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História In the eyes of the king (imagine Taehyung) - Cap.59


Escrita por: solar1994 e jackyjakes

Capítulo 59 - Cap.59


Ainda era tão estranho olhar para S/n, uma recém-morta, com uma coroa na cabeça e uma aliança no dedo. Na festa estavam todos conversando, mas o assunto era o mesmo, “como isso é possível?”, “ela não morreu?”, “o rei não sabe que ela é bruxa?”, “seremos governados por uma pecadora?”, “a princesa Lisa está mesmo grávida?”, “vocês viram que vergonha?! Ela foi abandonada no altar e substituída por uma plebeia!”. Mesmo com todas essas fofocas, o casal não parecia se importar, já que não tirava o sorriso dos lábios. Foi separado uma mesa apenas para os familiares de S/n e Taehyung, na teoria aqueles lugares deveriam estar sendo ocupados pelos familiares de Lisa, mas a moça se encontrava no andar de baixo com os comuns.

- quando que esses encostos vão embora? – Jimin falou de boca cheia se referindo a Lisa e sua família.

- tenha modos na mesa, Jimin. – senhora Boni pediu.

- perdão, vó. – o rapaz falou e engoliu a comida – mas estou falando sério, não faz sentido que eles fiquem.

- vão partir hoje logo após a festa. – Taehyung respondeu.

- e quanto a Seokjin? – S/n quis saber logo após ter dado um fiapo de carne para Plínio que tinha seu próprio lugar na mesa.

No caso, o rei também estava na mesa com eles, o mesmo bufou e olhou para a mais nova rainha.

-  minha presença te incomoda, majestade? – falou sarcástico.

- claro, não estou interessada em passar mais uma noite com um assassino no mesmo estabelecimento que o meu. – a moça respondeu despreocupado.

- não briguem, hoje é dia de festa. – o rei segurou a mão da esposa – não se preocupe, Seokjin irá embora antes do sol nascer e nesse meio tempo você estará sobre minha proteção.

- ótimo. – ela sorriu forçado e voltou a comer.

- espera, mas se não foi S/n que matou o rei... quem foi? – Jungkook pensou.

- quem você acha que foi? – S/n fez cara de tédio.

Todos olharam para Seokjin.

- não me envolva, é óbvio que não fui eu! Minha adaga tem a bandeira de Merxa, acha mesmo que seria burro a ponto de deixar a adaga lá? – o rei arqueou as sobrancelhas.

- claro, é você. – Jimin falou sem animo.

- estou falando sério, não fui eu! – defendeu-se de novo – de fato mandei S/n o matar, mas exatamente para não sujar as mãos.

- Seokjin! Eu não acredito que mandou matar nosso pai! – Jennie arregalou os olhos – qual é o seu problema? Ele era nosso pai!

- ele nunca agiu como um bom pai! Por que está assim? Só está o defendendo porque ele nunca te espancou como fazia comigo e com Taehyung! Mas pelo menos Taehyung tinha a proteção da nossa mãe, outra que foi tarde! – se alterou.

- não ouse falar da nossa mãe! – Taehyung bateu na mesa.

Ali começou uma discussão, apenas o povo da vila se manteve calmo comendo – já estavam acostumados com bate bocas, já que eram bem recorrentes entre eles – S/n bufou e revirou os olhos.

- Taehyung, esquece ele. Estão todos olhando. – pediu ao perceber que todo o andar de baixo os encarava.

Lisa, que também observava tudo, deu uma risadinha ao perceber que o casamento mal tinha acabado e já estava um caos entre os nobres. S/n a encarou e arqueou uma sobrancelha, dava para ver que a princesa dizia que aquele casamento não duraria muito. A rainha deu um tapa forte na mesa que assustou todos.

- não quero bate bocas na festa do meu casamento, então comportem-se. – disse entre dentes – parecem crianças brigando por um pedaço de bolo.

- uuuuuuu, olha só que rainha incrível. É minha irmã! – Jimin se gabou.

Taehyung respirou fundo e se levantou indo para um canto sem dizer nada, S/n negou com o rosto e se levantou também.

- é incrível que onde você está tem problema. – falou para Seokjin e seguiu o marido.

Taehyung estava no corredor, encostado na parede e massageando a têmpora com a ponta dos dedos. O homem levantou a cabeça quando notou a presença de alguém e de certo modo ficou envergonhado de ter largado a esposa sozinha na mesa.

- me desculpe, já estou voltando. – falou um pouco sem animo.

- tudo bem, seus irmãos realmente passam do limite. – S/n se aproximou e parou na frente dele.

Taehyung ficou olhando para mulher e deu um sorrisinho, depois começou a fazer carinho no rosto dela.

- nem acredito que finalmente casamos. – falou orgulhoso.

