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História In Q - Nove.


Escrita por: afternine

Notas do Autor


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Capítulo 9 - Nove.


Numa realidade alternativa, eu daria um sorriso que sabia fazer os joelhos dele tremerem, e saltaria detrás daquela cortina de plástico para arrancar a toalha de Hoseok e deixá-la esquecida no chão do banheiro. E talvez ele desse uma risada nervosa e suas bochechas ficassem vermelhas. Mas na realidade que me sobrava no presente, fui eu quem senti o calor subir pelo pescoço até as orelhas, tomando meu rosto inteiro, e foi Hoseok quem ergueu o canto dos lábios, fazendo meus joelhos tremerem. 

Ele era o tipo de pessoa que você nunca sabe se está falando sério, sendo sarcástica ou só brincando com a sua cara, por isso fiquei parado, atônito, atrás da cortina sem conseguir tirar os olhos arregalados de cima dele.

Tentei raciocinar se ele estava falando sério, mas aquele espaço tão pequeno e abafado, com o cheiro do shampoo masculino dele pairando pelo ar, nublaram qualquer possibilidade raciocínio. E a tensão que irradiava dele, de seu corpo estonteante quase inteiro descoberto e de seu sorriso que mais parecia um desafio, me fez ficar paralisado sob seu olhar intenso, como se a qualquer instante Hoseok fosse me devorar.

O primeiro passo dele em minha direção fez meu estômago congelar, e o segundo, o terceiro, me fizeram afrouxar os dedos na cortina, convidando-o silenciosamente a fazer o que quisesse comigo. Ele parou na minha frente, com os olhos fixos nos meus lábios, e deslizou o indicador pela minha testa para afastar os fios molhados do meu cabelo. Toda a adrenalina de uma vida correu pelo meu corpo e precisei abrir a boca para respirar, sem perceber que eu estava ofegando, ou que meu joelhos realmente estavam tremendo.

Ele estava tão quente, e eu queria tanto tocá-lo, ele estava tão perto e sua boca tão convidativa, entreaberta e úmida, e eu queria tanto beijá-lo; ele deve ter lido no meu rosto, inclinando-se um pouco para beijar o canto da minha boca.

– Parece que você vai desmaiar. – sussurrou com os lábios sobre os meus. – Eu só estava brincando.

E então ele realmente desfez o nó da toalha em sua cintura, mas segurou meu braço com uma mão e nos girou, tomando meu lugar atrás da cortina e me jogando para fora do box junto da toalha. Ouvi Hoseok rindo, e então o barulho do registro do chuveiro e da água caindo, e não sabia se eu estava mais aliviado ou frustrado quando juntei a toalha do chão e a enrolei na minha própria cintura bem a tempo de me esconder quando ele enfiou a cabeça para fora da cortina com um sorriso satisfeito.

– Tudo bem? – ergueu uma sobrancelha, piscando forte uma vez para expulsar a água que caía de seu cabelo dentro dos seus olhos.

– Por que você faz isso? – cruzei os braços e os descruzei no instante seguinte, imaginando que aquilo fosse infantil.

– Isso o que? – seus olhos pareciam ainda mais escuros, semicerrados. 

– Isso que você sabe que faz. – resmunguei, bagunçando meu próprio cabelo para secá-lo um pouco. – O que você, por acaso, está fazendo nesse instante.

– Não sei do que você está falando.

Ele sabia do que eu estava falando, e sabia o que estava fazendo quando ergueu um canto da boca e piscou antes de sumir atrás da cortina novamente. Talvez nem mesmo fosse intencional, mas eu duvidava que alguém conseguisse ser daquele jeito sem nem tentar. Quer dizer, não devia ser possível, permitido, alguém ser tão terrivelmente bonito e agir como se tivesse certeza disso sem esforço nenhum. Mas, afinal de contas, o que é que Hoseok fazia sem uma naturalidade irritante que parecia mero acidente?

