

- Você nunca comemorou um aniversário com ela. – Piper retrucou, sem paciência. -  Mas ela é canceriana, então... – deu de ombros.

- Ela chora em todos os aniversários, não chora? – a pergunta de Katie era quase uma afirmação.

- Quando ela não chora? – Piper e Nicky falaram juntas. Elas se entreolharam por causa da coincidência e reviraram os olhos.

- Me desculpa se eu tenho um coração e ele sempre se emociona com todas as demonstrações de amor nessa data. – disse Jess ironicamente. – E daqui a pouco esse mal humor da Piper passa. Deixa só ela começar a beber.

- Que graça tem beber sendo que eu não posso me embebedar? – o mal humor de Piper persistia. – Meus 30 anos... – Piper soltou um longo suspiro, saudosa. – Melhores transas.

- É esse tipo de pessoa que você acha que vale todo o gasto de fechar um bar? – Katie questionou apontando para Piper. – Você realmente ama essa mulher como nunca amou mulher nenhuma em sai vida.

- Amo. – Alex abraçou a namorada de lado e lhe deu um beijo na bochecha. – Mesmo quando ela faz esses comentários desnecessários.

- Se você nunca teve ótimas transas em seu aniversário, não tem nada que eu possa fazer. – Piper fez uma breve pausa, abrindo um sorrisinho sugestivo em seguida. – Ou posso. – mordeu o lábio inferior.

- Por que toda conversa com vocês sempre termina em sexo? – Lucy perguntou, incomodada. – A adolescente aqui sou eu. Quem deveria ter esses pensamentos sou eu. Bom... Não de acordo com o meu pai.

- Seu pai engravidou a sua mãe quando tinha a sua idade, ele não tem moral para falar sobre sexo. – disse Nicky. – Mas mudando de assunto antes que essas duas comecem a achar que o bar também é motel... Quem quer fazer um dueto comigo? – balançou o catalogo com as músicas em sua mão.

Lucy ergueu as duas mãos, oferecendo-se, completamente animada. Tudo que antes era uma tremenda dificuldade para Lucy fazer por causa do problema no coração, agora ela fazia com uma animação fora do comum. Isso sempre aquecia o coração de Alex. Nas primeiras semanas do transplante a morena havia ficado com medo do coração de Lucy ser rejeitado por causa das próprias opiniões que a garota tinha sobre transplante de coração, mas em nenhum momento ela mostrou-se ingrata pelo presente que recebera ou listou todos os motivos pelo qual era errado ela ter recebido aquele órgão tão importante para a sobrevivência de todos. Pelo contrário, tudo para ela parecia uma agradável novidade. Até andar de uma ponta para a outra Lucy fazia como se fosse uma criança aprendendo a andar.

Piper pode não ter percebido de imediato, mas no momento que Lucy subiu no palco para cantar com Nicky, entrando em todas as gracinhas que a loira fazia, seu mal humor esvaeceu-se e a única coisa que ela sabia fazer era rir e sentir-se feliz por aquela garota em sua frente estar aproveitando a segunda chance que a vida lhe deu. Além disso, todos estavam se divertindo, rindo, fazendo piadas, cantando os maiores sucessos que poderia ter em um bar-karaokê e perturbando a aniversariante – de uma forma que não fosse irritante.

- Nossa vez! – Alex puxou Piper pela mão, fazendo com que ela se levantasse do sofá. Todos vibraram, batendo palma e gritando. Faziam algum tempo que estavam esperando um dueto delas. – Eu escolhi a música perfeita para nós duas.

- Eu espero que não seja nenhuma trilha sonora de filme. – disse Piper enquanto seguia os passos da namorada até o pequeno palco. – Ou Jason Marz. Muito romântico.

- Eu tenho algo melhor. – Alex digitou o número da música no controle do aparelho. – Sua dupla favorita.

Piper riu ao ver o nome “She & Him” na pequena tela na frente delas. Mesmo depois de ter encontrado o amor, a dupla continuava mesmo sendo sua favorita.