- tiveram momentos em que eu realmente pensei que não iria acontecer. – S/n confessou.

O rei puxou a moça para seus braços e a abraçou apertado. Era bom estar ali com ele, saber que no fim das contas tudo havia dado certo e que toda aquele medo de que Taehyung nunca se lembra-se dela havia acabado. O mesmo deu um beijo na testa dela como fazia nos velhos tempos e um cheiro no pescoço.

- é horrível pensar que meu irmão fez tudo isso com você e eu não pude impedir. Deveria ter me contado tudo, assim eu poderia agir. – falou ainda abraçado com ela.

- ele ameaçou machucar pessoas que eu me importo, e isso incluía você. Mas eu juro, não fui eu que matei seu pai. – levantou o rosto.

- sei que não. De qualquer modo ele já morreu, saber quem matou não vai traze-lo de volta. – deu de ombro.

- mas não fica curioso? Afinal, ele era seu pai. – quis saber.

- claro que fico. Mas provavelmente foi um matador de aluguel e esses homens são perigosos, não quero correr o risco de provocar um deles. Principalmente agora que finalmente vou conseguir ter a vida que eu planejei... ou parte do que planejei. – comentou.

- por que parte? – S/n riu.

- porque não vai ser a mesma coisa vivendo aqui dentro. Não tenho herdeiros então não posso reivindicar a coroa. Mas estou do seu lado, e isso era o plano principal. – sorriu.

S/n sorriu envergonhada e desviou o olhar.

- nunca vou me acostumar com esse romantismo seu. – respondeu.

- pois já deveria, sabe que sou assim. Mas falando em herdeiros, quando eles vêm? – o rei disse mais empolgado.

S/n foi sumindo o sorriso, acabou por lembrar da conversa que teve com o irmão, uma guerra estava vindo e ela não sabia quando seria, com quem seria, se estariam preparados ou se realmente aconteceria. Era perigoso ter filhos em um ambiente de guerra, o primeiro alvo era o rei, o segundo era o herdeiro. Mas claro que não poderia falar sobre a suposta guerra com o marido, na verdade não era nem para ela saber, então teria que dar um jeito.

- vamos esperar um pouco, o que acha? – sorriu de novo.

- o que quer dizer um pouco? Alguns meses já é o suficiente? – ele estava muito empolgado.

- é, quem sabe... – sorriu sem mostrar os dentes.

- ótimo, mas nesse meio tempo nós podemos começar a planejar. Sorte a nossa que Lisa já desocupou um quarto para que façamos o quarto do nosso filho, mas eu estava pensando em usarmos um mais próximo, já que Seokjin irá embora não tem problema pegar o quarto dele. – comentou.

S/n queria mudar de assunto, aquilo dava um certo pavor nela.

- é estranho pensar que Lisa está mesmo grávida do seu irmão. – desviou do assunto de forma sutil.

- eu já desconfiava dos dois, não gosto nem de imaginar que ela iria me convencer de que o filho é meu. Se não fosse por isso então seria quase impossível nós nos casarmos, se um rei engravida um princesa antes do casamento então é obrigação dele se casar com ela. Por sorte vocês apareceram aquele dia em que ela me drogou, acho que nunca fiquei tão feliz do Jimin ter se machucado. – Taehyung riu.

- não vamos lembrar dessas coisas ruins, Lisa e Seokjin já são um passado insignificante. – S/n comentou.

- tem razão, vamos focar na gente daqui para frente. – o rei segurou o queixo dela e selou seus lábios.

Era o primeiro beijo, de muitos, que viriam depois do casamento. S/n e Taehyung estavam destinados e ter uma vida digna de um conto de fadas, eles se amavam de verdade e fariam tudo de novo se isso significava que os dois ficariam juntos. Mas aquele beijo foi ficando mais envolvente e quando menos perceberam, Taehyung já havia trocado de lugar com S/n e ele a pressionava contra a parede e apertava sua cintura. Aquilo estava incrível, mas quando o rei começou a descer os beijos e a respiração da moça mudou, ele lembrou de algo que o fez parar.

- S/n, temos um problema. – ele falou sem graça.

- depois resolvemos isso, agora vamos continuar. – a garota já ia beija-lo mas o mesmo afastou – o que foi?

- noite de núpcias. – foi tudo que o rei falou.

- o que tem? Está com vergonha de novo? – ela não havia entendido.

- não S/n, não é isso! É que... – Taehyung estava um pouco apreensivo de dizer aquilo.

- o que? Não quer ter a noite? – S/n definitivamente não entendi onde o rei queria chegar.

- não! Claro que quero! Deixa eu falar primeiro, ai você pode surtar. – falou calmo e S/n estranhou mais – tradicionalmente, os representantes da igreja devem estar presentes na primeira noite do casal.