Deixei Hoseok cantando no banheiro e me convenci de que já éramos íntimos o suficiente para que eu pudesse mexer em seu guarda-roupa, e não perdi muito tempo ficando constrangido por procurar uma cueca na gaveta. Eu já o havia visto passeando com suas samba-canção de personagens de quadrinhos vezes o suficiente para conhecer a maioria delas.

Sozinho em frente a cama, permiti que só um pouco de raiva e ciúmes se situassem na boca do meu estômago. Mesmo que ninguém devesse satisfações a ninguém, mesmo que nada daquilo me dissesse respeito, imaginar Hoseok e Hyoi naquele mesmo colchão me deu uma vontade súbita de prender tudo em fogo.

Liguei a jukebox e usei uma banda desconhecida como trilha sonora para minha sessão de auto piedade, a emoção mais silenciosa e vagabunda que se pode ter na vida. Hoseok não demorou a sair e cruzar o caminho até seu quarto com outra toalha presa na cintura, olhando-me pelo canto dos olhos só para garantir de que eu estava o observando, como provavelmente era seu intuito. 

Se ao menos meu cérebro e meu corpo funcionassem em união. Se não existisse a sensação amarga de que a qualquer momento Hoseok teria uma epifania e perceberia o tamanho da besteira que era aquilo tudo, nós dois. Eu iria até ele enquanto se vestia, abraçaria sua cintura e beijaria sua nuca, diria no pé de seu ouvido tudo o que queria que fizesse comigo.

Ajeitei minha posição no sofá quando ouvi Hoseok passar atrás de mim em direção a cozinha, e quando parou encostado na mesa segurando um copo de água e um cigarro aceso me abriu um sorriso tão sugestivo e cheio de intenção que parecia ter lido minha mente. Sustentei seus olhos fixos nos meus, assistindo seu pomo de adão subir e descer conforme engolia.

O som do copo deixado na mesa me fez desviar os olhos de seu rosto por um momento, voltando a observá-lo quando passou a língua pelos lábios, umedecendo-os ainda mais, e segurou as bordas da mesa com as duas mãos, inclinando-se um pouco para trás. Levantei do meu lugar sem sequer notar, sem me dar o capricho de sentir vergonha por estar usando roupas grandes demais para mim, e caminhei lentamente em direção a ele.

Não pense demais, disse a mim mesmo. Diferente dele, eu não sabia tirar o fôlego de alguém com um sorriso, e não foi nem um pouco encorajador Hoseok ter me dado a liberdade que normalmente me tirava quando avançava sobre mim e me impedia de pensar. Ele estava tão sério, atento, e não se moveu enquanto me acompanhava com os olhos. Não pense demais, insisti quando parei em sua frente e estiquei uma mão para tocar a linha firme de sua mandíbula.

Coloquei-me na ponta dos pés e subi minhas mãos até sua nuca, tocando os fios de seu cabelo úmido com os dedos, inspirando o cheiro morno de sua pele sem deixar que nossos olhares se desencontrassem. Eu queria que Hoseok me olhasse, e que me olhasse bem. Eu queria que fosse sua última chance de me impedir que o beijasse, que me apaixonasse mais.

Aproximei-me o suficiente para ver as rasuras em suas íris escuras, quase assustadoras, a pinta sútil que decorava o canto superior de seu lábio, e o suficiente para notar que sua respiração vacilou quando minhas unhas deslizaram por sua nuca.

Uma pequena parte minha queria que Hoseok agisse como sempre e tomasse a iniciativa, me beijasse até tirar meu fôlego. Entretanto, a outra parte notou o lampejo em seu olhar, o arrepio em sua pele sob meus dedos, a afeição densa em sua expressão séria. O suspiro que ele deixou escapar só porque colei meu corpo no seu foi incentivo suficiente.

Ainda na ponta dos pés, estiquei-me para selar sua boca uma vez e beijei sua bochecha, seu queixo, sua mandíbula e seu pescoço, satisfeito quando ouvi um ofego baixo. Hoseok jogou o cigarro pela metade dentro da pia antes que eu descesse meus dedos de sua nuca pelos seus braços e o segurasse pelos pulsos para trazer suas mãos até minha cintura.

