História In Your Eyes - Esclarecendo algumas coisas

Acordei bem cedo. Para falar a verdade mal dormi durante a noite. Afinal, o que os Berserkers iriam querer com uma ilha do outro lado do continente? Com certeza tem alguma coisa errada aí. 

Me levantei, fiz minha higiene matinal e fui para meus afazeres de líder.

Ajudei a cosertar os estábulos - coisa que fazia quase toda semana - , reconstruí a casa do padeiro acidentalmente incendiada por um gronckle e fiz o relatório geral da aldeia.Passei em casa e comi apenas um pedaço de bacalhau - que não estava lá grandes coisas - o mais rápido que consegui.

Acabei de fazer o qje queria e fui chamar meu dragão.

 - Banguela! Cadê aquele dragão folgado?! BANGUELAA!!! - e então fiz algo que não deveria ter feito. Ao pronunciar as simples palavras "réptil inútil", fui derrubado por uma cauda de fúria da noite, tal qual ficou rindo da minha cara. - Haha, muito engraçado. Vamos logo antes que certa loira arranque meu pescoço.



Astrid já nos esperava sentada, olhando para o horizonte. Parecia distraída, mas a verdade é que ela estava mais atenta que eu.Me sentei ao seu lado e passei as mãos por meus cabelos, bagunçado-os um pouco mais.

- Está atrasado - disse ela sem tirar os olhos do horizonte - Sua pontualidade passa longe.

- Desculpe. - pedi, mexendo na ponta de sua trança - se não fosse por um dragão irritante que eu conheço nós já estariamos aqui a tempos.

Uma pedrinha foi direcionada à minha cabeça e a loira soltou um micro-sorriso. 

- O que foi? Quer contar algo? Desabafar comigo? - interroguei e Astrid soltou um longo suspiro - foi algo que eu fiz? Olha me desculpa, amor. Não foi minha...

- Não. Não tem nada a ver com você. - ela me interrompeu. É só... acho que chegou a hora de contar a verdade.

 Comecei a ficar inquieto. O problema é que Asty e eu nunca - repito - NUNCA escondemos nada um do outro. Então se ela tinha algum segredo...

- Eu não estou gostando muito do tom de seriedade par o qual essa conversa está rumando...

- A questão é que mais cedo ou mais tarde eu iria ter que te contar...

- Asty...

- ... Minha tia pediu para guardar segredo, mas...

- Astrid. 

- ... Com tudo isso acontecendo eu não conseguiria esconder por muito tempo..

.- ASTRID! 

- O QUE?

-Pelo amor dos deuses, vá direto ao ponto antes que eu morra ds aflição! A moça suspirou.

- Você nunca ouviu falar de Cretória, certo?

- Acredito que não. 

- Não me admira. Seu pai não era a pessoa mais comunicativa do mundo, e tirando ele ninguém mais sabia. Acho que foi um dos fatores determinantes para Stoico me ter como como filha.

Falar do meu pai me fez entristecer um pouco. Apesar de parecer forte para todos, eu ainda não havia superado muito bem, e as vezes nem conseguia dormir a noite.

- Prossiga - pedi em um fio de voz.

- A muito tempo, houve uma guerra em Cretória. Provavelmente a maior que a ilha já presenciou. Mas vamos aos fatos desde o início.

 "Ocorreu uma uma seleção para conseguir uma noiva para o príncipe Augustus. Algumas ladys foram escolhidas, e entre elas, umadas filhas de um soldado do rei, Catrina. Ela possuia uma beleza pura e divina, seus cabelos loiros e oolhos verde mar transbordavam carinho e alegria. Mas dentro de toda aquela pureza, havia um temperamemto foret, uma teimosia aflorada e um brilho sapeca na alma.

Quando o azul do olhos do principe se encontraram com o verde de moça, foi amor a primeira vista. Eles se casaram e tiveram uma filha, uma menina, idêntica a mãe, mas com os olhos azuis elétricos do pai. O reino todo entrou em festa, e rei e rainha estavam mais felizes que nunca.

Mas havia alguem que não estava nada feliz com isso. Athos, irmão de Augustus, além de manter uma paixão secreta por Catrina, queria o trono para si.

Quando a garotinha completou 4 aninhos, logo após a festa de aniversário, Athos matou o irmão brutalmente, a sangue frio. Foi até Catrina e se declarou, porem, a rainha com seu temperamento forte, rejeitou-o na mesna hora. O homem, irritado, matou a mulher com uma adaga na barriga, sendo que algum tempo depois se descobriu que ela estava gravida, e tomou o reino.O povo não se agradou muito e tentou destroná-lo, mas o traidor já havia conseguido aliados e confrontou ao poucos soldados que se rebelaram. E daí a guerra começou, pessoas sendo massacradas, casas sendo destruidas, o povo sendo escravisado... o reino virou um verdadeiro caos.Quando o monstro tentou matar a princesinha, a irmã de Catrina, Irina..."

- Irina? - interrompi. A esse ponto Astrid já estava com os olhos marejados - mas Irina não era sua...

- ... Irina resgatou a garota e com a ajuda de alguns soldados partiu para outra ilha, uma ilha distante, onde a princesa estaria segura.

"A mulher continuava fazendo viagens secretas para Cretória, porem não contou a ninguém onde a princesa estava. Em uma dessas viagens ela foi pega por um dos guardas, torturada e morta.

E então a princesa ficou sozinha, sem reino, sem família. Agora que ela atingiu idade suficiente, ela precisa voltar às suas origens... e lutar pelo seu reino.

"Eu já não tinha voz para falar nada. Meus deuses, isso não está acontecendo.

- Astrid... v-você é...

Ela soltou um suspiro profundo. 

- Eu sou a princesa de Cretória. 

Um silêncio se instalou entre nós, sendo quebrado apenas pelos soluços de choro de Astrid. Eu a abracei ternamente e fiquei passando as mãos em seus cabelos, na intenção de consolá-la em silêncio. 

-E-eu não podia ter contado antes, quanto mais gente soubesse mais risco eu correria. E-eu fui fraca, não tive a capacidade de confiar em quem confiou em mim... menti para todos que eu amava.

- Ei, calma. Foi para seu proprio bem. Para sua segurança.

- A-agora todos vão saber, me chamar de traidora, m-mas não sei se vou ser forte como era para aguentar... Eu segurei seu rosto com as duas mãos e a fiz olhar em meus olhos.

- Astrid, me escuta. Depois de meu pai você é a pessoa mais forte que já conheci em toda minha vida. Eu sempre soube que você era uma princesa, uma princesa por dentro... e agora por fora. E eu te garanto que qualquer um que falar de você vai ter que se ver comigo.

Ela me abraçou.

- Obrigada - disse enxugando as lágrimas - mas vamos parar de drama... Afinal, essa não sou eu. - ela soltou um sorriso fraco.- agora precisamos tomar atitudes.

- Uma guerra está se aproximando. Suspirei. - É hora de me tornar um líder.