- como assim? Que sentido isso tem um padre ver a primeira vez de um casal? – S/n de fato não estava acreditando.

- exatamente por isso, eles têm que ver para ter certeza que o casal casou virgem. Sexo antes do casamento é um pecado grave. – Taehyung estava tão envergonhado daquilo.

Na verdade quando o casal teve sua primeira vez, foi Taehyung que desejou aquilo primeiro, e foi por isso que ele “se arrependeu”, porque ficou tão preocupado com a tão temida noite de núpcias que mal pode aproveitar sua garota, por mais que as lembranças o dava borboletas no estômago e que as vezes dava uma vontade muito forte de reviver aquela noite, sempre vinham as preocupações. S/n ficou olhando para ele com a boca entre aberta.

- está brincando que terei que fazer sexo na frente de um padre, não está? – ela arqueou as sobrancelhas.

- desculpa, eu ate poderia mudar isso. Mas acontece que as leis da igreja estão além do meu controle. Me desculpe, sinto muito mesmo. – ele estava realmente envergonhado.

- e se eu falar que não? – quis saber.

- então eles vão a considerar adultera desde já, realmente não tem como escapar. – Taehyung suspirou.

- então fale de uma vez por todas que não somos mais virgens. De qualquer modo eu não sou católica então não sou obrigada a seguir as regras deles, e também nós dois sabemos que não somos mais virgens, o lençol não vai manchar de qualquer modo. – S/n ficou um pouco alterada com tudo aquilo.

- eu não sei como eles vão se comportar, nunca tivemos uma rainha que não fosse católica. – explicou.

- uma ótima oportunidade para descobrir o que acontece. – S/n juntou as mãos.

- S/n eu não quero correr o risco, eles podem te colocar em uma forca se quiserem. Eu também acho extremamente desconfortável e não concordo. Mas faça isso por mim, por favor. – Taehyung estava quase implorando.

- de que adianta confessar agora ou depois? Você ainda não entendeu?! Eu não sou virgem, não vou sangrar! – ela apontou para si.

- eu já sei o que fazer para resolver esse problema. Eu sei que você não quer, mas eu prometo ser rápido. Se fizer isso... te darei a noite dos sonhos depois! Tem minha promessa. – Taehyung sugeriu.

- Taehyung, não vou ficar nua na frente de um padre. – S/n negou com o rosto.

- não precisa ficar nua. Para ser sincero, eu estranhei na nossa primeira noite que você ficou completamente nua na minha frente. Aqui nos muros o casal não fica exposto assim. – explicou.

(*isso realmente acontecia na idade média*)

- a pronto, vou ter que fazer sexo de roupa agora. Isso não faz o menor sentido. – S/n colocou as mãos na cintura.

- você só precisa vestir uma camisola, ninguém vai ver seu corpo... Mas assumo que prefiro fazer do seu jeito. – o rei falou com um sorrisinho sacana.

Mesmo naquela discussão, S/n sorriu e de um tapa no peito do marido.

- safado. – comentou.

- eu sei que você gosta. – rebateu – fará isso, não é?!

- não te prometo nada. – S/n desviou o olhar.

Taehyung apertou as bochechas dela com uma mão só e formou um bico, não gostava de estar fazendo a esposa estar naquela situação, por isso faria tudo ser rápido, até porque aquele era o dia do casamento deles.

- eu vou ser rápido, juro. – se aproximou e abraçou ela de novo.

- não é uma questão de ser rápido ou não, o fato de eu estar fazendo isso na frente dos outros já me deixa extremamente desconfortável. – S/n reclamou.

- eu sei, também nunca entendi bem o porque disso. Mas vou tentar fazer se tornar algo no mínimo menos constrangedor. – garantiu.

- duvido muito, mas vou confiar. – revirou os olhos – vamos voltar para festa, nunca ouvi falar de uma festa de casamento sem os noivos.

- a não, vamos ficar mais um pouco nós dois sozinhos. Acho que aproveito mais quando estou com você. – Taehyung reclamou.

- só mais um pouco, em?! tenho que dar atenção aos meus familiares, vão voltar ainda hoje para vila. – falou com uma cara de desconfiada.

- claro... falando em familiares, conheci uma família muito incrível, o pai que fez esse colar com a pérola. Mas a mãe está doente, a peste a pegou e ela não tem força nem se quer para sair da cama. Teria algum problema você fazer mais uma daquelas poções contra a peste? Eles são uma família tão boa. – Taehyung pediu.

- claro que faço, só preciso das ervas. Mas consigo ainda nessa semana. – S/n respondeu.

- ótimo, pode pegar as ervas quando formos nos casar de novo. – o rei sorriu.

- por que casaríamos de novo? – S/n não entendeu.