Ele voltou a sorrir, como se achasse divertido eu fingir que sabia o que estava fazendo quando, na verdade, não tinha a menor ideia, mas mesmo assim me espremeu contra seu corpo e continuou em silêncio, observando meu rosto com interesse.

Quis relembrar de tudo o que ele fazia comigo, onde seus dedos me percorriam, e como seus lábios me beijavam em todo o canto e faziam minha cabeça rodar. Quis continuar encenando toda a firmeza e propriedade com a qual segurei seu rosto e o fiz se inclinar para frente para que nossos lábios se encostassem.

Aquilo era, seria novo. Não só estar com outro homem, isso deixou de importar no momento em que percebi que não adiantava procurar sentido em tudo aquilo que não entendemos, mas sim desejar tanto estar com alguém. 

Mordi seu lábio inferior e assisti em êxtase Hoseok semicerrar os olhos, suas mãos apertando mais minha cintura, ao mesmo tempo em que seu suspiro alcançou minha língua. Movi minha boca até seu pescoço e me peguei pensando se ele também sentia todos aqueles arrepios quando me ouvia ofegar em satisfação, quando percebia que eram seus toques e seus beijos e seu corpo inteiro que me faziam tremer. 

Eu adorava quando ele me olhava assim; como se estivesse se segurando. A respiração irregular, o coração desenfreado batendo junto ao meu. Pareceu um alerta quando Hoseok agarrou a barra da minha camiseta e empurrou o quadril para frente, os olhos sem deixar meu rosto. Seus gestos contidos, as mãos que começavam a percorrer meu corpo, ele pareceu perdido entre me tocar ou não, me beijar ou não, tirar minha roupa ou não.

Hoseok fechou os olhos quando subi minhas mãos por suas costas e as desci pela lateral do seu corpo, por baixo da camiseta, traçando seus contornos e as linhas de seus músculos. Alcancei sua boca para beijá-lo depois de ouvir meu nome. Yoongi..., ele sussurrou, como um último aviso, assim que alcancei o cós de sua samba canção e engatei meus dedos no elástico, puxando-o para frente a fim de trazê-lo impossivelmente para mais perto. 

Hoseok estremeceu quando deslizei meus dedos para dentro da sua boxer.

Seus olhos se abriram de repente, como se tivesse levado um choque, e ele segurou meus pulsos, olhou para mim com toda aquela intensidade que fazia meus joelhos vacilarem. 

– Jung Hoseok, eu quero você.

Não era preciso ter dito nada, ele devia ser capaz de ver o quanto eu o queria só de olhar para mim, mas eu amava seu sorriso convencido e a malícia que preenchia e escurecia seus olhos. Descobri que amava, principalmente, a pressa e quase desespero que minhas palavras implicaram sobre ele. Minha cintura foi agarrada e fui jogado para trás, e antes que percebesse Hoseok me prensou contra o balcão da cozinha logo atrás de mim e me colocou sentado sobre a madeira, tomando cuidado para que eu não batesse a cabeça no armário.

Suas mãos estavam por todo o lugar, os dedos frios por baixo da minha camiseta deslizando por meu torso e erguendo o tecido, queimando cada pequeno pedaço meu que tocavam. E sua boca encontrou a minha quase com agressividade, me fazendo engolir o grunhido que veio de sua garganta quando nossas línguas se tocaram. 

Eu queria beijá-lo com a mesma vontade, devolver as mordidas em meu lábio, mas as mãos apertando minhas coxas não me deixavam pensar em nada além de conseguir mais contato, escorregar o quadril para frente para conseguir mais proximidade, talvez fundir nossos corpos de uma vez. Sem pensar muito, agarrei a barra de sua camiseta e a trouxe para cima até que passasse por sua cabeça, me dando a perfeita visão de seu torso desnudo sob a luz da cozinha, agraciando todos os contornos que eu desejava mais do que tudo beijar e morder.

