História "In Your Arms" - "Invasão"

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Finalmente havíamos conseguido uma pausa da faculdade, seria de apenas uma semana para a maioria dos alunos, mas para mim e Kageyama seria de duas semanas, quatorze dias de férias, tudo graças ao cio do mais velho que decidiu chegar, hoje era o primeiro dia dessas pequenas férias e eu estava animado, um pouco assustado também pelo cio que se aproximava, mas tentava não pensar muito sobre isso, o único plano do meu namorado era descansar durante todos os dias possíveis, mesmo que eu não estivesse disposto a sair de casa pretendia fazer com que o alfa fizesse coisas comigo.

Agora são quase uma hora da tarde, nós nos separamos quando acordamos para que cada um arrumasse sua própria bagunça, depois que arrumamos nossos quartos separadamente, nos reunimos para arrumar o resto do apartamento, enquanto eu terminava de estender nossas roupas no pequeno varal, Tobio estava cozinhando, normalmente ele não cozinha, na verdade ele é bem preguiçoso nesse quesito, mas hoje ele decidiu fazer nosso almoço e eu estou particularmente ansioso para poder comer.

– Acabei de terminar de estender as roupas, como está nosso almoço?- Pergunto ao entrar na cozinha, Tobio estava lavando algumas vasilhas e sorriu para mim antes de colocar um prato para secar.- O cheiro está ótimo, o que você fez?- Pergunto novamente, dessa vez ficando pertinho do moreno.

– Acabei de fazer o arroz e estou fazendo carne assada com batatas e molho, pode demorar um pouco para ficar pronto.- O alfa se aproxima, ficando a centímetros de mim, suas mãos seguram minha cintura.

– Você quase nunca cozinha, estou impressionado.- Sussurro levado minhas mãos aos seus ombros.

– Eu não gosto de cozinhar, mas isso não quer dizer que eu não saiba fazer alguma coisa.- Resmunga antes de me roubar um beijinho rápido.

– Vou fingir que acredito.- Falo calmo o vendo revirar os olhos.- Já terminamos toda a faxina, o que quer fazer depois do almoço?- Pergunto lhe dando um beijinho na bochecha.

– Jogar?- Ele dá a opção me fazendo revirar os olhos.- Tudo bem, o que você quer fazer?- Ele pergunta curioso.

– Eu não sei.- Suspiro.- Mas vou pensar em algo.- Falo calmo, eu fecho meus olhos ao sentir o alfa beijar minha testa, tão carinhoso.

– É impressão minha ou você está cada vez mais manhoso?- O alfa sussurra pertinho ao meu ouvido, me fazendo arrepiar. 

– O seu cio também me afeta, você fica cada vez mais tenso, enquanto eu estou ficando carente.- O respondo sentindo beijinhos em meu pescoço.- Se continuar assim nós vamos pular o almoço.- Falo calmo o escutando rir.

– Você é um pervertido.- Ele resmunga se afastando.

– Era você que estava me seduzindo querido.- O respondo, seguindo até o banco para me sentar.- Você usa truques baixos Tobio.- Comento o encarando, um sorriso de cafajeste surge em seu rosto.

– A culpa não é minha se você caí todas vezes.- O alfa ri, me fazendo resmungar um palavrão, ele não estava errado, mas eu ainda não queria ouvir a verdade, não tão cedo.

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Havíamos almoçado há algum tempo e por Deus, Kageyama cozinha incrivelmente bem para alguém que detesta cozinhar, é claro que assim que o elogiei a primeira vez, seu ego inflou e ele começou a se gabar, ele ficou insuportável por alguns bons minutos e depois apenas riu quando o xinguei, como eu estava bem cansado, apenas o ajudei com a bagunça antes de ir tomar um banho, enquanto me lavava, começou a chover, uma chuva fraquinha, mas que deixou o clima ainda mais frio, assim que saí do banho, me vesti com uma roupa quentinha e segui para o quarto de Tobio, meu namorado infelizmente não estava ali.