- porque casamos de acordo com a minha religião, agora faremos isso de acordo com seus princípios. Não quero ser injusto, sei que foi estranho para você fazer aquele juramento que nem é da sua religião. – falou.

S/n sorriu largo, quando pensava que não poderia morrer mais de amores pelo rei, ele surgia com mais uma surpresa. Era impossível não ama-lo mais a cada dia.  A moça só o abraçou e sorriu, estava tão grata de ter alguém como ele ao seu lado.

- certo, então casaremos novamente. – respondeu.

- podemos fazer isso amanhã, o que acha? – sugeriu.

- podemos sim. – continuou sorrindo.

O casal ficou mais um tempo se aproveitando e conversando sobre assuntos variados ate que voltaram para festa. Taehyung não parava de pensar em como seria difícil aquela noite, então sua primeira parte do plano seria fazer algo para que S/n não lembrasse do que aconteceria no outro dia, a melhor opção com total certeza seria o álcool. Sempre que uma serva passava com vinho ou qualquer coisa com álcool o rei pegava para sua esposa, no fim das contas S/n foi bebendo o vinho e nem percebeu. Estavam no andar de baixo conversando com os visitantes, as vezes Taehyung tinha que segurar a cintura da esposa para que ela não caísse, o rapaz ate teve se senta-la e tirar seu salto. Mas S/n não estava tão bêbada assim, só um pouco lenta. As pessoas tentavam agir naturalmente mas as vezes faziam comentários maldosos, S/n apenas fingia que não havia entendido o duplo sentido nas falas. Para o azar de todos, o casal se aproximou da família de Lisa, Taehyung manteve a mão na cintura da moça e S/n continuava olhando para os lados sem conseguir pensar muito.

- majestade, felicidades pelo casamento. – o pai da moça falou um pouco sem graça.

- obrigado. – ele falou pela milésima vez naquela noite.

- engraçado não ver o povo de Pinha aqui. – Lisa comentou com os braços cruzados.

- engraçado não ver uma aliança no seu dedo e saber que foi abandonada no altar. – S/n estava meio bêbada mas sóbrio o suficiente para comprar uma briga com a princesa – agora eu entendo porque drogou ele, está de quantos meses?

- S/n, não vamos falar disso. – Taehyung falou no ouvido da moça e voltou a sorrir.

- e você, como foi no mundo dos mortos? Deu um oi para sua mãe?– Lisa arqueou uma sobrancelha.

- Lalisa! Respeite a rainha! – o mãe da moça deu um tapa nela.

- dei sim, aproveitei e dei um oi para sua dignidade, ela mandou lembranças. – S/n rebateu.

Era inegável, S/n realmente deu um golpe de mestre, Taehyung teve que segurar para não rir, já as irmãs da moça não tiveram essa preocupação já que soltaram um berro rindo da cara da irmã.

- enfim, acho que podemos acabar com esse assunto aqui. – Taehyung sugeriu.

- desculpe, rainha. Minha filha não sabe o que fala ou faz, não passa de uma imatura. – o pai da moça se desculpou.

- eu sei, fui vitima das artes dela. – S/n respondeu.

- nós a puniremos, não a com que se preocupar. – o homem manteve de cabeça baixa.

- eu nunca senti tanta vergonha de ter você como pai, que tipo de rei abaixa a cabeça para  um filha do Diabo? – Lisa quase gritou.

Para surpresa de todos, o homem levantou a cabeça e deu um tapa na face da moça na frente de todo mundo. Como se já não bastasse toda a humilhação que aconteceu aquele dia, ela ainda levou um tapa do pai em público. Claro, não foram todos que viram, mas quem viu foi fofocar com as outras pessoas sobre mais uma vergonha da princesa.

- me envergonho de você! Como ousa falar assim com seu pai? Você já está encrencada de mais, então se redimir iria diminuir pelo menos um pouco da sua punição. Não é porque está grávida que vou deixar de te bater ou te deserdar. – o homem foi firme.

Todos ficaram assustados e surpresos com a última afirmação, não que S/n ou Taehyung se importasse com o fato dela ser deserdada, mas acontece que a moça estava grávida e aquela criança não tinha nada haver com a irresponsabilidade dela.

- bater nela poderia trazer complicações para a criança. – S/n resolveu intervir.

- ele é um bastardo, majestade. Seu nascimento irá trazer desonra para nossa família. – explicou.

- Lisa trouxe desonra para sua família, essa criança não escolheu estar no ventre dessa mulher... tenho certeza que se pudesse escolher nem se quer estaria com essa família, não puna-o por irresponsabilidade da mãe! – S/n levantou o tom de voz.

- o que sugere que façamos então? Que levemos a gravides? – a mãe da moça falou com um tom de piada.

