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História Inalcançável Você - Estreia


Escrita por: princetri

Notas do Autor


Voltei mais cedo do que pretendia <3

Capítulo 25 - Estreia


Fanfic / Fanfiction Inalcançável Você - Estreia

Lauren POV


 


 Hoje é sexta-feira e é o último dia para terminar o que falta para o projeto, que vai acontecer no Sábado e Domingo, a cada segundo que se passa meu medo de que na prática as coisas não fiquem tão boas quanto no papel só aumenta, meu maior receio é de que ninguém apareça ou pior, aparecer mas não gostar da proposta.


— É aqui que vou me sentar? - Dinah perguntou, se sentando na cadeira que está posicionada no palco do auditório.


— Não, imagina, você vai sentar aqui. - Camila disse debochada, apontando para o próprio assento.


 Camila não está no palco e sim em uma cadeira da primeira fileira do auditório, e eu sentada no chão do palco, aguentando as implicâncias das duas. Desde cedo e no momento já é noite, que Camila ta dando respostas grossa em Dinah, e isso tudo só porque ela não aceitou a ideia dela para que as duas respondam as perguntas ao mesmo tempo, já que são da mesma área, mas Dinah disse que quer “brilhar” sozinha, então ela ficou para participar no Domingo e Camila no sábado. Dinah semicerrou os olhos na direção dela, mas não respondeu nada, ignorou, como vem fazendo ao longo do dia, o que deixa Camila ainda mais irritada, tirou os pés do chão e começou a girar na cadeira, Camila bufou e olhou pra mim, ela quer por fina força que eu obrigue Dinah a fazer com ela.


 Camila saiu de onde estava e veio pra perto de mim, ficando de pé na minha frente.


— Eu não quero fazer só. - Ela me disse triste.


— Por que você não tenta outra pessoa? Não é necessário mais que dois veterinários, mas eu posso encaixar outra pessoa só pra fazer dupla com você. - Tentei negociar com ela.


 Ela olhou pra Dinah, que continua a girar na cadeira, como se nada estivesse acontecendo, a minha vontade é de abraçar ela e apertar, de tão fofa que ela está fazendo birra por causa dessa besteira.


— Eu queria com ela. - Cruzou os braços. 


— Vamos negociar. - Dinah disse e só então eu percebi que ela já estava de pé atrás de mim, e sentou ao meu lado. — Eu participo com sua crush, mas você tem que me deixar participar no Domingo também é pegar ou largar.


 Camila olhou pra mim com expectativa, e o que mais eu poderia fazer além de deixar?


— Então tá resolvido. - Dinah disse e pulou do palco para o chão. — Minha hora já deu, então vou pra casa descansar minha beleza pra amanhã, quer uma carona? - Me perguntou.


— Não precisa, eu deixo ela em casa hoje. - Camila respondeu na minha frente.


 Dinah estreitou os olhos e ficou nos analisando, colocou dois dedos na frente dos olhos e depois apontou pra gente.


— Estou de olho nas duas. - Disse desconfiada antes de se dirigir para saída do auditório.


— Você me disse que vai sair hoje de noite, mudou de ideia? - Perguntei com esperança dela realmente ter feito isso, eu chamei ela pra minha casa, mas ela disse que tem um compromisso.


— Não, mas dá tempo eu deixar você em casa. - Respondeu e eu apenas balancei a cabeça em afirmação. 


 Ainda sentada no palco, me inclinei um pouco pra frente, até conseguir segurar no colarinho da sua blusa e puxei ela pra perto de mim, ficando entre minhas pernas.


— Eu ganho um beijo pelo menos? - Perguntei, roçando meu nariz no dela.


— A gente tá no local de trabalho, pode aparecer al…


 Dei um selinho nela antes dela concluir a fala, e toda vez que ela tentava voltar a falar eu dava outro, ela começou a rir, e segurou meu queixo com uma mão, me impedindo de aproximar novamente.


— ... aparecer alguém e a gente receber reclamação. - Concluiu.


 Fingi concordar pra ela soltar meu rosto, quando ela fez isso, com a ajuda das pernas mantive ela imóvel no mesmo lugar e prendi as suas duas mãos, aproximei nossos rostos, mas não beijei.


— Teimosa. - Ela disse olhando fixamente nos meus olhos.


— O que foi? Não estou beijando você. - Respondi cínica e rocei meus lábios no dela.