Enquanto eu o observava e deixava que minha mente viajasse além de seu umbigo e seus oblíquos marcados desaparecendo pelo elástico de sua samba canção, Hoseok segurou meu rosto, apertando minhas bochechas suavemente até que minha boca abrisse para me beijar novamente. Eu já não sabia dizer se preferia passar horas estudando seu corpo, decorando os detalhes e os sinais em sua pele ou se preferia que ele me consumisse em um beijo e me tirasse todo o fôlego com a língua sobre a minha.

Copiando meu gesto, Hoseok separou nossas bocas por um segundo para puxar minha (sua) camiseta e retirá-la do meu corpo, e de repente, em frente a ele, comecei a enumerar mentalmente tudo o que havia de errado em mim. Ele deu um passo para trás, jogando a camiseta ao meu lado no balcão, e colocou os olhos sobre o meu torso exatamente como eu havia feito com ele. Acabei me encolhendo um pouco e virando o rosto.

– Você é bonito demais para ser de verdade. – ele disse num sussurro rouco, como se não estivesse pensando no que dizia.

Sua voz nunca era tão grave, tão baixa e tão rouca, mas quando era, maldita voz, fazia todos os pelos do meu corpo se eriçarem.

– E você é um péssimo mentiroso. – ainda com o rosto virado, estiquei uma mão para segurá-lo pelo pulso e trazê-lo para perto novamente.

Senti um dedo em meu queixo, erguendo meu rosto até que encontrasse seus olhos. Eu preferia quando Hoseok estava em cima de mim ao invés de me olhando como se eu fosse algo precioso demais.  

– Não é mentira. – respondeu, sério, e então deslizou um dedo por cima dos meus lábios,  pelo espaço entre as minhas clavículas, descendo-o por meu peito e abdômen até parar na barra da minha (sua) calça de moletom. – E eu não vejo a hora de arrancar do resto dessas roupas.

Não foi surpreendente ele ter dito aquilo com tanta confiança que chegou a me dar um meio sorriso malicioso, mas sim que ao invés de sentir vergonha e querer sumir, ouvi-lo me fez puxá-lo pelos braços e segurá-lo pela nuca para devorar sua boca. Um calor em meu baixo ventre me fez suspirar, a ideia de Hoseok tirando minha calça e minha boxer parecia tão distante e tão surreal e tão próxima e tão excitante que me deixou meio zonzo por alguns segundos. 

Ele segurou minhas coxas e por instinto envolvi sua cintura com as pernas e seu pescoço com os braços, deixando-o me puxar para seu colo. Pelo caminho ele tropeçou em algumas coisas, mas não deixou de me beijar enquanto falava palavrões na minha boca e não abriu os olhos nem quando batemos em uma parede e soltei um resmungo de dor junto de uma risada. Ouvi um sussurro de desculpa, então ele voltou a me beijar e caminhar trôpego, e a pele nua de seu peito contra o meu fez o resto do mundo perder a importância, a pressão de suas mãos na parte de trás das minhas coxas fez tudo em volta desaparecer, até que ele me soltou e caí de costas no colchão.

Aquela cena eu já havia visto, de tantas outras formas e em lugares diferentes, mas sempre ele, naqueles sonhos que eu jamais assumiria ter. Quando inconsciente e no meio da madrugada meu corpo insistia em me lembrar da enorme vontade que eu sentia dele.

Apoiei meu peso nos meus cotovelos para vê-lo melhor, e finalmente todos os pisca-piscas da árvore de natal fizeram sentido e ajudaram a iluminar seu torso descoberto. A luz amarelada banhava sua pele tão perfeitamente, emoldurando-o como se fosse uma pintura, e um instante de lucidez me fez notar que eu achava Hoseok tão bonito que chegava a ser ridículo, e que ele não precisava de elogios de ninguém, e muito menos meus, para ter plena certeza disso. Totalmente megalomaníaco.

Ele estava de pé, e sorriu convencido pela atenção que eu lhe dedicava. Em nenhum dos meus sonhos Hoseok se despia assim, na minha frente, engatando os polegares no elástico da samba canção para deslizá-la para baixo, sem deixar de olhar para o meu rosto enquanto tudo o que eu conseguia ver era seus dedos passeando pelo elástico da boxer que ficou intacta no lugar. 