- claro, deveriam no mínimo esperarem ate o parto. Depois disso façam o que quiserem com ela. – arqueou as sobrancelhas.

- e criamos o bastardo? – o pai dela riu.

- eu duvido que alguma criança queria ser criada com vocês. – S/n insultou – existem muitas mulheres que não podem engravidar mas querem muito um filho, dê para uma e pronto.

- vamos deixar a criança com uma pecadora, isso é um absurdo. – uma das irmãs revirou os olhos.

- não são pecadoras, só são estéreis. – S/n deu de ombro.

- es- o que? – uma delas nem conseguiu falar a palavra.

- estéril, quer dizer que essas mulheres tem uma condição corporal que as impede de engravidar. Mas não a nada com que se preocupar, porque elas podem adotar crianças como a que Lisa está esperando. – S/n explicou.

- e ela cria um filho que não é dela? – a outra arqueou as sobrancelhas.

- teoricamente os pais são quem fazem, mas na prática os pais são quem criam. Então sim, ela cria um filho que “não é dela”. – falou.

- isso é ridículo. – o pai dela falou negando com o rosto.

- ridículo é você querer abandonar uma criança que não fez nada de errado. – a rainha respondeu com descaso.

- S/n está certa, majestade. – Taehyung falou para o outro rei – o senhor deveria manter Lisa como princesa pelo menos até o nascimento.

- agora está me defendendo? Depois de tudo que fez? – Lisa brigou com o rei.

- se quiser eu os convenço de te deserdar agora. – Taehyung falou simples e a garota se calou.

- resolveremos isso depois. – o rei falou respirando fundo – bom, acho que já está tarde. Vamos pegar nossas bagagens e ir embora. Perdão por tudo que minha filha causou, se eu soubesse que ela agiria assim então não teria permitido que viesse.

- vamos deixar o passado no passado. – Taehyung esticou a mão e sorriu – foi bom revê-los.

- igualmente. – respondeu.

O casal foi se despedindo de cada um ate que chegou a hora de Taehyung despedir de Lisa, mas tudo que o rapaz fez foi dar um aperto de mão e esperar por S/n. Lisa jogou um olhar mortal para rainha, a mesma apenas a olhou com deboche e deu uma risada soprada, esticou a mão que estava com a aliança. Lisa a olhou de cara fechada e apertou a mão.

- cheque mate para bruxinha. – S/n piscou um olho e se juntou ao seu marido.

O casal ficou ali vendo a carruagem deles sumindo entre as ruas de Áspia, quando ela finalmente sumiu além dos portões S/n sentiu um peso cair de suas costas, parecia que finalmente estava livre de todo os problemas.

- pode ficar tranquila agora, nada pode nos impedir de ser feliz. – Taehyung falou e beijou a bochecha da esposa.

- que assim seja. – ela respirou fundo.

[...]

Taehyung investiu no álcool para sua esposa mas parecia que nunca era o suficiente, S/n era bem forte com bebidas alcoólicas. A festa já havia acabado e a família da moça já havia ido embora, Jimin e Jeon estavam tão bêbados que nem falavam coisa com coisa, Seokjin já estava em seu quarto com pelo menos cinco soldados de Áspia o vigiando para que não escapasse, Jennie foi dormir e o casal estava no quarto. S/n já estava com sua camisola e Taehyung também estava com uma vestimenta apropriada, a moça estava em pé com os braços cruzados e o rapaz sentado na cama a observando.

- eu não sei se consigo. – confessou de novo naquela noite.

- quanto mais demorarmos pior será. – Taehyung respondeu paciente.

- não sou virgem, não faz sentido fazer isso na frente deles. – ela estava com um bico nos lábios.

Taehyung segurou a mão dela e a puxou para que sentasse em seu colo, ele fez carinho no cabelo dela enquanto a mesma mantia a cabeça deitada em seu ombro.

- só vamos fazer isso uma vez na nossa vida, então só tente se acalmar e me deixe com o resto. – confortou ela.

- isso não é certo. – murmurou.

- eu sei que não, mas é um preço a se pagar. – respondeu.

S/n ficou mais um tempo calada, sentia vontade de chorar, mas antes que ela fizesse isso o rei tomou os lábios dela. Taehyung tentou passar toda calma naquele beijo, precisava que S/n ficasse calma para conseguir fazer seu corpo reagir, até porque ele também estava envergonhado.

- eu não vou sangrar. – ela falou separando um pouco o beijo.

O rei se virou e pegou um suporte que tinha uma adaga, tirou a proteção e deixou a lâmina exposta, levantou um pouco a saia da camisola e deixou preso ali. Aproveitou e passou a mão na pele exposta, aquilo realmente lhe dava arrepios.

- tome cuidado, não quero que se corte. – Taehyung falou abaixando a saia.