— Então beija logo. - Ela disse, se livrou das minhas mãos que ainda prendia as delas, e as posicionou sobre minhas coxas.


— Não quero mais. - Respondi, mas sem parar de roçar nossos lábios.


— Beija! - Tentou arranhar minha perna, mas a calça atrapalhou.


— Beija você. - Mandei e ia me afastar, mas ela prendeu meu lábio inferior entre os dentes, e deslizou com a língua nele, sorri por ela ter perdido e se entregado primeiro, percebendo isso ela me mordeu com mais força, o que me fez gemer de dor.


 Eu pretendia me afastar só pra reclamar, mas ela colocou a língua dentro da minha boca, e minha vontade de reclamar foi pelos ares, agora a única coisa que importa é aproveitar aquele beijo.



*****



 Nunca acordei tão cedo em um sábado como hoje, o meu projeto em si só irá começar a partir das 13 horas, porque como a “entrada” é o passaporte do zoológico, tem que acontecer depois do passeio por ele, mas mesmo assim resolvi chegar cedo aqui. Infelizmente por algum motivo que eu desconheço, Camila hoje chegou em puro estresse, quando passou por mim e por Dinah lançou um “Boa tarde” rápido e foi para o consultório, perguntei a Dinah se elas tinham alguma coisa pra fazer lá hoje, mas ela disse que não, o que já era de se esperar, porque todos que vão participar do projeto foram liberados das suas atividades corriqueiras.


— Falta mais ou menos uma hora pra isso aqui lotar, e se ela desistir? - Perguntei preocupada.


— Não se preocupa, ela só precisa de um tempo, confia em mim, quando ela chega assim o melhor a se fazer é deixar ela no espaço dela, até ela melhorar um pouco e por si só sair do isolamento. - Se ajeitou na cadeira. — E se prepare porque isso acontece com uma certa frequência, basta ela ir pra casa da mãe.


— Foi pra lá que ela foi ontem? - Perguntei.


 Quando ela me deixou em casa na noite anterior, perguntei pra onde ela ia, mas ela não me respondeu.


— Não sei, ontem ela não me falou nada, mas provavelmente sim já que chegou estressada.


 Apenas balancei a cabeça e me levantei.


— Eu preciso ir falar com Nicholas, pra ver se ele está precisando de alguma coisa, você vai ficar aqui?


— Não. - Também se levantou. — Eu vou passar pelo consultório, como quem não quer nada, pra ver se ela adianta o processo de ressocialização.


  Ri um pouco, mas totalmente sem humor.



*****


 Pra minha surpresa o auditório lotou de gente, tem até gente de pé, porque não sobraram assentos. Os primeiros profissionais a falar foram os biólogos e um engenheiro agrícola. De hoje só falta os profissionais da área de nutrição e  medicina veterinária, que no caso é Camila e Dinah e as duas ainda não apareceram.


 Sai da lateral do palco e com um pouco de dificuldade consegui chegar até o lado de fora, puxei meu celular do bolso pra tentar entrar em contato com elas.


— Eu estava mesmo esperando você sair dali, ficar em um lugar mais acessível pra mim. - Ouvi a voz de alguém que tinha acabado de sair do auditório também, me virei pra ver quem é. Alana. — Ainda se lembra de mim? - Perguntou risonha.


— Claro que sim. - Respondi simpática, ela sorriu largo e me abraçou. — Eu não sabia que você estava aqui.


— Você acha que eu ia perder a oportunidade de encontrar você novamente? - Perguntou e mordeu o lábio inferior.


 Tenho certeza que eu estou vermelha como uma tomate.


— Tá gostando? - Perguntei, mudando o rumo da conversa. 


— Adorando, se eu não gostasse tanto de Design pode ter certeza que eu iria trocar de curso, tá maravilhoso isso aqui, muito bem bolado, parabéns mesmo.


— Obrigada. - Sorri agradecida. — Você tem certeza que estuda na mesma universidade que eu estudo? Porque eu tentei te ver por lá, mas a tentativa foi inútil.


 Ela riu alto e pousou a mão no meu braço, ficando mais próxima do que o necessário.


— Engraçado, porque eu vi você a semana inteira.


— Sério?


— Sério, da próxima vez tenta olhar pra última mesa do lado esquerdo da cantina, eu sempre sento lá com meu namorado e amigos.


— Você namora? - Perguntei surpresa.