Hoseok segurou a barra da calça de moletom nos meus calcanhares e levantei o quadril para que ele retirasse a peça de mim em um puxão só, sentindo suas mãos enormes subirem pelas minhas coxas no mesmo instante que o tecido encontrou o chão. Hoseok abriu minhas pernas suavemente e se ajoelhou no colchão, entre elas, para se debruçar sobre mim e trilhar um caminho de beijos e mordidas desde meu colo até minha boca. E por mais que eu tentasse não parecer ansioso demais, não consegui não empurrar meu corpo contra o dele.

E quando se ergueu para ficar de joelhos novamente, meu olhar foi parar no formato indecente confinado no tecido de sua boxer. Percebendo para onde eu estava olhando, Hoseok passou a se massagear por cima do tecido, com seus olhos escuros semicerrados e o lábio inferior preso entre os dentes. Parecia algo quase proibido de se olhar, a maneira como todos os músculos de seu abdômen se contraíam e relaxavam de acordo com sua respiração, os dedos longilíneos passeando por todas as partes dele que eu queria tocar.

Sem perceber eu já havia me sentado na cama, alcançando novamente seus oblíquos com as mãos trêmulas, e engatei um indicador no elástico de sua roupa íntima. Senti sua respiração morna, desregulada no topo da minha cabeça, e suas mãos tocaram meus ombros, mas não consegui desviar o olhar de seu corpo quando puxei lentamente o tecido por suas coxas, revelando-o devagar. O simples movimento da boxer descobrindo-o até que alcançasse seus joelhos foi o suficiente para fazer meu corpo inteiro formigar.

Eu poderia passar uma eternidade observando-o se Hoseok não tivesse sussurrado o meu nome e me empurrado delicadamente para que eu deitasse. Queria me apegar a todos os detalhes de sua nudez bem diante dos meus olhos, de seu corpo despido ao alcance das minhas mãos. Só então me ocorreu que eu podia, devia tocá-lo onde quisesse.

Quando foi sua vez, seus dedos não estavam trêmulos , e me fizeram arrepiar e me encolher quando se engancharam na barra da minha boxer. Deixei que ele me despisse tão lentamente quanto eu havia feito e que seus olhos vagassem por mim pela primeira vez, mesmo que eu quisesse mais do que tudo me esconder debaixo dos lençóis.

– Nós somos iguais, Yoongi. – seu indicador tocou meu pomo de adão enquanto sussurrava, e desceu até o meio das minhas clavículas. – Não precisa ter vergonha.

Assenti uma vez antes de forçar a cabeça contra o travesseiro, porque seu dedo continuou escorregando pelo meu peito e meu abdômen, acendendo arrepios por onde passava, até as linhas dos meus oblíquos, minha virilha, e quando a ponta de seu indicador encontrou minha ereção e a contornou com a mesma suavidade, me contorci sobre os lençóis e deixei um ofego sair. Vi um pequeno sorriso adornar seus lábios antes que novamente se debruçasse sobre mim para me beijar.

Seu corpo era grande o suficiente para me fazer quase desaparecer. Encontrei com a ponta dos dedos as duas covinhas fundas no final de suas costas enquanto o peso de sua ereção sobre a minha e a língua aveludada na minha boca me deixavam prestes a enlouquecer. Com um grunhido, Hoseok segurou uma das minhas coxas e a ergueu até seu quadril, forçando-se para baixo e causando uma fricção que me obrigou a segurar a respiração para não gemer alto demais.

Quase não percebi quando ele deixou de me beijar e afundou dois dedos dentro da própria boca, com os olhos fixos no meu rosto, ondulando o quadril sobre o meu. E ao retirá-los, foi a primeira vez que vi Hoseok parecer incerto, ou preocupado, e apenas assenti para assegurá-lo de que ele poderia fazer o que quer que estivesse pensando em fazer. 