- o que vai fazer? Passar isso em mim? – S/n fechou a cara.

- não, sua boba. Não vou te machucar. – o rei deu uma risadinha – me desculpe por estar te fazendo passar por isso.

- pare de se desculpar, não é culpa sua. – falou calma mas com os olhos marejados – vamos acabar logo com isso.

Taehyung concordou com a cabeça e deixou S/n na cama, o rei foi ate a porta e falou que estavam prontos. De repente entraram o padre, duas freiras, um bispo e outras duas criadas que seriam testemunhas. S/n nem podia acreditar que haviam tantas pessoas apenas para ver um casal em um momento tão intimo. Taehyung fechou a porta e respirou fundo. Os representantes ficaram ao lado da cama, enquanto o rei deitava na cama com a esposa que continuava olhando para frente sem querer encarar uma pessoa ali.

- o que fazemos agora? – Taehyung não sabia o que fazer, ate porque nunca lhe disseram o que acontecia dentro de quatro paredes.

- podem começar. – o padre falou.

Taehyung olhou para S/n que só ficou olhando para o nada, ele respirou fundo e se colocou em cima dela. S/n ficou tão constrangida quando tudo de fato começou que nem para o rei ela queria olhar, a moça só virou o rosto para o lado oposto e deixou as lágrimas cair. Taehyung não conseguiria daquele jeito, então tentou no mínimo ser carinhoso, mas era obvio que o corpo dela recusaria, e aquilo machucava. O rei não podia nem ao menos ir mais rápido, não era permitido fazer movimentos rápidos porque se não você estaria se entregando a carne e isso era pecado. Taehyung tentou lembrar da primeira noite do casal, quando S/n estava realmente gostando do momento, era tão diferente do agora. Mas era difícil, porque S/n estava fungando tentando controlar o choro bem no ouvido dele. Em um péssimo momento a garota resolveu virar o rosto e para sua infelicidade ela viu um relevo diferente no padre, a vontade dela foi de vomitar bem ali, Taehyung apenas pegou o rosto dela e virou para ele.

- está tudo bem, está tudo bem. – ele falou baixo apenas para eles ouvirem, mas a moça não aguentava mais segurar o choro e apenas negou com o rosto, foi quando Taehyung percebeu que já havia passado a hora de parar.

Ele desceu a mão pelo corpo dela e aquele foi o único momento em quem ele gemeu. Taehyung ficou mais alguns segundos parado e finalmente saiu de cima da esposa. Ele sabia que S/n não conseguiria se mexer por estar assustada, então ele terminou de se vestir e a fez levantar ficando abraçado com ela. S/n escorou a cabeça no ombro dele e ficou chorando baixinho. O padre fez um movimento com a cabeça e as criadas tiraram a coberta que cobria o lençol, e para surpresa de todos, estava mais manchado do que o esperado. Taehyung estranhou e olhou para as pernas da esposa e elas estavam sujas de sangue, o desespero surgiu quando ele notou que realmente machucou ela.

- rum, surpreendente uma pessoa do seu tipo ser pura. – o padre falou com descaso.

- saia. – Taehyung ficou com tanta raiva.

- majestade, nós ainda tem- - o padre já ia falando.

- já viram o que tinham para ver, não tinham? Agora saiam! – ele levantou a voz para representantes da igreja.

Todos se entre olharam mas S/n ficou tremendo nos braços do marido, ela poderia ficar com raiva e querer acabar com tudo ali, mas estava tão claro que Taehyung também não queria aquilo. S/n podia sentir que ele estava fazendo aquilo por obrigação, e agradeceu aos deuses por aquela não ter sido a primeira vez deles de fato, seria muito traumatizante. Os representantes respiraram fundo e saíram batendo pé. Assim que a porta foi fechada, S/n saiu correndo para o banheiro e começou a vomitar. Taehyung foi atrás mas a moça só queria ficar sozinha.

- me desculpe, eu não queria te machucar. – ele estava desesperado.

- me deixa sozinha, por favor. Estou morrendo de vergonha e de dor. – ela falou em prantos mas arregalou os olhos quando viu a mão do rapaz sangrando – Taehyung, onde machucou assim?

- eu não podia deixar que eles desconfiassem. – comentou – eu cortei a mão na adaga para manchar o lençol.

S/n ficou tão comovida com aquilo, o corte foi significativo e com certeza estava doendo, mas ele estava mais preocupado com a dor da esposa. A mesma o abraçou apertado e agradeceu por ter alguém tão incrível ao seu lado.

- deixa eu tentar te dar um pouco de prazer? Eu sei que posso fazer certo dessa vez. – ele falou muxuxu.

- desculpa, acho que não vou conseguir. Estou muito constrangida e com dor. Vamos deixar para outro dia, pode ser? – ela falou educada para não chateá-lo.