— Sim, mas é um relacionamento aberto, então… - Deixou a frase no ar.


— Ah, legal, moderno eu diria.


— É sim, mas enfim, você vai sair quando acabar aqui?


— Vai sim amor, ela vai sair pra comemorar com os amigos dela. - Ouvi a voz de Normani e logo em seguida ela me abraçando de lado.


 Normani, Elise, Alex, Dinah e Camila, não sei de onde eles vieram, mas apareceram todos ao mesmo tempo.


— Mas, é claro que você pode ir também. - Alex completou.


 Normani fuzilou ele com olhar, se tem alguém no mundo mais ciumenta do que a Normani eu não conheço. Olhei pra Camila e ela aparenta estar menos estressada, só está séria, mas esse é o normal dela.


— Você se importa se eu for? - Alana me perguntou, ignorando completamente o olhar de Normani.


— Hã… não, quanto mais gente melhor. - Falei, eu poderia recusar?


 Normani beliscou minhas costas e eu tive que me segurar pra não gritar.


— Ótimo, então vamos logo entrar porque meu momento de brilhar tá chegando. - Dinah disse empolgada e todos riram.


 Em pouco tempo Dinah e Camila já  estavam no palco, e eu me concentrei ao máximo pra não babar enquanto olho pra Camila, pela primeira vez eu posso olhar pra ela sem ter que me preocupar em disfarçar, afinal todos estão olhando pra ela também, claro que a maioria divide a atenção entre ela e Dinah, mas eu não consigo desviar o foco dela, nem quando é Dinah que está falando, e ela sempre finaliza a fala com uma piada o que faz todo mundo rir, até Camila, que mesmo lá em cima continua séria.


— Você disse que veterinaria era um curso que você nunca se imaginou fazendo, e que Administração era mais a sua área, mas mesmo assim você concluiu o curso, eu também faço medicina veterinária e também não é o que eu me imaginava fazendo, minha pergunta é: Mesmo sendo um curso que você não se identificava, você atualmente gosta de atuar nessa área? É fácil se adaptar a algo que você não é muito chegado? - Um garoto do fundo perguntou diretamente para Camila.


— Bem, fácil nunca é, nada é, mas eu acredito que vai de cada um, embora eu realmente amasse administração, hoje eu me sinto pelo menos 90% realizada profissionalmente…


— 100% só se fosse administração? - Alguém perguntou cortando a fala dela.


 Todo mundo riu, inclusive ela.


— Sim, 100% só se fosse administração, mas eu realmente gosto do que faço, é uma boa área pra se trabalhar quando você não se bate muito bem com gente, claro que vez ou outra vai ser impossível não ter uma pessoa chata do seu lado. - Apontou disfarçadamente pra Dinah, o que fez novamente todo mundo rir. — Mas ainda assim é bom, se você quer um conselho. - Apontou pra o rapaz do fundo. — É que não desista, você não vai se arrepender.


— Talvez. - Dinah completou, mais uma vez arrancando risada da platéia.


— Por que você desistiu da administração para cursar veterinária? Convenhamos os dois cursos não tem nada a ver, se fosse, sei lá, gestão empresarial, eu até entenderia, mas veterinária? Por quê? - Dessa vez foi uma garota que perguntou, e mesmo de longe deu pra perceber o desconforto que a pergunta causou a Camila.


 Ela passou o olhar por todos do auditório até pousar em mim, como se me pedisse ajuda. Peguei o microfone extra que está na bancada ao lado do palco.


— Pessoal, perguntas apenas do ramo profissional, nada pessoal, ok? Próxima pergunta.


 Outra pessoa se levantou e direcionou uma pergunta para Dinah, sobre como se da o cuidado com animais selvagens. O resto das perguntas foram todas realmente profissionais, e as duas desempenharam perfeitamente o dever de responder todas. Eu não sei se é porque eu prestei mais atenção nelas, mas acredito que as duas foram as melhores na apresentação da profissão.


 Por volta das 20h que o evento foi finalizado, suspirei aliviada quando percebi aquele auditório ir secando aos poucos. Permaneceu apenas eu, Dinah, Camila, Alana, Elise e Normani. Alex está na porta do auditório conversando com o senhor Andersen, que acabou de aparecer.


— Você é tão amiga da onça que não disse que Alex é filho do nosso chefe. - Dinah disse.


— Eu esqueci, mas não é como se fizesse muita diferença.