- Eu pensei que tinha te traumatizado quando disse que nunca quis o seu amor. – Piper provocou, pegando um dos microfones.

- Precisa de muita coisa para me traumatizar, Chapman. – Alex mandou uma piscadela para a namorada.

- Menos conversa e mais cantoria! – Gloria gritou. Embora a chefe já estivesse visivelmente bêbada, todos apoiaram o que ela disse com gritos, pedindo que as duas cantassem logo.

Alex deu play na música. Alguns bateram palmas entre risos quando os primeiros acordes do vilão fez-se audível, outros ficaram em silêncio, somente prestando atenção para ver se conheciam a música.

Hold me, hold me

(Me abrace, me abrace)

Never let me go until you've told me, told me

(Nunca me deixe ir até você me dizer, me dizer)

What I want to know and then just hold me, hold me

(O que eu quero saber e depois só me abrace, me abrace)

Make me tell you I'm in love with you

(Faça-me dizer que estou apaixonada por você)

Alex iniciou a canção, cantando diretamente para Piper e fazendo uma pequena encenação. Piper levou a mão até o rosto, rindo de todas as caras e bocas que a morena estava fazendo. Se na primeira vez que cantaram She & Him juntas ela sentiu dezenas de sensações que na época não fazia a menor ideia de como explicar, dessa vez Piper estava apenas se divertindo com aquele momento. Sempre era um ponto alto fazer um dueto com Alex.

Thrill me, thrill me

(Me emocione, me emocione)

Walk me down the lane where shadows

(Me leve para caminhar para baixo da pista onde nas sombras)

Em seu trecho, Piper resolveu entrar em toda aquela encenação também. Alex abriu um largo sorriso, extremamente encantada com aquela mulher em sua frente. Poderia ter quase um ano da primeira vez que fizeram um dueto, mas ela nunca deixaria de admirar aquela mulher em sua frente.

Will be, will be

(Estarão, estarão)

Hiding lovers just the same as we'll be, we'll be

(Amantes escondidos da mesma forma que estaremos, estaremos)

When you make me tell you I love you

(Quando você me faz te dizer eu te amo)

Em coro, todos fizeram um “hmm” quando Piper frisou muito bem o “I love you” com um olhar sugestivo no final de seu trecho, conseguindo deixar as bochechas de Alex vermelha. Ela poderia ser a rainha em declarações públicas, mas ainda não era tão acostumada assim quando era feito o oposto, ainda mais por ter uma namorada que não era disso.

They told me "be sensible with your new love"

(Me dizeram “seja sensível com o seu novo amor”)

"Don't be fooled, thinking this is the last you'll find"

(“Não se engane achando que esse é o último que você vai encontrar”)

Alex fez um gesto indicando Piper. Ela sorriu, achando adorável toda a declaração que estava recebendo. Esquecendo até que She & Him era a dupla que cantava músicas de casais que não ficam juntos. Alex estendeu a mão, chamando Piper para segurá-la, assim que a loira o fez, Alex deu uma única girada nela, trazendo-a para mais perto de si.

But they never stood in the dark with you, love

(Mas eles nunca ficaram no escuro com você, amor)

When you take me in your arms

(Quando você me pega em seus braços)

And drive me slowly out of my mind

(E me dirige lentamente para fora da minha mente)

Todos vibraram novamente por causa da ambiguidade na expressão de Alex ao cantar o trecho. Piper fingiu vergonha por causa de toda a “exposição”, abrindo um sorriso malicioso logo em seguida, arrancando risos dos colegas.