- tudo bem, eu entendo. – concordou – quer tomar um banho? Posso preparar para você.

- vamos banhar juntos, assim podemos aproveitar um pouco. – ela sorriu depois de tanto chorar.

Taehyung concordou. O casal tomou um banho quente, S/n cuidou da mão do marido e Taehyung do psicológico da esposa. No fim das contas ate que tiveram alguns momentos mais quentes na banheira, mas por respeito a S/n e ao fato dela estar com dor, Taehyung não chegou a entrar nela. Mas realmente aconteceram coisas que os fizeram esquecer a situação que passaram.

[...]

3 anos depois

Era inegável que ninguém acreditava que um casal tão jovem faria Áspia crescer, mas enquanto a coroa estava na cabeça de S/n e Taehyung tudo dava certo. Esse período em que eles governaram ficaram conhecidos por “reinado do sol”, já que a violência diminuiu, a economia só cresceu, o exercito fortaleceu, a desigualdade era quase igual a zero e Áspia só aumentou. Mas com o crescimento de Áspia, as guerras cresceram também. O coração da moça doía ao ver o esposo dar um último beijo e sair pela porta com um exercito, eram dias sem dormir, sem ter certeza se o marido voltaria, sem comer ou pensar direito. Quando o rei finalmente voltava, era sempre um sentimento diferente, as vezes ele voltava intacto mas as vezes ferido, já aconteceu dele quase perder uma parte do corpo mas Namjoon conseguiu ajudar a tempo, era aterrorizante. Mesmo depois de anos de casamento, S/n não engravidou. Não era por falta de tentar, Taehyung ainda insistia na ideia de ter filhos e todos a sua volta também cobravam a rainha, apenas Jimin sabia o verdadeiro motivo depois da irmã confessar após de uma crise porque Taehyung não parava de pedir, logo, ele era o único que não cobrava. Tinha épocas que o rei realmente insistia muito, nesses períodos S/n optava por leva-lo para fora dos muros para que ele pudesse passar um tempo com Sara, sim, a filha de Namjoon e Irene nasceu e garças a tudo que é sagrado Irene não deixou o marido dar nome de deuses para a filha, e sim, eles casaram. Esse era um dia em que o casal estava fora dos muros e S/n estava encostada na casa observando o esposo brincar com a pequena Sara no campo aberto.

- ele realmente gosta dela, não é?! – Namjoon falou observando a filha e o primo brincando.

- Taehyung é um bobo por crianças, acho que ele gostaria de qualquer uma. – S/n riu.

- ele seria um ótimo pai. – comentou.

- com certeza. – respondeu mas já sabia o que viria depois.

- por isso você deveria engravidar. – o primo falou como se não quisesse nada.

- já disse que estamos planejando. – ela falou cansada daquilo.

- você diz isso a três anos. – arqueou as sobrancelhas.

- se sabe a resposta então não deveria perguntar. – bufou.

- S/n, qual é o seu problema? Está sempre fugindo disso, você tem que entender que todo reino precisa de um herdeiro. Entendo que vocês governam muito bem mas um dia terão que partir como todo mundo. – Namjoon se virou para ela.

- eu sei disso, sou obrigada a ouvir essa mesma coisa todos os dias. Mas o que posso fazer? Nós estamos tentando sempre que temos um tempo para relaxar, mas não da certo. Não posso simplesmente enfiar um filho na minha barriga! – ela falou cansada.

- acho que não estão tentando o suficiente. – Namjoon arqueou uma sobrancelha.

- pelo menos duas vezes por semana, é o suficiente para você? – S/n cruzou os braços.

O primo respirou fundo e negou com o rosto.

- me desculpe estar te pressionando, mas eu acho que Taehyung merece. – ele falou.

- pare de falar como se a culpa fosse minha. – ela desviou o olhar.

- você conhece bem seu corpo, sabe quando entra no período fértil, não sabe?! Está aqui fora para saciar a vontade dele de ser pai exatamente porque sabe que se ficarem lá dentro no seu período fértil ele vai insistir para tentarem mais uma vez e você irá engravidar. Eu só não entendo porque está fugindo. – o mesmo falou mais calmo.

O que Namjoon falou realmente era verdade, S/n tinha noção de quando estava no período fértil e que se fizessem sexo nesse período então ela engravidaria, por isso eles iam visitar Namjoon e Irene. E quando não conseguiam visita-los, S/n quase fugia do marido e ia ficar com o irmão e Jungkook – que a propósito estão morando juntos já faz quase um ano – ela só não quer correr o risco.

- você não entenderia, tenho problemas diferentes dos seus. – ela negou com o rosto.