 Os dois saíram da porta e vieram em nossa direção.


— Incrível meu anjo, incrível. - Senhor Andersen disse diretamente pra mim. — Quando você terminar seu curso com certeza você vai ser nossa melhor aquisição. - Me abraçou e deu um beijo na minha bochecha.


— O senhor acompanhou? - Perguntei confusa por não ter visto ele no auditório antes.


— Sim. - Apontou para o teto, mas especificamente para as câmeras. — De longe, mas acompanhei. - Virou pra Dinah. — Eu acho que nunca ri tanto como ri com você garota, vocês duas foram de longe as melhores. - Disse pra ela e Camila.


 Como resposta Camila apenas sorriu, já Dinah, não perdeu a oportunidade pra se achar, o que é o normal dela.


— Pai, a gente vai sair agora, depois você puxa o saco delas. - Alex disse rolando os olhos.


— Certo. - Disse e virou pra mim novamente. — Não beba muita, não esqueça que amanhã você também precisa estar aqui.


— Sim senhor.


— É uma babadeira com essa Jauregui chata. - Elise disse. — E a gente senhor Andersen?


— Também gosto muito de você e da Normani, minhas queridas, são ótimas companhias para o meu filho, mas ela é minha nora em potencial.


 Camila, Alana e Dinah começaram a rir quando ele disse isso e minha vontade foi de enterrar minha cabeça no chão. Agradeci quando Alex saiu puxando o pai pra fora, e assim nós fizemos também, a porta de saída é estreita, então fizemos meio que uma filinha pra passar, onde eu sou a última e Camila a penúltima, quando todos passaram pela porta eu segurei no braço dela, fazendo ela voltar e assim a porta se fechar, ficando só eu e ela lá dentro.


— Você foi incrível. - Falei acariciando o rosto dela. — Ainda mais incrível do que já é.


Ela sorriu.


— Obrigada, você também foi por pensar e organizar isso tudo.


— Posso ganhar um beijo? - Perguntei.


— Nosso patrão acabou de deixar claro que acompanha as câmeras, você tem certeza que quer arriscar perder o título de melhor futura aquisição deles?


— Ele ainda não teve tempo de chegar na sala dele. - Puxei ela pra mais perto de mim.


— Se você diz. - Deu de ombros e colocou as mãos na minha cintura. — É por sua conta e risco. - Disse e me puxou mais pra perto.


 E era o que eu precisava pra juntar nossos lábios, diferentemente de todas as outras vezes, ela me deixou conduzir o beijo, mas infelizmente ele não pôde durar muito, já que o pessoal certamente está nos esperando. Me afastei contra vontade e pra finalizar dei um selinho nela, o que fez ela fazer uma careta, não entendi muito bem, mas acabei rindo. Ao contrário do que eu esperava eles não estavam nos esperando na porta, já estavam andando lá na frente, a caminho do estacionamento.


— Você ainda tá saindo com ela? - Camila me perguntou, enquanto seguíamos o pessoal.


— Com quem? - Perguntei confusa.


— A garota da boate, ela veio para o seu projeto, então provavelmente você convidou, vocês ainda estão saindo?


 Analisei o rosto de Camila em busca de algum indício de ciúmes, mas ela está com a expressão de sempre, a mesma expressão que ela usa pra me perguntar o que eu almocei ou se eu posso pegar um café pra ela, ou se eu quero uma carona e todas outras coisas banais.


— Não, a gente só ficou naquele dia mesmo, e na verdade eu não convidei ela… quer dizer, eu espalhei folhetos por toda a universidade, então convidei sim, mas não diretamente.


— Entendi. - Balançou a cabeça.


— Por quê?


— Nada, só me surpreendi por ver ela aqui.


— Entendi. - Repeti o que ela disse há segundos atrás, e ela bateu com o ombro no meu.


 Antes de entrar no estacionamento o pessoal parou para nos esperar acompanhar eles.


— Você vai comigo? - Alana perguntou. — Tô com o carro do meu pai.


— Hã… - Olhei pra Camila e ela ergueu uma sobrancelha. — Desculpa Alana, mas eu já vou com ela. - Apontei pra Camila.


— Ah, qual é, pelo que vi, sua amiga também trabalha aqui, vocês tem a semana inteira pra conversar. - Alana disse e enlaçou o braço no meu. — Você se importa se ela for comigo? - Perguntou olhando pra Camila.