Kiss me, kiss me

(Me beije, me beije)

And when you do, I'll know that you

(E quando fizer eu vou saber que você)

Will miss me, miss me

(Sentirá minha falta, sentirá minha falta)

If we ever say "adieu", so kiss me, kiss me

(Se alguma vez dissermos “adeus”, só me beije, me beije)

Make me tell you I'm in love with you

(Faça-me dizer que estou apaixonada por você)

Piper distanciou-se, sabendo as intenções de Alex para aquela parte final da música. Ela mandou um olhar convencido para a namorada, ganhando em troca uma expressão de cachorro abandonado. Piper balançou a cabeça em negativo, rindo. Ela poderia ser a pessoa com um dos melhores (piores) humores que existe, mas sua namorada não ficava atrás na hora de fazer graça. Alex aproximou-se dela, aguardando pelo verso final. Piper cantou com tanta vontade que fez com que o coração de Alex se enchendo mais ainda de amor, sendo impossível não terminar a música com o beijo que estava planejado desde o momento que teve a ideia das suas cantarem “Hold me, Thrill me, Kiss me”.

- Tem otp mais lindo do que esse? – Lucy questionou com um largo sorriso. Era sempre assim quando via as duas interagindo.

- Façam bebês! – Gloria berrou.

Elas riram, agradecendo com uma reverência a todo o fã clube.

***

O aniversário de Piper, após alguns anos, deixou de ser comemorado como um grande evento. Depois que Bill foi embora, Carol tentava organizar os aniversários da filha seguindo todos os seus desejos. Essa foi a forma que ela encontrou de impedir que Piper começasse a odiar a data, embora o mal humor estivesse lá. Com o passar dos anos, com Piper tendo idade para organizar suas próprias festas ou simplesmente não fazê-las, para a data não passar em branco – e como uma forma de ver suas filhas - Carol simplesmente reunia toda a família para um jantar, com um cardápio de escolha da filha, e o restante do fim de semana Piper usava para passar com suas sobrinhas.

Piper não se opôs em ter mais pessoas comemorando o seu aniversário quando Alex, Nicky e Katie falaram que iriam para Boston também. Embora soubesse que o seu mal humor só desapareceria quando a semana do seu aniversário chegasse ao fim, ela queria que todas as pessoas importantes em sua vida também fizessem parte dessa pequena comemoração.

Quem poderia garantir que esse não seria o seu último aniversário com todos reunidos?

Essa também era uma oportunidade para Alex conhecer a casa que ela morou uma boa parte de sua vida. Por causa de todo o trabalho, compromissos e o transplante de Lucy, todos os planos de irem para Boston sempre eram adiados. Dessa vez não tinha mais como a viagem não acontecer. Após muito trabalho provando o seu valor como jornalista, o fim de semana do aniversário de Piper Chapman sempre era um fim de semana que ela conseguia de folga.

Elas chegaram em Boston no começo da noite daquela sexta-feira. Assim que entraram na casa foram recebidas por duas crianças gritando pelo nome de Jess e Piper e um cheiro de comida queimada horrível.

- Quem está colocando fogo na casa? – Piper perguntou. Ela carregava Julie no colo que mal deixou com que ela entrasse na casa e já pulou em seu pescoço.

- A vovó. – as duas irmãs responderam juntas.

- Claro que vocês chegaram! – Carol disse em tom sarcástico, completamente contrariada.

- Normalmente você é mais feliz em nos ver, mãe. – Piper franziu a testa, tentando entender aquela recepção da mãe.

- Me desculpa. – Carol limpou a mão no avental e tratou de apertar as duas filhas em um abraço. – Eu estava morrendo de saudade de vocês duas. – deu um beijo estalado na bochecha de cada uma. – Finalmente você deixou aquele hospital e veio me visitar, Alex? – ela deu um braço apertado na nora também.

- Por isso que eu sou a melhor nora. – disse Nicky com falsa superioridade. – Até o chão dessa casa eu limpei.

- Porque você quebrou diversas garrafas de vinhos. – relembrou Carol uma das últimas visitas que Nicky havia feito junto com Jess. – Só não precisava ter mandado o dobro de garrafas. – abraçou Nicky. – A única alcóolatra dessa família é a Emily. Antes era a Piper, mas então ela se apaixonou.