Seus olhos escorregaram do meu rosto e ele abaixou a cabeça para assistir ao que fazia, guiando uma mão até o meio das minhas pernas enquanto separava meus joelhos com a outra, e não foi só esquisito me sentir mais exposto do que eu nunca estive antes, mas a sensação de seu dedo úmido deslizando lentamente para dentro de mim também era desconfortável e estranha.

Mesmo com seus lábios agora beijando meu queixo e meu pescoço e sua voz rouca e trêmula sussurrando que eu precisava relaxar, eu tinha certeza de que Hoseok não fazia a mínima ideia de quanto aquilo era desconfortável demais para parecer certo. Eu não pedi que parasse, no entanto, e tentei não pensar na ardência de seu segundo e terceiro dedo movendo-se devagar dentro de mim, ao invés disso me concentrei em como ele parecia encantado assistindo meu rosto, meus joelhos se afastando mais, e como Hoseok não conseguia decidir para onde olhar.

– Yoongi... Você quer que eu pare?

Sacudi a cabeça rapidamente, e aproveitei a proximidade para segurá-lo pela nuca e puxá-lo para um beijo. Pouco tempo depois ele se afastou, seus dedos também, e Hoseok segurou nossas duas ereções juntas e movimentou sua mão tão lentamente, apertando-nos com tanto cuidado, que impulsionei o corpo para cima no ritmo contrário ao dele.

Ele não foi a primeira pessoa que me tocou, mas era totalmente diferente; seus dedos na minha pele incendiavam todos os nervos que até então pareceram inexistentes, até o cheiro morno de seu suor me fazia pulsar em sua mão, me deixando febril. Hoseok continuou me tocando, distraindo-me com suas mordidas enquanto com a outra mão guiava sua ereção para dentro do meu corpo, forçando-se o mais gentilmente que pôde.

Talvez fosse a adrenalina, ou o nervosismo que havia desaparecido, mas não consegui dar atenção à dor. Não quando tudo no que conseguia pensar era que nada poderia ser melhor do que sua mão em mim, aumentando os movimentos conforme minha respiração acelerava e um choramingo de dor e prazer escapava sem querer. Envolvi sua cintura com as pernas e deixei que Hoseok se afundasse em mim aos poucos, mesmo que meu corpo se contraísse e queimasse com cada pequena movimentação, tentando expulsá-lo.

Minhas mãos encontraram seus ombros e cravei minhas unhas em sua pele, minhas pernas travaram com força em volta de sua cintura, mas eu só conseguia puxá-lo, atrapalhando sua tentativa de me consumir com calma. Hoseok grunhiu quando parou, encostando a testa na minha de olhos fechados, os lábios entreabertos soprando sua respiração em meu rosto. Eu realmente precisaria de alguns minutos para me acostumar àquilo, e não protestei quando ele permaneceu imóvel dentro de mim, subindo sua mão pelo meu abdômen até embrenhar os dedos nos meus cabelos e puxar minha cabeça para trás, me obrigando a abrir a boca para beijá-lo..

Nos meus sonhos nós nunca íamos tão longe, nada era tão real e intenso; suas tentativas de me distrair, beijando meu pescoço, meus ombros, minhas clavículas, e sua mão me massageando devagar. Nunca havia passado pela minha cabeça que Hoseok pudesse ser tão paciente, e perdi a noção de por quanto tempo ele explorou meu corpo com as mãos e a boca, deixando que eu me acostumasse àquela quase incompreensível sensação prazerosa de dor.

Eu via meu reflexo em sua expressão de cenho franzido e olhos semicerrados, as bochechas vermelhas de calor e esforço, e só isso foi o bastante para que eu apertasse ainda mais minhas coxas em volta de sua cintura e o puxasse contra mim, pedindo indiretamente que começasse a se mexer. Vi um meio sorriso repuxar o canto de seu lábio e toda aquela malícia escurecer seu olhar, e pensei que pudesse me arrepender até que Hoseok segurou meus quadris com tanta força que marcou vermelho em minha pele, começando a se mover para frente e para trás.