— Não, podem ficar à vontade. - Camila disse, e se olhar matasse eu teria conseguido matar ela com o meu.


 Alana saiu me puxando estacionamento adentro. Durante o caminho consegui aliviar o estresse que a atitude de Camila me causou, graças a Alana, que além de simpática, atenciosa e gentil, ainda é engraçada.


— Sério mesmo? - Perguntei sem querer acreditar na história que ela acabou de me contar.


— Seríssimo, eu acho que se você jogar meu nome no google ainda vai aparecer algumas notícias relacionadas a isso, eu fui o assunto do ensino médio to-di-nho.


 Durante o colegial ela jogava no time de futsal, em uma final de uma das competições do colégio, ela simplesmente foi jogar biquíni e como se não fosse o suficiente tirou a parte de cima.


— Eu acho que você não tinha juízo.


— Claro que eu tinha, mas como eu já disse, eu perdi uma aposta e tive que cumprir, tá pensando o quê? Eu tenho palavra, Jauregui.


— Eu preferiria ter ficado sem palavra do que sem roupa.


— Nossa, menos 10 pontos pra você então, perdi até o encanto por você agora. - Disse olhando pra mim pelo canto do olho.


 Não consegui formular nada pra responder ela, então apenas rolei os olhos. Alex escolheu o bar para qual iríamos, então ele foi com o carro na frente, tendo o de Camila, de Dinah e o de Alana seguindo o dele. O bar tem uma área externa, onde tem algumas mesas, o que me fez agradecer mentalmente, já estou cansada de lugares fechados. Assim que Camila escolheu onde ia se sentar me sentei ao lado dela, Alana se sentou na minha frente e do meu outro lado se sentou Mani. Quando Alex comunicou que ia até o bar fazer o pedido das bebidas, me levantei e fui atrás dele.


— Se eu soubesse que a Camila tem um bugatti veyron, eu teria continuado investindo nela mesmo contra a sua vontade. - Alex comentou, olhando para o carro estacionado do outro lado da rua.


— Interesseiro. - Eu disse e dei uma tapa na cabeça dele. — Que ela não me escute, mas eu acho feio, sei lá, exagerado, quando passa todo mundo fica olhando, não acho legal.


— Meu Deus, você é muito careta Lauren, MUITO, o único defeito é que ele é branco, de resto é perfeito, acho que vou tentar algo com ela essa noite, se der certo vou ter direito a umas voltinhas.


— Você tem juízo, nem ouse chegar perto dela.


— Ah, qual é, você já tem a Alana. - Disse sugestivo.


— Alex, eu não estou brincando, nem chegue perto dela se for com segundas intenções. - Bufei e bati com a mão no balcão do bar, pra chamar a atenção do atendente que está conversando do outro lado. — E eu não quero nada com Alana, ela é legal, mas só isso.


— Eu só estava brincando.


— Sei. - Disse e virei para o atendente, fiz o pedido e retornei pra mesa, sem esperar por ele.


— E essa cara? - Camila perguntou quando me sentei.


— O que tem ela? É a única que eu tenho.


— Mas geralmente ela está assim. - Colocou as mãos nas minhas bochechas e forçou um sorriso. — Não assim. - Fez uma expressão de zangada, mas não uma expressão de zangada qualquer, uma super forçada, não me aguentei e tive que rir. — Muito bem, continue assim.


 Rolei os olhos e voltei minha atenção pra Elise, que está de pé e batendo no copo, fingindo ser uma taça.


— Atenção, um pouco da atenção de vocês. - Disse fingindo um tom formal. — Quero propor um brinde para o bebê mais lindo do mundo inteiro. - Disse com uma voz infantil olhando pra mim e eu senti minhas bochechas esquentarem. — Que está começando agora uma nova fase, e eu espero que esse seja apenas o começo dos muitos sucessos que vão surgir na sua vida, te amo muito meu palmito gay.


 Peguei um dos copos que Alex acabou de encher e brindamos, me obriguei a se levantar e ir até ela.


— Obrigada, e eu também te amo muito. - Eu disse abraçada com ela.


— De nada, amor, você não sabe o tamanho do orgulho que senti por saber que tudo aquilo foi feito por você.