- e porque os seus problemas atingem seu relacionamento? Do que está com medo afinal? – Namjoon questionou.

S/n não queria falar sobre aquilo, ele não podia saber, apenas ficou calada vendo o marido girar a priminha no ar enquanto ela ria. A tarde ficou naquilo, o casal cuidou da Sara e brincou o tempo todo, os olhos do rei brilhavam a cada movimento da menina. Já era fim de tarde quando resolveram voltar para casa, S/n quis jantar na casa do irmão e aproveitar para conversar um pouco. Os dois estavam sentados nos fundos da casa enquanto Taehyung conversava com Jungkook.

- eu estou com medo da guerra estar próxima. – confessou.

- mas se viver com medo dessa guerra então de fato nunca terão filhos. S/n, se você não quer ser mãe então deveria ser honesta com seu marido. – aconselhou.

- é claro que quero ter filhos, mas e se eu engravidar e essa guerra chegar? Taehyung já tem ido para muitas guerras, eu nunca posso ter certeza se ele vai voltar. – os olhos dela marejaram – eu tenho medo de perde-lo.

- entendo seu desespero, já aconteceu do Jungkook ter que ir a uma guerra e eu ficar. Para o meu azar, se eu tenho que ficar é porque a guerra é grande então a chance de perde-lo é ainda maior. – confessou – mas eu sempre tenho esperanças de vê-lo de novo, isso que me da animo para levantar em dias ao perceber que ele não esta do meu lado na cama.

- é estranho ouvir você dizer sobre acordar na mesma cama que ele, até alguns anos atrás você não o deixava nem te abraçar. – S/n limpou as lágrimas e sorriu.

- as coisas mudam. – Jimin sorriu – mas voltando ao assunto, acho que você deveria arriscar, Taehyung quer muito isso e ele já está esperando a três anos.

S/n pensou um pouco, realmente não adiantava viver com medo se ela nem se quer sabia se essa guerra realmente iria acontecer. Seria deprimente se ela não acontecesse e S/n percebesse isso tarde de mais. Os garotos chegaram e sentaram ao lado de seu devido parceiro.

- Jimin, o que você fez para minha moça estar chorando? – Taehyung perguntou ao olhar nos olhos dela.

- ‘joguei a real. – falou informal.

- você me faz sentir vergonha as vezes. – Jeon comentou.

- para disso, você me ama. – Jimin deu um empurrãozinho nele.

- amo mesmo. – Jungkook o abraçou e deu um selar nele.

S/n e Taehyung já estavam acostumados com cenas assim, a primeira vez que Taehyung viu ele ficou um pouco assustado, mas logo acostumou. Desde que haviam se casado algumas pessoas puderam se expressar melhor, Jimin e Jeon não ficavam de casal na frente de todos, mas as pessoas já não estranhavam tanto o fato de dois homens morarem juntos.

- acho que devemos ir, está ficando tarde. – S/n falou.

- fiquem mais um pouco, é sempre bom receber a visita da realeza. – Jungkook falou em um tom de brincadeira.

- Jimin é meu irmão, então se você for parar para pensar ele é da realeza, já que se tornou um príncipe. – S/n deu de ombro.

- e que príncipe. – o mais novo comentou apaixonado.

Jimin sorriu e empurrou o parceiro, começaram mais uma das suas brincadeiras de homem e a moça revirou os olhos. Eles ficaram mais um pouco e finalmente foram embora, durante todo o caminho S/n ficou pensando no que Namjoon e Jimin disse, em arriscar, nunca se sabe o dia de amanhã. Chegaram no castelo e tomaram um banho, agora era bem mais calmo, já que Seokjin foi embora naquele dia antes mesmo de todos acordarem e Jennie se casou, agora morava em outro reino. A garota terminou seu banho e vestiu suas roupas de dormir, ela estava um pouco nervosa. A moça se deitou na cama e recebeu um beijo de boa noite do marido, mas antes dele se afastar ela o segurou e insistiu no beijo. Taehyung demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, mas quando S/n sentou no colo dele, o mesmo entendeu. A noite foi longa para eles, e foi muito boa. Mas o dia amanheceu e eles estavam sentados no trono resolvendo problemas, até que Jungkook apareceu na sala e pediu para que todos saíssem.

- majestade. – ele se curvou – tenho uma mensagem para vocês.

- o que Jimin aprontou agora? – S/n passou a mão no rosto.

- não é isso. – ele falou.

- então o que aconteceu? – Taehyung quis saber.

- vou ser direto, Merxa declarou guerra contra nós. Informaram que daqui a duas semanas vão começar a marchar contra Áspia. – informou.

S/n faltou cair do trono, não podia acreditar no que estava ouvindo. Merxa era o maior exercito do continente, aquelas visões sobre a guerra... só podia ser essa.



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