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História In Your Eyes (EraserMic) - Dois...


Escrita por: lizzyangelis

Notas do Autor


Bom dia! Preparados para mais um capítulo?
Espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 2 - Dois...


Passei a semana seguinte evitando ao máximo encontrar com Hizashi. Permanecia o mínimo possível na sala dos professores e procurava estar sempre na companhia de alguém, fosse aluno ou colega de profissão. E nunca me senti tão aliviado com o fim da semana, finalmente poderia me trancar em casa e relaxar um pouco. Ou foi o que pensei, antes de ser obrigado a encarar os olhos de íris vermelhas de Hizashi, que estava encostado na porta do motorista do meu carro.

—Eu preciso falar com você. – Sua expressão estava séria como nunca havia visto antes. Eu definitivamente não queria conversar com ele, só queria ir para casa e pensar no que devia fazer.

—E eu já disse que tudo o que aconteceu ficou no passado, Yamada. Você seguiu a sua vida, assim como eu segui a minha, não há nada que você tenha que explicar. – Lhe dei as costas, talvez estivesse fazendo papel de ridículo, mas considerei muito entrar no carro pela porta do passageiro, porém, fui impedido. Hizashi segurou meu pulso, me fazendo encará-lo outra vez.

—Se fosse mesmo isso, não estaria me evitando a semana inteira. Vamos lá, Shouta! Você não precisa me perdoar nem nada, só precisa me ouvir. – Ele me encarou com seu olhar cheio de dor. Eu não pretendia ceder, mas não podia negar que aquilo mexeu comigo.

—Ei! Solta o meu pai! – Olhei para o lado e vi Hitoshi correr em nossa direção e puxar o braço de Hizashi para longe de mim.

—Seu... pai?!

—Vamos para casa Hitoshi. – Finalmente o loiro saiu da frente, perplexo com a informação que para ele devia ser nova. Entrei no carro e o meu filho fez o mesmo, deixando para trás um Hizashi completamente perdido.

—Quem era aquele cara?! O que ele queria com o senhor?

—É o novo professor de inglês da escola. E eu prefiro não saber o que ele queria comigo. – Respondi sem deixar margens para que ele continuasse com as perguntas.

Chegando em casa Hitoshi foi direto para o quarto enquanto eu fui preparar o jantar. Eu mexia o arroz frito quase pronto na frigideira e meus pensamentos viajavam para longe.

Talvez eu devesse dar uma chance para Yamada? Não, nem pensar! Eu sabia que se lhe desse ouvidos, iria apenas sofrer mais. Foram vinte anos de distância, nem um e-mail respondido, nenhuma ligação atendida. Já havia derramado lágrimas de mais por ele no passado, não precisava passar por isso de novo. Meu peito doía cheio de sentimentos conflitantes e lembranças, felizes e dolorosas. Respirei fundo, mentalizando o rosto de Emi em minha mente, com aquele enorme sorriso que no começo apenas me irritava, mas que me ajudou a sair do poço onde Yamada Hizashi havia me jogado.

Retirei a panela do fogo, colocando o arroz em uma travessa e ouvi meu celular tocar. O nome de Nemuri piscava na tela junto com sua foto dormindo de boca aberta, que eu havia tirado em um momento de descuido da morena. Adorava irritá-la com aquilo, mas receber uma ligação sua só podia significar uma coisa.

Estou chegando com a cerveja, é melhor ter algo para comer nessa sua geladeira vazia! – Ela não esperou nem que eu atendesse para falar e muito menos que eu a respondesse para desligar. Odiava quando ela fazia isso, mas não podia negar que gostava de sua companhia. Nemuri era a única pessoa da época de escola com quem eu ainda mantinha contado, alguém que acompanhou de perto tudo o que passei. E era amiga de Hizashi também, eu sabia que aquela visita não era uma mera casualidade.

Hitoshi desceu com a cara enfiada no celular novamente, aquilo começava a me irritar de verdade, mas precisava ter paciência. Sabia que parte daquela irritação não era culpa dele e sim da minha própria frustração.

—O jantar está pronto. Nemuri está vindo também. – Ele finalmente tirou os olhos do celular, sorrindo.

—Posso comer no meu quarto então? – Fiz que sim com a cabeça, derrotado. Era até melhor daquela forma, Nemuri costumava ficar bêbada rápido e sem filtro, falava muita besteira que era melhor não deixar meu filho ouvir.

Não demorou para que a morena aparecesse, carregando duas sacolas de mercado com bebidas, provavelmente planejava passar a noite ali. Eu já havia me acostumado, sempre que ela aparecia, bebia até passar mal e depois dormia feito uma pedra, sem se preocupar em estar invadindo minha privacidade ou com qualquer boato que os outros espalhassem. Muitos até mesmo achavam que tínhamos um relacionamento, mas não passava de uma amizade fiel.

—Eu estive com o Mic. – Ela falou, sem rodeios, abrindo a primeira cerveja e atacando o arroz. A sinceridade e capacidade de ser direta era uma das coisas que eu mais admirava na morena, detestava quando a pessoa dava voltas para chegar em um assunto. – Ele voltou para o Japão e me disse que estão trabalhando juntos. Por que não me contou?

—Por que isso não é importante. Ele não representa mais nada na minha vida.

—Sei. Ele me disse que você têm evitado falar com ele e me pediu para interceder. Ele quer uma chance de se explicar.

—Vamos lá, Nemuri, você nunca foi disso. E você sabe melhor do que ninguém o que aconteceu comigo quando ele foi embora.

—Sim, por isso mesmo eu vim aqui. – Ela olhou em meus olhos, suas íris azuis brilhando em preocupação. – Eu amo você, Shouta, assim como amo o Mic também, vocês são meus preciosos amigos. Eu vi seu sofrimento de perto, mas o Hizashi também passou uma barra lá. Não vim aqui tentar te convencer nem nada, não quero ver nenhum dos dois sofrendo, mas acho que talvez, se der uma chance, as coisas podem se esclarecer.

—Você já está bêbada, não é? – Desviei de seu olhar, balançando a primeira latinha vazia. Suas bochechas já estavam coradas e mesmo assim ela continuou me encarando séria. – Eu vou pensar no assunto, mas não prometo nada.

Seus lábios se esticaram em um enorme sorriso e ela se jogou em meu pescoço, me abraçando e beijando enquanto eu tentava controlar aquela bêbada maluca.

Eu sabia que era uma má ideia dar ouvidos a ela e ao meu coração. Nada de bom poderia sair disso, mas minha própria cabeça começava a se convencer: Se eu desse uma oportunidade ao Hizashi? Se ele me contasse o que aconteceu de seu ponto de vista, o que poderia acontecer? Talvez eu ficasse com ainda mais raiva dele, talvez eu me magoasse ainda mais. Não tinha como eu saber. Mas talvez eu precisasse daquelas respostas para finalmente dissipar minhas angústias e superar o acontecido.


Notas Finais


E então? Acham que Aizawa deve dar uma nova chance ao seu antigo amor??
Se puderem, deixem aquele comentário maroto
Até o próximo capítulo!


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