Todas se entreolharam. Se apaixonar não era o real motivo de Piper ter deixado de beber como antes.

- Cadê a Emily? – Piper perguntou.

- Emily não faz outra coisa da vida a não ser escrever o livro novo. – Carol respondeu seguindo de volta até a cozinha, sendo seguida por todas. – As meninas estão aqui em casa desde que chegaram da escola. Fui dar banho nelas, esqueci a carne no fogo e... – Carol enfiou o garfo na carne queimada que estava em cima da bancada. - Era para ela ter chegado aqui umas duas horas atrás.

- Ainda bem que se eu não fosse cirurgiã eu seria uma chefe de cozinha. – Alex disse em um tom convencido colocando o avental. Piper, Katie e Nicky reviraram os olhos. Toda vez que a morena ia cozinhar era o mesmo comentário. Jess somente sorriu, nunca ligava para os comentários de Alex. Amava o fato da namorada da melhor amiga gostar de cozinhar. – O que temos aqui ainda? – ela abriu a geladeira. – Isso vai servir. – Alex tirou uma enorme bandeja de filé de frango da geladeira. – Strogonoff?

- Você está falando com a rainha do strogonoff. – Carol disse em um tom convencido. – Seu jantar de aniversário não está cancelado, Piper.

- Existem pizzarias, mãe, meu jantar de aniversário não estaria cancelado nem que a carne fosse a única coisa que tivesse na geladeira dessa casa. – Piper disse com um sorriso terno para a mãe. Nunca ligava para o que comiam em seus jantares de aniversário, a única coisa que importava era estar com a família. – Katie disse que vai ajudar no jantar. – ela mandou um sorrisinho para a cunhada e deixou a cozinha arrastando as duas sobrinhas.

- Nem de strogonoff eu gosto! – Katie exclamou contrariada. Alex e Carol a encararam com uma expressão descrente. – Eu sei, - revirou os olhos. - se eu não gostasse de strogonoff iam me internar já que eu não gosto de tomar café.

Jess não aguentou ficar muito tempo longe da cozinha e também juntou-se as três alguns minutos depois, deixando Piper e Nicky brincando com as meninas na sala. Não demorou muito tempo para que Nolan chegasse a casa e também ajudasse elas no jantar. O marido de Emily poderia dizer que era uma surpresa a esposa ter perdido a noção do tempo e esquecido de ir ajudar a mãe com o jantar, mas era casado fazia muito tempo com ela para se surpreender com uma coisa dessas.

- Oh meu Deus, mãe! – Emily entrou na casa com uma expressão totalmente desesperada. – Quantos anos até você me perdoar? Eu fiquei tão entretida escrevendo o livro que...

- Minha filha, quando você não esquecer do mundo ao seu redor enquanto escreve um livro, eu vou ter certeza que alguma coisa está errada. – Carol respondeu em um tom tranquilo. – Não se preocupe, eu tive excelentes ajudantes no plano B. – Emily a encarou com um olhar confuso. Que plano B? – O plano A queimou, tivemos que partir para um plano B.

- Feliz aniversário segunda melhor irmã do mundo! – Emily apertou Piper em um abraço. Se estava tudo bem entre ela e Carol, então não tinha porque adiar mais os desejos de parabéns. – Você sabe que a minha melhor irmã é a Jess, certo?

- Jura? Eu pensei que você estivesse se referindo ao Cal. – Piper retrucou em tom irônico. Cal só levantou os olhos do jogo, confuso pelo motivo de ter sido citado e voltou a jogar. – Como está o livro?

- Você quer mesmo saber?

- Na verdade, não. – respondeu com um sorrisinho. – Então, quando esse jantar sai?

- Se tivesse vindo nos ajudar saberia. – Katie respondeu em um tom rude. – Aliás, vai colocar a mesa.

- Eu sou a aniversariante, você acha mesmo que vou fazer alguma coisa nesse jantar a não ser comer?