Mesmo assim tive a ideia de arrumar a cama, arrumei alguns travesseiros sobre o colchão, desdobrei as cobertas, as deixando bem espalhadas, em seguida saí do quarto, caminhei até a sala, encontrando o meu alfa jogado no sofá, Tobio está com seus braços em cima dos olhos, devagar eu me aproximei, me sentei ao seu lado atraindo seu olhar, meu rosto se aproximou do dele, e eu lhe dei um beijo demorado na bochecha o fazendo sorrir.

– O que foi? Está passando mal?- Pergunto baixinho, o alfa nega suspirando.

– Estou sentindo o cansaço acabando comigo.- O alfa sussurra sua voz arrastada.- Quanto mais perto do meu cio, mais cansado eu fico, é insuportável.- O alfa reclama calmo.  

– Quando disse que você estava ficando tenso não estava brincando.- Falo calmo, minhas mãos tocam seus ombros.- Que tal se formos para o quarto, eu te faço uma massagem e a gente aproveita essa chuvinha gostosa para ficar na cama.

– É uma proposta tentadora.- O lúpus responde calmo, me fazendo sorrir.- Vamos?- O moreno se levanta e eu começo a segui-lo.

Antes de entrar no quarto do moreno, sigo para o meu, buscando em meio as minhas coisas um óleo corporal, assim que pego o pequeno frasco sigo para o quarto do alfa, no caminho chamo Shiki para entrar antes de fechar a porta, o cachorro começou a brincar com uma pelúcia em cima de sua caminha, enquanto Tobio me esperava sentado na cama, eu me aproximei do moreno, afastando a coberta de nós dois.

– Tira a camisa, esse óleo vai te ajudar a relaxar.- O lúpus me obedece em silêncio.

O alfa coloca a camisa de lado e pegando um travesseiro se deita confortavelmente, devagar eu pingo um pouco do óleo em suas costas, começando a espalhar o mesmo por todo o seu tronco, devagar começo a massagear os pontos mais tensos, sentindo sua pele contra os meus dedos, o moreno suspirava baixinho relaxando cada vez mais com meu toque, para ajuda-lo ainda mais deixo que meu cheiro se alastre pelo quarto, devagar Tobio vira seu rosto para minha direção, seus olhos azuis brilhando levemente em dourado, o que me faz aproximar lhe dando um beijinho na testa. 

– O que foi?- Pergunto baixinho, vendo o moreno respirar fundo.

– Seu cheiro é delicioso.- O moreno fala baixinho o que me faz ficar vermelho.

– Antes você dizia que meu cheiro era irritante.- Comento um pouco ressentido.  

– Era mentira, seu cheiro sempre foi o meu favorito.- Ele confessa com um sorrisinho relaxado em seu rosto.

– Gostei de saber disso.- Falo calmo.- Sabe, quando você vai me chamar de amor?- Pergunto ainda o massageando.

– Eu não sabia que você queria ser chamado assim, todo fofinho.- O alfa ri e eu suspiro.

– Eu quero direitos iguais.- Resmungo o fazendo rir.

– Que tal se eu te chamar de bebê? Você só resmunga, faz bico pra tudo e ainda quer ser mimado e receber carinho a todo instante.- O alfa se levanta, se sentando.- Obrigado pela massagem, estou me sentindo melhor.- O alfa agradece colocando a camisa.

– De nada e eu não sou um bebê.- Resmungo colocando o óleo sobre o móvel ao lado da cama.

– E esse bico no seu rosto é sinal do que?- O alfa fala calmo, e eu desfaço o bico que nem percebi ter feito.

– Amor.- O chamo manhoso, o alfa apenas se deita na cama, me chamando para os seus braços.- Idiota.- Resmungo.

– Vem logo.- Ele me chama e eu logo me deito sendo abraçado por ele, ficamos em silêncio por um tempo, até que o alfa começasse a fazer carinho em meus cabelos junto a sua respiração quente em meu ouvido me deu sono, e quando percebi estava entregue ao mesmo.

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Eu não fazia ideia de que horas eram, mas eu não queria sair de onde estava, a campainha do apartamento tocava insanamente, eu estava tentado a ignora-la por bastante tempo, pois estava muito confortável nos braços do meu alfa, o toque irritante continuou por bastante tempo o que também acordou Kageyama, mas nenhum dos dois se moveu, até Shiki começar a uivar incomodado com toda a bagunça, eu comecei a me remexer sobre o colchão sentindo Tobio me apertar em seus braços.