 Sorri, ainda mais, se é que isso era possível. Retornei para o meu lugar, e a noite se seguiu, com vários copos de bebida, comidas e conversas, uma noite perfeita, diga-se de passagem. A minha mão e a de Camila acabaram se encostando, porque tentamos pegar a garrafa na mesa ao mesmo tempo, e só então eu percebi que ela está fria igual gelo.


— Tá com frio? - Perguntei enquanto servia o copo dela e depois servi o meu.


— Muito, você não está? - Pegou o copo e em um único gole secou quase metade do que eu tinha enchido.


— Não. - Passei a mão pelo braço dela, pra ela ver que estou quente. — Aproxima mais a cadeira da minha que esquento você.


— Não precisa, é porque aqui está ventando.


 Rolei os olhos e aproximei minha cadeira da dela.


— Eu não vou me apaixonar por você só porque você me deixou te abraçar. - Falei baixo para que só ela me escutasse e ela me repreendeu com o olhar. — Minha motivação é egoísta, não quero que você tenha uma hipotermia e interrompa minha comemoração. - Falei, passando o braço ao redor dela, puxando ela pra perto de mim, encostei ela em mim o máximo possível que aquela posição nos permitia.


 Ela sempre está vestida com uma blusa de mangas compridas, mas justo hoje ela está com uma de mangas curtas. Pra minha total surpresa e felicidade ela apoiou a cabeça no meu ombro, passou um braço por trás de mim e colocou a mão dentro da minha blusa, causando um certo desconforto, porque a mão dela está muito fria e minhas costas quente, eu teria até reclamado se fosse qualquer outra pessoa, mas não com ela. Voltei minha atenção pra conversa da mesa, Dinah, Alana e Alex estão olhando na nossa direção, mas fingi não notar.


— Você vai, né Laur? - Normani perguntou.


— Pra onde?


— Eu acabei de falar. - Negou com a cabeça. — A peça que eu e Elise estávamos ensaiando vai estrear terça, você vai, né?!


— Claro que sim, se você quiser eu vou da primeira apresentação até a última, vou terminar o mês sabendo todas as falas de todos os personagens.


— Awnn, quem vê nem acredita que perdeu a estreia da minha última peça.


— A culpa foi toda sua, você me disse a data errada.


— Não, você quem anotou a data errada. - Apontou pra mim.


 Depois de uns 15 minutos com ela enchendo meu saco por causa dessa estreia perdida, Elise resolveu interceder por mim e mandou ela parar, prometendo que se eu perdesse essa ela mesma ia ajudá-la a me bater e graças a Deus funcionou, Alex iniciou uma conversa sobre faculdade, tirando o foco do teatro e assim acalmando Normani, fiz uma nota mental de não esquecer essa estreia.


 Olhei Camila, porque ela está a tanto tempo calada que talvez tenha dormido, mas não, ela está com os olhos abertos.


— Pensei que você tinha dormido, tá calada. - Falei.


— Só estou pensando. - Disse simples.


— Quem pensa demais fica burro. - Brinquei.


— E é? E quem te disse isso?


— Ah, eu sei. - Dei de ombros. 


 Ela movimentou a cabeça que ainda estava escorada no meu ombro pra olhar pra mim.


— Experiência própria? - Perguntou com a sobrancelha erguida.


 Não consegui conter minha cara de indignação.


— Que mal agradecida que você é, eu toda torta nessa cadeira só pra te esquentar, te dou um conselho maravilhoso e você ainda me chama de burra?


— Só estou tentando saber se tem alguma base científica esse seu concelho aí, porque até hoje não fiquei burra por pensar.


— Ou você está tão burra que nem sabe mais identificar a auto burrice. - Falei, tentando o máximo não rir disso.


 Ela abriu a boca em surpresa pelo que eu disse, e como castigo cravou as unhas nas minhas costas, tive que me segurar pra não pular da cadeira e chamar a atenção de todos da mesa.


— Você tá querendo tirar sangue de mim?! Tira a mão das minhas costas. - Mandei, tentando me mexer para que o braço dela saísse de trás de mim.


— Não. - Levou a mão livre até meu rosto e juntou nossos lábios.


  Correspondi de imediato. Um coro de “uhuuu” surgiu na mesa, e já que eles não pararam tive que me obrigar a se separar dela. Minha vontade era bater em todos eles por atrapalhar, infelizes. Camila voltou a deitar a cabeça no meu ombro, como se nada tivesse acontecido.


Notas Finais


Camila podia ser sempre fofa, né?!

Até mais <3


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