- Desculpa dizer, Carol, mas você mimou muito essa menina. – Katie disse com um tom de decepção. – Nem idade para ser mimada ela tem mais. – todos riram por causa do comentário de Katie, deixando a garota sem entender o motivo das risadas. – Eu deveria ter ficado em Nova York. – virou-se, voltando para a cozinha.

O jantar foi servido logo em seguido. Piper nem lembrou que a palavra mal humor existia pelo simples fato de ter passado todo o jantar rindo e relembrando histórias com a família, como fazia todos os anos. Era impressionante como poucas histórias se repetiam, sempre tinham histórias novas para contar em todas as reuniões familiares. Apesar dos pesares, até seus aniversários tinham excelentes histórias para contar.

Após o jantar, todos foram até a sala jogar detetive. Eles passaram horas jogando, até lembrarem que ainda precisavam cantar parabéns para Piper – e também porque as crianças estavam quase dormindo em cima deles, independente do quanto gritavam por causa da pista de um novo suspeito.

Naquela comemoração não existiu outra coisa que não fosse muitas risadas. Família Chapman não era a típica família que fingia que se amavam, eles realmente se amavam e amavam estar na companhia do outro, por causa disso que Alex, Katie e Nicky sentiram-se em casa, pois eles lembravam muito a família Vause – só que com menos integrantes – era impossível não se sentir em casa.

- Esse era o meu quarto. – Piper fez um gesto do lado de fora do quarto. Alex entrou no cômodo, olhando cada pedaço dele sem dizer uma única palavra. O lugar era muito diferente do que ela imaginava. Pensou que encontraria coisas da adolescência da namorada ali, mas tudo era tão neutro. Muito diferente do quarto que Piper tinha quando morava com Jess e até mesmo do quarto que dividiam agora. – Os pôsteres que eu tinha levei para a faculdade e o resto eu joguei fora. – disse como se pudesse ler os pensamentos de Alex. – Eu precisava de um novo começo, sabe? – Piper adentrou no quarto, sentando-se na cama. – E, depois, seu quarto também não é da sua fase adolescente.

- Mas ainda assim é o meu quarto porque sempre que eu posso eu vou para casa. – Alex respondeu. – Era tão difícil assim voltar para casa?

Piper ergueu os ombros, balançando a cabeça em negativo. Nunca foi difícil voltar para casa. Ela amava a casa onde morou boa parte de sua vida. Só era difícil lembrar da garota que ela era quando dormia naquele quarto. A garota que um dia acreditou que o amor era uma coisa boa. Ela riu, lembrando que agora havia voltado a acreditar nisso.

- Você acha que fomos rápido demais? – Piper perguntou. Alex ajeitou os óculos, encarando-a com confusão. – Não tem nem um ano que nos conhecemos, mal completemos seis meses de namoro e já moramos juntas...

- Bem-vinda a vida das lésbicas, Piper Chapman. – Alex disse em um tom descontraído. – Nós até que estamos indo devagar demais, sabia? Já éramos para estar casadas e com uns dois filhos no mínimo.

Piper riu.

- Eu estou falando sério.

- Bom... – Alex ajoelhou entre as pernas de Piper, pousando as mãos em suas pernas. – Eu acho que tudo foi intenso demais nesse relacionamento, mas rápido não. Nós demoramos quase seis meses para começar a namorar. Mas, por que a pergunta?

- Porque... – Piper soltou um longo suspiro, tendo a certeza de que iria mesmo dizer o que estava prestes a dizer. – Está tudo bem. Quando você quiser me dar uma aliança, eu não vou recusá-la. Só que não seja muito cara. Não quero perder o meu dedo por causa de um pedido de casamento.

Alex piscou por alguns segundos enquanto continuava em sua posição ajoelhada entre as pernas de Piper, completamente estática. Ela esperava qualquer coisa no fim daquele dia, menos aquilo. Não fazia muito tempo que o assunto casamento havia entrado em pauta e, antes de Piper estar curada, casamento não era uma opção, então o que havia mudado? Não que Alex estivesse reclamando, ela só estava surpresa e perplexa.