– Tobio, levanta e vai atender.- Peço baixinho, colocando meu rosto em seu pescoço.

– Vai você.- O alfa sussurra cansado. 

– Eu tô com sono.- Resmungo e o alfa apenas respira pesado.

– Vai logo.- Ele fala mais alto e eu acabo me levantando, não acreditava que ele havia levantado o tom de voz comigo.- Depois eu te recompenso.- O lúpus fala mais baixo.

– É bom mesmo.- Resmungo irritado, retiro a coberta de cima do meu corpo e começo a sair do quarto sendo seguido por Shiki, assim que abro a porta me surpreendo ao ver meus pais e meus irmãos ali.

– Eu disse que ele estava dormindo, olha essa cara amassada.- Papai Hayato passa por mim com uma bolsa em mãos.

– Oi para você também papai.- Resmungo dando passagem para os demais, assim que todos entram eu fecho a porta.- O que vieram fazer aqui?- Questiono calmo, me jogando no sofá ao lado dos meus irmãos.

– Se você não estivesse dormindo saberia.- Meu pai alfa responde calmo.- E onde está o seu namorado?- Pergunta curioso.

– Provavelmente ele está levantando para vir.- Resmungo, é claro que Tobio levantaria ao escutar a voz dos meus pais.

– Boa tarde.- Dito e feito, Tobio aparece no corredor ajeitando suas roupas, seu rosto tão amassado quanto o meu.

– Agora que os dois estão presentes podemos conversar.- Papai Hayato se senta ao lado do esposo com um sorriso no rosto.

– Aconteceu alguma coisa?- Pergunto ficando preocupado, Tobio se apróxima ficando atrás de mim apoiado com os cotovelos no sofá.

– Não aconteceu ainda querido, mas com toda certeza vai.- Meu pai Akira fala suspirando.- Sua avó ligou hoje, parece que a notícia de que você foi marcado finalmente chegou para ela.

– Nós tentamos esconder por um tempo, mas então ela nos ligou dizendo que viu uma publicação no seu Instagram e agora queria conhecer o parceiro do neto.- Papai responde suspirando.

– Isso quer dizer que?- Pergunto calmo.

– Vamos fazer uma viagem em família pelo visto.- Meu pai Akira responde calmo.

– Mas assim do nada? Não tem como papai.- Balanço a cabeça em negação.- E vocês sabem como a vovó é, vamos chegar dizendo que queremos ficar dois dias ela vai pedir que fiquemos por um mês.

– E quando seria essa viagem?- Tobio pergunta tentando amenizar a situação.

– Já que você perguntou.- Papai Hayato suspira cansado.- Vai ser hoje, então vão arrumar suas malas garotos, serão três dias incríveis.- O mais velho força um sorriso.

– Você está mesmo bem com isso?- Pergunto para o alfa que sorria levemente, estava preocupado com o que poderia nos acontecer.

– Você ficou bem quando minha mãe apareceu do nada nos obrigando a ir viajar, é o mínimo que posso fazer.- O alfa fala calmo.- E são só três dias Hinata, o que pode dar de errado?- Ele pergunta ainda sorrindo.

– Se prepare então, minha família não é nem um pouco parecida com a sua.- Falo ao me levantar.

– Estou pronto, afinal tenho você como ômega.- O alfa fala brincalhão o que me faz rir incrédulo.

– Idiota vai logo arrumar suas coisas!- Grito o fazendo rir e começar a caminhar em direção ao quarto.

– As coisas estão indo tão bem assim?- Papai me pergunta com um sorrisinho no rosto.

– Acho que já podemos começar a preparar o casamento.- Meu pai responde calmo me fazendo ficar vermelho.

– Não falem de mim como se eu não estivesse aqui.- Reclamo.- Vocês dois são impossíveis.- Falo sincero os vendo rir, eu não via problema em visitar meus avós, afinal os amava muito, o único problema é que conhecendo eles como eu conheço, tenho certeza de que vou passar tanta vergonha que vai sobrar até para o meu namorado, talvez essa viagem seja demais para mim...

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