Não era só a visão de Hoseok sobre mim, mordendo o lábio inferior, ou os músculos de seu torso inteiro, de seus braços contraindo toda vez que me puxava contra sua cintura e alcançava cada vez mais fundo, com mais força; havia também aquela dor deliciosa sempre que ele chegava ao limite e quase saía do meu corpo no mesmo instante, e a ansiedade e desespero quando diminuía a velocidade só para me ouvir choramingar e me mover em sua direção.

Eu ainda ouvia o som distante da música, o zumbido baixo de instrumentos abafados pelos nossos gemidos, os grunhidos dele, os ofegos que eu deixava escapar quando dizia seu nome. Hoseok. Suas reações eram imediatas, ele gemia, fechava os olhos e apertava os dedos na minha cintura, nas minhas coxas, aumentando a velocidade até que quase perdesse o ritmo, e parecia adorar assistir enquanto eu me contorcia na cama e agarrava os lençóis, ajudando-o a se afundar em mim quando minhas pernas em volta da sua cintura incentivavam seus movimentos.

Ele sussurrava palavrões no meu ouvido, escondia o rosto em meu pescoço e beijava meus ombros, a linha da minha mandíbula, prendia os dentes no lóbulo da minha orelha ao mesmo tempo em que investia em mim sem parar. Era muito para se sentir de uma vez só, todas aquelas misturas de sensações espalhando espasmos pelo meu corpo, e os arrepios infinitos fazendo cada centímetro da minha pele formigar por onde as pontas de seus dedos escorregavam, fosse com força para me marcar ou com a delicadeza que surgia quando Hoseok abria os olhos e olhava para o meu rosto.

Ouvi um gemido entrecortado e de repente ele reduziu o ritmo à quase nada, espiando minha reação sob os fios suados da franja espalhados em sua testa, e segurou meu quadril contra a cama quando tentei empurrar meu corpo e aumentar a velocidade. Se não o conhecesse, provavelmente não acreditaria que Hoseok resolveria me provocar numa hora dessas. Mordi o lábio inferior e soltei um gemido lânguido, observando seu corpo enrijecer quando afrouxei o aperto das minhas pernas e envolvi seu pescoço com os braços, trazendo seu rosto para perto do meu.

Dessa vez fui eu quem o distraí, distribuindo beijos por seu rosto suado, embrenhando meus dedos nos fios úmidos e deslizando-os por seu pescoço, seus braços e a pela lateral de seu corpo, ouvindo seus ofegos e seus sussurros carregando meu nome em meus ouvidos. E quando o senti relaxar sobre mim, empurrei Hoseok para o lado e rolei para cima de seu colo, sentando em seus quadris e espalmando as mãos em seu peito.

Seu coração saltava debaixo das minhas palmas e o peito subia e descia rápido; Hoseok me olhou com um misto de surpresa e incredulidade quando segurei seus pulsos e os prendi em cima de sua cabeça com uma mão, exatamente como havia feito comigo. Ele tinha força de sobra para inverter nossas posições caso quisesse, mas continuou me observando com o sorriso torto nos lábios, uma sobrancelha arqueada e os olhos semicerrados, como se esperasse que a partir dali eu não soubesse o que fazer.

Guiei minha mão livre até suas pernas dobradas atrás das minhas costas, acariciando a parte interna de suas coxas sutilmente com a ponta dos dedos, o suficiente para que ele puxasse o ar por entre os dentes e se contorcesse no colchão. Hoseok mordeu o lábio, mas não conteve um gemido quando segurei sua ereção e o encaixei em mim novamente, sentando impiedosamente devagar, adorando a dor e os arrepios e os resmungos dele enquanto me afundava lentamente até o limite.

Espalmei minha mão sobre seu peito mais uma vez, usando o apoio e a força nas minhas pernas para subir e descer o corpo, e por mais que os leves tremores e os arrepios explícitos em sua pele me dissessem que Hoseok queria impulsionar os quadris para cima, ele ficou imóvel na cama, com os olhos fechados e a cabeça jogada para trás no travesseiro, me dando toda a visão de seu pescoço.