- Você está tendo um derrame? – Piper perguntou um pouco preocupada devido a falta de palavras ou movimentos da namorada. – Quer que eu chame a Nicky para te examinar?

- Quer dizer que se eu te pedisse em casamento agora, você aceitaria?

- Claro que não! Você não tem uma aliança e também tem o tal do pedido criativo que você precisava fazer para entrar no álbum da família. Eu quero o meu pedido criativo, Vause.

- Pipes, o que mudou? – Alex queria mesmo saber, estava com receio daquilo ser algum outro tipo de crise da namorada e no dia seguinte acordar sem tê-la ao seu lado porque fugiu novamente devido a mais um grande passo. Never Wanted Your Love ainda lhe traumatizava um pouco, ela precisava admitir.

- Minha vida depois que eu te conheci. – Piper respondeu mais para si mesma do que para Alex. Estava pensando naquilo fazia alguns dias, mas ainda não havia dito absolutamente nada em voz alta. – Eu voltei a ter esperança no amor por sua causa. – Piper riu. – Eu não passei a semana inteira do meu aniversário mal humorada por sua causa. – Alex inclinou um pouco a cabeça, encarando a namorada com descrença. - Sério, eu era mil vezes pior. Eu só quero que você seja feliz também. Nós podemos viver 1 ou 90 anos juntas, se você quer passar todos esses anos casada comigo, se isso vai te fazer feliz... – ela deu de ombros. – Você vai ficar viúva de mim do mesmo jeito, então...

- Eu quero saber se isso vai fazer você feliz.

- Ter você em minha vida me deixa feliz, então sim. – Piper esboçou um sorriso. – Mas eu já vou avisando que se o pedido for mais ou menos, eu não vou aceitar. Não quero discussões em reuniões familiares sobre você...

Alex levou as duas mãos até o rosto de Piper e a beijou, impedindo que ela terminasse de falar. A felicidade que habitava em seu coração era fora do comum. Nunca deixou de acreditar que algum dia ouviria Piper dizer que elas iriam casar, entretanto ela não esperava isso por agora.

Piper sorriu entre o beijo, imensamente feliz por ter deixado Alex feliz. Passou a semana inteira pensando sobre o assunto, em como realmente sentia-se sempre que o assunto era Alex, em todas as sensações boas que a morena lhe causava, então não tinha mais porque ficar adiando o que, de certo, era inevitável. Independente de ter 1 ou mais 90 anos de vida, queria passa-los ao lado de Alex. Para ela, não importava em ser somente da forma em que estavam, poderiam namorar pelo resto da vida ou simplesmente dizerem que eram casadas, sem assinarem um único papel, mas ela sabia o quanto isso era importante para Alex e jamais tiraria isso da namorada, então que ela começasse a planejar o pedido. Já não tinha mais regra ou mandamento para ser seguido. Já não tinha mais medo que a impedia de dar aquele passo.


Notas Finais


Será se sai esse pedido?

Olha... Esse capítulo estava escrito desde o fim de semana, mas eu não ia postar ele agora porque eu queria dar uma adiantada no capítulo 36 para ter certeza se o block foi embora de vez mesmo, se eu ia continuar escrevendo de boa, mas pediram para eu postar e, de qualquer forma, acredito que voltou tudo ao normal por aqui nessa cabeça doida e eu vou conseguir seguir com os capítulos sim, mas talvez com uma demora maior do que antes para postar. Como eu disse, não quero escrever os capítulos de qualquer jeito, ainda mais que finalmente daqui a pouco vamos entrar na sequencia de capítulos que eu tanto estava esperando, então... Só continuo pedindo paciência, vocês me conhecem, sabem que eu posso até demorar para postar, mas abandonar a fic não abandono não e eu não quero entregar nada que eu julgue que não está a altura de vocês.

Muito obrigada mais uma vez por continuarem aqui comigo e até o próximo capítulo <3


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