Ninguém precisava me dizer que eu estava fazendo certo. Eu sabia por seus gemidos constantes e sua figura estremecendo sempre que eu me forçava para baixo, cada vez mais rápido e com mais força. Sua expressão tensa, a respiração presa e os movimentos discretos dos seus quadris me incentivaram a rebolar inocentemente duas vezes em seu colo, sem esperar a onda de prazer que subiu pelo meu corpo inteiro, ou que ele arqueasse as costas e gemesse meu nome tão alto que minha própria ereção pulsou ainda mais só por ouvi-lo.

– Y-yoongi.

Em um segundo Hoseok soltou os punhos e se sentou, segurando minha cintura quando me inclinei para trás e apoiei as mãos no colchão, voltando a ondular os quadris lentamente enquanto seus dedos me apertavam. Ele me beijou com pressa por todo o tempo que pôde antes que perdêssemos o fôlego, e manteve os lábios sobre os meus trocando nossas respirações quando me ajudou a me movimentar, impulsionando minha cintura para cima e me puxando com desespero para baixo.

Eu queria prestar atenção em Hoseok, mas mal conseguia associar o meu próprio prazer, os calafrios que agora corriam por mim e faziam meu corpo inteiro contrair involuntariamente em volta dele. Parecia que tudo havia saído de foco, então ele afastou os fios de cabelo da frente dos meus olhos e segurou meu rosto, fixando o olhar no meu tão intensamente que suas íris escuras eram a única coisa que eu conseguia distinguir, além da voz rouca dizendo meu nome de novo e de novo.

Eu não saberia que Hoseok estava tão próximo não fosse por seus movimentos curtos e descoordenados, os impulsos do seu corpo para dentro do meu com tanta força que eu não precisava mais me mover. Sua concentração no meu rosto parecia maior do que qualquer outra coisa, e de repente todos os seus músculos ficaram tensos, seus olhos se fecharam e ele apoiou a testa no meu ombro, gemendo alto e longamente o meu nome enquanto se movia devagar, a respiração falhando de encontro ao meu pescoço.

Ele não precisaria fazer mais nada comigo, provavelmente só olhá-lo seria suficiente, mas seus dedos envolveram minha ereção e no mesmo instante meu corpo inteiro retesou, milhões de arrepios e calafrios me percorreram e formigaram na minha pele ao mesmo tempo e até o meu próprio gemido pareceu distante.

Quando abri os olhos, tentando regular a respiração, peguei Hoseok sorrindo para mim de um jeito que eu sabia nunca ter visto antes. Ergui minhas mãos trêmulas até seus cabelos bagunçados e também enterrei meu rosto na curva de seu pescoço, aspirando o cheiro morno de sua pele suada, esperando que os leves espasmos do meu corpo cessassem. Ele sussurrou algo no meu ouvido que minha mente atordoada não processou, e me puxou para deitar ao seu lado sem se importar com a sujeira que eu havia feito em seu abdômen e em sua mão.

Suas mãos envolveram minha cintura e suas pernas se entrelaçaram nas minhas por baixo do cobertor que ele puxou do chão. Eu sabia que estava prestes a apagar, mas me mantive acordado o tempo que consegui, desembaraçando os nós nos seus fios com as pontas dos dedos, e me permiti olhar para seu rosto quando ele fechou os olhos e suspirou. Acho que estava tocando Oasis quando adormeci.

You can colour my life, until it fits with your own.

 


Notas Finais


Então....................................................................... Desculpem a demora, vocês não precisam saber do drama de perder metade desse capítulo porque eu sou muitíssimo tonga, e enfim, levou ainda mais tempo por causa disso.
E vocês não precisam saber pela 3453453 vez que eu tenho _muita_ ~muita~ dificuldade com lemon e eu não sabia que seria pior ainda DESSE ponto de vista. Eu não queria arruinar um momento importante da fic e tentei fazer o melhor, mesmo que eu nem tenha revisado porque rssssss ia perder a coragem de postar rsssss.
To abrindo uma ouvidoria pra saber como foi, então podem usar toda a sinceridade do mundo, até porque eu vou começar Translúcido e preciso de uma luz <o>
Até mais, obrigada se você leu ♥


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